sexta-feira, 29 de abril de 2016

'Era de ouro' pode chegar ao fim para smarpthone

Os números podem variar, mas a tendência é clara: a 'era de ouro' de crescimento dos smartphones parece ter chegado ao fim. Com o aumento no uso dos aparelhos e as incertezas com relação à economia, o que começa a se desenhar é uma era "pós-smartphone", em que os telefones perderão o protagonismo dos últimos anos nos resultados dos fabricantes.
O cenário ficou claro com o resultado da Apple, que registrou a primeira queda na venda de iPhones desde o lançamento do primeiro modelo, em 2007. Foram 51,19 milhões de unidades vendidas, queda de 16,3% em comparação com 61,17 milhões um ano antes. O iPhone representa quase sete de cada dez dólares vendidos pela Apple. Por isso, a queda tem gerado tensão entre investidores.
O desempenho fraco também foi registrado por LG e Sony. Até a chinesa Xiaomi, que vinha registrando crescimentos estelares nos últimos anos, desacelerou. No caso Sony, particularmente, o impacto foi duplo. Além de vender menos os seus próprios smartphones, a empresa sofreu com a menor demanda pelos sensores para câmeras digitais que ela vende para outros fabricantes. "O mercado de smartphones já não é uma fonte de crescimento acelerado", disse o principal executivo de finanças da Xiaomi, Kenichiro Yoshida.
Os smartphones começaram a ser vendidos há 20 anos com os primeiros modelos avançados da Nokia. Mas foi só a partir de 2007, com o iPhone, que o segmento realmente deslanchou. Desde então, as vendas vinham crescendo a cada trimestre, chegando a 1,4 bilhão de unidades globalmente em 2015, segundo a empresa de pesquisa IDC.
Mas em relatórios divulgados ontem, IDC, Strategy Analytics e Juniper Research reportaram números para o 1º trimestre considerados os mais fracos da história. O pior desempenho foi o da Juniper , com recuo de 6%, para 320 milhões de unidades vendidas. De acordo com a Strategy, a queda foi de 3%, para 334,6 milhões de unidades, puxadas pela queda nas vendas da Apple e da Samsung, que respondem por quase 40% do mercado.
Para a IDC, o que se mostra é estabilidade, com 334,3 milhões de unidades entre janeiro e março, ante 334,9 milhões um ano antes. A empresa destacou o amadurecimento do mercado chinês como um dos fatores para o resultado. "O apetite por smartphones diminuiu dramaticamente na medida em que a explosão de adoção já passou de seu auge", relatou a companhia.
Em valores absolutos, o número de smartphones vendidos ao redor do mundo continuará a crescer. Segundo a IDC, serão 1,9 bilhão de unidades em 2020. Mas outras categorias de dispositivos é que passarão a ser as grandes estrelas dos resultados daqui em diante. Na lista estão produtos inteligentes como pulseiras, relógios, drones, etc.
A Sony, por exemplo, tem dado mais foco no console de videogame PlayStation. Até o fim do ano, óculos de realidade virtual serão lançados para complementar a experiência do usuário, o que pode acelerar ainda mais o avanço da empresa. A Apple já começou a explorar outras categorias com o lançamento de seu relógio inteligente. Mesmo longe de ser um sucesso de vendas, o Watch representa uma nova possibilidade. Especialistas dizem que, no futuro, a dona do iPhone também lançará uma TV e até um carro sem motorista.
Maior vendedora de smartphones do mundo, a Samsung sofreu com o mercado de smartphones ao longo dos últimos dois anos, mas parece estar colocando a casa em ordem. O Galaxy S7, o mais novo aparelho top de linha da marca, lançado em fevereiro, está com demanda acima de seus antecessores nos primeiros meses de venda. Resta saber se o desempenho se repete ao longo do ano.

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