quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Consumo de energia em setembro sobe, diz EPE

O consumo de energia elétrica no país atingiu 39.080 gigawatts-hora em setembro, uma alta de 0,3% ante os 38.982 GWh de setembro do ano passado. Os dados constam da Resenha Mensal, divulgada nesta terça-feira (30) pela Empresa e Pesquisa Energética (EPE).

No acumulado do ano, o consumo de energia atingiu 352.412 GWh, alta de 1,1% em relação aos nove primeiros meses do ano passado, enquanto no acumulado em 12 meses o consumo foi de 471.101 GWh, avanço de 1,5% ante os 12 meses imediatamente anteriores.


Na indústria, o consumo de energia foi de 14.419 GWh em setembro, 1,2% a mais que em setembro do ano anterior. No acumulado do ano, o consumo de eletricidade pelo setor industrial é de 124.731 GWh, 1,6% a mais que nos nove primeiros meses do ano passado. Nos 12 meses encerrados em setembro, o consumo de energia pela indústria foi de 169.407 GWh, 2% a mais que nos 12 meses imediatamente anteriores.

No comércio, o consumo de energia em setembro foi de 7.030 GWh, 1,2% a menos que em setembro de 2017. Nos nove meses encerrados em setembro, o consumo subiu 0,4% na comparação com os nove primeiros meses de 2017, para 66.123 GWh. Nos 12 meses encerrados em setembro, o consumo de energia no comércio subiu 0,9%, para 88.544 GWh.

Já o consumo residencial recuou 0,8% em setembro, para 11.007 GWh, enquanto no acumulado do ano até setembro subiu 1,2%, para 101.451 GWh. Nos 12 meses encerrados em setembro, houve alta de 1,4% na comparação com os 12 meses imediatamente anteriores, para 135.530 GWh.

leia mais em: https://www.valor.com.br/brasil/5960085/consumo-de-energia-em-setembro-sobe-diz-epe

terça-feira, 30 de outubro de 2018

EMPREENDEDORES CRIAM STARTUP QUE PRODUZ ENERGIA SOLAR E CONQUISTAM ‘CALIFÓRNIA BRASILEIRA’

Só mesmo a energia que vem do sol para explicar a persistência de Guilherme Susteras e Alexandre Bueno em montar um negócio num setor tão incipiente no Brasil. Energia renovável faz manchetes frequentes no noticiário internacional e no nacional e, junto com inteligência artificial, transformação digital e outros termos futuristas, é um dos temas que mais estão na moda. Isso não significa, no entanto, que quem decide investir nisso dará de cara com uma imediata fonte espetacular de dinheiro. Apesar de crescente, a adoção aqui é lenta, em comparação a regiões como a Califórnia (Estados Unidos), referência mundial na área.

O número de empresas aptas a fazer instalações de painéis fotovoltaicos, por outro lado, é alto, o que também é um ponto de atenção para quem pensa em entrar no setor. "Há mais de 6 mil empresas no Brasil que podem instalar painel na sua casa, do eletricista até grandes companhias multinacionais", diz Susteras. Ou seja: a barreira de entrada para o empreendedor que quer atuar nesse mercado é baixa. “A gente tinha que criar algo diferente para não concorrer nesse oceano vermelho”, diz Susteras.

A dupla resolveu, então, explorar o que impede a maior parte das pessoas de colocar painéis solares em seus telhados: o preço alto, o largo espaço necessário para instalar as placas e, em muitos casos, a posição desprivilegiada do edifício ou da casa, aonde luz do sol não chega. Susteras e Bueno montaram um negócio que permite que você, mesmo não tendo como instalar um painel na sua casa, se transforme em um consumidor de energia solar. Eles criaram uma planta de painéis fotovoltaicos em Araçoiaba da Serra, região metropolitana de Sorocaba, apta a gerar energia para 26 municípios do interior e do litoral do Estado de São Paulo. A entrega é feita por meio da rede da CPFL Piratininga.

O serviço da Sun Mobi, como foi batizada a empresa, funciona nos moldes de uma startup: o consumidor baixa o aplicativo da companhia, calcula a quantidade de energia que vai contratar de acordo com o histórico de consumo, assina o contrato e recebe os funcionários da empresa em casa para a instalação de pequenos sensores que informam o gasto de energia em tempo real. O contrato pode ser entendido como uma compra de créditos junto à distribuidora. Eles são abatidos na conta de luz. Se o cliente gastar 200 kilowatts por hora (kWh) e tiver contratado 250 kWh, ele fica com 50 kWh como crédito, que pode ser usado em até cinco anos. Se consumir mais do que o contratado, a distribuidora fornece a diferença.

Não é necessário que nenhum painel seja instalado na casa do consumidor. A geração de energia fica toda por conta da usina, que a repassa à CPFL. Para o consumidor, trata-se realmente de um esquema de compensação na conta. Quem mora no litoral certamente não recebe a corrente elétrica gerada pelos painéis de Araçoiaba da Serra (caso alguém esteja imaginando que a energia produzida pelas placas da startup caminhe livremente pelas linhas de transmissão da distribuidora até chegar à casa do cliente). Isso não ocorre. O cliente que compra um pacote da Sun Mobi recebe créditos referente à energia solar produzida pela startup.

Apesar de não ser o dono do painel, o consumidor vira um incentivador da energia solar e obtém benefícios com isso, como a dispensa da bandeira tarifária, aquele acréscimo que surge na conta quando as termelétricas entram em ação no país. Hoje, a empresa tem 50 lares como usuários, e a expectativa é fechar o ano de 2018 com um faturamento de R$ 240 mil.

Usina Sun Mobi (Foto: Divulgação)Planta com painéis fotovoltaicos da Sun Mobi, em Araçoiaba da Serra (Foto: Divulgação)
Pesquisa intensa
Antes de conquistar a confiança dessas 50 famílias, no entanto, Susteras e Bueno tiveram um longo trabalho de pesquisa e validação da ideia. A escolha do interior de São Paulo para instalação da planta não foi um chute. Além do alto potencial econômico e de uma irradiação solar favorável (o que não é bem o caso da capital paulista), a região apresenta um público consumidor considerado interessante por eles. "Fizemos entrevistas com potenciais consumidores e encontramos quatro grupos atraentes”, conta Bueno. São eles: 1) os entusiastas de novas tecnologias; 2) engenheiros ou pessoas sintonizadas com soluções de engenharia; 3) os ambientalmente responsáveis, que se preocupam com o impacto de suas ações no meio ambiente; e 4) os veganos, que têm um hábito sustentável global, da alimentação ao meio ambiente.

“É por isso que a gente meio que considera o interior de São Paulo como a Califórnia brasileira”, diz Bueno. E há ainda outro fator regional que favorece a startup: a energia no interior costuma ser mais cara do que na capital. Economizar é um interesse comum por lá. A média de economia entre os cliente da Sun Mobi é de 6%.

Para o grupo dos amantes da tecnologia, a startup desenvolveu um aplicativo que permite ao usuário monitorar o consumo de energia. É possível detectar, assim, quem são os maiores “gastadores” de energia dentro de casa. Houve caso de um cliente de Itupeva, dono de casa com piscina e ar condicionado, que conseguiu reduzir a conta em 25% depois de analisar os dados coletados. Uma das providências que ele tomou: deixar o motor que aciona o filtro da piscina ligado por menos tempo (de 4 horas para 2 horas).

Paixão antiga
Susteras, de 37 anos, e Bueno, de 44, compartilham a paixão por energia há muito tempo. Eles se conheceram quando trabalharam na Duke Energy, há quase 20 anos. Susteras era analista de assuntos regulatórios e Bueno, analista de informação. Quase uma década mais tarde, depois de um período no exterior e uma experiência como superintendente de planejamento estratégico na Renova Energia, ele convidou Bueno para montar a startup com ele.

A dupla começou a desenvolver o projeto em 2016 e conseguiu o primeiro investimento em 2017. Um grupo de investidores composto por pessoas físicas desembolsou R$ 500 mil e apostou nos empreendedores. Com esse dinheiro, eles construíram a primeira fase da usina, com capacidade instalada de 8 mil kWh, e conseguiram 12 clientes (de outubro de 2017, quando ficou pronta a usina, até o fim daquele ano). Foi uma validação importante.

"Durante nosso trabalho de busca por potenciais investidores, percebemos que a única forma de comprovarmos que nosso modelo de negócio funcionaria era por meio de um projeto piloto, um MVP (minimum viable product)", dizem. Foi aí que vieram mais três investimentos: um de R$ 294,9 mil em março de 2018, feito pela Desenvolve SP; um de R$ 600 mil em abril, feito por investidores anjo; e outro de R$ 952 mil em agosto, feito pela Desenvolve SP.

Este último aporte permitiu a ampliação da capacidade instalada da planta para 42 mil kWh. A ideia da Sun Mobi é que essa capacidade cresça cinco vezes em um ano.

No momento, os empreendedores se preparam para construir uma nova planta num terreno de 20 mil metros quadrados, também no interior de São Paulo. Considerada uma enertech, termo que define a startup que usa tecnologia para melhorar serviços em energia, a Sun Mobi pretende ter mil clientes até 2020 e alcançar uma receita bruta anual de R$ 2 milhões até 2025.

leia mais em: https://revistapegn.globo.com/Startups/noticia/2018/10/empreendedores-criam-startup-que-produz-energia-solar-e-conquistam-california-brasileira.html

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Com a chegada das chuvas, PLD despenca 38% em todo país

O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) para o período entre 27 de outubro e 2 de novembro caiu 38% ao passar de R$ 229,71/MWh para R$ 142,40/MWh nos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A melhora expressiva nas afluências previstas para o Sistema Interligado Nacional em outubro e em novembro é o principal fator para a queda do preço em todos os submercados. As Energias Naturais Afluentes (ENAs) esperadas para outubro devem fechar em 101% da média histórica, acima da Média de Longo Termo (MLT) no Sudeste (107%) e no Sul (113%), cenário também previsto para o próximo mês.

Para a próxima semana, a expectativa é que a carga fique em torno de 25 MW médios mais baixa no SIN, com redução esperada apenas no Sudeste (-90 MW médios). A expectativa no Norte é praticamente a mesma da última semana, apresentando elevações no Sul (+55 MW médios) e no Nordeste (+10 MW médios).

Já os níveis dos reservatórios do Sistema ficaram cerca de 1.150 MW médios mais altos frente à previsão anterior, com elevação em todos os submercados, exceto no Nordeste, cujos níveis permanecem os mesmos. Os níveis ficam mais elevados no Sudeste (+815 MW médios), no Sul (+300 MW médios) e no Norte (+30 MW médios).

O fator de ajuste do MRE esperado para outubro é de 67,6% e a previsão para novembro é de 77,9%. Os Encargos de Serviços do Sistema (ESS) esperados para outubro estão em R$ 102 milhões, sendo R$ 87 milhões referentes à restrição operativa e os demais R$ 15 milhões à segurança energética. Para novembro, a previsão de ESS é apenas por restrição operativa, na ordem de R$ 56 milhões.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53079223/com-a-chegada-das-chuvas-pld-despenca-38-em-todo-pais

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

MME divulga minuta do Plano Decenal de Expansão de Energia 2027



O Ministério de Minas e Energia (MME) abriu para consulta pública a minuta do Plano Decenal de Expansão de Energia 2027 (PDE 2027). O documento poderá ser obtido no site do ministério e as contribuições podem ser enviadas no prazo de 30 dias, a partir desta sexta-feira, dia 26.

De acordo com aviso publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta, também fazem parte da consulta, entre outras, uma nota técnica sobre o modelo de decisão de investimentos para expansão do SIN e uma outra nota técnica sobre o custo marginal de expansão do setor elétrico brasileiro, com metodologia e cálculo.
Leia mais em: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2018/10/26/internas_economia,1000164/mme-divulga-minuta-do-plano-decenal-de-expansao-de-energia-2027.shtml

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Energisa: consumo até setembro cresce 2,8%

A Energisa informou em seu boletim de Relações com Investidores referente ao fechamento do terceiro trimestre de 2018 que o consumo de energia no mercado cativo e livre nas áreas de concessão do grupo manteve o mesmo crescimento do trimestre anterior, atingindo 7.455,5 GWh, o que representa aumento de 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Considerando o fornecimento não faturado, o volume é de 7.512,8 GWh, o que significa avanço de 3,2% na mesma base de comparação. A empresa explica que o desempenho no trimestre deve-se, principalmente, ao aumento do consumo de energia das classes rural, que avançou 7,6% e a industrial com 5,1%. Nessa última, continuou, nas áreas de concessão da ETO houve aumento de 17,3%, favorecida pelo segmento de minerais não metálicos, na EBO ficou em 11,1%, beneficiada pelo segmento de couro, na EMS crescimento de 10,5%, impulsionado pelo setor de madeira e na ESS a expansão registrada alcançou 6,5%, puxada pelo setor alimentício.
No acumulado do ano o consumo total nos primeiros nove meses de 2018 somou 22.580,3 GWh aumento de 2,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo a holding, que detém 11 distribuidoras (contando as duas que arrematou no leilão da Eletrobras e que ainda não estão consideradas nesse relatório), com o fornecimento não faturado, o volume foi de 22.485,5 GWh, o que significa um aumento de 2,8%. O mercado livre (TUSD) apresentou crescimento de 11,2% no consumo. Já o consumo no mercado cativo foi de 18.626,6 GWh, avanço de 1,2% de janeiro a setembro. O destaque foi dado  para os aumentos de consumo na distribuidora do estado de Tocantins, 4,2%, na Sul Sudeste, 4%, no Mato Grosso do Sul, 3,9%, e em Sergipe com 2,3%.
Somente no mês de setembro o volume consumido de energia no mercado consolidado cativo e livre foi de 2.511,8 GWh, retração de 1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Essa variação decorreu, segundo a Energisa, principalmente, da elevada base comparativa do consumo residencial e comercial em setembro do ano passado, impulsionada pelas altas temperaturas, que ficaram, em média, 24 dias acima da máxima histórica nas regiões de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, bem como a um calendário de faturamento maior.
“Em Mato Grosso, embora o consumo residencial em setembro tenha sido o terceiro melhor do ano, essa classe consumiu 12,6% menos energia elétrica em relação ao mesmo mês do ano passado. Em Mato Grosso do Sul, estima-se que a sentida redução de 15,4% do consumo residencial também decorre da alta base de comparação influenciada pelas temperaturas mais elevadas em 2017. Por outro lado, o consumo consolidado da classe industrial avançou 2,8% no mês, devido, principalmente, ao aumento nas atividades industriais”, apontou a empresa em seu comunicado.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53078912/energisa-consumo-ate-setembro-cresce-28

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Consulta pública discute nova regra para leilões de energia de reserva

O Ministério de Minas e Energia (MME) abriu uma consulta pública para estabelecer novas regras para leilões de energia de reserva. O certame está previsto para o primeiro semestre de 2019 e deve envolver contratação de usinas termelétricas a gás natural, em ciclo aberto.

As usinas são totalmente flexíveis e devem atender o despacho centralizado do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A consulta diz que o leilão deve atender as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. O prazo para contribuições da consulta vai até 7 de novembro.

A proposta em discussão visa contratar projetos de energia a gás natural com prazo de suprimento de 15 anos, com início a partir de janeiro de 2023 para o submercado Sudeste/Centro-Oeste e janeiro de 2024 para Sul e Nordeste, de acordo com as necessidades indicadas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Pela portaria, a energia de reserva deve passar a ser chamada por um novo conceito, de "potência associada à energia de reserva". De acordo com uma nota elaborada pelas áreas técnicas do MME, um estudo da EPE prevê necessidade de contratação de potência, mas o arcabouço infralegal vigente não prevê essa modalidade.

"Dessa forma, faz-se necessário o estabelecimento de diretrizes adequadas para que seja possível o atendimento ao requisito de potência, por meio da contratação de energia proveniente de fontes despacháveis e flexíveis, conforme indicado pela EPE."

Leia mais em:
https://www.valor.com.br/empresas/5943929/consulta-
publica-discute-nova-regra-para-leiloes-de-energia-de-reserva

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Geração eólica cresceu 19% até agosto de 2018

Com uma produção de 4.795 MW médios, a geração de energia eólica em operação comercial no país cresceu 19% entre janeiro a agosto de 2018, na comparação ao mesmo período do ano passado. A informação consta na última atualização do boletim InfoMercado mensal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
Durante agosto, ao alcançar 7.017 MW médios, as usinas eólicas registraram a maior produção de energia da história. A produção elevou a representatividade da fonte, em relação a toda energia gerada no período pelas usinas do Sistema, para 11,5% neste ano. A fonte hidráulica, incluindo as PCHs, foi responsável por 62,2% do total, as usinas térmicas responderam por 25,8% e a fonte Solar com 0,6%.
A CCEE contabilizou ao todo 519 usinas eólicas em operação no país ao final de agosto, somando 13.212 MW de capacidade instalada, e representando incremento de 10,6% frente aos 11.951 MW de capacidade das 470 unidades geradoras existentes em agosto de 2017.
 Na análise da geração por estado, o Rio Grande do Norte se mantém como maior produtor eólico no país, com 1.351,2 MW médios de energia entregues nos primeiros oito meses do ano. Na sequência, aparecem a Bahia com 1.162,7 MW médios produzidos, Piauí, com 619,1 MW médios, Ceará, com 617,3 MW médios e o Rio Grande do Sul, com 590,5 MW médios.
Os dados consolidados da câmara confirmaram ainda o estado do Rio Grande do Norte com a maior capacidade instalada, somando 3.592 MW, Em seguida aparece a Bahia com 2.967 MW, Ceará com 2.162 MW, o Rio Grande do Sul com 1.778 MW e o Piauí com 1.443 MW de capacidade.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53078739/geracao-eolica-cresceu-19-ate-agosto-de-2018

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Brasil perderá posição no ranking de energia limpa

Com a terceira maior capacidade instalada de geração de energia de fontes renováveis do mundo, o Brasil, que hoje só fica atrás de China e EUA, vai perder a medalha de bronze no ranking das economias que mais investem em hidrelétricas, placas solares e parques eólicos. Segundo um estudo da Agência Internacional de Energia (AIE), o país deverá passar para a quinta posição, ultrapassado por Índia e Alemanha em 2023.

Nos próximos cinco anos, a capacidade instalada de energia renovável no Brasil vai crescer 15 gigawatts (GW), passando de 134 GW para 149 GW. Segundo a consultoria Safira, 1 GW é capaz de abastecer 1,5 milhão de pessoas, o equivalente a uma cidade do tamanho de Porto Alegre. Segundo a AIE, o avanço será puxado, principalmente, por pequenas centrais hidrelétricas, com 8 GW novos, parques eólicos (6 GW), plantas solares (5GW) e biomassa (2 GW).

Para especialistas, embora o Brasil tenha uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com cerca de 80% de fontes renováveis, é preciso acelerar os investimentos para a retomada do crescimento da economia. A previsão da AIE é de uma alta de 2% ao ano na demanda por eletricidade no país.

Bruno Carrara, do Barros Pimentel Advogados, avalia que o menor ritmo de expansão no Brasil, em comparação com outras nações, está ligado ao baixo crescimento do país. Para ele, o governo deveria incentivar mais projetos para garantir maior oferta de energia barata no momento de retomada da atividade econômica: <SW>

— O governo tem feito leilões, mas esse esforço poderia ser maior.

Eólica no mar em 2022
Os candidatos à Presidência têm visões diferentes sobre o setor. Jair Bolsonaro (PSL) pretende investir em hidrelétricas de grande porte e retirar subsídios às matrizes eólica e solar. Já Fernando Haddad (PT) quer manter incentivos à geração a partir do sol e do vento, mas prefere hidrelétricas sem grandes reservatórios.

Segundo Marcelo Laterman, especialista em energia do Greenpeace, com a crise hídrica que afetou o nível dos reservatórios de hidrelétricas recentemente, a fonte termelétrica, mais cara e poluente, foi a que mais avançou. O impacto aparece na conta de luz:

— Estamos remediando falta de água com termelétricas a gás, carvão e diesel. Temos que diversificar nossa matriz.


RITMO ACELERADO
A geração de energia renovável cresce no mundo, mas em velocidade menor no Brasil
2018
2023
(EM CAPACIDADE INSTALADA, EM GW)
3.391
2.488
1.091
715
378
282
217
149
152
135
134
123
126
113
Mundo
Brasil
Índia
China
EUA
Alemanha
Japão
Fonte: Agência Internacional de Energia
Para Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ, não é um grande problema recuar um pouco no ranking:

— O Brasil tem hoje uma matriz elétrica muito mais limpa que a de outros países, que fazem um esforço para limpar suas fontes.

No caso da energia solar, cuja capacidade vai crescer cinco vezes no país até 2023, o governo precisa ampliar o volume de contratação por leilões, avalia Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, entidade que reúne empresas do setor:

— Desde 2015, o preço do megawatt da solar caiu 60%. Mas o governo precisa reduzir ainda a carga tributária do setor, hoje em cerca de 50%.

A matriz eólica, que gera energia a partir do vento, tem recursos para investir 30 GW no país caso o governo decida aumentar o volume de leilões.

— Se a economia do país crescer 1% ao ano, o consumo de energia adicional será de 6 GW. Com a estiagem, é a eólica que tem ocupado esse espaço — diz Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica, associação do setor.

A geração eólica no mar é a aposta de uma parceria da Petrobras com a norueguesa Equinor. Elas investem num projeto para fazer do Brasil um dos únicos países no mundo a unir a energia dos ventos no mar com a produção de petróleo, assim como ocorre no Reino Unido e na Noruega.

No projeto, que deve começar a operar em 2022, o aerogerador fica em uma base flutuante a cerca de um quilômetro de uma plataforma de petróleo. Parte da energia gerada abastece a embarcação, e o restante vai para o sistema em terra por meio de dutos que conduzem eletricidade.

Mario González, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, explica que a qualidade do vento é melhor no mar:

— Há mais previsibilidade, o que permite um melhor planejamento energético em relação ao uso dessa fonte.

Leia mais em: https://oglobo.globo.com/economia/brasil-perdera-posicao-no-ranking-de-energia-limpa-23173428

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Horário de verão não se justifica mais, afirma Abesco

A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) avaliou que manter o horário de verão não se justifica mais, pois a economia de energia gerada com a medida não se apresenta mais como relevante na atual conjuntura do setor elétrico nacional.

Segundo a Associação, o horário de verão, em vigor desde 1931 e que neste ano iniciará em 4 de novembro, já foi muito importante para a economia de energia no país. Porém, a entidade aponta atualmente um movimento contrário, com o aumento no consumo de eletricidade nos últimos anos.

“Os motivos para o horário de verão existir diminuíram ao longo do tempo. Este fator já não tem tanta relevância como antes”, comparou o presidente da Abesco, Alexandre Moana.

A argumentação da entidade tem relação com o aparelho que se tornou o maior vilão do consumo de energia no país: o ar-condicionado. “Na prática, na maior parte do Brasil, esse aparelho é usado ao máximo. Por isso, essa mudança de horário não faz mais sentido”, enfatizou Moana.

Para se ter uma ideia, nos 126 dias em que esteve em vigor entre o final de 2017 e início de 2018, o horário de verão gerou uma economia de apenas 74,2 MWh em 234 cidades atendidas pela CPFL Paulista, o equivalente ao abastecimento de uma cidade como Campinas (que possui de 1,1 milhão de habitantes) por apenas oito dias.

Ainda segundo o presidente, o cenário é bastante diferente de décadas atrás, quando o chuveiro elétrico era considerado o grande causador de desperdício. O ar-condicionado exige mais tempo de uso. “Se alguém liga este aparelho maior, geralmente, são para períodos maiores; para dormir, por exemplo. Então, conclui-se que a temperatura é o que mais influencia os hábitos do consumidor e não a incidência da luz”, observou.

 Eficiência Energética

Moana também comentou que o aparelho de ar-condicionado tem a possibilidade de ser ainda mais eficiente do que o chuveiro, desde que haja um isolamento adequado do ambiente em que ele está instalado.

“O chuveiro tem 96% de eficiência energética. Já o ar-condicionado, é variável. Se houver uma fresta no ambiente, pode haver desperdício de cerca de 20% de energia.

Ele lembra também que a instalação de um ar-condicionado com tamanho diferente do ideal pode gerar mais de 30% de perda. “Se a casa for construída com a parede mais fina do que deveria e o sol estiver batendo justamente nela, o gasto de energia, desnecessariamente, pode superar os 40%”, complementou.

Outro fator que poderia deixar o ar-condicionado mais eficiente é o dimensionamento dele de acordo com o tamanho do ambiente. Um ar-condicionado pequeno para a sala vai gastar mais tempo para refrigerar o local. Há também casos em que o aparelho é muito grande, tem uma potência maior, não justificando o uso se o local de instalação é menor.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53078368/horario-de-verao-nao-se-justifica-mais-afirma-abesco

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Senado rejeita privatização de empresas distribuidoras de energia

O Plenário do Senado rejeitou nesta terça-feira (16) o projeto que permitiria a privatização de seis distribuidoras de energia controladas pela Eletrobras (PLC 77/2018). De autoria do governo federal, o texto tinha o objetivo de resolver pendências jurídicas para despertar o interesse de investidores pelas empresas, principalmente as instaladas na região Norte.

Aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) no início de setembro, a matéria foi enviada ao Plenário em regime de urgência. Depois de muito debate, o projeto foi colocado em votação. A oposição pediu a verificação do quórum, fazendo com que a votação passasse de simbólica para nominal — quando cada senador precisa votar por meio do sistema eletrônico. O painel, então, mostrou 34 senadores contrários à matéria e apenas 18 favoráveis.

Amazonas
O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo, defendeu a aprovação do texto, conforme acordado com o governo, aprovado pela Câmara dos Deputados e confirmado na CAE e na CCJ. Segundo o senador, o projeto contém vários benefícios para o consumidor. Ele destacou a previsão de uso, por parte das companhias, de geradores com custo menor, de forma a evitar o acionamento de termelétricas.

— Esta matéria tem outros assuntos relevantes, como o risco hidrológico e o fim de questões que estão judicializadas. É importante a Casa deliberar — disse o senador, negando que o projeto acabaria com o programa federal Luz para Todos.

Por outro lado, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) defendeu seu relatório, aprovado na CI, no qual foram acatadas uma série de emendas. Braga explicou que as emendas poderiam evitar que a dívida da Amazonas Energia fosse transferida para o consumidor do seu estado, além de afastar uma possível liquidação da empresa. De acordo com o senador, o valor da dívida da companhia pode chegar a R$ 11 bilhões, considerando o passivo da empresa. Ele lembrou que as outras companhias da região Norte já foram negociadas.

— O povo do meu estado não quer essa privatização. Como o Senado pode votar um projeto que penaliza o povo do Amazonas? — questionou o senador.

Na mesma linha, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) se posicionou contrária à privatização. Ela criticou o valor pedido pelo governo para negociar a companhia, R$ 50 mil, e disse que o ideal seria decidir sobre o projeto no próximo ano, depois de definidas as eleições presidenciais. O senador Omar Aziz (PSD-AM) também se manifestou contra a privatização da Amazonas Energia. Em sua opinião, seria importante deixar essa questão para a próxima legislatura.

— O Brasil tem regiões diferentes. Não podemos pensar que toda situação é igual — declarou o senador, pedindo a retirada da empresa do projeto e criticando o governo Michel Temer.

O senador Jorge Viana (PT-AC) também criticou o projeto e lamentou a forma como a Eletroacre foi negociada. Diante da rejeição do texto principal, porém, as emendas que buscavam retirar a Amazonas Energia do projeto nem chegaram a ser apreciadas.

Companhias
Com o projeto, o governo pretendia resolver pendências burocráticas com o objetivo de atrair compradores para as companhias elétricas. Algumas dessas empresas já foram negociadas. A Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), as Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron) e a Boa Vista Energia, que atende Roraima, já foram arrematadas no último dia 30 de agosto em leilão promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em julho, foi vendida a Companhia de Energia do Piauí (Cepisa).

Além dessas, o governo pretendia vender a Amazonas Energia e a Companhia Energética de Alagoas (Ceal). O leilão da Ceal, no entanto, foi suspenso por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).


Leia mais em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/10/16/senado-rejeita-privatizacao-de-empresas-distribuidoras-de-energia

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Governo mantem começo do horário de verão para 4 de novembro

O Governo Federal decidiu manter o começo do horário de verão para o próximo dia 4 de novembro. O Ministério da Educação havia pedido o adiamento para o dia 18 devido à realização do Exame Nacional do Ensino Médio, cuja data coincide com o início do horário. O horário de verão é adotado nos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.  O governo já havia deslocado o início do horário de verão do segundo domingo de outubro para o primeiro domingo de novembro, por solicitação do Tribunal Superior Eleitoral, devido as eleições.
O Planalto chegou a anunciar que haveria o adiamento. A negativa veio após estudo de viabilidade feito pelos ministérios de Minas e Energia e Transportes. Segundo a assessoria do Planalto, a análise dos ministérios concluiu a inviabilidade de nova mudança no horário de verão, sem detalhes da decisão.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53078118/governo-mantem-comeco-do-horario-de-verao-para-4-de-novembro

terça-feira, 16 de outubro de 2018

PLD cai 17% em todos os submercados

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE informa que o Preço de Liquidação das Diferenças – PLD para o período entre 13 e 19 de outubro registra queda de 17%, ao passar de R$ 325,52/MWh para R$ 270,28/MWh nos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte.
As afluências de outubro de 2018 se elevaram em torno de 1.700 MWmédios, sendo revistas de 84% da média histórica para 88%. No Sudeste, a previsão, que era de 82%, aumentou para 94%. Nas outras regiões houve queda nas previsões. Na região Sul as afluências foram revistas de 104% para 97%, no Nordeste saiu de 38% para 36% e no Norte, de 60% para 55% da MLT.
A expectativa é que a carga do Sistema para a próxima semana fique 115 MWmédios mais baixa, com redução esperada no Sul (-100 MWmédios) e no Norte (- 15 MWmédios). Os demais submercados mantêm a previsão da semana anterior.
Os níveis dos reservatórios do SIN ficaram cerca de 1.070 MWmédios acima do esperado. Os aumentos apresentados foram no Sudeste (+ 1.020 MWmédios), no Nordeste (+105 MWmédios) e no Norte (+ 50 MWmédios). O submercado Sul apresentou diminuição de100 MWmédios.
O fator de ajuste do MRE para outubro foi revisto de 65,6% para 65,3%. A previsão de Encargos de Serviços do Sistema – ESS para o período é de R$ 61 milhões, sendo R$46 milhões referentes à restrição operativa e os demais R$ 15 milhões à segurança energética.

Leia mais em: https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/noticias-opiniao/noticias/noticialeitura?contentid=CCEE_643177&_afrLoop=90489328317025&_adf.ctrl-state=xnhwk2sx3_46#!%40%40%3Fcontentid%3DCCEE_643177%26_afrLoop%3D90489328317025%26_adf.ctrl-state%3Dxnhwk2sx3_50

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Carga menor e maior expectativa de chuva derrubam PLD

O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) para o período entre 13 e 19 de outubro registrou queda de 17%, ao passar de R$ 325,52/MWh para R$ 270,28/MWh nos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)

Segundo a CCEE, as afluências de outubro se elevaram em torno de 1.700 MW médios, sendo revistas de 84% da média histórica para 88%. No Sudeste, a previsão que era de 82% aumentou para 94%. Nas outras regiões houve queda nas previsões. Na região Sul as afluências foram revistas de 104% para 97%, no Nordeste saiu de 38% para 36% e no Norte, de 60% para 55% da MLT (Média de Longo Termo).

A expectativa é que a carga do Sistema Interligado Nacional (SIN) para a próxima semana fique 115 MW médios mais baixa, com redução esperada no Sul (-100 MW médios) e no Norte (- 15 MW médios). Os demais submercados mantêm a previsão da semana anterior.

Os níveis dos reservatórios do SIN ficaram cerca de 1.070 MW médios acima do esperado. Os aumentos apresentados foram no Sudeste (+ 1.020 MW médios), no Nordeste (+105 MW médios) e no Norte (+ 50 MW médios). O submercado Sul apresentou diminuição de 100 MW médios.

O fator de ajuste do MRE para outubro foi revisto de 65,6% para 65,3%. A previsão de Encargos de Serviços do Sistema (ESS) para o período é de R$ 61 milhões, sendo R$ 46 milhões referentes à restrição operativa e os demais R$ 15 milhões à segurança energética.


Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53077808/carga-menor-e-maior-expectativa-de-chuva-derrubam-pld

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Eficiência Energética deve gerar mais de 1 mi de empregos no Brasil até 2030, revela estudo

Um estudo sobre o potencial de empregos para o setor de Eficiência Energética no Brasil apontou que mais de 1,2 milhão de empregos brutos devem ser gerados no país dentro do segmento até 2030. A informação foi apresentada pela Mitsidi Projetos durante o 15º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética, realizado pela Abesco em São Paulo.

De acordo com o levantamento, aproximadamente 413 mil empregos diretos e indiretos foram gerados em 2016 por meio da Eficiência Energética, resultando em R$ 100 bilhões na produção de bens e serviços. A maioria dos postos compreendeu as áreas de Construção Civil (76%), Indústria, Comércio e Serviços (17%), que correspondem a mais de 90% do consumo de energia elétrica do país.

O estudo teve como objetivo elaborar um prognóstico sobre a geração de oportunidades ligados ao segmento, fundamental para que o Brasil atinja a meta assumida no Acordo de Paris. Nele, é previsto o alcance de 10% de ganhos em Eficiência Energética até 2030, tendo como referência o consumo de energia apurado em 2005. Para 2020, a projeção estima 482,4 mil postos de trabalho em EE e 871,1 mil até 2025.

Um emprego em Eficiência Energética pode englobar uma série de profissionais. Entre eles, consultores de edificações eficientes ou de operação e manutenção eficiente em prédios e indústrias. Há oportunidades também pessoas que executam ações mais simples, como trocas de lâmpadas por lâmpadas mais eficientes ou que detectam e corrigem vazamento de ar comprimido na indústria, por exemplo.

Outra opção são as vagas de gerentes e diretores que dedicam uma pequena parcela do tempo a acompanhar indicadores e balanços relacionados à Eficiência. Há ainda aqueles profissionais envolvidos com Green Funding – financiamento de projetos sustentáveis – e pessoas que trabalham com o poder público, principalmente federal, no qual atuam no gerenciamento do Programa de Eficiência de Energia da Agência Nacional de Energia Elétrica e outros órgãos públicos que fazem parte da gestão deste segmento.

No caso dos empregos indiretos, estes estão relacionados, por exemplo, com a fabricação de insumos para fabricantes de equipamentos eficientes.

Para o presidente da Abesco Alexandre Moana, o saldo é bastante positivo quanto ao número efetivamente gerado e o potencial de geração de empregos nessa área até a próxima década. “Acreditamos que a Eficiência Energética seja o futuro da responsabilidade humana perante o meio ambiente e os recursos. Por isso, é natural que sejam gerados tantos empregos ligados à temática”, ponderou.

Moana ainda destacou que, de fato, a previsão de crescimento daqui para frente é impulsionada pela maior preocupação ambiental que há atualmente. “Com esse movimento cada vez mais ‘verde’, não só no Brasil, mas no mundo como um todo, certamente esses números vão crescer. É uma tendência”, finalizou.


Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53077637/setor-de-eficiencia-energetica-deve-gerar-mais-de-1-milhao-de-empregos-no-brasil-ate-2030-revela-estudo

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Uma usina no meio do caminho

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, defendeu ontem que o governo encontre uma solução para terminar a construção da Usina Nuclear Angra 3, um imenso canteiro de obras parado desde 2015. O Tribunal de Contas da União, que liberou a continuação do projeto no mês passado, estima que para concluir a usina serão necessários cerca de R$ 17 bilhões. A situação da usina de Angra dos Reis foi tema da reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), ontem plea manhã

“Não estou discutindo mais se Angra é viável ou não. Angra é viável. Não tem como voltar atrás”, afirmou Pepitone. O diretor advogou pela estruturação de um modelo com a participação de todos os atores para viabilizar o projeto. Tal passaria por um esforço de orçamento e, ao mesmo tempo, adaptações nos preços da energia produzida, a fim de tornar o negócio mais atraente para concessionários.

A Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras que é responsável pela operação das usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2 e a construção de Angra 3, defende um reajuste na tarifa da usina como forma de viabilizar a conclusão da usina. Atualmente, o valor da energia está em cerca de R$ 240 por megawatt-hora. A estimativa da Eletrobras estima que o empreendimento seria “minimamente” viável com o patamar de tarifa de R$ 400 por MWh. O problema é que este preço já supera em muito os valores verificados em leilões de energia eólica e solar que vem sendo realizados desde 2015.

A discussão sobre os preços também afeta as outras duas usinas, Angra 1 e 2, já em operação. O diretor da Aneel disse que essa discussão tem de envolver todos os segmentos para que uma decisão seja tomada com segurança. “Assim como tomamos as decisões na Aneel, é feita uma proposta, abre-se uma audiência pública, se promove um debate. A melhor solução técnica há de aparecer, de ser maturada”, disse Pepitone.

Em paralelo, o governo federal procura investidores para o empreendimento. Em junho, a Eletrobras firmou um memorando de entendimento com a estatal de energia francesa Électricité de France (EDF) para promover cooperação na área nuclear. Maior empresa de energia elétrica e nuclear da Europa, a EDF tem 58 plantas nucleares só na França.

As empresas estudam possibilidade de a EDF colaborar com a retomada e conclusão de Angra 3 e também no desenvolvimento de novas usinas nucleares no Brasil. “Além disso, a companhia francesa contribuirá com sua expertise para a operação de Angra 1 e Angra 2 na prevenção do envelhecimento de materiais, na identificação do risco de obsolescência de equipamentos, em manutenção e em treinamento”, informou a Eletrobras.

O cronograma utilizado pela Eletronuclear prevê que as obras serão retomadas em junho de 2020 e concluídas em janeiro de 2026. A capacidade prevista da usina é de 1.405 megawatts. Isso significa energia suficiente para abastecer cerca de 5 milhões de residências. Antes de dar aval à continuação do projeto, o tribunal analisou processo tratando de indícios de irregularidades na licitação e na execução contratual dos projetos executivos da usina, a cargo da Engevix, empresa investigada pelo Ministério Público Federal (MPF), na Operação Lava Jato.

Leia mais em: https://www.jb.com.br/economia/2018/10/945993-uma-usina-no-meio-do-caminho.html

terça-feira, 9 de outubro de 2018

AIE: bioenergia vai ter crescimento expressivo entre 2018 e 2023

A bioenergia moderna vai ter o maior crescimento em recursos renováveis entre 2018 e 2023, de acordo com a mais recente previsão de mercado da Agência Internacional de Energia. O documento diz que as renováveis continuarão sua expansão nos próximos cinco anos, cobrindo 40% do crescimento do consumo global de energia. No setor elétrico, seu uso será mais intenso e será responsável por quase um terço da geração mundial total de eletricidade em 2023. Políticas fracas e empecilhos na implantação fazem com que esse uso seja mais lento no setor de transportes e aquecimento.

O relatório diz que embora o crescimento da energia solar e eólica deva continuar no setor elétrico, a bioenergia continua a ser a maior fonte de energia renovável por causa de seu uso generalizado no calor e nos transportes, setores nos quais outras energias renováveis desempenham um papel muito menor. Segundo Fatih Birol, diretor executivo da AIE, a bioenergia moderna é o gigante negligenciado do campo de energia renovável, sendo cerca de 50% do total da energia renovável no mundo. Ele espera que a bioenergia moderna continue a liderar o campo e tenha grandes perspectivas de crescimento adicional.

O foco na bioenergia faz parte da análise dos “pontos cegos” do sistema energético pela AIE, como o impacto dos condicionadores de ar na demanda por eletricidade ou o crescente impacto dos petroquímicos na demanda global por petróleo. Assumindo que vigorosas medidas de sustentabilidade estejam em vigor, o relatório identifica um potencial adicional inexplorado de bioenergia para “verde” e diversificar o uso de energia nos setores industrial e de transporte.

Enquanto isso, a energia solar fotovoltaica domina a expansão da capacidade de eletricidade renovável. As adições de capacidade renovável de 178 GW em 2017 quebraram outro recorde, respondendo por mais de dois terços do crescimento da capacidade líquida global de eletricidade pela primeira vez. A capacidade solar fotovoltaica expandiu-se mais 97 GW, mais da metade da qual estava na China. Enquanto isso, as adições de vento onshore diminuíram globalmente pelo segundo ano consecutivo, e o crescimento de energia hidrelétrica continuou a desacelerar.

O potencial inexplorado da bioenergia nas indústrias de cimento, açúcar e etanol também é significativo. O crescimento da bioenergia nos setores da indústria, dos transportes e da eletricidade combinados poderia ser tão considerável quanto o de outras energias renováveis no setor elétrico. Uma proporção significativa desse potencial depende de resíduos e resíduos que oferecem emissões de gases de efeito estufa de baixo ciclo de vida e mitigam as preocupações com a mudança do uso da terra. Além disso, o uso desses recursos pode melhorar o gerenciamento de resíduos e a qualidade do ar.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53077397/aie-bioenergia-vai-ter-crescimento-expressivo-entre-2018-e-2023

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Energia elétrica influencia alta de 0,48% no IPCA de setembro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo fechou o mês de setembro com variação de 0,48%, valor superior a taxa de -0,09% registrada em agosto, segundo o IBGE. O acumulado no ano ficou em 3,34%, acima do 1,78% registrado no mesmo período de 2017. Já nos últimos 12 meses, o índice variou 4,53% acima dos 4,19% dos 12 meses anteriores. Em setembro do ano passado, a taxa atingiu 0,16%.

Com inflação de 0,37%, o grupo habitação foi responsável pelo terceiro maior impacto do mês, puxado pela energia elétrica, que apresentou variação de 0,46%. Além da continuidade da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, com a cobrança adicional de R$0,05 por kwh consumido, tiveram aumento tarifário as capitais São Luís (MA), com acréscimo de 12,72% a partir de 28 de agosto; Belém (PA) com mais 1,09% e Vitória (ES) com 5,97%, ambos em vigor desde 7 de agosto.

As demais regiões pesquisadas variaram entre os 6,20% negativos da região metropolitana de Belo Horizonte e 1,74% de Porto Alegre, em razão dos aumentos ou reduções nas alíquotas de PIS/COFINS.


Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53077273/energia-eletrica-influencia-alta-de-048-no-ipca-de-setembro

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Cientistas alertam para impactos ambientais de fontes renováveis de energia

Para salvar o planeta do caos climático, o mundo precisa avançar rapidamente na transição dos combustíveis fósseis para as fontes renováveis de energia. E para que a mudança seja bem-sucedida, é preciso avaliar os prós e os contras de cada modelo de produção energética. Em artigos publicados nesta quinta-feira nas revistas “Environmental Research Letters“ e “Joule”, pesquisadores da Universidade Harvard alertam que a transição para a energia solar ou eólica nos EUA irá exigir entre cinco e 20 vezes mais terras do que se pensava, e que as fazendas eólicas de grande escala poderão aumentar a temperatura média da superfície da parte continental do país em 0,24 grau Celsius.

— O vento bate o carvão em qualquer medição ambiental, mas isso não significa que seus impactos sejam insignificantes — afirmou David Keith, professor de Física Aplicada na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas de Harvard. — Nós devemos nos afastar rapidamente dos combustíveis fósseis para conter as emissões de carbono. Fazend

o isso, devemos fazer escolhas entre várias tecnologias de baixo carbono, todas com impactos sociais e ambientais.

Um dos primeiros quesitos a serem avaliados no impacto ambiental das tecnologias renováveis é o uso da terra. Em um dos artigos, Keith e seu colega Lee Miller, pós-doutorando em Harvard, descobriram que a geração eólica está sendo superestimada por negligenciarem as interações entre as turbinas. Ao movimentar as pás, os ventos perdem força, criando uma “sombra do vento”. Para apenas uma turbina, esse fenômeno não traz tantos impactos, mas para uma fazenda densa ele pode reduzir a produção energética.

No estudo, Keith e Miller identificaram a localização das 57.636 turbinas eólicas instaladas nos EUA e quantificaram a densidade energética de 411 fazendas eólicas e 1.150 usinas solares que estavam em operação nos EUA em 2016.

— Para o vento, nós descobrimos que a densidade energética média — que é a taxa da geração energética dividida pela área ocupada pela usina — era até cem vezes menor do que as estimativas de alguns dos maiores especialistas no setor — afirmou Miller. — A maioria dessas estimativas não consideraram a interação da turbina com a atmosfera. Para uma usina isolada, as interações não são importantes, mas quando as fazendas se estendem por cinco a dez quilômetros, essas interações geram grandes impactos na densidade energética.

Os resultados obtidos por Keith e Miller mostram que a densidade energética das usinas solares está superestimada até mesmo por órgãos importantes nos processos decisórios, como o Departamento de Energia dos EUA e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Para a energia solar, a densidade energética média é dez vezes maior que a produção eólica, mas também muito abaixo das estimativas anteriores. Dessa forma, concluem os pesquisadores, a transição exigirá mais terras do que previsto anteriormente.

No outro estudo, publicado na “Joule”, os cientistas demonstram que a transição energética não apenas irá exigir mais espaço, como irá alterar a dinâmica climática no país. Com base num modelo padrão de análise climática, eles preencheram a parte continental dos EUA com turbinas eólicas capazes de suprir as necessidades atuais de energia. Neste cenário, apenas a colocação das fazendas aqueceu a temperatura média na superfície em 0,24 grau. O cenário é mais drástico durante a noite, quando a variação estimada foi de 1,5 grau Celsius.

O aquecimento é resultado da desaceleração dos ventos provocada pelas pás das turbinas. Os cálculos indicam que o aumento nas temperaturas provocado pelas turbinas é maior que o efeito das reduções das emissões de gases-estufa, pois o aquecimento relacionado com as turbinas tem um efeito local, enquando as concentrações de gases do efeito estufa exigem uma ação global para que os benefícios sejam sentidos.

— Os impactos climáticos diretos da energia eólica são instantâneos, enquanto os benefícios das reduções das emissões se acumulam lentamente — destacou Keith. — Se a sua perspectiva forem os próximos dez anos, a energia eólica, na verdade, tem mais impactos climáticos que o gás ou o carvão. Se a perspectiva forem os próximos mil anos, então a energia eólica tem muito menos impacto climático.

Para a energia solar, os cientistas mediram que os impactos climáticos são cerca de dez vezes menores em comparação às fazendas eólicas.

— Este trabalho não deve ser visto como uma crítica fundamental à energia eólica — defendeu o pesquisador. — Nossa esperança é que o estudo, combinado com observações diretas recentes, marquem um ponto de virada onde os impactos climáticos da energia eólica comecem a receber consideração nas decisões estratégicas sobre a descarbonização do sistema energético.

Leia mais em: https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/cientistas-alertam-para-impactos-ambientais-de-fontes-renovaveis-de-energia-23126497

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Banco do Brasil e EDP assinarão acordo para instalação de usina solar

O Banco do Brasil e a EDP Brasil assinam nesta quarta-feira, 3, contrato para a construção de uma usina solar, que será instalada na cidade de Januária (MG), em uma área de 150 mil metros quadrados, com previsão de início de operação em 2019. A energia produzida será utilizada para abastecer 58 agências do Banco no estado mineiro.

A expectativa é de que a energia obtida possibilitará ao BB reduzir em cerca de R$ 82 milhões em um período de 15 anos a sua conta de luz. Isso corresponderia à economia de 58% na conta de energia dessas unidades.

A usina contará com 15 mil painéis fotovoltaicos que totalizarão a capacidade instalada de 5 megawatts-pico (MWp). Essa energia produzida de forma limpa e 100% renovável irá gerar 11 GWh/ano, o que corresponde ao abastecimento de 4,5 mil residências com consumo médio de 2.400 kWh/ano.

Nos próximos anos, o BB pretende construir outras duas usinas em Minas Gerais, além de expandir o modelo para os estados de Goiás, Distrito Federal, Pará, Maranhão e Bahia.

Leia mais em: https://istoe.com.br/banco-do-brasil-e-edp-assinarao-acordo-para-instalacao-de-usina-solar/

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

BNDES aprova R$ 62,9 mi para geração de energia e interligação à CPFL Paulista

A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 62,9 milhões para a ampliação da capacidade de cogeração de energia elétrica da Pitangueiras Açúcar e Álcool, usina localizada no município de Pitangueiras (SP), a 60 km de Ribeirão Preto. Segundo o banco, o objetivo é otimizar a capacidade industrial do empreendimento e maximizar o potencial de geração de energia a partir do bagaço de cana produzida. O projeto contempla também a interligação de sua subestação à rede da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Paulista).

Com investimento total de R$ 78,6 milhões, o projeto envolve aquisição de maquinário de cogeração, construção de uma subestação elevatória interligada ao sistema em Morro Agudo, implantação de 7 km de linha de transmissão, e obras civis.

Conforme o BNDES, atualmente a usina de cana já produz energia suficiente para sua operação e conta com um excedente de 90 mil MWh que é negociado no mercado livre. “Após a conclusão do projeto, que tem período de implantação de dois anos, a capacidade de geração por hora será ampliada para 70 MW, uma expansão de 180%. Já o potencial de exportação de energia aumentará 133%, chegando a 210 mil MWh em cada ano safra, montante capaz de suprir 44 mil residências anualmente”, diz o banco. Considerando apenas o investimento no empreendimento, a energia gerada é suficiente para atender 25 mil domicílios por ano.


O aumento representará uma oportunidade de incremento de receita para a empresa, que saiu vencedora do leilão de energia A6-2017. Pelas regras da disputa, a partir de 2023 terá a garantia de exportação de parte de sua energia gerada para o mercado regulado do Sistema Interligado Nacional (SIN). Até lá continuará a fornecer para o mercado livre – ambiente por meio do qual grandes consumidores podem negociar o valor da energia adquirida com os fornecedores, o que não é possível no mercado cativo, onde as tarifas são as estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

De acordo com o BNDES, atualmente a biomassa representa 9% da potência outorgada pela Aneel na matriz elétrica do Brasil, abaixo da hidráulica (66%) e fóssil (17%). Considerando a energia gerada a partir da biomassa, o setor sucroenergético responde por 77% do total produzido e florestas representam 21%.

“O financiamento a empreendimentos de cogeração energética a partir do bagaço da cana-de açúcar está em linha com as expectativas positivas de crescimento da demanda por fontes de energias renováveis no Brasil e no mundo”, destaca a instituição.


Leia mais em: https://istoe.com.br/bndes-aprova-r-629-mi-para-geracao-de-energia-e-interligacao-a-cpfl-paulista-2/

terça-feira, 2 de outubro de 2018

MME aprova melhorias e reforços de transmissão

O Ministério de Minas e Energia aprovou iniciativas de melhorias e reforços para o aumento da vida útil das instalações do Sistema Interligado Nacional (SIN), incluídos no Plano de Outorgas de Transmissão de Energia Elétrica 2018. Foram aprovados 556 reforços de pequeno porte, além de 30 melhorias de grande porte para aumento da vida útil das instalações. Segundo o MME, a partir da inclusão no Plano de Outorgas, cabe a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) promover as autorizações para a execução. Veja aqui os projetos aprovados.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53076849/mme-aprova-melhorias-e-reforcos-de-transmissao

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Armazenamento de energia promete revolução no setor elétrico

 A energia gerada por sol ou vento é intermitente, ou seja, não pode ser armazenada em sua forma original.
Mas isso está mudando: o crescimento das energias renováveis será amparado pelas tecnologias de armazenamento que já prometem ser a nova revolução no setor elétrico.

Com elas, é possível gerar energia em horários de baixa demanda (como na madrugada) para usá-la nos horários de ponta, quando o preço sobe.

O armazenamento de energia também é solução para sistemas isolados, sem conexão com linhas de transmissão e dependentes de geradores a diesel, mais caro e poluente.
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Baterias de íons de lítio são a principal tecnologia empregada hoje para permitir que a energia possa ser estocada.

Segundo a consultoria Bloomberg New Energy Finance, os projetos estão em expansão por causa da queda nos preços das baterias de íons de lítio (80% desde 2010), impulsionada pelo aumento na produção de veículos elétricos.
Painéis solares em área verde
Painéis solares instalados na usina solar de Tanquinho, Campinas, São Paulo - Divulgação

Em um relatório de junho, a consultoria estima que US$ 548 bilhões serão investidos no setor até 2050.

A chegada do armazenamento barato em baterias vai ampliar a geração de renováveis, que tomarão parte significativa do mercado de carvão, gás e energia nuclear.

“É energia confiável a um custo menor. O Brasil, que gera energia cara em termelétricas para atender à demanda nos horários de pico, poderá economizar muito”, diz Carlos Augusto Brandão, presidente da Abaque (Associação Brasileira de Armazenamento e Qualidade de Energia).

O país já conta com os primeiros projetos, com R$ 405 milhões em investimentos. Um exemplo vem de Fernando de Noronha (PE), que recebeu um piloto desenvolvido pela Cepel, a concessionária de Pernambuco, e a fabricante de baterias japonesa NEC.

O conjunto de baterias de íons de lítio com 560 kilowatts de capacidade, acoplado a um sistema de placas fotovoltaicas, vai permitir o desligamento de geradores movidos a diesel que hoje abastecem o arquipélago.

O projeto foi aprovado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), no programa de estímulo à pesquisa e desenvolvimento, com investimento de R$ 20 milhões. Esse programa do setor recebe 1% do que é faturado nas contas de energia. Na última edição, selecionou 29 projetos de armazenamento de energia —23 já em desenvolvimento.

A perspectiva é que esses projetos alcancem 1,2 gigawatts em potência armazenada até 2025. “Em três anos esse mercado estará maduro”, diz Brandão.

Países como EUA, Japão e Reino Unido estão ampliando seus sistemas. A americana AES desenvolveu um armazenamento em baterias há dez anos, com experiências consolidadas nos EUA, Chile e Irlanda.

No Brasil, onde opera a subsidiária AES Tietê, o primeiro projeto começou a funcionar este ano em Bariri, a 330 quilômetros de São Paulo, na hidrelétrica que pertence à companhia. Inclui um sistema modular de armazenamento de energia de 161 kW, que pode ser expandido para 1 MW, com baterias de íons de lítio.

“Fizemos esse piloto para comprovar o potencial do armazenamento de energia para o setor elétrico brasileiro”, diz Rogério Jorge, diretor de relacionamento com clientes da AES Tietê.

Além de balancear a intermitência das fontes renováveis e prover energia para sistemas isolados, o armazenamento poderá aliviar as redes de transmissão e ser usado em projetos direcionados a clientes.

Segundo Jorge, o plano é oferecer a tecnologia como solução anti-apagão para empresas do comércio ou indústria que necessitam de segurança no fornecimento.

O Ministério de Minas e Energia estuda realizar este ano os primeiros leilões de energia envolvendo tecnologias de armazenamento. O objetivo é atender aos sistemas isolados de Roraima. O estado é abastecido com linhas de transmissão da Venezuela, que apresenta problemas.

O armazenamento pode gerar negócios para comercializadoras de energia que atuam no mercado livre.

A Electra Energy, de Curitiba, quer investir R$ 18 milhões nisso, e estuda duas possibilidades: a substituição de geradores a diesel por energia armazenada nos horários de maior demanda, e o armazenamento da energia gerada por eólicas na madrugada.

 “O plano é suprir energia de sistemas de armazenamento diretamente aos nossos clientes”, diz Claudio Fabiano Alves, diretor-presidente da Electra.

A empresa quer usar, além de baterias, hidrelétricas reversíveis: nesse sistema, bombas e turbinas levam a água de um reservatório inferior, em períodos de baixa demanda, para um superior.

Quando a demanda aumenta, aciona-se o processo reverso: a água deixa o reservatório superior em direção ao inferior, movimentando as turbinas hidráulicas e gerando energia.
Como funciona o armazenamento em baterias
Ilustração

1- A energia é gerada por painéis solares fotovoltaicos ou turbinas eólicas

2- A energia segue para os controladores de carga, responsáveis por proteger as baterias de sobrecargas, o que poderia comprometer sua vida útil

3- Conjuntos de baterias armazenam a energia, que pode ser acionada nos períodos de maior demanda

4- Antes de chegar à rede elétrica, a energia passa pelo inversor, equipamento que converte de CC (corrente contínua) para CA (corrente alternada). Assim pode ser utilizada nos eletrodomésticos

Leia mais em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/09/armazenamento-de-energia-promete-revolucao-no-setor-eletrico.shtml