quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Fontes renováveis de energia têm potencial de crescimento

O Brasil caminha firme na produção da energia através de fontes renováveis. A oferta interna de energia elétrica, que é um subconjunto da matriz energética, chega a 83% e é produzida por diversas fontes renováveis.

A energia hidrelétrica predomina no país, com 68% de participação na produção, distribuição e consumo. Na sequência, vem a energia de biomassa, a eólica e a solar ou fotovoltaica. O Brasil está bem adiantado em relação à média mundial, que é de apenas 24,1%.

Para a professora Sonia Valle Oliveira, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, a tendência de crescimento da energia de fonte renovável é irreversível e sua participação na matriz energética brasileira será cada vez maior.

Ela destaca o potencial na biomassa, principalmente do reaproveitamento da vinhaça, rica em resíduos orgânicos. A professora lembra a queda de preços na fotovoltaica, o que estimula investimentos de pequenos produtores.

Ouça a entrevista no link
https://jornal.usp.br/atualidades/fontes-renovaveis-de-energia-tem-potencial-de-crescimento/

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

GWEC: fonte eólica instalou 51,3 GW em 2018

Dados divulgados pela  Global Wind Energy Council apontam que foram instalados 51,3 GW de capacidade em 2018 e o Brasil figura como o quinto mercado, com 1,93 GW. A China liderou, com 21,2 GW, seguida pelos Estados Unidos, com 7,5 GW. O valor total mostra uma queda de 3,6% comparado a 2017. De acordo com o relatório, apesar de uma queda de 3,9%  no onshore, o mercado eólico tem se mantido com a média de instalação de 50 GW por ano.

O relatório do GWEC diz ainda que mercados como os da América Latina, Sudeste da Ásia e da África foram responsáveis por 10% das novas instalações do ano passado, com 4,8 GW. A eólica offshore aparece como tendo crescido 0,5% no ano, tendo instalado 4,49 GW. A China ganha liderança pela primeira vez, com 1,8 GW, superando o Reino Unido, com 1,3 GW e a Alemanha, com 0,9 GW. De acordo com o GWEC, a eólica offshore vai se tornar um mercado cada vez mais global. A expectativa do conselho é que se os investimentos e políticas de governo continuarem, a média poderá chega aos 5 GW ou mais por ano, enquanto que os Estados Unidos possam alcançar o primeiro gigawatt entre 2022 ou 2023.

A previsão é que as novas instalações alcancem 55 GW por ano até 2023. O total de capacidade eólica instalada atingiu 591 GW no final de 2018, subindo 9,6% em relação ao final de 2017. De acordo com Ben Backwell, 2018 foi um ano positivo para a energia eólica em todos os principais mercados, com a China liderando o crescimento onshore e offshore. Ele espera um enorme crescimento na Ásia na próxima década e a contínua mudança da Europa para a Ásia como a região propulsora do desenvolvimento eólico.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53091601/gwec-fonte-eolica-instalou-513-gw-em-2018

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Energia de Itaipu pode e vai ficar mais barata, diz novo diretor-geral

A energia da hidrelétrica Itaipu pode e vai ficar mais barata para os consumidores, disse à Reuters nesta segunda-feira o novo diretor-geral brasileiro da binacional, o general Joaquim Silva e Luna, que já iniciou conversas com o lado paraguaio para colocar seu plano em prática.


Silva e Luna, que toma posse na terça-feira, em solenidade que deve contar com a presença do presidente Jair Bolsonaro, disse que vai adotar duas frentes de negociação para diminuir o custo da energia de Itaipu, que responde por parcela significativa da geração de energia do país.

Em uma delas, com auxílio da chancelaria brasileira, está em análise uma redução do custo da energia excedente comprada do Paraguai.

Pelo acordo firmado entre os dois países, cada nação tem direito a 50 por cento da energia gerada pela mega hidroelétrica, mas os paraguaios não usam toda a sua cota e vendem essa sobra ao Brasil.

No entanto, durante o governo Lula, houve acordos que reajustaram o custo desse excedente, que favoreceram os paraguaios.

O general estima que hoje o custo dessa energia excedente comprada pelo Brasil seja o triplo do que se pagava antes do acordo firmado por Lula.

"Não há dúvida que a energia vai ficar mais barata para os brasileiros, e o que se calcula agora é o quanto pode ser", disse Luna, ex-ministro da Defesa.

"O acordo não foi ilegal, mas tem espaço para conversar", adicionou ele.

Além disso, a amortização da usina, construída na década de 70, termina em 2023. Atualmente, calcula-se que quase 70 por cento do custo da energia de Itaipu embute o valor do financiamento adquirido no passado para erguer a binacional.

Com a amortização do ativo, abre-se espaço para uma redução de custo da energia e, consequentemente, um barateamento para os consumidores.

"Não dá para dizer que o preço da energia para o consumidor pode cair até 70 por cento, porque há no horizonte outros compromissos e cálculos a serem feitos e custos", disse.

Ele se referia à necessidade de modernização do sistema tecnológico da usina, de analógico para digital, além de outros compromissos como manutenção de centros de tecnologia e pagamento de royalties às cidades das cercanias da usina.

"A amortização gera um barateamento natural da energia e isso será bom para os brasileiros", afirmou o novo diretor de Itaipu.

Itaipu é recordista mundial de geração de energia, com mais de 2,6 bilhões de megawatts-horas (MWh) acumulados desde o início de sua produção, em 1984.


Leia mais em: https://extra.globo.com/noticias/economia/energia-de-itaipu-pode-vai-ficar-mais-barata-diz-novo-diretor-geral-23480932.html

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Energia livre já conquistou 30% do mercado elétrico

Consumidores que podem escolher seu fornecedor de energia representam hoje 30% de toda a carga do setor elétrico, de acordo com levantamento exclusivo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O preço mais baixo tem sido o maior incentivo à migração de clientes para o ambiente livre. Comercializadores apontam que é possível economizar entre 20% e 30%.
No mercado livre, como o próprio nome indica, o consumidor pode escolher de quem vai comprar energia. Preço, quantidade, prazo de fornecimento e até a fonte também são negociáveis e definidos em contrato. O cliente desse mercado pode comprar diretamente das geradoras (as donas das usinas) ou de comercializadoras, que são uma espécie de revendedores. Para receber a energia, porém, ele precisa estar conectado a uma rede, e paga uma fatura separada pelo serviço da distribuidora, a chamada "tarifa fio".
No fim de dezembro, 5.819 consumidores em todo o País usufruíam do mercado livre de energia, um aumento de pouco mais de 12% em relação ao ano anterior. Metade dos clientes está em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, mas há um crescimento em todas as regiões. No Distrito Federal, por exemplo, a alta foi de 49%; no Tocantins, 55%; e no Pará, 20%. A energia consumida é da ordem de 20 mil megawatts médios (Mw médios).
"O mercado livre de energia só se justifica quando tem preços mais atrativos que os do mercado regulado e, nos últimos anos, essa diferença tem se acentuado bastante", disse o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Rui Altieri.
Atualmente, podem escolher o fornecedor de energia clientes que consomem mais que 3 MW. Além disso, uma lei permite que clientes com consumo entre 500 kW e 3 MW migrem para o mercado livre, desde que eles comprem energia proveniente de fontes alternativas. Para se ter ideia, um transformador de poste que abastece casas de três a quatro ruas tem capacidade média de 75 kW. Esse mercado é para quem paga uma conta de energia na faixa dos R$ 100 mil.
Uma portaria publicada no fim do ano passado pelo governo alterou os limites e vai ampliar o acesso ao mercado livre já neste ano. A partir de 1 de julho, a migração será permitida para quem consome 2,5 MW, e a partir de 1 de janeiro de 2020, o limite cai para 2 MW. Com essa mudança, o crescimento do mercado livre deve ser ainda maior.
A participação pode atingir a 31% ou 32% até o fim de 2020, prevê Altieri, pois 1.200 clientes que hoje não podem migrar poderão fazer essa opção. "Sempre defendemos um crescimento constante, gradual, organizado e de forma contínua do mercado livre, e é isso mesmo o que está acontecendo", diz Altieri.
Clientes residenciais consomem, em média, 160 quilowatts-hora (kWh) e, por isso, são atendidos exclusivamente pelas distribuidoras de energia, que têm as tarifas definidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No ano passado, os reajustes autorizados pelo órgão regulador foram da ordem de 15% a 20%, o que acentuou a vantagem do mercado livre.

Clientes que migram deixam de pagar despesas que oneram a tarifa residencial
O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, diz que a diferença de preços a favor do mercado livre se dá por um movimento "oportunista". Os clientes que migram para o mercado livre deixam de pagar algumas despesas que oneram a tarifa dos residenciais, como a energia de Itaipu, em dólar; de Angra 1 e 2, que é mais cara, e o empréstimo de R$ 22 bilhões feito em 2014 para socorrer o setor, que foi incluso de forma parcelada nas tarifas até 2020. Segundo a Abradee, juntos, esses itens custam R$ 65,00 por MWh, valor que não é pago no mercado livre.
"O empréstimo foi uma decisão política do governo e foi feito para evitar um reajuste muito alto em ano eleitoral. Todos consumiram têm que pagar", disse Leite. "A analogia que faço é aquela situação em que todos se reúnem em uma mesa de bar, comem, bebem, e alguns vão embora antes de pagar a conta, que sempre é alta e sobra para poucos", comparou. A diretora da Aneel, Elisa Bastos Silva, reconhece que há um incentivo para a venda de energia a partir de fontes incentivadas para consumidores especiais, e que a conta é custeada pelos demais clientes, por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) - encargo embutido na conta de luz.

Câmara vai analisar criação de usinas eólicas e solares no mar
Projeto de Lei nº 1.1247/18, do Senado, autoriza a implantação de usinas no mar para a geração de energia elétrica a partir de fontes eólica e solar. As plataformas poderão ser instaladas no mar territorial (até 22 quilômetros da costa) e na zona econômica exclusiva (até 370 quilômetros).
O texto, que foi apresentado pelo senador Fernando Collor (PTC-AL), também admite a implantação das usinas nas chamadas águas interiores - como lagos e rios. O projeto altera quatro lei do setor energético (9.074/95, 9.478/97 e 10.847/04).
A proposta autoriza a implantação de parques eólicos com potência superior a 5 mil quilowatts (kW) em águas interiores, no mar territorial e na zona econômica exclusiva. As usinas solares com potência superior a mil kW poderão ser implantadas em terras ou corpos d'água sob domínio da União.
O edital de licitação deverá trazer uma minuta básica do contrato, além de informações sobre os "prismas eólicos e fotovoltaicos". Definidos pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), os prismas são as regiões marinhas destinadas à exploração energética. A licitação realizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá ser precedida de estudos de impacto ambiental.
O contrato de concessão deve garantir ao concessionário o direito de instalar estruturas no leito marinho. O documento também precisa definir o espaço subaquático destinado à passagem de dutos e cabos.
O texto proíbe a concessão de prismas eólicos ou fotovoltaicos em áreas coincidentes com blocos de exploração de petróleo e gás. Mas admite uma exceção: centrais eólicas ou solares podem ser instaladas para o consumo das plataformas petrolíferas.
O edital de licitação e o contrato de concessão ou de autorização disporão sobre o pagamento mensal, ao Estado brasileiro, pela ocupação da área a ser explorada. O valor arrecadado dos concessionários será distribuído aos estados (45%), municípios (45%), Ministério do Meio Ambiente (3%), Ministério de Minas e Energia (3%) e para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fndct), que financia pesquisa científicas (4%).
O texto em análise na Câmara estabelece que o rateio dos recursos destinados aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios obedecerá às mesmas regras do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O dinheiro deverá ser usado, exclusivamente, no financiamento à saúde e educação públicas.
O projeto será analisado pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Minas e Energia; Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois segue para o Plenário da Câmara.

Leia mais em: https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/cadernos/jc_logistica/2019/02/670832-energia-livre-ja-conquistou-30-do-mercado-eletrico.html

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Padrões globais mantiveram mais de 74.000 trabalhadores de energia eólica seguros em 2018

A Global Wind Organisation publica segundo relatório anual sobre treinamento de trabalhadores do setor de energia eólica
74.432 técnicos, em 156 países, receberam certificado válido de treinamento da GWO até 31.12.18
Rápido crescimento resulta em aumento de 65% de trabalhadores treinados
COPENHAGUE, Dinamarca, 20 de fevereiro de 2019 /PRNewswire/ — Um grupo das maiores fabricantes e empresas proprietárias de turbinas eólicas do mundo reafirmaram hoje seu compromisso de adotar padrões mínimos de treinamento em segurança, reconhecidos globalmente, para trabalhadores de todo o mundo.

A Global Wind Organisation (GWO), organização sem fins lucrativos controlada por 16 grandes empresas de energia eólica, relatou rápidos aumentos no número de pessoas treinadas em seus padrões. Os padrões da GWO alinham treinamento técnico e em segurança básica com um conjunto de especificações unificadas, reconhecidas em todo o mundo, criando uma força de trabalho mais segura e mais produtiva.

Com 74.432 (+ 65%) pessoas detendo certificados válidos até o final de 2018, de 5% a 10% da força de trabalho global no setor de energia eólica[1], segundo as estimativas, foram treinadas nos padrões da GWO.

O diretor de Segurança da Acciona Energia e presidente do conselho da Global Wind Organisation, Eloy Jauregui, disse:


“Ter de 5% a 10% da força de trabalho treinada nos padrões da GWO é uma realização. Mas nosso desafio está apenas começando”

“As pessoas que trabalham em turbinas eólicas em todo o mundo normalmente não são treinadas nos padrões da GWO e acreditamos que o que for possível deverá ser feito. Iremos aumentar nossos esforços para engajar os trabalhadores globalmente e colaborativamente, promover a adoção de padrões de segurança mutualmente reconhecidos e fornecer governança adequada à realização do treinamento, de forma que possamos cumprir nossa missão de criar um ambiente de trabalho sem acidentes no setor de energia eólica”.

O Relatório Anual de 2018 da GWO pode ser baixado aqui.

Destaques incluem os seguintes dados:

Número de pessoas com registro válido da GWO

Data

Total

% de alteração

31.12.2017

45.314

31.12.2018

74.432

+ 65%

Unidades de treinamento certificadas da GWO

Data

Total

% de alteração

31.12.2017

220

31.12.2018

288

+ 31%

Notas aos editores  

A GWO é uma organização sem fins lucrativos de empresas proprietárias de turbinas eólicas e de fabricantes de turbinas eólicas, comprometidas com a criação e adoção de treinamento de segurança e procedimentos de emergência padronizados.

Provedoras independentes de treinamento fornecem treinamento certificado da GWO a delegados em todo o mundo. Os registros de treinamento são carregados e armazenados no banco de dados WINDA da GWO. Os registros de cada trabalhador treinado pela GWO são identificados por uma identidade do WINDA (WINDA ID) única e pessoal, permitindo aos empregadores verificar os registros de treinamento de forma rápida e fácil, fornecendo mobilidade aos trabalhadores e ajudando os empregadores a evitar despesas desnecessárias com retreinamento.

Leia mais em: https://exame.abril.com.br/negocios/releases/padroes-globais-mantiveram-mais-de-74-000-trabalhadores-de-energia-eolica-seguros-em-2018/

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

China quer construir primeira usina de energia solar no espaço

As ambições espaciais da China estão chegando a uma nova órbita, a econômica. Após a inédita e bem-sucedida viagem de uma sonda para o lado oculto da Lua, a China se prepara para construir uma usina de energia solar no espaço, em um momento em que a segunda maior economia do mundo busca fortalecer sua imagem de superpotência. Com orçamento anual de US$ 8 bilhões para seu programa espacial, inferior apenas ao dos EUA, a China busca competir com o rival pelo domínio econômico, militar e tecnológico.

Os cientistas do país já iniciaram a construção de uma base experimental na cidade de Chongqing, no Oeste da China. Inicialmente, eles planejam desenvolver uma estação de energia de menor porte na estratosfera entre 2021 e 2025, uma instalação solar de 1 megawatt no espaço até 2030 e, futuramente, geradores maiores, segundo o jornal estatal Science and Technology Daily.

Entre outros empreendimentos que a China planeja para o espaço, está o desenvolvimento de foguetes privados. O presidente Xi Jinping flexibilizou o monopólio do governo sobre os lançamentos espaciais, estimulando a formação de pequenas empresas nacionais que sonham desafiar companhias como a Space Exploration Technologies, de Elon Musk, a Blue Origin, de Jeff Bezos, e a Virgin Galactic, de Richard Branson.

Agricultura lunar
Já no front da agricultura, lembrando o filme de ficção científica de 2015 “Perdido em Marte”, estrelado por Matt Damon, a missão lunar da China também verifica se o solo estéril de nosso satélite pode suportar vida. Imagens enviadas pela sonda Chang’e-4 no mês passado mostraram a primeira folha verde oriunda de sementes de algodão por lá nove dias após o início de um experimento, segundo a Universidade de Chongqing, que conduziu o projeto biológico.

Por fim, levando a rivalidade com os EUA aos espaço, a China está investindo pelo menos US$ 9 bilhões para criar um sistema de navegação e reduzir sua dependência do GPS, que é de propriedade americana.

A China pretende construir sua própria estação espacial por volta de 2022. Chamada Tiangong, ou Palácio Celestial, ela terá um módulo central e dois outros módulos para experimentos, pesará um total de 66 toneladas e será capaz de receber três pessoas, com um ciclo de vida projetado de pelo menos 10 anos. O país tem mais missões em desenvolvimento. Outras quatro versões da sonda Chang’e estão no horizonte, e pelo menos duas delas foram planejadas para pousar no polo sul da Lua, segundo Wu Yanhua, vice-administrador da Administração Espacial Nacional da China.

Leia mais em: https://oglobo.globo.com/economia/china-quer-construir-primeira-usina-de-energia-solar-no-espaco-23461836

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Preço da energia cai 7% no mercado à vista, diz CCEE

O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) para o período entre 16 e 22 de fevereiro caiu 7% nos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul ao ser fixado em R$ 472,96/MWh, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).  No Nordeste, o preço também foi reduzido, ficando em R$ 164,36/MWh, enquanto no Norte, voltou ao piso de R$ 42,35/MWh.

Segundo a CCEE, a queda no PLD é explicada pela previsão mais otimista de afluências, verificação de níveis de armazenamento dos reservatórios mais altos que os estimados e pela expectativa de redução na carga. A previsão de Energias Naturais Afluentes (ENAs) para o Sistema Interligado Nacional (SIN) foi revista de 57% para 60% da média histórica com índices em 64% no Sudeste, 64% no Sul, 21% no Nordeste e em 72% da média histórica no Norte.

Para a próxima semana, a carga esperada deve ficar cerca de 1.080 MW médios mais baixa, com redução prevista no Sudeste (-1.190 MW médios) e elevação nos demais submercados: Sul (+10 MW médios), Nordeste (+5 MW médios) e Norte (+95 MW médios).

Já os níveis dos reservatórios do SIN ficaram cerca de 740 MW médios superiores à estimativa anterior. A elevação foi observada no Nordeste (+260 MW médios) e no Norte (+680 MW médios). No Sul, os níveis estão cerca de 200 MW médios mais baixos, enquanto permanecem inalterados no Sudeste.

O fator de ajuste do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) para fevereiro foi revisto de 152,5% para 151,7%. O Encargo de Serviço de Sistema (ESS) esperado para o período é de R$ 166 milhões, sendo R$ 23 milhões referentes à restrição operativa, R$ 126 milhões referentes à reserva operativa de potência e R$ 16 milhões à segurança energética, previsão que pode variar em razão da atual conjuntura.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53090525/preco-da-energia-cai-7-no-mercado-a-vista-diz-ccee

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Pesquisa mostra que compromisso de empresas com energia e sustentabilidade está crescendo

Relatório apresentado pela Schneider Electric mostra que mais empresas percebem benefícios em assumir compromissos públicos com a redução de energia, carbono e resíduos, e estão fomentando mudanças internas, com ou sem mandatos governamentais ou regulatórios. O Relatório de Progresso das Empresas em Energia e Sustentabilidade 2019 analisou tendências, barreiras e oportunidades globais que afetam a energia empresarial e programas de gestão de carbono. A pesquisa foi feita com mais de 300 profissionais globais responsáveis por energia e sustentabilidade em empresas que possuem mais de US$ 100 milhões em receita anual.

A pesquisa diz que quase 60% das organizações pesquisadas têm metas compartilhadas com clientes, investidores e demais stakeholders. Já 9% estão considerando compromissos desse tipo. Outra conclusão que o estudo aponta é que 28% das companhias são específicas e ambiciosas nas suas metas, juntando-se a iniciativas estabelecidas como a empresarial em prol da energia elétrica sustentável, metas baseadas em ciência e zero desperdício em aterro.

Empresas que operam em diferentes regiões geográficas têm quase 10% mais chances de assumir compromisso público do que as localizadas em apenas uma região. Negócios baseados na Europa estabelecem metas públicas com mais frequência do que seus pares norte-americanos, um total de 65% contra 58%. As empresas que assumiram compromisso público têm maior probabilidade de implementar tecnologias avançadas, como renováveis on e offsite, armazenamento de baterias e veículos elétricos.

De acordo com o CEO global da Schneider Electric, Jean-Pascal Tricoire, os líderes empresariais percebem que precisam assumir as rédeas e desempenhar seu papel em um ambiente de energia em evolução. Segundo ele ser um consumidor passivo é uma desvantagem competitiva e operacional. Portanto, independentemente de regulamentações ou mandatos, as empresas estão adotando estratégias agressivas para reduzir as emissões, aumentar a eficiência e colocar a energia para trabalhar em prol do planeta e dos seus resultados.

Outro dado de destaque no relatório é que o movimento em direção à descarbonização e descentralização continua a estimular o interesse e o investimento em energia renovável: 52% das empresas têm renováveis no local, 40% contrataram renováveis offsite, e 34% estão usando certificados de atributos de energia, como créditos de energia renovável ou garantias de origem, para lidar com a pegada de carbono da eletricidade que elas compram e consomem. O financiamento foi apontado como uma dificuldade constante e a falta de capital não é um obstáculo tão grande quanto se  parece. Cerca de 57% dos  entrevistados que discordaram que seu departamento foi exitoso na obtenção de orçamento para iniciativas de energia ou sustentabilidade, apontaram “capital limitado” como o principal motivo.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53090351/pesquisa-mostra-que-compromisso-de-empresas-com-energia-e-sustentabilidade-esta-crescendo

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

ONS: forte crescimento pode levar a revisão no planejamento energético

De acordo com o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata, um forte crescimento econômico deverá levar a uma revisão do planejamento do setor. Barata participou de evento nesta quarta-feira, 13 de fevereiro, promovido pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro.

Apesar do aviso, o diretor do ONS garantiu que isso não deverá ser problema e que a capacidade instalada poderá ser adequada a esse crescimento. Ele reforçou que o abastecimento aos consumidores está garantido, apesar das altas temperaturas que vem sendo registradas nesse verão, além da falta de chuvas. Em dezembro, em entrevista coletiva a jornalistas, ele já havia garantido a segurança do sistema. Na última reunião do CMSE, foi autorizado o despacho fora da ordem de mérito para térmica com Custo Variável Unitário em torno de R$ 588/ MWh.

Barata ressaltou ainda a pujança e a segurança do Sistema Interligado Nacional, lembrando os recentes recordes seguidos de carga que foram registrados em regiões do país no último mês.


Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53090249/ons-forte-crescimento-pode-levar-a-revisao-no-planejamento-energetico

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Energia eólica já representa 8% da matriz energética brasileira

Levantamento recente da GWEC (sigla inglês para Conselho Global de Energia Eólica) detalhou os dados da produção de energia eólica nas Américas do Sul, Norte e Central.

No ano passado, os 3 subcontinentes, juntos, totalizaram 25% da capacidade global do setor, com 135 GW (o que equivale a 135 bilhões de Watts). Lideram a lista Brasil, Estados Unidos e México.

O continente instalou 11,9 GW ano passado e registrou 1 aumento de 12% na produção em relação a 2017. A expectativa é que até 2023 mais 60 GW sejam adicionados.

BRASIL
Líder de capacidade de produção de energia eólica na América do Sul, o país adicionou 2 GW em 2018 e agora possui 14,7 GW. Isso representa 8% de toda a matriz energética brasileira.

A Região que mais concentra essa produção é, de longe, o Nordeste, com 85%. O Estado do Piauí lidera entre as unidades da Federação, seguido do Rio Grande do Norte e da Bahia, que deve assumir a liderança futuramente devido, principalmente, à sua extensão territorial.


Leia mais em:
https://www.poder360.com.br/tecnologia/energia-eolica-ja-
representa-8-da-matriz-energetica-brasileira/

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Shell entra no mercado de geração de energia elétrica no país

A Shell Brasil, que atua na exploração e produção de petróleo no Brasil, decidiu entrar com força também na geração de energia elétrica. A petroleira vai participar do projeto de construção e operação da termelétrica Marlim Azul, em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro. A entrada da Shell no negócio foi confirmada pelo Pátria Investimentos, que junto com a Mitsubishi Hitachi Power Systems (MHPS), formam o consórcio Marlim Azul, detentor da concessão da termelétrica.

Além de participar do projeto, a Shell vai fornecer para a usina o gás natural que será produzido nos campos do pré-sal, na Bacia de Santos. A Shell é um dos sócios do consórcio operado pela Petrobras que explora a área gigante de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos.

A entrada da Shell no consórcio Marlim Azul foi antecipada por Lauro Jardim em sua coluna no Globo do último domingo. O Pátria Investimentos ficará com 50,1% do projeto, a Shell, com 29,9% e o Mitsubishi, com 20%.

A usina termelétrica Marlim Azul terá 565 megawatts (MW) de capacidade, suficiente para atender o consumo de uma população de 2,5 milhões de habitantes. Os investimentos estimados são de US$ 700 milhões, e previsão para entrar em operação em 2022.

O negócio com a entrada da Shell já foi aprovado pelo conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em dezembro do ano passado. Antes da entrada da Shell, o consórcio Marlim Azul Energia era formado pela Mitsubishi Hitachi Power Systems Americas, e a Pátria Infraestrutura (fundo de investimentos em participações Pátria Infra FIP), que ganhou a concessão no leilão de energia realizado pelo governo em 2017.

A Shell deu o primeiro passo para atuar no setor elétrico em 2017 quando criou a Shell Energy Brasil (SEB) com objetivo de expandir os negócios de energia do grupo Shell. A SEB já atua como comercializadora de energia. Procurada, a companhia não comentou o assunto.


Leia mais em: https://oglobo.globo.com/economia/shell-entra-no-mercado-de-geracao-de-energia-eletrica-no-pais-23445878

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Brasil, EUA e México lideram produção de energia eólica nas Américas

O Brasil, os Estados Unidos e o México despontam como líderes na produção de energia eólica nas Américas, segundo dados recentes do Conselho Global de Energia Eólica (Global Wind Energy Council - GWEC, na sigla em inglês). Como um todo, as Américas do Norte, Sul e Central responderam por 25% do total da capacidade instalada global dessa energia em 2018.

Segundo o GWEC, a capacidade instalada total de energia eólica nas Américas agora totaliza 135 GW - aumento de 12% em relação a 2017. A expectativa é que a procura por esse tipo de energia na região continue, e a organização prevê a adição de 60 GW em novas capacidades eólicas entre 2019 e 2023.

Sediado em Bruxelas, na Bélgica, o GWEC é um órgão que representa o setor de energia eólica global, reunindo mais de 1.500 empresas e organizações em mais de 80 países, incluindo fabricantes, institutos de pesquisa, associações nacionais de energia eólica, fornecedoras de energia, empresas financeiras e seguradoras.
Brasil

Líder em energia eólica na América do Sul, o Brasil adicionou 2 GW de capacidade eólica à sua matriz energética em 2018 e leiloou capacidade desse tipo de energia a preços competitivos em nível global de US$ 20 por MWh, segundo o GWEC.

A informação é confirmada pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério das Minas e Energia, Reive Barros. Segundo ele, o Brasil tem hoje capacidade instalada de produção de energia eólica de 14,7 GW. "Isso representa, na matriz energética brasileira, cerca de 8% do total. A meta é que daqui a dez anos este percentual suba para 13%."

O secretário disse que a região Nordeste responde por 85% da produção de energia eólica brasileira, com destaques para os estados do Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia, nesta ordem. "Num prazo mais longo, contudo, a Bahia deverá assumir a liderança, por suas dimensões territoriais e potencialidades."

Para este ano, Barros diz que estão previstos dois leilões para implantar parques eólicos no país. Um no primeiro semestre, a ser implantado em quatro anos, e outro no segundo semestre, com prazo de implantação de seis anos. "Nossa meta para a energia eólica no Brasil é crescer 2,2% ao ano."
Américas

Os dados mais recentes divulgados pelo GWEC mostram que em 2018 a capacidade instalada de energia eólica das três Américas foi de 11,9 GW - aumento de 12% em relação a 2017. Na América do Norte (Canadá e EUA), houve aumento de 10,8% na capacidade adicionada em relação a 2017. Já na América Latina, a adição de capacidades cresceu 18,7% em relação a 2017.

Segundo o GWEC, na América Latina, o compromisso com leilões serviu para impulsionar o desenvolvimento do setor. A expectativa é que a região continue a crescer na área eólica em 2019, com expansão maior da cadeia de suprimentos.

"O desenvolvimento do mercado de energia eólica na América Latina se mostra bastante positivo. O Brasil realizou novamente leilões de grande escala e esperamos que o primeiro leilão na Colômbia ocorra este mês de fevereiro. Outros investimentos na cadeia de suprimentos por parte das principais fabricantes de equipamentos originais na Argentina comprovam o potencial do mercado no longo prazo", disse Ben Backwell, diretor do GWEC.

Por causa de sua forte característica ecológica, a geração de energia eólica contribui de forma significativa para ajudar os países a cumprir com suas metas previstas em acordos internacionais sobre o clima. O crescimento desse tipo de energia é parte fundamental da solução para reduzir emissões de gases, fortalecer a segurança energética, reduzir custos e aumentar o investimento em economias locais.

De acordo com Karin Ohlenforst, diretora de Inteligência de Mercado do GWEC, "o crescimento da energia eólica na América do Sul, em particular, comprova como essa fonte energética é competitiva nos mercados de leilão".

Leia mais em: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/02/11/brasil-eua-e-mexico-lideram-producao-de-energia-eolica-nas-americas.htm

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Executivos veem saída de mais consumidores do grid, aponta estudo

A mais recente edição do estudo Digitally Enabled Grid, da Accenture, revelou que 95% dos executivos de concessionárias concordam que, ao longo dos próximos dois anos, os consumidores de energia elétrica irão optar cada vez mais pelo abastecimento off-grid e usar a rede apenas em situações de emergência.

Esse comportamento decorre da implantação da geração distribuída, em um ritmo acelerado, superior à capacidade de construção de novas redes pelas concessionárias. Dos 150 executivos entrevistados em 25 países, incluindo o Brasil, quase metade, ou 48% afirmou que parte de suas redes de abastecimento chegará à capacidade máxima em até três anos, enquanto apenas 1% acredita que isso levará mais de cinco anos.

Na versão anterior, 58% de um universo de 100 executivos acreditavam que, em 2030, a GD levaria à redução de receitas. Segundo o estudo, esse sentimento estava atribuído ao avanço dessa modalidade de produção de energia incluindo baterias solares fotovoltaicas residenciais e a combustível.

A proporção de consumidores residenciais e comerciais usando energia solar fotovoltaica nos mercados analisados pode ultrapassar a marca de 15% até 2036 em algumas regiões, como a Califórnia. A tendência, aponta, provavelmente continuará a afetar o crescimento da demanda líquida de eletricidade no futuro próximo.

O estudo também observa que o aumento da implantação de GD irá dificultar as operações das concessionárias, exigindo que as empresas do setor tomem medidas para evitar os gastos excessivos de reforço da rede necessários para administrar novos fluxos de energia da GD.

De acordo com a modelagem da Accenture, alguns mercados poderiam gerar uma economia de custos significativa para reforço de capital simplesmente por meio de uma melhor identificação das restrições locais na rede de distribuição. Um aumento de 10% na precisão das previsões da GD resultou em uma economia projetada de 15% a 28% em Nova York, 14% a 18% na Califórnia, 14% a 15% na Austrália e 11% a 12% no Reino Unido e na Holanda.

A integração da GD aparece como a segunda área de maior prioridade entre diferentes oportunidades de economia de custos e foi citada por 59% dos entrevistados como uma de suas cinco principais opções. A prioridade absoluta, segundo 61% dos entrevistados, é reduzir os custos unitários da cadeia de suprimentos por meio de previsões aprimoradas de materiais e solicitações de serviço.

A GD, ao mesmo tempo que representa um desafio para as empresas de distribuição, traz diversas oportunidades. Entre os entrevistados, 95% afirmam que a prestação de serviços de GD e de armazenamento será uma das principais áreas de crescimento de lucros para as empresas de distribuição depois de 2025. Mais da metade dos entrevistados em todo o mundo também identificou os seguintes ativos como uma oportunidade para seus negócios: GD em grande escala, armazenamento conectado à rede, prosumidores de GD em pequena escala e armazenamento comunitário.

Expansão do consumo

O estudo identifica por meio da modelagem da consultoria um crescimento potencial da demanda por eletricidade de até 31% entre os anos de 2026 e 2036, após um período de estagnação. O estudo e a modelagem atribuem, em parte, o crescimento ao impacto significativo dos veículos elétricos e da eletrificação do aquecimento de edifícios no aumento da demanda, começando por volta de 2025.
Mas o aumento a porcentagem de veículos elétricos plug-in em relação ao número total de veículos deverá ser lento, é previsto em 1% em 2019 e 3% até 2025, podendo chegar a 37% até 2040, liderada por ônibus municipais, scooters e pequenos veículos comerciais.

A descarbonização dos edifícios também deve aumentar a demanda por eletricidade em longo prazo, com 96% dos executivos de concessionárias concordando que esse processo reduzirá significativamente a demanda residencial e comercial por gás natural até 2040.

Apenas os efeitos combinados da eletrificação de transporte e de aquecimento poderiam elevar significativamente a demanda de pico, com os dados da Accenture sugerindo que o consumo médio de eletricidade no horário de pico poderia aumentar aproximadamente 63% em relação a 2016 em 2040.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53089768/executivos-veem-saida-de-mais-consumidores-do-grid-aponta-estudo

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Preço spot da energia pode tocar teto neste mês se chuva não melhorar, dizem analistas

O preço spot da energia elétrica, ou Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), pode tocar o teto permitido pela legislação ainda em fevereiro caso não haja melhora no volume de chuvas previsto para a região dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil, disseram analistas à Reuters.

Se confirmada a projeção, seria a primeira vez desde 2015 que o preço spot chega ao nível máximo ainda no chamado "período úmido", que vai de novembro a abril e geralmente registra precipitações mais intensas na região das usinas hídricas.

A alta do preço spot, bastante influenciado pela hidrologia, aumenta chances de bandeiras tarifárias, que elevam custos na conta de luz para sinalizar a menor oferta de energia. O movimento ainda leva ao acionamento de mais térmicas, que também geram custos para os consumidores.

"Se não chover até meados de fevereiro a gente acha que vai dar teto ainda neste mês, não tem como fugir disso", disse a gerente da consultoria Thymos Energia, Daniela Souza.

O preço spot no Sudeste, região que concentra o consumo de energia e os maiores reservatórios, chegou a tocar 59,43 reais por megawatt-hora no começo de dezembro, quando as chuvas estavam em maior nível e as expectativas para 2019 eram positivas.

Desde meados de dezembro, no entanto, o cenário hídrico virou e os preços saltaram rapidamente, tocando 457 reais nesta semana, ante teto regulatório de 513,89 reais por MWh.

"Não começamos bem o período úmido, e agora não está chovendo. Aí (se o preço chegar ao máximo) ele só sai do teto quando tiver uma previsão de que vai chover (mais)", acrescentou ela.

O responsável pela área de preços da comercializadora Quantum Energias, Henrique Kido, também avalia que os preços spot estão muito perto de tocar o teto regulatório.

"Pela nossa projeção, é bem realista dar preço teto. Preço spot da próxima semana estamos vendo no máximo no Sudeste e no Sul. Se não for teto, vai ser (na casa dos) 500 reais", afirmou.

A expectativa da Quantum é de um PLD médio para fevereiro de 472 reais por MWh no Sudeste, segundo Kido. Já no Norte e no Nordeste os valores devem seguir ainda abaixo disso, com médias para o mês previstas em 174 reais e 44 reais por MWh.

Segundo dados compilados pela Quantum, as chuvas na região das hidrelétricas do sistema elétrico brasileiro têm apresentado neste ano o quinto pior desempenho desde 1931, quando começaram os registros.

No Sudeste, as precipitaçõs para fevereiro estão estimadas em apenas 64 por cento da média histórica. No Nordeste, segunda região em reservatórios, a estimativa é de apenas 17 por cento da média, conforme boletim da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Os preços spot mais elevados também já impactam as cotações no mercado livre de energia, no qual grandes consumidores negociam diretamente com fornecedores, com efeitos até nos contratos de prazo mais longo, geralmente menos sujeitos à influência das chuvas.

Os contratos de energia convencional de longo prazo saíram de uma média de 160 reais por MWh em meados de dezembro para 177 reais nesta semana, alta de mais de 10 por cento, segundo dados da consultoria Dcide.

Leia mais em: https://extra.globo.com/noticias/economia/preco-spot-da-energia-pode-tocar-teto-neste-mes-se-chuva-nao-melhorar-dizem-analistas-23432713.html

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Eólica lidera expansão em janeiro, aponta Aneel

Dados preliminares da Agência Nacional de Energia Elétrica sobre o acompanhamento da expansão da geração apontam que o país acumulou no mês de janeiro 239,7 MW em capacidade instalada nova. Desse volume a maior parte teve origem na fonte eólica com 133,7 MW adicionados, em seguida veio a fonte solar com 103 MW. Os 3 MW restantes são originados em PCH.
A estimativa da Aneel é de que este ano o país veja o acréscimo da matriz elétrica em mais 4.664,82 MW. Nível de expansão anual menor que este foi verificado pela última vez em 2012, de acordo com a série histórica que começa em 1998. Os dados compilados pela agência reguladora vão até o dia 15 de janeiro.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53089402/eolica-lidera-expansao-em-janeiro-aponta-aneel

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Maior adesão à tarifa branca pode estimular expansão da microgeração

A tarifa branca pode ajudar na expansão da microgeração e aliviar o parque gerador do País. Em vigor desde 2018, a modalidade de cobrança deve contribuir para a redução do consumo em um momento de retomada econômica, mas ainda é pouco difundida.“Nossa matriz elétrica não está dimensionada para o crescimento esperado da economia e isso deve causar um aumento no preço da energia”, aponta o diretor de relacionamentos e negócios da empresa W-Energy, Wagner Cunha Carvalho.Especialistas vêm alertando que, com a redução de capacidade de reservatórios hidrelétricos do Brasil, o aumento de demanda por energia decorrente do aquecimento da atividade industrial deve gerar um encarecimento dos preços.A tarifa branca, modalidade em que o valor da energia varia conforme a hora e o dia da semana, é uma forma de incentivo para a redução do consumo em “horário de ponta”, quando a demanda é maior. “A tarifa começou voltada para média tensão, com a proposta de incentivar o consumo fora do horário onde há sobrecarga”, explica Carvalho.Aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a tarifa branca entrou em vigor com adesão permitida aos consumidores com média mensal superior a 500 quilowatt-hora por mês (kWh/mês). Desde 1º de janeiro de 2019, a modalidade de cobrança tornou-se opcional para quem consome mais de 250 kWh/mês, o que representa cerca de 15,9 milhões de unidades consumidoras. “É vantajoso para quem não consome no horário de ponta e pode representar até 15% de redução da cobrança. Mas se não tiver disciplina, pode ficar 70% mais caro”, estima Carvalho.Uma alternativa para explorar os benefícios da tarifa branca, sem a necessidade de alterar os hábitos do consumidor, é por meio da microgeração. “Existe uma expectativa de crescimento da cogeração distribuída para reduzir o consumo e ganhar descontos nas concessionárias”, destaca o executivo. Na micro ou minigeração, o consumidor produz a própria energia, por meio de painéis solares, por exemplo, e pode injetar a energia excedente na rede da distribuidora. Isso possibilita gerar energia nos horários de ponta, trazendo redução de gastos em relação à tarifa convencional. De acordo com a Aneel, atualmente existem mais de 53 mil unidades consumidoras usando o sistema de micro ou minigeração distribuída e gerando um total de 660,13 megawatts (MW) de energia. A maior parte delas usa placas solares para gerar energia elétrica.O diretor técnico da CAS Tecnologia, Odair Marcondes, detalha que a adesão à tarifa branca e cobrança por horário traz a necessidade da instalação de medidores inteligentes. “Esse tipo de medidor também consegue analisar o consumo de quem tem gerador em casa. Quando tem um excedente, devolve para rede e gera créditos, reduzindo custos.”Marcondes conta que a adesão à tarifa branca também traz benefícios às distribuidoras de energia. “À medida que o consumo se torna mais uniforme ao longo do dia, as concessionárias não precisam dimensionar sua rede para um pico de horário, podendo priorizar outros investimentos.”Baixa procura Conforme dados da Aneel, até novembro do ano passado apenas 3.082 unidades consumidoras aderiram à tarifa branca, o que corresponde a menos de 1% do total de possíveis migrações.Marcondes entende que uma grande adesão não era esperada e que o mercado ainda se prepara para a demanda de medidores inteligentes. “A tecnologia de gestão de dados é irreversível e o fornecimento de energia ainda é carente disso. Mesmo que a adesão não seja impactante agora, no longo prazo vai fazer a diferença.”

Leia mais em: https://www.dci.com.br/impresso/maior-ades-o-a-tarifa-branca-pode-estimular-expans-o-da-microgerac-o-1.777648

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Mercado livre de energia busca crescimento

Formado por grandes consumidores, que podem optar de quem vão comprar energia, o mercado livre dá sinais que crescerá cada vez mais no Brasil. Além da diversificação dos interessados (em um primeiro momento, foram as grandes empresas que fizeram a migração; agora, esse leque está se abrindo), neste ano, começará a vigorar a redução dos limites de demanda para quem quiser adotar essa prática.
Atualmente, quem possui demanda superior a 3 MW pode sair da rede cativa (que é alimentada por distribuidoras como a CEEE-D e a RGE) e escolher de quem vai comprar energia, independentemente da fonte selecionada (térmica, hídrica, eólica etc.). Quem tem demanda entre 0,5 MW e 3 MW também pode seguir esse caminho, mas é chamado de consumidor especial e precisa adquirir energia renovável (como eólica, biomassa ou de pequenas centrais hidrelétricas). Porém, em 28 de dezembro, o Ministério de Minas e Energia publicou a Portaria nº 514/2018, que estipulou a redução do limite de carga para a contratação de energia de qualquer tipo de fonte, o que pode baratear o custo da eletricidade.
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Foi estabelecido que, a partir de 1 de julho de 2019, o limite reduzirá para 2,5 MW, e, a partir de janeiro de 2020, o patamar cairá novamente para 2 MW. Assim, os clientes que se enquadrarem dentro desse cenário poderão contratar tanto de fonte incentivada como convencional. Por esse e outros motivos, o diretor comercial da Comerc para a Região Sul do País, João Aramis, comenta que a perspectiva para o mercado livre neste ano é positiva. Um dos fatores que apoiam essa tese é o maior conhecimento sobre esse ambiente. "Hoje, (o mercado livre) já atinge pequenas e médias empresas, desde shoppings, hospitais a pequenos comércios", frisa o executivo. Entre os benefícios da migração, Aramis cita a previsibilidade orçamentária e a diminuição de custos. Muitas vezes, o mercado livre tem preços mais convidativos, pois é mais flexível que o cativo e os clientes têm mais maleabilidade para negociar.
De acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em dezembro, o mercado livre no País era formado por 5.819 consumidores, sendo que, desse total, 4.932 eram especiais. Também atuavam nesse ambiente 270 comercializadoras. A Comerc é a maior gestora de consumidores no mercado livre, contando com mais de 900 empresas como clientes. Aramis comenta que a companhia fez um cálculo médio do que o mercado livre representou de economia para esses consumidores nos últimos anos. O levantamento apontou que, em 2015, a redução de gastos com a conta de luz foi na ordem de 32% em relação ao mercado regulado; em 2016 e 2017, o percentual foi de 23%; já os dados de 2018 ainda não foram fechados, mas a estimativa é que será algo próximo a 30%. Para quem fizer a migração, atualmente, Aramis calcula uma economia que pode variar de 15% a 30%, mas dependerá da característica de cada cliente e do custo da tarifa de energia da concessionária que o atende.
O gerente de produção da MK Química, Luís Ricardo Jung, ressalta que a vantagem econômica foi determinante para a empresa migrar. Com a ação, a companhia conseguiu uma economia na ordem de R$ 414 mil no ano passado na unidade industrial situada em Portão. Com um consumo mensal energético próximo a 190 MWh, o valor representou, em 2018, uma diminuição de 34% nos gastos da indústria com a conta de luz. A empresa utiliza energia renovável para atender à demanda da planta.
Revisão em encargo do setor elétrico pode refrear migrações

Apesar do otimismo quanto ao mercado livre de energia para este ano, uma questão que vem sendo discutida no segmento pode impactar a migração para esse ambiente. O diretor comercial da Comerc para a Região Sul do País, João Aramis, confirma que existe um debate sobre mexer no desconto da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (Tusd), um encargo do setor elétrico. Esse tema, conforme Aramis, foi tratado em uma consulta pública promovida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas não foi submetido à aprovação ainda.

O desconto na Tusd é somente para o consumidor especial que se encontra entre 0,5 MW e 3 MW e que consome de fontes renováveis. Essa medida foi implementada pelo governo federal para incentivar o desenvolvimento das fontes alternativas, como a eólica, a biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. O subsídio, detalha o integrante da Comerc, é para o gerador, porém se estende para quem compra a energia. "Mas quando o consumidor livre deixa de pagar esse custo, isso vira tarifa para os consumidores remanescentes no ambiente regulado", frisa.

O diretor da Siclo Consultoria em Energia Paulo Milano é outro que aposta que o mercado livre continuará, neste ano, vantajoso em questão de custo. No entanto, o consultor alerta que a maioria dos últimos consumidores que migraram são clientes especiais. "E para o especial vale a pena por causa do desconto na Tusd, e isso está sendo questionado", comenta. Milano adverte que basta um "canetaço" para acabar ou diminuir o subsídio. O analista ressalta que, mesmo que uma eventual mudança de regra não afete as empresas que já fizeram a migração, a medida brecaria o mercado futuro. Procurada pela reportagem do Jornal do Comércio, a Superintendência de Gestão Tarifária (SGT) da Aneel, informou que "o desconto na Tusd para os consumidores especiais é disciplinado pela legislação, portanto não iremos revê-lo".

Enquanto nada muda no mercado dos consumidores livres, as migrações continuam. O diretor-presidente da Hidrofiltros, Cláudio Chaves, ressalta que o ingresso nesse ambiente aumentou a competitividade da empresa. A companhia alcançou economia de 5% a 8% com a decisão, e essa redução possibilita que tenha mais fôlego para voos mais altos. A empresa, em sua unidade em Caixas do Sul, vai ampliar a produção de elementos filtrantes em 40%, além de aumentar seus estoques de tanques e válvulas para aplicação em projetos de tratamento de água. Para atingir essa meta, Chaves estima que será necessário investir de R$ 1,3 milhão a R$ 1,5 milhão. O executivo salienta, ainda, que compra energia renovável e colocou um selo nos seus produtos para ressaltar esse ponto para os seus clientes.

A Pucrs também foi outra a adotar o mercado livre, ingressando nessa área em abril do ano passado. A energia contratada atende ao campus universitário (incluindo Tecnopuc) e ao Hospital São Lucas. Não abrange o Tecnopuc Viamão. Outro complexo simbólico de Porto Alegre que consumirá, a partir de março, energia no mercado livre será o estádio Beira-Rio.

Leia mais em: https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/economia/2019/01/667674-mercado-livre-de-energia-busca-crescimento.html

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Energia eólica no futuro do Brasil

O mercado de energia eólica no Brasil está em expansão. Com mais de 500 parques eólicos instalados em seu território, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o país assumiu a oitava colocação no ranking de produção de energia eólica mundial.

Com o interesse crescente no mercado, a GE Renewable Energy enxerga no Brasil um enorme potencial. Não à toa, a empresa planeja começar a produzir em território nacional uma turbina de última geração, que após alguns testes se provou ideal para os ventos brasileiros.

Em entrevista ao Caminhos Para o Futuro, Rosana Santos, diretora de co-desenvolvimento de projetos e estratégias de mercado da GE Renewable Energy – Wind, para América Latina, fala sobre os desafios e perspectivas do setor eólico brasileiro.

Caminhos para o Futuro: O Brasil é o oitavo país do mundo em produção de energia eólica. Ainda tem espaço para crescer nessa lista?

Rosana Santos: Tem muito espaço para o Brasil crescer nessa lista. E essa minha afirmação vem de duas verdades: a energia eólica no Brasil é uma fonte extremamente competitiva pela qualidade dos ventos que temos e casa muito bem com a matriz elétrica brasileira. Além disso, temos mais de 20 GW de projetos prontos para irem a leilão. Entre mercado regulado e mercado livre, vamos subir nessa lista rapidamente.

CPOF: Que lições os países líderes em instalações, como a China e os Estados Unidos, podem dar ao Brasil?

Rosana Santos: São realidades muito diferentes. Eu não acho que tenha algo que possamos prontamente replicar, mas a estratégia de usar a tecnologia certa no lugar certo e ter os melhores produtos disponíveis no mercado é válida para todos.

CPOF: Como a GE avalia o mercado brasileiro de energia eólica?

Rosana Santos: A visão da GE sobre o mercado brasileiro é de um país target para nosso negócio. Ele integra a lista de nações onde temos certeza que vamos continuar investindo, dado o potencial energético do país, principalmente em fontes renováveis.

CPOF: Qual deve ser o posicionamento da empresa nos próximos anos?

Rosana Santos: Nosso plano para atender a demanda é estar sempre com a melhor tecnologia possível disponível. Tanto que no último leilão, trouxemos nossa plataforma Cypress, com destaque para a turbina 4.8 MW, com torres altas e rotor maior, capaz de gerar cerca de 90% a mais de energia do que o nosso modelo anteriormente disponível no Brasil. Aliás, estamos nos preparando para começar a fabricar essa máquina no país.

CPOF: Notoriamente, a fonte eólica tem se demonstrado bastante competitiva no mercado atual. Em sua opinião, quais os principais assuntos que precisam continuar em pauta para o sucesso do setor eólico no Brasil?

Rosana Santos: sem dúvidas, o primeiro deles, é o mercado livre de contratação de energia, consolidando-o como um espaço de expansão para a comercialização da energia eólica. Além disso, a discussão sobre as opções de financiamento também é fundamental para o desenvolvimento do setor. Embora ainda seja um tema desafiador, reconheço que já avançamos muito com o trabalho feito pelo BNDES para se adequar à dinâmica dos projetos de mercado livre, e também com o envolvimento mais contundente dos Bancos Comerciais na estruturação de longo prazo. Contudo, não podemos estacionar aqui e, para que outros resultados venham, o tema precisa continuar como pauta nas discussões do mercado eólico.

CPOF: Falando sobre o financiamento para o setor de energia eólica no Brasil, qual a diferença conceitual entre mercado livre e mercado regulado?

Rosana Santos: O mercado regulado funciona por meio de leilões organizados pelo governo com base na demanda das distribuidoras de energia elétrica do país. Quando um gerador se sagra vencedor, ele assina um contrato regulado com cada uma das distribuidoras que pediu energia. São contratos de 20 anos. E o gerador não sabe para quem vai vender ao mesmo tempo em que a distribuidora não sabe de quem vai comprar até a conclusão do processo.

Já o mercado livre é essencialmente um contrato bilateral, que não tem regras pré-estabelecidas, como no regulado. Trata-se de um contrato entre duas entidades - uma que quer vender energia e outra que quer comprar. Contratos não necessariamente de 20 anos, mas com prazos varáveis.

Resumindo: o mercado regulado obedece a uma série de regras e atende a demanda das distribuidoras do Brasil. E o mercado livre atende a demanda de empresas que estão assinando contratos bilaterais.

CPOF: Existe expectativa para o crescimento do mercado livre no Brasil?

Rosana Santos: Há uma trajetória que indica que possivelmente alcancemos, no Brasil, uma posição majoriaria do mercado livre. Até o passado recente, essa proporção, em termos de consumo, era de cerca de 70% regulado e 30% no livre. Na expansão, tivemos anos em que não havia nada de mercado livre ou apenas 10% de novas contratações. Particularmente, acredito que a tendência é ficar 50% cada um, tanto no consumo quanto na expansão.

CPOF: Em quais casos o mercado livre é a melhor opção?

Rosana Santos: O leilão, do ponto de vista do fabricante, tem uma data fatal: o dia do leilão. Tudo ocorre para que naquela data nosso cliente consiga vender energia. Se perder a oportunidade de leilão, a sua próxima chance seria no mercado livre, que ocorre o ano inteiro. Ou terá que esperar o leilão do próximo ano.

No mercado regulado você tem um PPA (Power Purchase Agreement, ou contrato de compra de energia) de 20 anos, que é mais financiável. Enquanto no mercado livre, o PPA é de mais curto prazo, mas você consegue vender mais alto o preço da energia do que no regulado.

O que quero dizer com isso é que não tem um melhor do que o outro.  Vai muito do perfil de risco do investidor. Acho que fazer um mix entre os dois é ótimo e acredito ser a estratégia dos nossos clientes.

CPOF: É interessante para o setor eólico do Brasil aumentar a atividade do mercado livre?

Rosana Santos: É vital. No passado recente tivemos dois anos de contratração baixíssima em leilão regulado. Em 2016 sequer teve leilão. E na época o mercado livre não tinha arranjos possíveis, inclusive em termos de financiamento. A abertura desse mercado para contratação de energia eólica foi um passo grande.

O mercado regulado é fundamental. Mas quando ficávamos presos aos seus leilões, se não existia demanda no país, não tínhamos para onde ir. O mercado livre chegar para oferecer um importante segundo espaço de comercialização.

CPOF: Como a GE pode contribuir para consolidar o mercado livre como uma alternativa para expansão da oferta de energia no Brasil?

Rosana Santos: Uma vez que a energia eólica é uma fonte variável, embora seja uma variabilidade conhecida, nossos clientes têm o grande desafio de lidar com os riscos de geração. Especialmente no mercado livre, quando a fonte não está gerando, as empresas geradoras precisam comprar energia para suprir o contrato. Para ajudá-los, temos que continuar apostando em tecnologias adequadas aos ventos brasileiros, que nos permitam oferecer produtos com grande confiabilidade e eficiência na geração eólica no país. Por isso, por exemplo, trouxemos a Cypress 4.8 para o Brasil e outras soluções, em breve, também estarão disponíveis.



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