quarta-feira, 30 de maio de 2018

Itaipu bate recorde de produção de energia em 2018

A Usina de Itaipu atingiu a maior produção de energia para os cinco primeiros meses do ano, desde sua inauguração em 1984. A produção superou a marca de 43.062.656 Megawatts-hora (MWh), registrada de janeiro a maio de 2016, e apontada desde então como recorde de produção de eletricidade. De acordo com informe divulgado por Itaupu, o volume foi superado hoje, antes mesmo de fechar o mês de maio, fazendo com que a produção em 2018 seja novo recorde.

“Na comparação com 2017, quando a usina gerou 40.684.451 MWh nos cinco primeiros meses do ano, a diferença já é de 7%. Para se ter uma ideia, com a quantidade de energia produzida neste ano, Itaipu poderia abastecer sozinha o Brasil inteiro pelo período de um mês”, informou a assessoria da hidrelétrica.

De acordo com a área técnica da usina, a expectativa é de que Itaipu feche o semestre com produção acima de 50 milhões de MWh. Para o ano, a meta é ficar entre as cinco melhores performances da história.

“No ano passado, a empresa foi responsável pelo abastecimento de 15% de todo o consumo brasileiro e 86% do Paraguai, país vizinho e sócio do empreendimento. Em 2016, estabelecemos a marca histórica de 103 milhões de MWh de produção anual”, disse a assessoria.

De acordo com o diretor técnico executivo, Mauro José Corbellini, o alto desempenho da usina pode ser explicado como resultado da combinação de quatro fatores essenciais para a produção de energia: disponibilidade de água (chuvas), de equipamentos (as unidades geradoras), das linhas de transmissão e a demanda (a necessidade de consumo de energia por brasileiros e paraguaios).

“Não podemos controlar quando vai chover ou não. Por isso, temos feito um grande esforço para otimizar a utilização da água”, ressaltou o diretor. “Queremos evitar que essa água, ao invés de passar pelas turbinas (gerando energia), seja desperdiçada no vertedouro”, disse.

Segundo informações da assessoria, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada. Itaipu produziu desde 1984, mais de 2,5 bilhões de MWh. Em 2016, a usina brasileira e paraguaia retomou o recorde mundial anual de geração de energia, com a marca de 103.098.366 MWh.

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terça-feira, 29 de maio de 2018

Consumo de energia subiu 1,5% em 2018, afirma CCEE

O consumo de energia elétrica no Brasil durante os quatro primeiros meses de 2018 alcançou 63.769 MW médios, valor 1,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram consumidos 62.814 MW médios. O levantamento foi realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.

Em janeiro, o consumo ficou praticamente estável frente a 2017, com incremento de 0,3%. Já em fevereiro, o consumo apresentou retração de 2,1%, sendo o único mês a registrar redução. A partir de março, os números indicam uma recuperação do consumo, com crescimento de 3% em março e 4,8% em abril.

Ao avaliar o consumo acumulado no quadrimestre, o país apresenta um pequeno crescimento da demanda por energia, somando 1,5%, impulsionado principalmente pelo desempenho em abril.

A análise por ambiente, por sua vez, reforça o cenário dos últimos dois anos, que consolida a elevação do consumo no Ambiente de Contratação Livre (ACL), explicado pelo movimento de migração dos consumidores vindos do Ambiente de Contratação Regulada (ACR).

O Mercado Livre (ACL) registrou consumo de 18.926 MW médios entre janeiro e abril deste ano, o que representa um aumento de 7,1% e cerca de 30% do total consumido no Sistema. No mesmo período de 2016, esse montante foi de 17.673 MW médios, 28% do total.

No ACR, o consumo total entre janeiro e abril foi de 44.842 MW médios, frente aos 45.141 MW médios registrados no ano passado, determinando uma ligeira retração de 0,7% no consumo total. Ao excluir o impacto da migração, o ACR apresenta elevação de 1,2% no consumo, principalmente pelas temperaturas mais altas em 2018. Já o mercado livre alcança crescimento de 2,4%, demonstrando uma pequena recuperação econômica.

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segunda-feira, 28 de maio de 2018

Empresas adquiriram 465 TWh de energia renovável em 2017, aponta Irena

Um volume de energia próximo da demanda geral de eletricidade da França. Essa foi a quantidade de energia elétrica fornecida a empresas de 75 países, que adquiriram ativamente 465 TWh de energia renovável durante 2017, de acordo com o novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês). O levantamento indica que com o contínuo declínio nos custos das chamadas fontes limpas, a tendência é que a demanda corporativa siga aumentando à medida que as empresas procurem reduzir as contas de energia, protegendo-se contra picos de preços futuros e atentando-se às preocupações de sustentabilidade.
O documento Corporate Sourcing of Renewables: Market and Industry Trends (Fornecimento Corporativo de Energias Renováveis: Mercado e Tendências do Setor) é a primeira avaliação global sobre tendências e políticas no fornecimento corporativo de renováveis, indicando um caminho importante para a transformação sustentável do setor energético alinhado aos objetivos estabelecidos no Acordo de Paris.
De acordo com o relatório, as preocupações ambientais e de sustentabilidade, a responsabilidade social com a gestão da reputação e os objetivos econômicos e financeiros são os três principais impulsionadores do fornecimento corporativo. Para o diretor-geral da Irena, Adnan Z. Amin, este tipo de abastecimento se tornou um fator fundamental para a estratégia de negócios nos últimos anos.  “Embora as preocupações ambientais tenham iniciado essa tendência crescente, o fortalecimento do business case e a estabilidade de preços oferecida pelas energias renováveis ​​podem oferecer uma vantagem competitiva às corporações e apoiar o crescimento sustentável”, avaliou Amin.
A pesquisa apresentada nesta quinta-feira, 24 de abril, na Nona Reunião Ministerial sobre Energia Limpa em Copenhague, mostra que metade das mais de 2.400 grandes empresas analisadas estão voluntariamente adquirindo ou investindo em autogeração de eletricidade renovável para suas operações. Das avaliadas pelo estudo, mais de 200 pelo menos tem metade de sua energia a partir de fontes renováveis. A autogeração é o modelo de fornecimento mais comum, seguido por certificados de atributos de energia (EACs) e contratos de compra de energia (PPAs).
Segundo Amin, as corporações são responsáveis ​​por cerca de dois terços da demanda final total de eletricidade do mundo, configurando uma transformação que merece ser observada. “À medida que os governos em todo o mundo reconhecem esse vasto potencial, o desenvolvimento de políticas que fomentem e incentivem o abastecimento corporativo no setor de eletricidade e além, injetará investimentos adicionais necessários em energia renovável”.
O relatório conclui que a tendência de fornecimento corporativo é generalizada e dinâmica, com as empresas participando da prática proveniente de vários setores. Em volume, a maior parte da energia renovável foi consumida no setor de materiais, enquanto as maiores parcelas do consumo de eletricidade renovável são encontradas nos setores financeiro e de tecnologia da informação, com 24% e 12% respectivamente. Os países da Europa e da América do Norte continuam a representar a maior parte do sourcing corporativo.

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sexta-feira, 25 de maio de 2018

Isenção de ICMS sobre geração distribuída alcança todo país

Com a formalização na última semana da inclusão de Amazonas, Paraná e Santa Catarina ao Convênio ICMS nº 16/2015, todos os estados brasileiros passam a contar agora com a isenção do imposto sobre a energia elétrica produzida a partir de fontes renováveis. A medida abrange 100% da população, empresas e produtores rurais do país através da microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica.

A adesão foi oficializada por meio do Convênio ICMS nº 42/2018, publicado no Diário Oficial da União em 17 de maio de 2018. O presidente executivo da Absolar, Dr. Rodrigo Sauaia, saudou os governos estaduais recém-integrados ao Convênio pela medida. “A adesão do Amazonas, Paraná e Santa Catarina demonstra o interesse e o comprometimento dos governos amazonense, paranaense e catarinense em acelerar o uso da energia solar fotovoltaica no estado. Este passo só foi possível graças à mobilização e ao apoio do setor solar fotovoltaico brasileiro e de lideranças parlamentares das Assembleias Legislativas do Paraná e de Santa Catarina, respectivamente”, comentou.

Para ele, a isenção da taxa é uma medida estratégica, cujo objetivo é incentivar a população e as empresas a reduzirem custos de energia elétrica pela geração de sua própria energia limpa, renovável e sem emissões de gases de efeitos estufa. “Esta decisão promoverá novos investimentos privados, movimentará a economia dos estados, atraindo mais empresas e gerando novos empregos locais de qualidade em suas regiões”, celebrou o presidente.

Na visão de Sauaia, a adesão dos três estados representa um marco histórico pois completa a participação de todas federações do país ao Convênio, medida defendida pela entidade desde a criação da iniciativa, que demandou mais de três anos de trabalho em conjunto com diversos atores governamentais, parlamentares, agentes privados e entidades da sociedade civil até sua concretização.

Apesar do avanço, o executivo alerta que devido a ajustes regulatórios ocorridos em 2015 e 2017 na Resolução Normativa Aneel nº 482/2012, são necessárias correções ao Convênio, visando atualizá-lo e padronizá-lo às novas regras em vigor. “A Aneel identificou barreiras e aprimorou a sua Resolução Normativa para este segmento de mercado, abrindo espaço para novos modelos de negócio e novas faixas de potência na geração distribuída. Infelizmente, o Convênio não reflete estas novas condições e está defasado frente à regulamentação da Aneel, o que provoca uma nova barreira tributária para o avanço das fontes renováveis nos estados”, explicou.

Para superar este desafio, a Absolar propõe duas alternativas: Atualizar o Convênio ICMS nº 16/2015 ou estabelecer um novo Convênio, autorizativo e por adesão, alinhado à regra atual da Agência reguladora e que permita aos estados apoiadores das fontes renováveis corrigir este problema e recuperar a atração de novos investimentos privados e empregos para suas respectivas regiões.


Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53062316/isencao-de-icms-sobre-geracao-distribuida-alcanca-todo-pais

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Acesso universal a energia: muito mais que eletricidade

Você tem acesso a eletricidade confiável em casa a um preço acessível? E como é o forno que você usa? É elétrico ou usa carvão, gerando fumaça toda vez que você cozinha?

Um bilhão de pessoas (13% da população mundial) ainda vivem sem eletricidade e mais de 3 bilhões (41%) usam combustíveis poluentes para cozinhar, o que afeta sua saúde, produtividade e qualidade de vida. É por isso que as Nações Unidas incluíram o acesso universal à eletrificação e às tecnologias limpas de cozinha entre os objetivos relacionados a energia a serem alcançados dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030.

O ODS número 7 também requer um aumento substancial na participação de fontes renováveis modernas (solar, eólica, hidrelétrica e geotérmica, por exemplo) no mix energético global, além de um uso mais eficiente da energia.

O novo estudo Monitorando o ODS 7: Relatório de Progresso Energético 2018 revela como o mundo está avançando nos objetivos de acesso a eletricidade, combustíveis limpos para cozinhar, energia renovável e eficiência energética.

E embora o documento mostre que o mundo não está fazendo o suficiente para cumprir essas metas até 2030, ele destaca experiências recentes que trazem esperança, principalmente na Ásia e na África subsaariana, mas também na América Latina.

O relatório é um esforço coletivo da Agência Internacional de Energia (IEA), da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), da Divisão de Estatísticas das Nações Unidas (UNSD), do Banco Mundial e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Acendendo a luz
Até 2030, espera-se que a América Latina e o Caribe alcancem acesso quase universal a energia. Em toda a região, o Haiti deve o único país em que menos de 90% da população estará conectada.

Outra boa notícia vem da África, onde nos últimos anos a eletrificação ultrapassou o crescimento populacional pela primeira vez. Entre 2010 e 2016, Etiópia, Quênia e Tanzânia conseguiram aumentar em 3% ao ano a parcela da população com acesso a eletricidade. No mesmo período, na Índia, 30 milhões de pessoas conquistavam acesso a eletricidade a cada ano. Nenhum outro país fez isso.

No entanto, ainda há muito trabalho pela frente: se as tendências atuais de acesso continuarem, 8% da população mundial ainda estará às escuras até 2030.

"A experiência de países que aumentaram substancialmente o número de pessoas com eletricidade em um curto espaço de tempo oferece uma esperança real de que conseguiremos alcançar o bilhão de pessoas que ainda vivem sem eletricidade", diz Riccardo Puliti, diretor de Energia e Indústrias Extrativas do Banco Mundial.

"Com as políticas certas, investimentos em eletrificação dentro e fora da rede (como nos sistemas de energia solar para as casas), estruturas de financiamento bem adaptadas e mobilização do setor privado, é possível fazer grandes conquistas em alguns anos. Isso, por sua vez, terá impactos reais e positivos nas perspectivas de desenvolvimento e na qualidade de vida de milhões de pessoas", acrescenta.

Combustíveis limpos para cozinhar
Dentre os ODS para o setor de energia, o acesso a tecnologias limpas de cozinha é o mais atrasado: se a atual trajetória de progresso continuar, 2.3 bilhões de pessoas continuarão a queimar madeira, carvão e outros tipos de biomassa em 2030.

Esses métodos tradicionais causam poluição dentro de casa, provocando cerca de 4 milhões de mortes por ano, mais do que o HIV e a tuberculose juntos. Mulheres e crianças correm os maiores riscos.

A lentidão se deve à baixa conscientização dos consumidores, ao pouco financiamento para o setor, ao baixo progresso tecnológico e à falta de infraestrutura para a produção e distribuição de combustíveis limpos, de acordo com o relatório. Entre as raras histórias de sucesso em todo o mundo, estão as da Indonésia e do Vietnã, que proporcionaram acesso a mais 3% de suas populações ao ano entre 2010 e 2016.

O relatório também destaca que, dos 20 países que mais avançaram entre 2010 e 2016, quatro deles estão na América Latina: Guiana, Peru, El Salvador e Paraguai.

Energia renovável
Em 2015, o mundo obteve 17,5% do seu consumo total de energia final a partir de fontes renováveis, dos quais 9,6% corresponderam a formas modernas de energia renovável, como energia geotérmica, hidroelétrica, solar e eólica. O resto são usos tradicionais de biomassa (como lenha e carvão).

Embora o ODS 7 não defina uma meta fixa para energia renovável, clama por um "aumento substancial" na proporção de fontes renováveis no mix energético global. Com base nas tendências atuais, espera-se que a participação das renováveis chegue a apenas 21% até 2030 (ante 16,7% em 2010), sem alcançar o aumento defendido pelas Nações Unidas.

Transporte e aquecimento, que respondem por 80% do consumo global de energia, ainda precisam se tornar mais sustentáveis. No transporte, por exemplo, apenas 2,8% do consumo energético veio de fontes renováveis em 2015.

As principais áreas de preocupação continuam sendo o transporte aéreo, ferroviário e marítimo, onde os percentuais de uso de biocombustíveis (como etanol e biodiesel) são insignificantes no momento. Já para aquecimento, o uso tradicional de lenha e carvão (entre outros tipos de biomassa) ainda representa 65% da cota de energia renovável.

A eletricidade representa os 20% restantes do consumo global e obteve melhores resultados graças aos custos decrescentes das energias eólica e solar. Nesse tema, em particular, a participação de fontes renováveis chegou a 22,8% em 2015. A energia hidrelétrica continua a ser a principal fonte de eletricidade renovável, mas a eólica cresceu mais rapidamente de 2010 a 2015.

Na América Latina, o Brasil se destaca por usar mais que o dobro da média global de fontes renováveis em eletricidade, aquecimento e transporte.

Eficiência energética
Melhorar a eficiência energética significa ser capaz de produzir mais com menos energia. E as evidências mostram que o crescimento econômico e o uso de energia estão cada vez mais dissociados. Entre 2010 e 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial cresceu quase duas vezes mais rápido que o fornecimento de energia primária. O crescimento econômico excedeu o avanço no uso de energia em todas as regiões, exceto na Ásia Ocidental.

Uma das métricas mais importantes para essa meta dos ODS é a intensidade energética - a proporção de energia usada por unidade do PIB -, que caiu 2,8% em 2015, a queda mais rápida desde 2010. No entanto, ainda é preciso avançar mais para dobrar a taxa global de melhoria na eficiência energética até 2030.

A indústria, o maior setor de consumo de energia, também fez o progresso mais rápido, reduzindo a intensidade de energia em 2,7% ao ano.

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quarta-feira, 23 de maio de 2018

Aneel deve manter bandeira amarela em junho

A bandeira tarifária deve permanecer amarela no mês de junho, segundo expectativa do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Romeu Rufino. “Nada aponta na direção de voltar para a bandeira verde. Então, a amarela é a mais provável”, afirmou em conversa com jornalistas.

Para Rufino, as condições que levaram a agência a optar pela bandeira amarela em maio não mudaram em relação ao mês que vem. Ele ponderou, porém, que como há outras variáveis para a definição do mecanismo, só será possível confirmar essa tendência na próxima sexta-feira, 25 de maio.

O instrumento de bandeiras indica as condições de geração de energia elétrica. Caso a cor da bandeira seja amarela, o adicional na conta de energia do consumidor será de R$ 1,00 a cada 100 kWh consumidor. Se a bandeira for vermelha, hipótese menos provável, o valor extra será de R$ 3,00 para o primeiro patamar e de R$ 5,00 para patamar 2.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53062081/aneel-deve-manter-bandeira-amarela-em-junho

terça-feira, 22 de maio de 2018

Armazenagem será grande novidade da energia: Bloomberg Opinion Comente

Você acha que a queda dos custos das energias solar e eólica está transformando o cenário do setor energético? Então você deveria estar apostando em formas de armazenar essa energia.
Para entender o porquê, basta pensar: diferentemente de quase todos os rivais no espaço de geração de energia, os painéis solares e as turbinas eólicas são produzidos em massa. Isso significa que eles estão sujeitos às regras de melhoria contínua e de quedas dos custos que vemos em semicondutores, produtos domésticos e roupas porque os volumes de produção sobem e as fábricas fazem guerras de preços. As usinas de energia tradicionais são, em essência, projetos de construção em grande escala que raramente alcançam os mesmos tipos de dividendos em termos de eficiência.
Como resultado, o custo das novas construções de energias renováveis está diminuindo. Os projetos solares e eólicos de maior custo nos EUA agora produzirão uma eletricidade pelo menos tão barata quanto a das usinas de carvão de menor custo, segundo relatório do ano passado da Lazard.
Na Austrália, devido a esse diferencial de preço, é improvável que uma das maiores exportadoras de carvão do mundo volte a construir algum dia outro gerador movido por esse material, disse Catherine Tanna, diretora-gerente da EnergyAustralia, na conferência da Bloomberg Invest em Sidney, na quarta-feira. No início da década de 2020, as energias renováveis terão ficado tão baratas que será menos custoso construi-las do que até mesmo operar uma usina nuclear ou a carvão já existente, disse Jim Robo, CEO da NextEra Energy, com sede na Flórida, durante conferência com investidores, em janeiro.
As produtoras de carvão esperam ver uma última sequência de demanda na próxima década com o aumento dos salários na Ásia emergente -- mas mesmo assim, com o rápido declínio do custo das energias renováveis, o combustível sólido está perto de ser eliminado do mercado pelo preço, mostram dados da Bloomberg New Energy Finance.
O problema de as coisas ficarem extremamente baratas, contudo, é que muitas vezes acaba havendo um excesso. Essa situação é piorada pela natureza ininterrupta das energias eólica e solar. Basta considerar a determinação recente, na Califórnia, para a instalação de painéis solares nos telhados de todos os novos edifícios. Como escreveu meu colega Liam Denning na semana passada, um dos efeitos prováveis é que mais elétrons serão empurrados para o mercado de eletricidade no meio da tarde, período já saturado de oferta.
É aí que entra a armazenagem. A maioria dos mercados de energia está estruturada na forma de leilões minuto a minuto, nos quais a rede compra a eletricidade mais barata, seja qual for. Um resultado disso é que nos lugares nos quais a penetração das energias renováveis é maior, em alguns momentos os preços da eletricidade no atacado caíram para zero ou até mesmo para o território negativo.
Para as geradoras convencionais, trata-se de uma notícia terrível: elas precisam vender eletricidade por um custo menor do que o de produção ou se desligar temporariamente -- o que, em essência, gera o mesmo problema, porque reduz a capacidade de utilização de uma planta e prejudica seu retorno sobre o capital.
Se você está no negócio de armazenamento, no entanto, a proposta é atraente. Como argumentamos no ano passado quando a Tesla instalou uma bateria de íon de lítio de rede nos arredores de Adelaide, os preços negativos dão aos operadores de armazenamento a oportunidade de serem pagos para carregar suas células, e de serem pagos novamente depois para descarregá-las.
Há vantagens semelhantes para as usinas de gás natural reservadas para os horários de pico, que podem ser ligadas e desligadas muito mais rapidamente do que as geradoras de carvão e nucleares. Mas ao passo que a rentabilidade das turbinas a gás é limitada pelo preço que pagam pelo metano que queimam, com uma base de custos potencialmente negativa, as operadoras de armazenamento podem mirar margens de mais de 100 por cento.
Armazenamento não precisa ser sinônimo apenas de baterias, cujos custos relativamente altos e tamanhos pequenos as tornam realmente mais adequadas apenas para a demanda de curto prazo em uma escala que vai de segundos a algumas horas.
Os projetos de armazenamento de energia de maior capacidade são as usinas hidrelétricas de bombeamento, que transportam a água até reservatórios elevados usando eletricidade barata fora dos horários de pico e depois permitem que a água desça de volta durante o horário de pico, quando os preços são mais elevados. O governo da Austrália planeja um grande programa de hidrelétricas de bombeamento com o projeto Snowy Hydro 2.0; a EnergyAustralia está estudando um empreendimento similar e a Liberty House Group fará o mesmo, disse o fundador Sanjeev Gupta à Bloomberg Television, na quarta-feira.
Além disso, há tecnologias menos avançadas capazes de bombear ar para cavernas subterrâneas ou balões subaquáticos, ou usar elétrons fora do horário de pico para produzir biocombustível ou hidrogênio que possa ser queimado em horários de mais escassez. Resposta à demanda -- fazer com que os consumidores economizem nos horários de pico -- e redes de transmissão melhores para integrar ativos de geração distantes também ajudarão.
Quem critica as energias renováveis tem razão em ressaltar que os custos cada vez menores delas afetarão o status quo. O problema é que a solução proposta é renunciar aos mercados, aos preços mais baixos e à energia limpa e optar por decisões estatais de apoio ao consumo de combustíveis fósseis, que são caros e, em última instância, catastróficos.
As energias eólica e solar -- e, com certeza, o gás -- transformaram o panorama do setor de energia na última década. O armazenamento fará o mesmo nos próximos anos.

Leia mais em: https://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2018/05/21/armazenagem-sera-grande-novidade-da-energia-bloomberg-opinion.htm

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Carga de energia cresce 4,1% em abril, diz ONS

A carga de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) atingiu 67.211 MW médios em abril de 2018, o que representa uma variação positiva de 4,1% na comparação com igual período em 2017. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 18 de maio, pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).

“O comportamento da carga em abril pode ser explicado principalmente pelo efeito calendário e temperatura”, escreveu o órgão. A taxa de crescimento da carga foi influenciada pela ocorrência de temperaturas superiores ao mesmo mês do ano anterior e três dias úteis a mais, uma vez que no ano de 2017 os feriados de Tiradentes e Paixão de Cristo ocorreram em sextas-feiras do mês de abril.

A carga de abril quando comparada com março de 2018, porém, apresenta uma variação negativa de 4,8%. No acumulado dos últimos 12 meses, o SIN apresentou uma variação positiva de 1,4% em relação ao mesmo período anterior. Segundo o ONS, o comportamento da carga de energia é afetado diretamente pelo desempenho da economia, que vem mantendo uma trajetória de recuperação, ainda que modesta.


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sexta-feira, 18 de maio de 2018

Minas ganha usina pioneira que armazena energia solar

Minas Gerais já é o estado que mais utiliza equipamentos para gerar energia solar e hoje dá mais um passo importante para o setor. Em Uberlândia, no Triângulo, 1.152 placas de geração fotovoltaica conectadas a baterias vão trazer inovação importante para o Brasil, com reflexos no exterior.

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) inaugura a primeira minigeração conectada à rede no país com potencial para fornecer aproximadamente 480kWh/ano. A novidade principal do projeto – que conta com parceria da Alsol Energias Renováveis, do Grupo Algar, na execução –, é o armazenamento da energia captada ao longo do dia para ser devolvida à rede no período noturno coincidindo com o horário de maior demanda.

investimento, segundo a Cemig, é de R$ 22,7 milhões, sendo R$ 17,5 milhões aplicados com recursos próprios da concessionária e outros R$ 5,2 milhões assumidos pela Alsol. Até então, todas as usinas que já operam em Minas fornecem energia para a rede durante o período em que a luz solar está presente, mas no momento em que o sistema é mais demandado essa contribuição não pode mais ser dada. Isso, porque a tecnologia opera por disponibilidade, não de acordo com a demanda.

Com a nova usina, essa lógica é invertida, já que ela mescla o envio da energia para rede e o armazenamento ao longo do dia com a presença do sol. A partir das 18h a tecnologia permite que seja injetado na rede seu potencial de 1MW por até três horas, justamente o período de maior demanda. Ao todo, a planta fotovoltaica de 300kWp (quilowatt-pico).

“Um inversor capta a luz e a transforma em energia, aí a tecnologia desenvolvida passa, a partir do momento em que o sol se põe, a fazer com que o que foi armazenado passe a ser modulado e injetado na rede. Com isso, você entrega um bloco de energia para o sistema”, afirma Gustavo Malagoli, presidente da Alsol e responsável pelo projeto.

Ainda de acordo com Malagoli, a tecnologia nacional traz ainda características ambientais importantes, já que usa três tipos de baterias que seriam descartadas no meio ambiente, mas que no sistema ainda podem ser reutilizadas. “Essas baterias precisam ser descartadas, mas ainda têm vida residual que será reaproveitada. Com esse uso, é possível prolongar a vida dessas baterias.

Assim, também estamos dando mais um aspecto de cuidado com o meio ambiente”, ressalta. Também está planejado o desenvolvimento de um hardware que possibilitará que o tradicional inversor fotovoltaico seja acoplado às baterias sem a necessidade de troca por um modelo híbrido, que tem alto custo.

Frederico Ribas Soares, gerente de gestão, de tecnologia e inovação da Cemig, destaca que a usina provoca impacto bastante positivo na rede. Além da qualidade da energia a ser produzida e disponibilizada para os consumidores, o aspecto ambiental é bastante relevante e ainda traz uma forma nova de comercializar.

“A usina traz um modelo novo de negócio, e exploração de serviço novo que a companhia ainda não faz. Tanto a Alsol quanto a Cemig terão a possibilidade de oferecer um serviço novo que combina armazenamento com qualidade e energia limpa”, afirmou.

A entrega é parte de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) proposto pela Cemig e aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em abril do ano passado. De acordo com Carlos Renato França Maciel, superintendente de tecnologia e eficiência energética da Cemig, o projeto atende ao acordo que prevê a destinação pela companhia de percentual do seu faturamento à pesquisa. “Essa tecnologia é fruto desse investimento e traz resultado bastante importante e muito nobre para o setor”, conta.

A energia gerada é suficiente para atender pelo menos 250 residências com consumo médio de 150 kWh/mês. A ideia é que a energia gerada na usina de Uberlândia seja utilizada por empresas com elevado consumo de energia no horário de ponta brasileiro, no modelo de geração compartilhada. A geração anual de energia limpa pela unidade será equivalente a mais de 66 toneladas de CO2 neutralizado e 266 unidades de árvores plantadas, informa a Alsol.

Engrenagem

A usina dispõe de 1.152 placas que captam a luz solar ao longo do dia. O inversor faz com que parte da energia gerada seja encaminhada diretamente à rede e outra parte seja direcionada às baterias, que vão acumulando o potencial energético. A partir das 18h, a tecnologia desenvolvida em hardware passa a injetar na rede o insumo que foi armazenado nas baterias, por meio de um equipamento chamado de retificador.

Leia mais em: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2018/05/minas-ganha-usina-pioneira-que-armazena-energia-solar/34084

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Gás e energia solar devem ganhar espaço na matriz energética do Rio

O gás natural e a energia solar devem ganhar mais relevância na matriz energética do Rio de Janeiro nos próximos 15 anos, segundo estudo do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe/UFRJ) e da Subsecretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico.

O documento traça dois cenários, um de referência e outro alternativo, em que a busca por eficiência energética se dá de forma mais intensa. Para o pesquisador Amaro Pereira, do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, o estudo mostra que o estado precisa se beneficiar da disponibilidade de gás natural.

Usina Fotovoltaica
“O preço da energia no estado do Rio é muito alto, se comparado com os outros estados do Brasil. E o gás não é tão mais alto. Isso pode ser importante para a indústria, que está atrás de fontes que não sejam tão caras”.

Em 2016, o gás natural respondia por uma fatia de 34% das fontes de energia utilizadas no estado. Esse patamar deve subir para ao menos 40%, em 2031. No melhor dos cenários, o gás pode atingir 44% de participação, o dobro do petróleo e derivados. A conversão de veículos automotores para gás, a demanda industrial e o aumento da utilização de gás natural em chuveiros, por exemplo, devem contribuir para o cenário.

Energia solar
No que diz respeito à geração de energia elétrica, o gás natural deve ter um aumento de 19% para 29%. Quando o cenário de maior eficiência energética é considerado, o gás atinge 28% de participação, e a energia solar salta de 0% em 2016, para 6% em 2031. O cenário mais eficiente considera a revitalização das usinas de biomassa, que terão participação de 3% na geração de energia elétrica.

O superintendente de energia da Subsecretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), Sergio Guaranys, defendeu que o poder público deve atuar para impedir que barreiras prejudiquem a busca por menores custos de energia.

“A política pública virá orientando e evitando criar barreiras para o desenvolvimento e a redução de custos. A política publica é não ser obstáculo para reduzir custos”.

Segundo a pesquisa, o Rio de Janeiro tinha, em 2017, 2,2 mil residências com painéis solares para geração de energia. Esse número deve aumentar de forma acelerada, chegando a 331,3 mil unidades em 2031.

“A alternativa fotovoltaica está crescendo naturalmente e bastante”, destacou o superintendente, que explicou que o preço dos terrenos no estado do Rio é alto, o que favorece unidades fotovoltaicas de pequeno porte.

Mais emissões de CO2
Mesmo no melhor cenário, que inclui o crescimento da energia solar e biomassa, as energias renováveis perderão espaço para as não renováveis no estado do Rio de Janeiro. Em 2016, 12% do total produzido no estado era de fontes renováveis em 2016, o que deve cair para 9% em 2031.

A grande dependência de fontes fósseis de energia já faz com que o Rio de Janeiro produza mais emissões per capita que a média nacional. Enquanto o Brasil emitiu 2,16 toneladas de CO2 para cada habitante em 2016, o Rio de Janeiro emitiu 4,03. Em 2031, essa emissão deve crescer mais de 50% e chegar a 6,44 toneladas para cada habitante. No melhor dos cenários, também haverá crescimento considerável, para 5,74 toneladas.

Leia mais em: https://istoe.com.br/gas-e-energia-solar-devem-ganhar-espaco-na-matriz-energetica-do-rio/

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Geradores esperam mudanças com novo governo a partir de 2019



A expectativa de mudanças, independentemente de quem assumir o governo no ano que vem, é o fio que une lideranças do segmento de geração de energia. Parte dos geradores apostam na aprovação do projeto de reestruturação do modelo do setor elétrico e da Medida Provisória 814, mas há quem considere prioritárias alterações no planejamento de expansão do sistema.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica, Guilherme Velho, mudanças no modelo são inevitáveis, independentemente da tendência ideológica do futuro governo. Ele acredita que alterações como a abertura de mercado poderão até ser adiadas, mas vão ter que acontecer mais cedo ou mais tarde.

“O que a conjuntura eleitoral pode, de alguma maneira, é influenciar na velocidade com que esse processo vai acontecer. Depende da visão do partido que ganhar as eleições. Mas que isso vai acontecer de qualquer maneira, mais cedo ou mais tarde, vai”, acredita o dirigente.

Ele lembra que as medidas de reestruturação do modelo comercial do setor foram muito discutidas em consulta pública pelo Ministério de Minas e Energia, em um debate que envolveu centenas de pessoas e recebeu centenas de contribuições dos diversos órgãos. Por isso, acrescenta, “seria muito interessante que ela pudesse ser aprovada, se possível, ainda esse ano.”

Guilherme Velho acredita que existem elementos de apoio no Congresso Nacional que vão trabalhar para a aprovação do modelo em 2018. “Não acho uma guerra definitivamente perdida. Acho que ainda tem chance de aprovar.”

Caso a proposta não seja aprovada, a própria tramitação da matéria dentro do Congresso e a consolidação da lei pelo Legislativo vai ajudar muito, porque o próximo presidente da República que assumir em 2019 vai encontrar o assunto bastante discutido e desenvolvido, avalia o executivo. “Eu diria que é muito importante ou que a gente tente aprovar esse projeto, ou que, no mínimo, deixe [a discussão] bem desenvolvida para poder servir de referência ao próximo governo.”

O presidente da Associação Brasileira de Investidores em Autoprodução de Energia, Mário Menel, também tem esperança de que o Congresso consiga aprovar o projeto resultante da Consulta Pública 33, assim como o da MP 814. A MP tratava somente de medidas para destravar a privatização da Eletrobras e de suas distribuidoras, mas incorporou uma série de emendas, parte delas sugeridas pelo setor elétrico.

Para Menel, alguns dos pontos devem ser vetados, se o projeto passar. Há emendas que interessam diretamente os autoprodutores, como a que acaba com a obrigatoriedade de registro de terras destinadas a empreendimentos no Cadastro Ambiental Rural.

Sobre o projeto do novo modelo, o presidente da Abiape informa que as entidades ligadas ao Fórum das Associações do Setor Elétrico concordaram em não apresentar emendas para evitar novas discussões, como aconteceu na MP 814. “Vamos tentar aprovar [os aperfeiçoamentos no modelo] com esse projeto do deputado Fabio Garcia também nesse curto ano legislativo. Com isso, a gente já inicia um novo período de governo com uma tendência de regulamentar o que foi aprovado esse ano. Essa é a perspectiva que eu tenho para os próximos anos: um ambiente de negócios favorável aos investimentos.”

Os autoprodutores trabalham com um segundo cenário, em que não se consiga aprovar nenhuma das propostas em andamento, incluindo ainda a de privatização a Eletrobras. Nessa alternativa, diz Menel, a ideia é preparar um documento para os presidenciáveis, com princípios que garantam a competitividade, mesmo mantido um modelo estatizante.

“Se entrar um governo que não aceita a privatização, o princípio da eficiência empresarial tem que ser mantido. O que não pode é ficar como está”, acrescenta o dirigente. Ele acredita que o sinal econômico tem que ser correto, qualquer que seja o governo e a ideologia. Cita como exemplo disso a garantia do fim do regime de cotas para as hidrelétricas e a adoção de condições para que o gerador volte a assumir o risco hidrológico.

Planejamento

O desenvolvimento de uma política voltada para a expansão da oferta de energia elétrica de forma realista no país é a principal medida a ser considerada para o setor entre 2019 e 2022, na avaliação do presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica, Flávio Neiva. Ele acredita que é preciso ter “pé no chão” e um olhar pragmático sobre as fontes que podem garantir a segurança energética do sistema.

“Isso é planejamento. Trazer o futuro para a mesa. Tem que permitir à EPE (Empresa de Pesquisa Energética) usar as fontes primárias brasileiras para o forte enfrentamento do equilíbrio da oferta com a demanda”, argumenta Neiva. Para o executivo, a discussão da Consulta Pública 33, que trata do modelo setorial, e as emendas incluídas na Medida Provisória 814 não abordam o problema do planejamento da matriz elétrica no longo prazo. Planejamento este, segundo ele, que deixou de privilegiar a expansão a partir de usinas hidrelétricas e termelétricas.

“Nós vemos problemas na evolução da matriz. O PDE (Plano Decenal de Energia) até 2026 não tem hidrelétrica nenhuma. E ai? Vai ficar assim? Térmica tem muito pouco”, questiona Neiva. Ele reconhece que o leilão A-6 de dezembro do ano passado contratou duas grandes termelétricas, mas pergunta se haverá gás para esses empreendimentos. “Se você não permitir fazer isso com hidrelétricas e com térmicas, dificilmente a gente vai ter uma solução”, afirma.

O executivo usa como exemplo a carga despachada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico na ultima quinta-feira, 10 de maio, para alertar que é preciso estar atento à realidade atual. De um total de 70 mil MW médios, entre 4 mil e 5 mil MW médios foram de energia eólica, 300 MW médios de solar, em torno de 7 mil MW médios de termelétricas e o restante de usinas hidrelétricas. “Como eu vou partir de agora até 22, se a realidade é essa, sonhando com carro elétrico, com painel solar?”.

Ele lembra que, pela matriz atual e em razão da crise hídrica, há uma dificuldade em equacionar o fluxo no tronco de transmissão, como demonstra o blecaute no linhão de Belo Monte que deixou sem energia no mês passado 70 milhões de pessoas no país. Há um forte uso no tronco por causa de vários fatores, um deles a produção eólica, o que torna de difícil equacionamento o problema da ausência de reserva operativa, afirma. “Você tem reserva como, [com o despacho] cheio de eólica? Se você perder um tronco, não tem reserva operativa girante no sistema. Então, são problemas físicos que esses instrumentos que estão sendo olhados – a CP 033 e a Medida Provisória 814 – não enxergam.”

Os presidentes da Apine, da Abiape e da Abrage vão falar sobre as expectativas das associações em um dos painéis de debate do 15º Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase). O evento anual é uma parceria do UBM/Grupo CanalEnergia com as 20 principais associações do setor e vai abordar em 2018 o que lideranças empresariais e autoridades esperam de avanços para os próximos quatro anos. Os debates do Enase vão acontecer nos dias 23 e 24 de maio, no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro.
Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53061194/geradores-esperam-mudancas-com-novo-governo-a-partir-de-2019

terça-feira, 15 de maio de 2018

China Three Gorges oferece R$ 39 bi para assumir controle da Energias De Portugal

A companhia estatal chinesa China Three Gorges divulgou nesta sexta-feira, 11, uma oferta com o valor total de € 9,07 bilhões (R$ 39 bilhões) para assumir o controle da maior empresa portuguesa, a Energias de Portugal (EDP), oferecendo um prêmio de quase 5%  sobre o preço de fechamento das ações da elétrica. A oferta exclui uma participação de 23% já detida pela CTG na companhia, afirmou, em comunicado em Lisboa, a companhia asiática, que é a maior acionista da EDP.

As notícias publicadas na imprensa internacional movimentaram as ações das empresas portuguesas e também de sua subsidiária no País, a EDP Energias do Brasil, que encerrou o pregão com alta 15,56%, na máxima. Uma eventual fusão dos negócios da CTG no Brasil com a unidade local da EDP criaria a maior empresa de geração privada do País em capacidade instalada, ultrapassando a francesa Engie.

Reportagens que indicavam a EDP como um possível alvo de aquisição por grandes companhias estrangeiras da Europa têm circulado há mais de um ano, período durante o qual a CTG continuou a aumentar sua participação na empresa, o que culminou na oferta de € 3,26 euros por ação da empresa.

A CTG disse em seu anúncio preliminar sobre a oferta que quer chegar a pelo menos 50% das ações com direito a voto mais uma ação ordinária na companhia. Ela também ofereceu € 7,33 por ação da unidade de energia eólica da companhia, EDP Renováveis, um valor abaixo do preço de fechamento, de € 7,84.

O valor de mercado da EDP é de quase € 11,4 bilhões, pelo fechamento desta sexta-feira. A empresa atende cerca de 10 milhões de clientes do mercado de eletricidade e 1,6 milhão de clientes de gás natural e possui mais de 330.000 km de linhas de transmissão de energia.

Já no caso da EDP Renováveis, a CTG não detém participação e a OPA é obrigatória. A chinesa afirma que pretende manter o caráter autônomo da companhia, bem como a sua orientação estratégica em relação ao negócio que desenvolve.

A operação acontece após rumores de um movimento de consolidação do setor elétrico europeu. Uma das mais recentes especulações envolveu uma possível negociação envolvendo a EDP e a francesa Engie, o que foi negado pela empresa portuguesa.

A CTG informa que a oferta ainda está sujeita à obtenção de registro prévio pela CMVM das ofertas e a aprovações e autorizações necessárias de acordo com a lei portuguesa, além da alteração dos estatutos da companhia.

O governo português não tem objeções à proposta, disse o primeiro-ministro Antonio Costa a jornalistas mais cedo nesta sexta-feira.

A EDP é a maior companhia de Portugal em ativos e possui negócios também no Brasil, na Espanha e nos Estados Unidos.


Leia mais em: http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios,china-three-gorges-oferece-r-39-bi-para-assumir-controle-da-energias-de-portugal,70002305327

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Califórnia exige que novas construções usem energia solar





A Califórnia acaba de emitir o sinal mais claro de que a geração de energia em telhados está deixando de ser um nicho do mercado e se tornando a norma.

Na quarta-feira (9), o estado se tornou o primeiro dos EUA a exigir painéis solares em quase todas as novas residências. A maioria das novas unidades construídas após 1º de janeiro de 2020 será obrigada a incluir sistemas solares como parte dos padrões adotados pela Comissão de Energia da Califórnia.

Embora seja um impulso para a indústria solar, os críticos alertaram que a medida também elevará em quase US$ 10 mil o custo de comprar uma casa. As ações da Solar subiram com a decisão. As ações das construtoras residenciais caíram.

A medida ressalta como os painéis solares de telhado, que antigamente eram um luxo reservado às casas de proprietários ricos com tendências ecológicas, estão se tornando uma fonte de energia convencional, com a Califórnia –o maior mercado de energia solar do país– abrindo o caminho.

O estado há muito tempo está na vanguarda de políticas energéticas progressivas, desde o estabelecimento de padrões de eficiência energética para os eletrodomésticos até a instituição de um programa que abarca toda a economia para conter os gases causadores do efeito estufa.

O requisito para a moradia faz parte do esforço do governador Jerry Brown para reduzir as emissões de carbono em 40% até 2030 e oferece um modelo para outros estados.

“Isso é muito significativo”, disse Morten Lund, presidente de uma iniciativa de armazenamento de energia do escritório de advocacia Stoel Rives.

“Essencialmente, isso poderia transformar o painel solar residencial em um eletrodoméstico, como um aquecedor de água. De certo modo, isso iria acabar acontecendo, mas as coisas estão avançando mais rápido do que a maioria das pessoas imaginava.”

A Sunrun, maior instaladora de painéis solares residenciais dos EUA, chegou a avançar 6,4% antes de fechar a US$ 9,83 em Nova York na quarta-feira. A Tesla subiu 1,7%, e a SunPower, quase 7%. A KB Home, que tem exposição significativa ao mercado da Califórnia, caiu 5,3%.

Os EUA tiveram 10,4 gigawatts de energia solar residencial no final do ano passado, mais que o sêxtuplo que cinco anos atrás. O setor começou a desacelerar em 2017 devido a mudanças de políticas e iniciativas de algumas empresas para mudar de estratégia.

“A adoção desses padrões representa um enorme avanço nos padrões estaduais de construção”, disse Bob Raymer, engenheiro sênior da Associação da Indústria da Construção da Califórnia, durante a reunião antes da votação. “Pode apostar que os outros 49 estados estarão observando de perto o que vai acontecer.”

A política solar da Califórnia vai exacerbar outra questão crítica no estado mais populoso dos EUA, onde os altos custos de moradia são vistos como um empecilho para a economia, o que também contribui para o aumento das tensões sociais.

“Com o enorme aumento de preços dos imóveis, acho que para os compradores de casas será um pouco desagradável serem obrigados a pagar mais por sistemas solares que talvez eles não queiram ou sintam que não podem custear”, disse Brent Anderson, porta-voz da construtora Meritage Homes. “Mesmo que, a longo prazo, esta seja a resposta certa.”

Fonte: Bloomberg

Leia mais em: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2018/05/california-exige-que-novas-construcoes-usem-energia-solar/34078

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Mercado mais maduro fomenta transações em energia no País

O setor elétrico brasileiro passa por um novo ciclo positivo de investimentos. A maior transparência na formação de preços e também no horizonte de retorno do capital vem tornando o mercado mais atraente, avaliam especialistas ouvidos pelo DCI.

“Observamos a movimentação e interesse de empresas de diversos países, que decorre em parte de uma mudança política e decisão de desestatizar”, afirma a sócia da área de infraestrutura do Siqueira Castro Advogados, Renata Abreu Martins.

De acordo com levantamento da consultoria PwC Brasil, em 2016 foram registradas 19 fusões e aquisições no setor de energia. Desse total, 11 foram realizadas por investidores estrangeiros. Em 2017, foram 38 transações, 21 delas realizadas por agentes de fora do País.

Para o sócio líder para energia elétrica do centro de energia e recursos naturais da EY, Marcos Quintanilha, mudanças promovidas pelo Ministério de Minas e Energia (MME) criaram um ambiente mais favorável aos negócios “As regras ficaram mais estáveis e claras. Iniciou-se uma discussão transparente sobre qual taxa de retorno deveria ser concedida para distribuidoras, além de áreas específicas assumidas pelo governo e órgão regulador, fizeram que os investidores ficassem mais seguros.”

Entre as mudanças, promovidas na gestão do ex-ministro Fernando Coelho Filho, está a Lei nº 13.360, sancionada pelo presidente Michel Temer, que definiu que a administração dos recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) seria feita pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e não mais pela Eletrobras.

Especialistas também atribuem ao MME uma busca por critérios técnicos mais realistas na formação de preços do sistema, em oposição ao que ocorria após a publicação da Medida Provisória (MP) 579, que reduziu artificialmente em 20% os custos de energia. “No final de 2012, com a MP 579, surgiram diversas turbulências no mercado de energia do Brasil. Mexeu-se com concessões e políticas tarifárias. Isso criou insegurança e, na prática, resultou em queda de rentabilidade em todos os segmentos do setor”, explica Quintanilha. “Gerou-se uma demora de repasse tarifário, aumento de custo de produção de energia e a baixa dos reservatórios obrigou o acionamento das usinas térmicas, que são mais caras. Tudo isso vinha ocorrendo e drenando o caixa das empresas, especialmente as distribuidoras”, complementa.

Seis distribuidoras da Eletrobras (Amazonas Distribuidora de Energia, Boa Vista Energia, Companhia de Eletricidade do Acre, Companhia Energética de Alagoas e Companhia de Energia do Piauí) acumularam dívidas e problemas operacionais.

“A Eletrobras tem essas empresas de distribuição em estados do Norte e Nordeste [que são chamadas de federalizadas], que tiveram problemas de administração. A estatal está passando por um processo de reestruturação para melhorar sua saúde financeira e um dos movimentos é vender essas distribuidoras”, afirma Quintanilha. O governo planeja realizar o leilão das empresas até o final de junho. A divulgação do edital da licitação e o agendamento da data dependem, porém, de aval do Tribunal de Contas da União (TCU), que atualmente analisa o processo.

“Tem muita gente estudando essas distribuidoras. Já era para o leilão estar definido, mas ainda não ocorreu por uma questão política”, acredita Renata.

Bola da vez
Atualmente, a disputa pela aquisição da Eletropaulo, distribuidora de energia paulista, entre a espanhola Neoenergia e a italiana Enel, movimenta o mercado. Um leilão público está agendado para 4 de junho pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “A Eletropaulo é muito atrativa. Está localizada em um polo industrial importante, com alta densidade populacional. É uma oportunidade muito grande e por isso vemos uma disputa acirrada entre empresas”, aponta a diretora executiva da Thymos Energia, Thais Prandini.

Quintanilha explica que a venda do controle da Eletropaulo decorre de uma decisão estratégica da AES, antiga acionista majoritária da companhia. “Mais da metade das ações ordinárias era da AES. Em 2016, o grupo decidiu focar no setor de geração e diminuir a atuação em distribuição. No ano seguinte, a AES diluiu sua participação para 16% do capital e abriu mão do controle. O restante está pulverizado nas mãos de acionistas. Isso permite que um player do mercado faça uma oferta pública de aquisição [OPA].” O resultado da disputa entre Neoenergia e Enel representará ao vencedor a condição de líder do mercado brasileiro de distribuição.

Quem adquirir a Eletropaulo automaticamente ultrapassará a CPFL Energia, controlada pela chinesa State Grid. “A Eletropaulo é a maior distribuidora do Brasil em termos de megawatts e a 2º maior em população atendida. É um negócio muito cobiçado”, diz Quintanilha.

Leia mais em: https://www.dci.com.br/impresso/mercado-mais-maduro-fomenta-transac-es-em-energia-no-pais-1.705878

quinta-feira, 10 de maio de 2018

ONU e parceiros lançam estudo sobre progressos no setor de energia

Novo estudo mede avanços no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 7, que avalia temas como fontes renováveis e acesso a eletricidade.

O documento destaca que ainda falta aumentar o uso de energias renováveis para transporte e aquecimento. Ambos os setores respondem por 80% do consumo em todo o mundo.

Nesse indicador, o Brasil se destacou nos últimos anos. Foi o único país, entre os 20 maiores consumidores de energia, que ultrapassou consideravelmente a média global do uso de renováveis em todas as utilizações: eletricidade, transportes e aquecimento.

Na África, pela primeira vez, o acesso está crescendo mais depressa do que a população. Foto: Banco Mundial/John Hogg
Na África, pela primeira vez, o acesso está crescendo mais depressa do que a população. Foto: Banco Mundial/John Hogg

Um relatório lançado por Banco Mundial, Organização Mundial da Saúde (OMS), a Divisão de Estatística das Nações Unidas e outros parceiros mostra o quanto falta para cumprir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 7, relacionado à energia.

A boa notícia do estudo, apresentado em Lisboa, no início de maio, é que algumas áreas estão fazendo progressos reais. Duas delas são a expansão do acesso a eletricidade e o aumento de eficiência energética na indústria.

África
O documento analisa as quatro principais áreas do Objetivo, ou ODS, 7: acesso a eletricidade, combustíveis limpos para cozinhar, eficiência energética e energia renovável.

O número de pessoas que têm acesso a eletricidade aumentou a partir de 2010, mas precisa evoluir mais rapidamente para alcançar a universalização. Hoje, 1 bilhão de pessoas vivem sem esse serviço. E, se o ritmo atual de crescimento continuar, 674 milhões ainda estarão no escuro em 2030.

Na África, pela primeira vez, o acesso está crescendo mais depressa do que a população. Nesse quesito, destacam-se Etiópia, Quênia e Tanzânia, que aumentaram os níveis de acesso em pelo menos 3% ao ano entre 2010 e 2016.

Biomassa
Já o país que mais aumentou o acesso em números absolutos fica fora da África. Trata-se da Índia, que forneceu eletricidade a 30 milhões de pessoas nesse período.

O indicador com menos melhorias foi o de uso de combustíveis limpos para cozinhar, algo que traz impactos importantes para a saúde.

Três bilhões de pessoas, ou mais de 40% da população global, ainda preparam seus alimentos em fogões precários abastecidos com lenha e outros tipos de biomassa. O número deve cair para 2,3 bilhões se a atual trajetória de acesso se mantiver.

Índia, Paquistão, Indonésia e Vietnã são os países que mais avançaram nesse aspecto, mas resta muito a ser feito. Segundo o relatório, é preciso melhorar a tecnologia dos fogões limpos e dar aos consumidores pobres condições de adquiri-los.

Utilização
No quesito eficiência energética, um dado chama a atenção: de 2010 a 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) global aumentou quase duas vezes mais do que o abastecimento de energia primária. Isso mostra uma dissociação entre crescimento econômico e utilização de energia.

A indústria puxou esse avanço, o que é muito importante, pois se trata do setor com maior consumo de energia em nível mundial. Já o progresso em setores como o de transportes, em particular o de frete, foi bem mais modesto.

Finalmente, o novo estudo discute o tema das fontes renováveis, que correspondem a 17,5% da utilização de energia global.

Brasil
O maior progresso se deu no setor de eletricidade. Agora, falta aumentar o uso de energias renováveis para transporte e aquecimento. Ambos os setores respondem por 80% do consumo em todo o mundo.

Nesse indicador, o Brasil se destacou nos últimos anos. Foi o único país, entre os 20 maiores consumidores de energia, que ultrapassou consideravelmente a média global do uso de renováveis em todas as utilizações: eletricidade, transportes e aquecimento.

Leia mais em: https://nacoesunidas.org/onu-e-parceiros-lancam-estudo-sobre-progressos-no-setor-de-energia/

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Energia renovável emprega mais de 10 milhões de pessoas no mundo

O setor de energia renovável, incluindo as grandes hidrelétricas, emprega mais de 10 milhões de pessoas no mundo, de acordo com dados da quinta edição do relatório Renewable Energy and Jobs – Annual Review, lançado hoje (8) na 15º Reunião do Conselho da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês), em Abu Dhabi. De acordo com o relatório, em 2017 foram criados mais de 500 mil empregos, um aumento de 5,3% em relação a 2016.

Segundo a Irena, organização intergovernamental global com 156 membros, a China, o Brasil, os Estados Unidos, a Índia, Alemanha e o Japão continuam a ser os maiores empregadores do mercado de energia renovável no mundo, representando mais de 70% de todos os empregos no setor globalmente.

Sobradinho - A Usina Hidrelétrica de Sobradinho tem capacidade total de 1050 megawatts, mas com a falta de água só tem sido possível gerar cerca de 160 megawatts (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
O setor de energia renovável, incluindo hidrelétricas, responde por 10 milhões de empregos no mundo (Arquivo/Agência Brasil)
"Embora um número crescente de países esteja colhendo os benefícios socioeconômicos das energias renováveis, a maior parte da produção ocorre em relativamente poucos países e os mercados domésticos variam enormemente em tamanho", avalia a agência.

Para a Irena, a economia global poderá criar até 28 milhões de empregos no setor até 2050, com a descarbonização do sistema energético. Os dados mostram que a produção de energia solar fotovoltaica continua sendo o maior empregador de todas as tecnologias de energia renovável, respondendo por cerca de 3,4 milhões de empregos. A estimativa é que a China responda por dois terços dos empregos fotovoltaicos, equivalente a 2,2 milhões, o que representa uma expansão de 13% em relação a 2016.

Ao lado da China, Blangladesh, Indía, Japão e os Estados Unidos são os principais empregadores no mercado de energia solar fotovoltaica no mundo. Juntos, os cinco países respondem por cerca de 90% dos empregos em energia solar fotovoltaica em todo o mundo.

Brasil
No Brasil, o relatório destaca que o número de empregos no segmento de biocombustíveis aumentou 1% em 2017, totalizando 593 400 postos de trabalho. "Os empregos em etanol diminuíram devido à constante automação e ao declínio da produção de etanol", aponta a agência.

Apesar da queda na produção de empregos no setor de etanol, a agência disse que houve compensação com os empregos gerados pelo biodiesel. A Irena estima que o Brasil empregou 202 mil pessoas no setor de biodiesel em 2017, 30 mil a mais em relação ao ano anterior.

Já no que diz respeito à indústria eólica, o levantamento estima que o setor emprega cerca de 33.700 pessoas na fabricação, construção, instalação, operação e manutenção. Em 2017, a indústria eólica fechou o ano com 12,8 GigaWatts (GW) de energia acumulados.

De acordo com a agência, novas instalações no mercado de aquecimento solar no Brasil caíram 3% em 2017. O emprego total em 2017 foi estimado em cerca de 42.000 postos de trabalho, com cerca de 27.500 na indústria transformadora e 14.500 na instalação.

Segundo Adnan Z. Amin, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Renovável, a energia renovável tornou-se um pilar do crescimento econômico de baixo carbono para governos em todo o mundo, um fato refletido pelo crescente número de empregos criados no setor. Ainda segundo o diretor da agência, os dados também ressaltam um quadro cada vez mais regionalizado, destacando que os benefícios econômicos, sociais e ambientais das energias renováveis são mais evidentes nos países onde existem políticas atraentes para o setor.

Leia mais em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2018-05/energia-renovavel-emprega-mais-de-10-milhoes-de-pessoas-no-mundo

terça-feira, 8 de maio de 2018

Aneel estuda realizar leilão inédito voltado à eficiência energética

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abriu consulta pública (nº7/2018) para discutir com a sociedade a realização de leilões de eficiência energética, algo inédito no Brasil. Estudos e análise de impacto regulatório estão disponíveis para acesso ao público. Contribuições devem ser enviadas para o e-mail cp007_2018@aneel.gov.br até 16 de junho. Também haverá uma sessão presencial no auditório da Aneel em Brasília, no dia 15 de junho.

Pensado como uma espécie de leilão de geração de energia “às avessas”, a Aneel definiria o montante anual cujo consumo se pretende reduzir ao longo do programa, e os empreendedores competiriam pelo menor preço para se comprometerem com a redução de um percentual desse montante. Os vencedores do leilão seriam uma nova espécie de agente regulado, o Agente Redutor de Consumo (ARC).

O leilão permitiria que diversos atores concorressem entre si pelo menor preço, por meio de diferentes carteiras de projetos de redução no consumo de energia (por exemplo, troca de lâmpadas, geladeiras ou condicionadores de ar, instalação de geração distribuída, modernização de iluminação pública).

Para aferir com confiabilidade o desempenho do programa, o leilão predefiniria os métodos de medição e verificação segundo a tipologia das ações. Para testar o conceito do leilão, propõe-se um projeto piloto em Roraima, estado isolado do Sistema Interligado Nacional (SIN), dependente de importação de energia e de geração local, a diesel, de alto custo e poluente.

O estudo estima, no cenário moderado, um potencial de eficientização de 4 MW médios anuais a partir de ações nos segmentos residencial, comercial, poder público e instalação de geração solar distribuída. A proposta é a de que cada competidor tenha que ofertar pelo menos 0,5 MW médio e no máximo 1 MW médio, assegurado o mínimo de quatro ARCs vencedores.

A avaliação da viabilidade econômica do projeto traz uma análise do custo histórico da energia evitada em Roraima, em programas do PEE na região Norte, e apresenta uma modelagem financeira sob quatro perspectivas – do consumidor local, da distribuidora local, do SIN e do empreendedor (ARC).

O estudo estima, no cenário-base, a valores presentes, o benefício do programa para o sistema de R$ 206 milhões até a interligação em 10 anos; para os consumidores locais, de R$ 99,9 milhões (sistemas solares residenciais) a R$ 195,8 milhões (lâmpadas fluorescente por LED) até o fim da vida útil dos bens; para os ARCs, de R$ 1,3 milhão (lâmpadas fluorescentes tubulares) a 19,6 milhões (condicionadores de ar comerciais), nos 5 anos do programa; e, à distribuidora, a neutralização do mercado caso faça sua parte.

Leia mais em: https://www.youtube.com/watch?v=t_xWErIPPck

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Governo prepara diagnóstico sobre tarifas de energia e pode rever subsídios

O Ministério de Minas e Energia promoverá uma análise sobre as tarifas de eletricidade no país com o objetivo de aumentar a transparência sobre os custos no setor, em um trabalho que deverá incluir um diagnóstico sobre encargos e subsídios embutidos nas contas de luz e sua efetividade, disseram secretários da pasta à agência de notícias Reuters nesta quinta-feira 93).

O trabalho, que foi encomendado pelo ministro Moreira Franco (MDB-RJ), vem em meio a uma significativa alta nas tarifas de eletricidade neste ano --a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tem aprovado reajustes contratuais de em média dois dígitos para diversas distribuidoras.


O diretor-geral da agência Aneel, Romeu Rufino, chegou a declarar no início de março que as tarifas atingiram "um patamar muito preocupante".

O secretário-executivo da pasta de Minas e Energia, Márcio Félix, disse que o trabalho está no início e poderá eventualmente dar origem a algum plano de ação, mas isso não está decidido neste momento.

"O objetivo é democratizar as informações... a visão é ter um preço justo, digamos assim. Estamos juntando os agentes que têm responsabilidade sobre isso para poder estabelecer um plano de trabalho. Está muito no início, não tem nenhum fato bombástico", afirmou.

Ele lembrou que Moreira Franco, antes de assumir o ministério, quando estava na Secretaria-Geral da Presidência, chegou a fazer críticas públicas aos preços dos combustíveis, o que fez a Petrobras passar a divulgar os preços que pratica em suas refinarias e a carga tributária da gasolina e do diesel.

"Ele levantou essa questão nos combustíveis... é algo similar. Com isso, o consumidor entende se está pagando o preço justo ou não... vamos dizer que é um 'pensar' sobre, uma reflexão sobre o tema. O que depois isso vai desdobrar a gente tem que ver", disse Félix.
Subsídios no alvo

Para o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Azevedo, o trabalho encomendado deverá identificar oportunidades de melhorias, como eventuais reduções em alguns subsídios incluídos nas tarifas.

"A ideia é que se faça o diagnóstico o mais rápido possível para que a gente possa traçar um plano de ação de curtíssimo prazo", afirmou.

"Devemos criar um grupo de trabalho para verificar se os subsídios e encargos que estão sendo colocados na tarifa estão sendo efetivos... os que não forem, poderíamos cancelar, de forma a ter uma energia mais barata para o consumidor", adicionou.

Ele disse ainda que eventualmente alguns subsídios ou encargos poderiam ser retirados da conta de luz para serem custeados de outra maneira --com recursos do Tesouro, por exemplo.

Os subsídios custeados pelas tarifas atualmente envolvem diversas políticas, como descontos para clientes de baixa renda, o programa de universalização da energia Luz Para Todos e incentivos a fontes renováveis, por exemplo.

"O setor elétrico termina sendo responsável por várias políticas sociais. A ideia é deixar isso transparente. Isso é política social, isso é tarifa... então vai ficar claramente definido... se mantenho isso no setor, se o Tesouro vai colocar dinheiro ou se vamos achar outra forma", explicou.
Sem intervenção estatal, diz secretário

O secretário também garantiu que o diagnóstico encomendado e o plano de ação que poderá resultar do trabalho não podem ser comparados a um pacote de medidas lançado em 2012 pela então presidente Dilma Rousseff para reduzir as contas de luz.

Na época, o governo tentou forçar uma renovação antecipada de contratos de geração e transmissão por tarifas menores.

Mas o plano, efetivado com uma medida provisória (MP 579), foi visto como uma intervenção estatal para segurar a inflação, o que derrubou ações de elétricas na Bolsa, gerou críticas de especialistas e investidores e resultou em anos de prejuízos bilionários para a Eletrobras.

"O risco é zero. Muito pelo contrário, porque foi a MP 579 que causou algumas coisas que só agora a gente está tendo a possibilidade de 'desarmar'", disse Azevedo.

Uma reunião para discutir o trabalho a ser feito sobre as tarifas acontece na tarde desta quinta-feira no Ministério de Minas e Energia. Foram convidados técnicos da pasta e de instituições do setor, como a Aneel, a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), o ONS (Operador Nacional do Sistema) e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

Leia mais em:
https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2018/05/03/
governo-prepara-diagnostico-sobre-tarifas-de-energia-e-pode-rever-subsidios.htm

quinta-feira, 3 de maio de 2018

BNDES detalha aplicação de US$ 1 bilhão em energia eólica

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou hoje (2), no Rio de Janeiro, o seu primeiro Relatório Anual Green Bond – os chamados títulos verdes.

O documento, inédito entre bancos brasileiros, contém informações sobre projetos de energia eólica apoiados com US$ 1 bilhão, verba captada pelo BNDES no mercado internacional em 2017 e destinada a financiar projetos ambientalmente sustentáveis.

Segundo informações do banco, a captação em títulos verdes (green bonds) foi concluída em maio do ano passado no mercado internacional, com vencimento previsto para 2024. Trata-se da primeira operação deste tipo realizada por um banco brasileiro.

Com os recursos, foram apoiados oito projetos de geração de energia eólica, distribuídos por seis estados: Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul. Juntos, os projetos têm 1.323 megawatss de capacidade instalada, o que representa mais de 420 mil toneladas de CO2 (Dióxido de Carbono) equivalentes que deixarão de ser lançadas anualmente na atmosfera.

Títulos convencionais
Ao detalhar a operação, o BNDES disse que os papéis têm características similares aos títulos convencionais, mas que os recursos obtidos foram destinados exclusivamente a projetos ambientalmente sustentáveis, atestados por uma empresa verificadora especializada na área ambiental. No caso do BNDES, destinam-se a projetos de geração eólica, novos ou já existentes na carteira do banco.

“Os investimentos em parques eólicos, sobretudo na região Nordeste, são um dos destaques do desempenho trimestral do BNDES, divulgado recentemente. Eles ajudaram a impulsionar os desembolsos do segmento de energia elétrica, que atingiram R$ 1,7 bilhão nos primeiros três meses do ano”, diz a nota da instituição.

Presença internacional
A avaliação do BNDES é de que os green bonds ajudam a consolidar a presença internacional do banco e proporcionam uma série de benefícios, como o de reforçar a prioridade dada pela instituição ao tema da sustentabilidade socioambiental, promover a difusão das melhores práticas de gestão socioambiental e incentivar o acesso de outros emissores brasileiros ao mercado de green bonds, além de construir um novo ponto de referência em sua estrutura a termo de taxa de juros internacionais.

O Green Bond Annual Report está disponível no site.

Leia mais em: https://exame.abril.com.br/economia/bndes-detalha-aplicacao-de-us-1-bilhao-em-energia-eolica/

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Banco Mundial irá financiar R$ 200 milhões em PPPs de iluminação pública

Com o objetivo de modernizar a iluminação dos espaços públicos, o Banco Mundial está criando um fundo internacional para financiar parcerias público-privadas deste tipo em até 10 cidades do país. Segundo informou Javier Freire, especialista em Energia e Financiamento Climático do Banco Mundial, o FinBrazeec, em parceria com a Caixa Econômica Federal, aprovou R$ 200 milhões de empréstimo às empresas privadas que fizerem contratos de PPP para modernizar e operar sistemas de iluminação pública. A informação veio à tona durante o evento de lançamento da Associação Brasileira das Concessionárias de Iluminação Pública – ABCIP, presidida por Eduardo Gurevich na última quinta-feira, 27 de abril, em São Paulo.
A cerimônia contou com a participação de 70 executivos de empresas de iluminação pública, distribuidoras de energia, engenharia e projetos de infraestrutura, além das presenças de Oscar Lima, chefe do Departamento de Parcerias Público Privadas do BNDES, Pedro Vicente Iacovino, diretor da Caraguá Luz e Frederico Turolla, sócio da Pezco Economic and Business Intelligence.
Na abertura, Eduardo Gurevich teceu um panorama do setor e afirmou que a ABCIP será a voz das empresas privadas na iluminação pública. “Como o mais novo segmento dos serviços de infraestrutura, ele necessita de uma entidade capaz de discutir e propor políticas que atendam as demandas do setor”, ponderou Gurevich. “Especialmente no momento em que surge a oportunidade para as empresas colocarem sua expertise à disposição do desenvolvimento urbano”, completou.
Na ocasião, Javier Freire também falou sobre os financiamentos pelo fundo FinBrazeec. “Para ajudar o município a tomar a decisão de remodelar seu parque, o Banco Mundial disponibiliza gratuitamente a Ferramenta para Modelagem de Viabilidade de iluminação Pública através de um site.”
Para Pedro Iacovino, diretor da Caraguá Luz, resultado da primeira PPP do Estado de São Paulo, contou que a modernização do parque de iluminação pública tirou a condição de “patinho feio” do Litoral Norte de Caraguatatuba. “A cara da cidade mudou, a iluminação trouxe as pessoas para a rua”, definiu Iacovino, que também enumerou os desafios que a empresa enfrenta para operar o serviço de maneira sustentável. “As relações com distribuidora de energias e o poder concedente são complicadas, por isso o nascimento da ABCIP é muito bem vinda”. O consultor Frederico Turolla, da Pezco, disse que “o número de projetos em andamento é muito grande, mas os contratos assinados são poucos porque se trata do mais novo no rol dos serviços municipais”.
Osmar Lima, do BNDES, entende a questão como inexorável pelos municípios. “Se quisermos ter cidades inteligentes no Brasil, teremos que passar pela iluminação pública, pois é o elo que faltava”, garantiu Lima. “Nos próximos dois anos, o BNDES quer ajudar a estruturar entre 10 e 15 projetos, citando as cidades que o banco de fomento está trabalhando: Teresina (PI), Porto Alegre, Consórcio Centro Sul e Pelotas (RS), Macapá (AP), Vila Velha (ES) e Petrolina (PE). Ele também defendeu o que chama de “PPP pés no chão”, na qual o contrato prevê que os processos estabelecidos sejam automáticos, sem precisar de anuência do poder público a cada operação.
De acordo com o presidente da ABCIP, Eduardo Gurevich, além do investimento em iluminação pública, que deverá ser de R$ 26,3 bilhões nos próximos 15 anos, as PPPs permitirão agregar novas tecnologias utilizando a infraestrutura urbana disponível, aportando maior segurança e comodidade para a população na utilização do espaço público, associando à iluminação pública outros serviços, como controle e sinalização do tráfego, serviços de tecnologia, vigilância inteligente, dentre outros.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53059556/banco-mundial-ira-financiar-r-200-milhoes-em-ppps-de-iluminacao-publica