A Eletrobras inaugurou ontem um "centro de inteligência" com o
objetivo zerar, até 2018, as perdas de R$ 500 milhões anuais com furto
de energia em suas seis distribuidoras. A central de monitoramento é
sediada em Brasília, onde os técnicos da estatal podem acompanhar, por
meio de telões, o conjunto de dados colhidos automaticamente pelos
medidores inteligentes que são conectados por redes de telecomunicações
sem fio.
A dificuldade financeira das distribuidoras da Eletrobras é
explicada, em boa parte, pelo registro recorrente de ligações
clandestinas e pela baixa eficiência das redes elétricas, causada pela
falta de investimento. Algumas áreas atendidas pelas empresas do grupo
estatal, como a região de Manaus, têm até 32% de perdas.
Ao todo, a Eletrobras conta com seis distribuidoras que foram
federalizadas na década de 1990 e exigiram investimentos pesados para
operarem no azul. São concessionárias que atendem Estados das regiões
Norte e Nordeste: Amazonas Energia, Eletroacre, Boa Vista Energia (RR),
Ceal (AL), Cepisa (PI) e Ceron (RO). Todas elas integram um plano de
venda de controle para empresas de capital privado.
O diretor Comercial das Distribuidoras Eletrobras, Luiz Armando
Crestana, considera que o sistema de medição inteligente inaugura uma
nova etapa da gestão dos ativos de distribuição da estatal. "O Centro de
Inteligência da Medição pode ser considerado um sistema anti-fraude,
mas vai funcionar, na verdade, como um mecanismo de proteção de
receita", afirmou Crestana.
Nessa fase inicial, a Eletrobras mantém instalados 150 mil medidores
eletrônicos, em uma área que representa 60% do consumo total das seis
distribuidoras. Por enquanto, a prioridade é levar os medidores
inteligentes aos grandes consumidores, como indústria e estabelecimentos
comerciais de grande porte.
O diretor da Eletrobras explicou que mudanças abruptas no consumo,
com indício de perda ou furto de energia, são percebidas pelos técnicos
no mesmo instante.
O investimento no novo projeto de medição foi da ordem de R$ 260
milhões. Somente a sala de monitoramento custou R$ 15 milhões. O gasto
com cada medidor foi de cerca de R$ 800.
Crestana explicou que todo recurso aplicado no projeto pode ser
recuperado via tarifa de energia, pela rubrica de investimentos na
eficiência da rede de distribuição. A instalação do sistema ficou a
cargo da Siemens, que ganhou concorrência da estatal. Até março do
próximo ano, a Eletrobras precisará validar todas as ferramentas
eletrônicas. A partir daí, iniciará a fase de "operação assistida" em
que a estatal assumirá a operação com apoio da empresa de tecnologia
contratada pelo período de três anos.
O diretor da Eletrobras avalia que a tecnologia adotada permite a
cobrança diferenciada, com base no horário de consumo, o que vem sendo
estudado e deve ser implementado nos próximos anos.
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