sexta-feira, 27 de abril de 2018

ONS: Iniciativas do Congresso aumentam custo da energia para consumidores

Em reunião convocada pelo governo para discutir uma política que dê mais transparência às tarifas de energia, as principais autoridades do setor elétrico criticaram o relatório da Medida Provisória 814/2017, que eleva o nível de subsídios embutidos na conta de luz.

O relatório foi apresentado na quarta-feira, 26, pelo relator, deputado Júlio Lopes (PP-RJ), e deve ser votado no dia 8 de maio, segundo o presidente da comissão especial da MP, senador Eduardo Braga (MDB-AM).

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, e o diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, deixaram claro que o relatório aumenta o custo da energia para os consumidores e vai na direção contrária do que o governo pretende, segundo anunciado nesta quinta-feira, 26, pelo ministro de Minas e Energia, Moreira Franco.

O relatório propõe o aumento das tarifas de Angra 3 e do preço do gás das termelétricas contratadas durante o racionamento de energia. “Não questiono a legitimidade, mas às vezes o Congresso pontua para um caso e vai empilhando os subsídios.

O patamar dos subsídios incomoda a Aneel e tem trajetória crescente”, disse Rufino. Segundo ele, os subsídios têm hoje o mesmo peso do custo de segmento de distribuição na conta de luz.

O diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, disse concordar com a preocupação de Rufino a respeito das emendas da MP 814/2017. “Iniciativas como essa do Congresso Nacional vão na contramão da intenção do governo de obter tarifas mais módicas e preços mais baixos. A MP 814/2017 caminha para um custo maior das tarifas e preços de energia”, disse.

Sobre o atual nível das tarifas, Rufino defendeu a cobrança de um preço justo, capaz de atrair o capital privado para investir. “É legítimo cobrar um preço realista, mas temos que colocar a dimensão do preço justo. Ninguém defende preços artificiais, pois é um segmento de capital intensivo e o Estado não tem condições de investir. Temos que atrair capital e criar um ambiente de negócios para propiciar essa expansão do sistema”, afirmou o diretor-geral da Aneel.

O secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Fábio Lopes, reconheceu a necessidade de rever os subsídios. “Subsídio é fácil de dar, mas muito difícil de tirar, pois os grupos se movimentam para manter os privilégios”, disse.

Diante dos discursos das autoridades, o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, disse ter ficado surpreso. “A preocupação com as tarifas está alinhada com todas as instituições. Eu achei que era uma preocupação apenas da Aneel”, disse.

Também participaram da reunião o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Reive Barros dos Santos, e o presidente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Rui Altieri.

Moreira Franco disse que a discussão sobre as tarifas precisa ficar clara para a sociedade, principalmente no que diz respeito aos impactos dos subsídios.

“O preço justo poderá ou não ter subsídios para atender à demanda”, disse. O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, disse que o governo vai criar um plano de ação para discutir a questão.

Leia mais em: https://exame.abril.com.br/economia/ons-iniciativas-do-congresso-aumentam-custo-da-energia-para-consumidores/

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Dados & Ideias – Empresas de energia ganham produtividade

Tecnologias que nem existiam ou eram caras demais há uma década estão elevando a produtividade nas empresas hoje. Um estudo da consultoria americana BCG mediu o impacto de diferentes avanços tecnológicos nas empresas de energia e descobriu como elas estão economizando tempo e dinheiro. Inovações como drones, realidade aumentada e inteligência artificial estão digitalizando as operações de distribuidoras e geradoras — companhias nas quais, em geral, mais da metade da força de trabalho é composta de empregados de campo, que representam cerca de 40% da folha de pagamentos.

Segundo o BCG, empresas desse setor podem economizar 50% do tempo nas atividades externas com o apoio de novas tecnologias. Um exemplo é o uso de drones para vistoria e manutenção de redes elétricas. Já o uso da realidade aumentada para assistência técnica remota gera uma oportunidade de economizar 25% no tempo da solução de falhas de equipamento — reduzindo também o prazo de resposta das companhias em caso de queda de energia.

Na prática, as novas tecnologias estão permitindo às empresas investir em times técnicos enxutos, mas altamente especializados. E ainda ajudam a resolver um problema causado pelo envelhecimento da população, especialmente nos Estados Unidos e nos países da Europa: como falta gente com capacitação,  as novas tecnologias substituem os técnicos que se aposentam. As conclusões do trabalho do BCG podem ser aplicadas a outros setores que têm uso intensivo de mão de obra, como telecomunicações e transportes.  


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CONSUMO

A crise econômica está ficando para trás, mas seus efeitos vão demorar a desaparecer. Um deles está no consumo: o brasileiro ficará mais comedido pelo menos até 2022. Um estudo conduzido pela consultoria britânica Euromonitor mostrou que as vendas de produtos mais caros deverão crescer a uma taxa menor nos próximos anos ou até cair, enquanto as de artigos mais baratos deverão ter um avanço significativo.

O destaque fica com os produtos de cuidado com animais de estimação, cujas vendas deverão crescer 64% no período de 2014 a 2022. Os produtos eletrônicos — em geral, mais caros —  deverão ter queda de 9%. “A profundidade da recessão econômica deixou marcas no brasileiro que tornaram seu consumo mais cuidadoso, um hábito que se manterá no médio prazo”, diz Elton Morimitsu, analista de pesquisa da Euromonitor.


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GLOBALIZAÇÃO

O EFEITO DAS BARREIRAS

A onda protecionista global pode gerar um efeito indesejado: a fragmentação digital, que ocorre quando há restrições à circulação de dados, produtos, serviços e profissionais de tecnologia entre os países. O número de leis para controlar o uso de dados cresceu de 324, em 2010, para 1 263, em 2016, entre os membros do G20, que agrega países desenvolvidos e emergentes. “Essas leis são criadas para trazer privacidade ou promover a segurança”, diz Armen Ovanessoff, diretor da consultoria Accenture Research para a América Latina. “Mas elas podem ter consequências negativas não intencionais.”

Um estudo da Accenture, com 402 diretores de tecnologia de empresas com faturamento anual acima de 250 milhões de dólares de Alemanha, Brasil, Coreia do Sul, China, Estados Unidos, Índia, Japão e Reino Unido, mostra que, para 86% deles, o aumento de barreiras à globalização trará problemas como elevação de custos, maior complexidade operacional e comprometimento de planos de crescimento digital dos negócios. Para eles, a chance de suas empresas terem de sair de um mercado, postergar ou abandonar os planos de entrar em um novo país, por causa das barreiras, é de 74% nos próximos três anos.

INFRAESTRUTURA

A SAÍDA PELO NORTE


Porto de Santarém, no Pará: avanço no transporte de grãos até 2025 | João Luiz Bulcão/Tyba
O volume de grãos exportados pelos portos do chamado Arco Norte do país vai mais do que dobrar na próxima década, segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Bain. Os dados mostram que, em 2016, os portos do Norte e do Nordeste do país escoaram 35 milhões de toneladas, mas deverão alcançar 74 milhões de toneladas exportadas em 2025. O maior avanço será dos portos de Vila do Conde e Santarém, ambos no Pará, cuja exportação deverá crescer 23 milhões de toneladas. Apesar do avanço, a maior parte das exportações de graõs ainda será feita pelos portos das regiões Sul e Sudeste do país em 2025.


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ENERGIA RENOVÁVEL

OS QUERIDINHOS DOS INVESTIDORES


Parques eólicos no Piauí: estrangeiros querem investir no Brasil, mas só depois de ir para a China | Luis Salvatore/Pulsar Imagens
Está difícil desbancar a China, mas o Brasil está colado nela quando o assunto é o destino preferido dos investidores de energia renovável. O dado consta de estudo realizado pela consultoria KPMG com 200 executivos de empresas da Ásia, da Europa, do Oriente Médio, da África e das Américas, todas com investimentos diretos no setor de energia renovável. O resultado mostrou que 35% das empresas estão propensas a investir na China nos próximos 12 meses, enquanto 33% disseram que o destino será o Brasil.

Quando o assunto são as fusões e as aquisições no setor de energia, no entanto, o Brasil come poeira: 40% disseram que estão de olho na China, ante apenas 8% no Brasil. “A China atrai por sua boa situação financeira e pela estratégia de investir fortemente em energia renovável até 2020”, diz Franceli- Jodas, sócia do setor de energia da KPMG.


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INTERNET

NO VÁCUO DA OI


Loja da Oi: desbancada pelas menores | Germano Lüders
Um grupo chamado de “operadoras competitivas” de telecomunicações ganhou esse nome porque, apesar de formado por empresas menores e novatas, consegue concorrer num mercado dominado por gigantes. Pois bem, essas operadoras têm mostrado que juntas podem ter um impacto significativo. Dados da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços em Telecomunicações, elaborados em parceria com a consultoria Teleco, mostram que as operadoras competitivas responderam por oito em cada dez novas vendas de banda larga fixa em 2017.

Com o avanço, neste ano o grupo desbancou a posição da Oi, que está toda enrolada num processo de recuperação judicial. Juntas, as operadoras competitivas, que somam 3.500 empresas, alcançaram 22% de participação de mercado, ante 21% da Oi. Há quatro anos, as competitivas tinham apenas 12% do mercado de banda larga fixa no país, e a Oi, 27%. A liderança é da operadora Claro, com 31% de participação, seguida da Vivo, com 26%.


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ENSINO PROFISSIONAL

QUER PAGAR QUANTO?


Cursos de qualificação: os brasileiros querem que eles ofereçam recursos digitais | Fernanda Sampaio/Pulsar Imagens
Metade dos brasileiros está disposta a investir até 499 reais por mês num curso de qualificação para o mercado de trabalho, como um segundo idioma ou a programação de softwares. É o que diz uma pesquisa da Instructure, desenvolvedora americana de softwares para educação profissional, com 500 entrevistas feitas em fevereiro com adultos de todas as regiões brasileiras. Por esse valor, os entrevistados esperam que os cursos ofereçam uma gama de recursos digitais para complementar o aprendizado em sala de aula, como conteúdos online e videoconferência com os professores.

Leia mais em: https://exame.abril.com.br/revista-exame/mais-produtividade-nas-operacoes/

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Turbinas eólicas gigantes estão tornando a energia limpa algo corrente

No extremo norte da península de Jutland, na Dinamarca, o vento é tão forte que fileiras de árvores crescem em uma direção, como bandeiras dobradas.

As grandes turbinas de Osterild têm mais de 180 metros de altura e as maiores pás chegam a ter mais de 80 metros de largura, comparáveis às envergaduras de um Airbus A380, o maior avião comercial do mundo Foto: Rasmus Degnbol / New York

O clima implacável nesta longa faixa de terra de cultivo, pântanos e lamaçais – e o laboratório natural que oferece – deu ao país um papel de liderança na transformação da energia eólica em fonte viável de energia limpa.

Com os preços da energia disparando durante a crise do petróleo de 1973, empreendedores começaram a construir pequenas turbinas para vender aos habitantes da localidade.

“Tudo começou por causa do meu interesse em fornecer energia para a fazenda dos meus pais”, disse Henrik Stiesdal, que projetou e construiu os primeiros protótipos com um sócio ferreiro.

As primeiras turbinas geradoras de energia produzidas por pequenas empresas tinham problemas de qualidade. As pás com apenas quatro metros e meio de largura quebravam. Hoje elas são gigantescas, fabricadas por empresas globais que alcançaram enorme sucesso no campo da engenharia.

As grandes turbinas de Osterild têm mais de 180 metros de altura. As maiores pás chegam a ter mais de 80 metros de largura, comparáveis às envergaduras de um Airbus A380, o maior avião comercial do mundo. Seu preço de venda: até 10 milhões de euros ou mais de US$ 12 milhões.

Essa escala monstruosa ajudou a transformar o vento em uma forma corrente de eletricidade. Turbinas maiores aproveitam mais o vento e geram mais energia. As grandes turbinas modernas na costa produzem 20 vezes mais energia do que as construídas há três décadas.

Quanto maiores, menos é o custo de geração de energia. Em áreas do norte da Europa, o vento hoje é uma importante fonte de energia, representando 4% de todo o fornecimento de eletricidade global, segundo a Agência Internacional de Energia.

A partir desses primeiros inovadores dinamarqueses, o setor cresceu e foi dominado por empresas como Vestas Wind Systems e Siemens Gamesa Renewable Energy.

O centro de operações da Siemens está em Brande, uma pequena cidade de Jutland. Foi no início dos anos 1980 que um empreendedor chamado Peter Sorensen fundou ali uma companhia chamada Bonus com alguns operários da empresa de irrigação do seu pai.

A Siemens adquiriu a Bonus em 2004 e hoje Brande abriga enormes núcleos de engenharia, treinamento e manutenção.

Funcionários sentados diante de consoles monitoram os parques eólicos em todo o mundo. Com freqüência, quando um problema afeta uma turbina e ela pára de funcionar, eles conseguem reiniciá-la eletronicamente sem precisar enviar uma equipe de manutenção ao local.

Nas oficinas técnicos constroem modelos instalações e turbinas customizados para testar se os componentes são robustos o suficiente para durarem duas décadas ou mais. As torres são tão altas que elevadores transportam os engenheiros para cima e para baixo. Os passageiros têm de usar um arnês de escalada para o caso de uma queda.

Os rotores são conectados à torre da turbina por uma estrutura – um enorme recinto do tamanho de um trailer com muito espaço dentro para se movimentar. No topo, do lado de fora, estão os rotores. Quando giram toda a coluna balança como um navio no mar.

A fabricação dessas pás é difícil e exige um trabalho intensivo.

Equipes de trabalhadores gradativamente enchem uma matriz com tiras de fibra de vidro intercaladas com madeira balsa para reforçar. Depois injetam resinas e outros materiais químicos para formar uma estrutura endurecida.

Cerca de 1300 pessoas trabalham na fábrica e a produção de uma pá pode levar três dias. Para as fabricantes é difícil alcançar um equilíbrio em termos de tamanho e eficiência.

As pás maiores já pesam cerca de 30 toneladas métricas e torná-las mais largas aumenta o seu peso. E pás com excesso de peso fazem com que as turbinas se desgastem mais rapidamente e sobrecarregam os demais componentes.

O primeiro parque eólico na costa foi construído usando uma barcaça com uma grua montada em um caminhão. Hoje as empresas desenvolveram navios especializados para transportar as turbinas para suas plataformas flutuantes no mar. E enfrentam uma série de desafios, incluindo o impacto da corrosão provocada pela água salgada. Para atender aos parques eólicos longe da praia as equipes de manutenção às vezes vivem em navios especiais.

No início, a construção de uma estrutura eólica nas costas era extremamente cara e os governos ofereciam generosos subsídios para ajudar o setor a se desenvolver. Mas os preços caíram e o apoio do governo acabou, segundo Andreas Nauen, diretor executivo da divisão de energia eólica da Siemens.

Os custos menores, contudo, tornaram a energia eólica mais atraente em todas as partes. Nauen está otimista no sentido de que novos mercados surgirão na Ásia e nos Estados Unidos. “Isto é real”, disse ele. /TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

Fonte: Estadão
Postado por: Raul Motta Junior

Leia mais em: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,turbinas-eolicas-gigantes-estao-tornando-a-energia-limpa-algo-corrente,70002282113

terça-feira, 24 de abril de 2018

Um continente de energias renováveis

A Comunidade Europeia caminha para ser um continente movido a energias renováveis e não poluentes. Diferentemente do Brasil, a Europa não possui grandes rios com bons desníveis para a construção de grandes hidrelétricas. E, hoje em dia, mesmo se tivesse, a questão ambiental provocada pela inundação de grandes áreas não permitiria tais construções. 
E com a superpopulação das grandes cidades, a poluição ambiental virou um tema constante. A geração de energia na Europa está baseada em gás natural, energia nuclear, solar e eólica. Cada país focou na matriz que mais lhe interessava, e as opções foram as mais distintas. Isso deveu-se a razões econômicas e geopolíticas. As discrepâncias foram grandes, e exemplificando temos a França com a opção da energia nuclear como ponto forte de sua matriz (energia limpa, mas com problemas do lixo nuclear) e a Alemanha optando pelo gás natural e as energias eólica e solar. 
Portugal, foco de meus artigos, tem uma das opções mais interessantes. A matriz energética portuguesa é composta por diversas pequenas centrais hidrelétricas, centrais térmicas a gás natural e diversas plantas eólicas espalhadas pelo pais. Além destas, Portugal tem, nos últimos anos, incentivado a geração distribuída, através da energia solar ou fotovoltaica. Indo a Portugal, é interessante observar dos pontos elevados das cidades, tipo o Castelo de São Jorge, em Lisboa, a quantidade de placas solares nos telhados de edifícios comerciais e de residências. E o preço de instalação destes equipamentos nas residências vem diminuindo bastante nos últimos anos, dado que são muitos os produtores e instaladores oferecendo tais produtos e serviços, gerando economia de escala. 
Outro fato interessante é que, ao contratar energia para sua residência ou negócio, o consumidor pode optar por qual tipo de fonte de energia quer receber, ou seja, de uma usina eólica ou de uma térmica a gás, por exemplo. Isto dá ao consumidor a opção de ser um consumidor mais responsável sob o ponto de vista energético. E, o sistema de energia elétrica português está integrado aos sistemas espanhol e francês. Em caso de crise de energia em algum país, o outro pode fornecer energia. E existe um órgão transnacional que regula este sistema. 
No tocante à poluição atmosférica das grandes cidades, vê-se que o óleo diesel (ou gasóleo como dizem os portugueses) é o grande vilão. Por ser mais poluente do que a gasolina, grandes cidades como Madri e Paris, estão banindo os carros a diesel a partir da próxima década. Percebendo isto, as grandes fabricantes de veículos estão investindo pesado em carros elétricos e híbridos. 
Portugal não está atrás nesta corrida. Os incentivos oficiais e a participação do governo português para a adoção de carros elétricos ou híbridos são grandes. Aliás, me lembro de uma palestra que assisti no Cresesb-Cepel em 2000, onde o palestrante principal era o deputado alemão Hermam Scheer, autor da lei alemã de energias renováveis. Nesta palestra, ele foi enfático ao dizer que a adoção de energias renováveis na matriz energética de um país não é uma decisão econômica e sim, de política de governo. 
Portugal tem hoje 1.250 pontos públicos de carregamento, onde o proprietário de um carro elétrico ou híbrido só paga o carregamento, não o estacionamento. Estes números são do Consórcio Mobi. E, consórcio de empresas de energia e fabricantes de postos de carregamento, responsável pela instalação dos mesmos. A meta é chegar a mais de 10 mil pontos na próxima década. Além disto, ocorreu a alteração da lei de construções, que obrigará, a partir de 2019, que novas construções (prédios ou casas) possuam instalações para carregamento destes veículos.
Hoje, ao se adquirir um veículo elétrico, o governo português dá ao consumidor um subsídio de 2.250 €. A partir de 2018, por questões orçamentárias, este incentivo será dado aos primeiros 1.500 consumidores. Até o ano passado não havia tal limite. Além disso, o governo dá a isenção do ISV (o IPVA deles), e uma limitação do IUC (imposto único de circulação) a um máximo de 35,80 €. Motos elétricas têm um abatimento no seu preço de compra de 20%, limitado ao valor de 400 €. 
Outro dado interessante é que Portugal está na competição para abrigar a fábrica europeia de baterias de carros elétricos da fabricante Tesla Motors. 
E se você estiver em Portugal, a turismo e principalmente no verão, procure ir a uma feira ou exposição de veículos elétricos. Todas as grandes e médias cidades abrigam eventos desta natureza. Antes de viajar, faça uma pesquisa na internet, e aproveite para ver e, mesmo, fazer um test drive em alguns destes veículos. Eu fiz e gostei.
*Consultor de empresas Para maiores informações e detalhes pesquisem em www.universia.pt.

Leia mais em: http://www.jb.com.br/artigo/noticias/2018/04/23/um-continente-de-energias-renovaveis/

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Energia deve ficar mais cara

O presidente Michel Temer assinou nessa quinta-feira (19) decreto que inclui a Eletrobras no Plano Nacional de Desestatização (PND). Porém, a venda de seis distribuidoras de energia, incluída no pacote de reestruturação da estatal, preocupa o Ministério Público de Contas (MPC), que atua no Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo o órgão, a operação provocará enriquecimento sem causa de agentes privados e aumento de tarifas ao consumidor.

Em relatório, o MPC questiona o modelo adotado para leiloar as empresas, o que levou a corte a adiar em pelo menos 30 dias o julgamento que vai deliberar sobre a aprovação ou não do edital.

A ideia é vender as distribuidoras, que pertencem à Eletrobras, com as respectivas concessões para a exploração do serviço público, cujos direitos são da União. Essa opção foi feita com o argumento de que ela seria menos onerosa em R$ 5,4 bilhões para a estatal.

Para a procuradora geral do Ministério Público no TCU, Cristina Machado da Costa e Silva, a “venda casada” faria a União perder, no entanto, R$ 10,27 bilhões em favor da Eletrobras. Esse valor corresponde às outorgas a serem pagas pelos novos concessionários do serviço. “A venda associada implica a apropriação indevida pela Eletrobras da outorga dos serviços. Fosse o capital social da Eletrobras estritamente da União, os problemas seriam menores. Não obstante, como informado, 36% das ações são de propriedade privada. Assim, por exemplo, uma injeção de R$ 10,27 bilhões na Eletrobras significaria a transferência indevida de R$ 3,7 bilhões para agentes privados, configurando enriquecimento sem causa desses acionistas”, escreveu.

Para ela, o aval para a privatização tem de levar em conta não só a vantagem econômica para a estatal, mas “aspectos patrimoniais da União e a adequação do serviço público ao pleno atendimento” dos cidadãos.

A reestruturação da Eletrobras é uma apostas do governo Temer para fechar as contas públicas. As distribuidoras foram incluídas no pacote porque, segundo o governo, dão prejuízo à estatal. Está previsto o leilão das companhias energéticas de Piauí (Cepisa), Alagoas (Ceal), Acre (Eletroacre) e Rondônia (Ceron), além da Boa Vista Energia e da Amazonas Distribuidora de Energia. Caso não haja compradores, a opção do governo será liquidar as empresas.

EPE. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que planeja o setor no Brasil, será presidida pelo engenheiro Reive Barros, ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Rodrigo Maia vê dificuldades

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nessa quinta-feira (19) que continua trabalhando pela aprovação da privatização da Eletrobras na Casa, mas admitiu dificuldades na organização da base governista em torno da polêmica proposta do Palácio do Planalto.

“A base tem tido dificuldade para organizar sua maioria até para aprovar requerimentos”, disse o também pré-candidato do DEM à Presidência da República. “Mas tenho trabalhado a favor, acredito que é importante, que a modelagem é boa. Se a gente conseguir que o setor privado assuma o setor, temos condições de ter mais investimentos e o Estado brasileiro vai deixar de gastar da sociedade recursos para manter um sistema ineficiente”, completou.

Presidente da estatal está otimista

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., disse nessa quinta-feira (19) que está otimista com o processo de privatização da empresa, embora tenha havido alterações de calendário. “Sou otimista. Há entendimentos nas esferas de governo e na Câmara para isso. Vamos viabilizar no mês de junho”, afirmou. Segundo o executivo,as seis distribuidoras deficitárias, que tinham leilão previsto para o fim de maio, agora deverão ser vendidas em meados de junho. A confirmação da data depende, no entanto, de parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) e de um acordo com a Petrobras sobre uma dívida de R$ 20 bilhões da Amazonas Energia, referente ao consumo de combustível por térmicas da distribuidora de eletricidade. Em relação ao TCU, Ferreira Jr. disse ainda que a companhia não teve acesso a parecer questionando o modelo para leiloar essas empresas que traria possível alta de tarifa.



Fonte: O Tempo

Leia mais em: http://www.otempo.com.br/capa/economia/energia-deve-ficar-mais-cara-1.1602080

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Cemig quer comprar energia de usinas eólicas e solares em contratos de 20 anos

A elétrica mineira Cemig quer comprar a produção futura de usinas eólicas e solares por meio de um leilão em formato inédito, que oferecerá aos empreendedores contratos para a venda da geração por um período de 20 anos a partir de 2022, disse à Reuters um executivo da companhia nesta segunda-feira.

O movimento visa ampliar o volume de energia da empresa para atender clientes no mercado livre de eletricidade, após o vencimento de concessões de quatro grandes hidrelétricas da estatal no final do ano passado e com o fim de alguns de seus contratos de compra de eletricidade nos próximos anos.

No chamado mercado livre, geradores e comercializadoras de energia negociam contratos entre si ou diretamente com grandes clientes, como indústrias e shoppings centers.

"Para construir uma usina, eu teria que fazer um investimento grande agora para ter energia disponível em 2022. Agora, se compro energia para revenda, já não preciso fazer desembolso agora, só lá na frente, e isso permite à gente manter nossa participação no mercado livre. E, dependendo do resultado do leilão, até ampliar", disse o superintendente de Compra e Venda de Energia no Atacado da Cemig, Marcos Aurélio Junior.

Agendado para 16 de maio, o leilão da Cemig terá regras parecidas com licitações promovidas pelo governo para viabilizar novos empreendimentos de geração, nas quais as compradoras da produção das usinas são o conjunto das distribuidoras de eletricidade do país.

"A gente procurou fazer algo bem parecido porque sabemos que o contrato do governo é um contrato que o empreendedor gosta... é um contrato longo, que dá o conforto necessário para o investidor recuperar seus investimentos. Porque o mercado livre, em geral, tem essa característica de que os contratos não são longos", explicou o executivo.

Ele disse que a Cemig não divulgará quanto em energia pretende comprar no leilão, o que também dependerá dos preços oferecidos pelos vendedores.

A tarifa máxima a ser praticada pelos projetos será divulgada pela empresa no dia da concorrência, apenas para os competidores habilitados.

Nos leilões do governo, os custos dos novos projetos de usinas eólicas e solares têm alcançado valores cada vez menores. O último certame, o chamado "A-4", em abril, contratou cerca de 800 megawatts em empreendimentos aos menores preços já vistos.

"Posso garantir, até pela publicidade que estamos dando a esse processo, que não será uma coisa pequena. Mas também vai depender... se os preços vierem no patamar do último A-4 pode, sim, ser um volume expressivo", disse Aurélio, ao ser questionado sobre o montante a ser negociado no leilão.

"Um leilão desse tipo no mercado livre é uma coisa até inédita... claro que isso é uma estratégia de comercialização da Cemig, mas também ajuda na expansão do sistema para atender ao crescimento do mercado livre, e com duas fontes que estão se mostrando bastante competitivas", adicionou o superintendente.

Ele disse que a Cemig possui uma participação de cerca de 20 por cento no mercado livre de eletricidade.
REGRAS

Poderão participar do leilão da Cemig apenas projetos eólicos e solares que chegaram a ser habilitados pelo governo a participar do último leilão A-4, realizado no início do mês.

A Cemig poderá comprar até 100 por cento da energia dos empreendimentos, de acordo com o perfil de produção das usinas, em contratos de 20 anos com início em janeiro de 2022 e correção pela inflação (IPCA).

Eventuais antecipações dos projetos poderão ser negociadas entre as partes, e mesmo usinas que venderam parte da produção no leilão A-4 poderão entrar na concorrência.

"Quem vendeu, mas não comprometeu toda energia da usina com o leilão do governo, pode participar também... se ele já vendeu no leilão, ou quiser vender para outro comprador, a gente dá essa flexibilidade. Não necessariamente tem que vender tudo para a Cemig", afirmou Aurélio.

Para se proteger contra eventuais riscos de os projetos que venderam energia não serem viabilizados, o leilão terá uma regra que obriga os investidores a entregar em determinado prazo uma série de documentos que atestem a viabilidade dos projetos e o andamento de sua execução.

Além disso, será pedido um aporte de garantias junto aos participantes, que poderão ser executadas pela Cemig em caso de problemas nos empreendimentos.

Leia mais em: https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2018/04/epoca-negocios-cemig-quer-comprar-energia-de-usinas-eolicas-e-solares-em-contratos-de-20-anos.html

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Agência Internacional de Energia Renovável prevê crescimento até 2050

Aumentar a velocidade de adoção das energias renováveis em escala global em pelo menos seis vezes é fator crítico para atender às necessidades de redução de emissões relacionadas à energia pelo Acordo de Paris e pode limitar o aumento da temperatura global a dois graus, de acordo com a última edição do cenário de energia renovável de longo prazo da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA).

Transformação Energética Global: Um Roteiro para 2050, lançado hoje durante o Diálogo sobre Transição Energética de Berlim, também conclui que um aumento cumulativo do investimento no sistema energético em 30% até 2050 em favor de energia renovável e eficiência energética pode criar mais de 11 milhões de empregos no setor energético, compensando completamente as perdas no segmento de combustíveis fósseis.

A ação imediata também reduzirá a escala e o valor dos ativos ociosos relacionados à energia no futuro. O estudo prevê até US$ 11 trilhões de ativos de energia ociosos até 2050 – um valor que pode dobrar se a ação sofrer mais atrasos.

“A energia renovável e a eficiência energética formam a base da solução mundial para as emissões de CO2 relacionadas à energia e podem fornecer mais de 90% das reduções de emissão de CO2 relacionadas à energia necessárias para manter o aumento da temperatura global em dois graus”, destacou o Diretor Geral da IRENA, Adnan Z. Amin.

“Se quisermos descarbonizar a energia global com rapidez suficiente para evitar os impactos mais severos da mudança climática, as energias renováveis ​​devem representar pelo menos dois terços da energia total até 2050. A transformação não apenas apoiará objetivos climáticos, como também resultados sociais e econômicos positivos em todo o mundo, tirando milhões da pobreza energética, aumentando a independência energética e estimulando o crescimento sustentável do emprego”, acrescentou Amin.

“Existe uma oportunidade para aumentar o investimento em tecnologias de baixo carbono e mudar ainda na nossa geração o paradigma de desenvolvimento global – passando de um de escassez, desigualdade e competição para um de prosperidade compartilhada. Essa é uma oportunidade que devemos aproveitar, adotando políticas fortes, mobilizando capital e impulsionando a inovação em todo o sistema energético”.

Os planos atuais dos governos ficam aquém das necessidades de redução de emissões. Na trajetória de hoje, o mundo exauriria seu “orçamento de carbono” (CO2) relacionado à energia para 2oC em menos de 20 anos, apesar do contínuo e forte crescimento nas adições de capacidade renovável.

No final de 2017, a capacidade de geração renovável global aumentou em 167 GW e atingiu 2.179 GW em todo o mundo – um crescimento anual de 8,3%. No entanto, sem um aumento de escala, os combustíveis fósseis como petróleo, gás natural e carvão continuariam a dominar o mix energético global até 2050.

A análise da IRENA delineia um sistema energético no qual as energias renováveis ​​respondem por dois terços do consumo final total de energia e 85% da geração de energia até 2050 – acima de 18% e 25%, respectivamente hoje.

Para conseguir isso, é necessária uma aceleração de pelo menos seis vezes da energia renovável, tanto por meio do aumento da eletrificação do transporte e dos sistemas de aquecimento, quanto pelo uso mais direto de fontes renováveis.

A eletrificação e a energia renovável são os principais impulsionadores descritos no relatório, com a capacidade solar e eólica liderando a transformação de energia.

Leia mais em: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2018/04/agencia-internacional-de-energia-renovavel-preve-crescimento-ate-2050/34004

terça-feira, 17 de abril de 2018

Tecnologia contribui para propagar a energia solar

É difícil mensurar todo o potencial da energia solar no Brasil, o que se pode constatar é que é algo entusiasmante. Considerada como uma opção para reduzir os custos com as contas de luz, esse tipo de geração de eletricidade tende a ficar cada vez mais competitiva com a evolução da tecnologia. As questões relacionadas a esse assunto serão debatidas durante o 7º Congresso Brasileiro de Energia Solar, que será realizado em Gramado, no Centro de Eventos da Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs), de hoje até sexta-feira.
O diretor da MGF energia solar Gerson Pinho comenta que o objetivo do encontro, além da realização de negócios, é a divulgação das práticas adotadas quanto à energia solar. O engenheiro adianta que um fator que ajudará a promover ainda mais essa fonte, com o passar do tempo, é a diminuição do tamanho dos painéis fotovoltaicos e o aumento do rendimento desses equipamentos. O diretor da MGF cita o exemplo da empresa Tesla, que desenvolveu telhas que podem substituir as placas fotovoltaicas que são instaladas em cima das residências e prédios comerciais.
Outra tecnologia é o uso de filmes finos, com sensores fotovoltaicos, que podem ser colocados nas fachadas dos edifícios e otimizar a produção a partir da energia solar. No entanto Pinho faz a ressalva que esses aprimoramentos vão demorar um pouco para serem comuns no Brasil. O engenheiro recorda que a energia solar é algo novo no País, tendo o seu desenvolvimento acelerado a partir de 2012, com a Resolução nº 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A medida permitiu a prática da geração distribuída, com a troca da energia produzida por um consumidor com a rede elétrica, e o cliente da concessionária usufruindo de créditos para abatimentos nas contas de luz.
Esse cenário promissor fez com que muitas companhias enveredassem por essa área, como a MGF, que planeja, executa e faz a gestão de projetos envolvendo a energia solar. O grupo atende muitos clientes de Novo Hamburgo, e uma dificuldade enfrentada nesse e em outros municípios são os prédios antigos, que não contam com uma estrutura adequada para a instalação dos módulos fotovoltaicos (cada um desses equipamentos pesa em média 20 quilos). Uma solução encontrada foi procurar áreas mais próximas da zona rural, para a montagem de "microusinas" e formar uma espécie de condomínio solar. Ou seja, cada cliente tem um espaço desse condomínio e pode aproveitar os créditos gerados devido à produção solar de eletricidade.
Pinho destaca que é possível implementar projetos que reduzam em até 95% o gasto com a conta de energia (não é possível zerar, pois é necessário pagar o custo mínimo de disponibilidade da eletricidade da concessionária para o seu cliente). O engenheiro detalha que o custo do Watt a partir da geração de um painel fotovoltaico varia de R$ 6,50 a R$ 8,00. Uma dica dada pelo integrante da MGF é que jamais se instale o equipamento voltado para o Sul, por causa da irradiação solar. O tempo médio de retorno do empreendimento é estimado entre quatro e cinco anos. "Isso, lá em 2012, era 11 ou 11 anos", recorda. Pinho enfatiza que os custos das placas solares vêm caindo constantemente.

Leia mais em: http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2018/04/economia/622370-tecnologia-contribui-para-propagar-a-energia-solar.html

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Baterias eliminarão combustíveis fósseis, é questão de tempo

A algumas semanas atrás, um órgão do governo dos EUA enviou o sinal mais claro até o momento de que os combustíveis fósseis estão com os dias contados.

É verdade que, do ponto de vista econômico, a queima de carbono já foi declarada em seu leito de morte inúmeras vezes. Mas desta vez o alerta é dado pelo cronograma relacionado à assassina: as baterias.

A Comissão Federal Reguladora de Energia Elétrica dos EUA (Ferc, na sigla em inglês) decidiu que as chamadas empresas de armazenagem de energia, como Tesla e AES, podem competir com usinas de energia tradicionais nos mercados atacadistas dos EUA até o fim de 2020.

“Isso é um divisor de águas”, disse Joel Eisen, professor de legislação de energia da Universidade de Richmond, não muito diferente do momento em que os órgãos reguladores abriram o mercado de telecomunicações na década de 1970 com decisões que inauguraram a era digital, dando aos computadores acesso justo a linhas telefônicas.

As baterias, antes relegadas a alimentar pequenos dispositivos, como controles remotos e relógios, agora estão prestes a abastecer coisas mais importantes para a vida cotidiana, como smartphones, carros e casas e escritórios inteiros.

E as petroleiras perceberam isso. Na programação da CERAWeek by IHS Markit — conferência anual que levou alguns dos nomes mais importantes do mundo dos combustíveis fósseis a Houston, EUA, nesta semana –, foram programados não um, mas dois debates sobre baterias.

“Não se pergunta mais se as baterias mudarão o setor de energia”, escreveu a IHS na descrição de uma das discussões, “e sim quanto e em que velocidade”. (Um indicativo do sentimento do setor a respeito é que a primeira sessão foi realizada em um restaurante em frente ao local da conferência, na quarta-feira. Lotou).

A seguir descrevemos três forças motrizes por trás das baterias que os executivos deveriam conhecer.

Discute-se há tempos que a ascensão das baterias de íons de lítio — duráveis, com alta densidade de energia e fáceis de recarregar — marcaria o início do fim da era dos combustíveis fósseis.

Os carros elétricos fabricados pela Tesla, General Motors e BYD, esta apoiada por Warren Buffett, substituíram os tanques de gasolina em mais de 3 milhões de carros que rodam pelo mundo afora.

A previsão é de que o número de carros elétricos movidos a baterias ultrapassará o número dos que rodam a gasolina em vendas até 2040. Segundo estimativa da Bloomberg New Energy Finance, isto eliminará 8,5 milhões de barris de demanda de combustíveis para transporte por dia.

O avanço das baterias nos mercados de energia ameaça o reinado do gás natural, que atualmente gera cerca de um terço da eletricidade dos EUA. Nos estados americanos Califórnia e Arizona, empresas de serviços públicos como PG&E e Pinnacle West Capital estão abandonando as usinas de gás em favor de projetos de energia renovável.

Esses parques solares e eólicos agora são capazes de usar sistemas de armazenamento para conservar energia e liberá-la quando necessitam dela.

Queda dos preços
A revolução do armazenamento em baterias não é para já. Os custos dos conjuntos de íons de lítio precisam cair pela metade em relação aos níveis atuais para que os carros elétricos possam realmente competir com os modelos movidos a gasolina, disse Albert Cheung, diretor de análise da Bloomberg New Energy Finance.

O ritmo de fabricação precisa ser acelerado, e também a produção das matérias-primas necessárias para as baterias. Além disso, a tecnologia ainda depende de vontade política e de incentivos na maioria dos mercados

Leia mais em: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2018/04/baterias-eliminarao-combustiveis-fosseis-e-questao-de-tempo/33875

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Empresas estão despreparadas para a nova economia energética, revela pesquisa

Novo estudo divulgado pela Schneider Electric, revela que a maioria das organizações se sente preparada para um futuro descentralizado, descarbonizado e digitalizado, mas muitas não têm tomado as medidas necessárias para integrar e promover seus programas de energia e sustentabilidade.

Essa falsa sensação de segurança pode ser atribuída à constatação de que a maioria das empresas ainda adota abordagens bastante convencionais para gerenciamento de energia e ação climática.

E os desafios da inovação são ainda mais complicados por conta da coordenação limitada entre os departamentos de compras, operações e sustentabilidade, bem como a coleta e o compartilhamento ineficientes de dados.

81% das empresas fizeram upgrades ou planejamentos de eficiência energética, mas 30% ou menos têm considerado novas oportunidades de energia, como microgrids e resposta à demanda

De acordo com a pesquisa, das quase 240 grandes empresas (US$ 100 milhões em receita ou mais) de todo o mundo, 85% disseram estar agindo nos próximos três anos para manter seus planos de redução de carbono a níveis competitivos.

Mas os projetos que foram iniciados ou estão em desenvolvimento se inclinam fortemente para a conservação de energia, água e resíduos. Fora as energias renováveis, poucas organizações estão implementando estratégias e tecnologias mais avançadas para gerenciar energia e emissões.

As principais descobertas revelam que:

- 81% dos entrevistados têm feito melhorias ou planos de eficiência energética para os próximos dois anos; 75% estão trabalhando para reduzir o consumo e o desperdício de água.

- 51% completaram ou estão planejando projetos de energia renovável.

- Apenas 30% implementaram ou estão planejando ativamente o uso de armazenamento de energia, microgrids, calor e energia combinados – ou alguma mistura de tecnologias.

- Somente 23% têm estratégias de resposta à demanda ou planejam tê-las no curto prazo.

“Estamos no meio de uma grande ruptura na forma como a energia é consumida e produzida”, diz Jean-Pascal Tricoire, CEO da Schneider Electric. “O foco quase universal na conservação é positivo. No entanto, ser um consumidor consciente é apenas uma parte do que é necessário para sobreviver e prosperar. As empresas precisam se preparar para serem participantes ativas do setor de energia, apoiando a produção de energia e interagindo com todos os participantes da cadeia. Aqueles que não conseguirem agir agora serão deixados para trás”, completa.

A primeira barreira em direção ao progresso pode ser o alinhamento interno. 61% dos entrevistados disseram que as decisões de energia e sustentabilidade de sua organização não estão bem coordenadas com as equipes e departamentos relevantes, especialmente nos setores da Indústria e Bens de Consumo. Além disso, o mesmo número de entrevistados disse que a falta de colaboração é um desafio.

O gerenciamento de dados foi citado como outro obstáculo para a gestão integrada de energia e carbono. 45% dos respondentes afirmaram que os dados organizacionais são altamente descentralizados, tratados a nível local ou regional. E entre as pessoas que identificaram “ferramentas/métricas insuficientes para compartilhamento de dados e avaliação de projetos” como um desafio, 65% gerenciam dados a nível local, regional ou nacional – não global.

Líder de serviços gerenciados em nuvem, a britânica Iomart é um exemplo de empresa que aplica uma abordagem integrada, baseada em dados. A empresa trabalha para coordenar eficiência energética e gerenciamento ambiental em toda a rede de Data Centers que possui e opera no Reino Unido.

“Obter dados e inteligência acionável é essencial”, aponta Neil Johnston, diretor de operações técnicas da Iomart. “Mas o que acontece depois que você tem a informação também é importante. Nossas equipes de compras, energia e sustentabilidade comparam os dados e desenvolvem estratégias compartilhadas para gerenciar o consumo e as emissões e reduzir os custos. Essa colaboração gerou economias significativas para o negócio e nos ajudou a obter a certificação ISO 50001 e cumprir os requisitos do Compromisso de Redução de Carbono”.

Mais de 50% das empresas entrevistadas iniciaram projetos de energia renovável ou planejam fazê-lo nos próximos dois anos. Os setores de Saúde (64%) e Bens de Consumo (58%) saíram na frente.

Além disso, a liderança e os executivos têm um alto grau de envolvimento nesses e outros programas focados em sustentabilidade. 74% disseram que os membros da liderança revisam ou aprovam iniciativas renováveis e de sustentabilidade, por exemplo, indicando que este trabalho é visto como uma prioridade estratégica.

E enquanto o ROI é a referência óbvia para as iniciativas de energia e sustentabilidade, as empresas estão começando a ter uma visão mais ampla e abrangente dos investimentos.

Por exemplo, mais da metade dos entrevistados disseram que o impacto ambiental é levado em conta no processo de avaliação. O risco organizacional (39%) é outra consideração importante.

O estudo foi realizado pela GreenBiz Research para identificar como as empresas desenvolvem estratégias ambientais e de energia, coletam e compartilham dados e coordenam os departamentos – uma prática conhecida como Active Energy Management (Gestão Ativa de Energia, em tradução livre).

Os participantes incluem profissionais responsáveis pelo gerenciamento de energia e sustentabilidade, de membros da diretoria até indivíduos. As empresas pesquisadas representam 11 segmentos principais, incluindo Bens de Consumo, Energia/Utilities, Finanças, Indústria, Saúde e Tecnologia. Os resultados de qualquer amostra estão sujeitos a variação.

Leia o report da pesquisa para um resumo detalhado dos resultados: http://hub.resourceadvisor.com/aem-ebooks/corporate-energy-sustainability-programs-research-report

Leia mais em: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2018/04/empresas-estao-despreparadas-para-nova-economia-energetica-revela-pesquisa-da-schneider-electric/33873

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Moreira promete continuidade em Minas e Energia e defende privatização da Eletrobras

Ao assumir oficialmente o cargo de ministro de Minas e Energia nesta quarta-feira, Moreira Franco garantiu continuidade nos trabalhos da pasta e defendeu a privatização da Eletrobras. Na tentativa de sinalizar compromisso do governo com a desestatização, Moreira anunciou que será publicado nesta quinta-feira um decreto do presidente Michel Temer que inclui a empresa no Programa Nacional de Desestatização (PND). Isso permite a contratação dos estudos técnicos necessários para a operação.

— O Congresso Nacional haverá de entender a necessidade de nós capitalizarmos a Eletrobras. Ela não capitalizada seria um retrocesso, uma manifestação de atraso, de problemas que se aprofundarão no futuro, de negligência com o brasileiro. Como demonstração do nosso empenho, deverá estar publicado amanhã um decreto do presidente que inclui a Eletrobras no Programa Nacional de Desestatização. Havermos de ganhar essa batalha de compreensão. A aritmética é muito mais forte que a ideologia — disse o ministro.

Moreira Franco foi transferido da Secretaria-Geral da Presidência da República porque Fernando Coelho Filho (DEM) deixou o cargo para disputar as eleições em Pernambuco. A mudança no ministério foi recebida com mal humor do mercado, que viu dificuldades para a privatização com as alterações. Além disso, técnicos importantes decidiram deixar a pasta com a chegada de Moreira.

— O presidente disse que nós deveríamos seguir e continuar com a política exitosa que tem dados resultados surpreendentes. Nós temos uma equipe respeitada, que não vive do elogio. E essa equipe será comandada no espírito da continuidade — disse o ministro.

No seu discurso, o novo ministro citou todos os secretários e afirmou que o titular da área de Mineração, Vicente Lôbo, continuará no cargo. Lôbo havia pedido demissão e a sua exoneração chegou a ser publicada no Diário Oficial da União.

O secretário-executivo, Paulo Pedrosa, renunciou na semana passada, e o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Augusto Barroso, na segunda-feira. Junto a eles, saem assessores que integravam suas equipes — tidas como referências por executivos e analistas do setor. O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, foi confirmado no cargo.

Em uma tentativa de acalmar os investidores e sinalizar continuidade na política do ministério, Moreira decidiu promover o engenheiro Márcio Félix ao cargo de secretário-executivo, número dois e posto-chave na pasta. Antes secretário de Petróleo e Gás, ele foi o articulador da retomada dos leilões do setor e disse que a prioridade do ministério será a privatização da Eletrobras.

Para a Secretaria de Petróleo, Moreira escolheu o geólogo João Vicente Vieira, que já trabalhava no ministério.


Fonte: O Globo

Leia mais em:
https://oglobo.globo.com/economia/moreira-promete-continuidade-em-minas-energia-defende-privatizacao-da-eletrobras-22581719

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Resultados do leilão de energia são promissores

O leilão de geração de energia de reserva promovido há dias pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) teve resultados muito positivos do ponto de vista dos preços médios da energia, muito inferiores aos tetos admitidos pela agência reguladora. O resultado é promissor para os consumidores de eletricidade, que pagam tarifas elevadas, entre as mais caras do mundo.
Foram contratados no leilão A-4, para entrega de energia a partir de 2022, um total 39 empreendimentos, entre hidrelétricas, usinas movidas a biomassa, eólicas e solares fotovoltaicas. Tanto a potência contratada (de 1.024 MW) como o volume de energia física assegurado (356 MW) são pouco expressivos, mas, mesmo assim, especialistas entendem que os preços podem se tornar, em alguns casos, referência para os próximos leilões.
Com deságio recorde de 73,5%, os projetos eólicos venderão energia a R$ 67,60 o MWh, muito inferiores ao mínimo de R$ 97,49 o MWh observado nos leilões anteriores da Aneel. Os projetos de energia solar mostraram deságio de 62,2% e preço de R$ 118,07 o MWh, para um mínimo histórico de R$ 143,50 o MWh. O deságio das térmicas a biomassa foi de 39,5% e o das hidrelétricas, de 31,92%. Segundo o então presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Barroso, os preços contribuirão para “segurar a alta de tarifas e trazê-las novamente ao patamar razoável”.
Toda a demanda de energia das distribuidoras foi atendida no leilão, marcado por elevada oferta de projetos que ficaram represados entre 2015 e 2017, quando as incertezas econômicas eram maiores.
Em alguns casos, os geradores não venderam para as distribuidoras toda a energia nova que será produzida em decorrência do leilão A-4, deixando parte da produção para ser oferecida no mercado livre, cujos preços oscilam conforme a oferta e a demanda.
Um diretor da Aneel, Tiago Correia, notou que o leilão, realizado no dia da rejeição do pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não foi afetado por eventos políticos. Isso reforça, segundo Correia, a atratividade do setor elétrico. O leilão é, portanto, um sinal positivo para os investimentos de longo prazo. A expectativa da agência reguladora é de que o leilão A-4 permita atrair investimentos num total de R$ 5,27 bilhões.

Leia mais em: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,resultados-do-leilao-de-energia-sao-promissores,70002263374

terça-feira, 10 de abril de 2018

BNDES facilita empréstimo para projetos de energia no mercado livre

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende estrear neste ano uma nova forma de financiamento a projetos de geração de energia, que levará em conta toda a previsão de receita dos empreendimentos, inclusive com a venda da produção nos chamados mercados livre e spot de eletricidade.

A superintendente da área de energia do banco, Carla Primavera, disse à Reuters que a ideia é tornar os empréstimos mais flexíveis e próximos da estratégia dos investidores do setor elétrico. O novo modelo já está sendo oferecido aos investidores.

O banco geralmente atrela seus financiamentos aos contratos que as usinas de geração fecham antecipadamente com distribuidoras em leilões promovidos pelo governo, no chamado mercado regulado.

Mas os investidores tradicionalmente buscam ampliar a receita de seus projetos com a negociação de parte da energia no mercado livre, onde podem fechar contratos com indústrias ou comercializadoras, muitas vezes com preços melhores.

“Eu gostaria muito de poder já fazer mais de um projeto com esse modelo (em 2018). Tivemos leilões de energia em dezembro e na semana passada, e a gente espera receber esses empreendedores no banco e entender a estratégia desses projetos, discutir esse novo modelo de financiamento”, afirmou ela.

Nesse sentido, o BNDES não exigirá dos projetos um percentual mínimo de energia vendida às distribuidoras, no mercado regulado, nem um prazo ou preço específico para os contratos no mercado livre que poderão ser considerados no momento de calcular o nível de alavancagem dos empreendimentos.

O banco também poderá estimar receitas das usinas no mercado de curto prazo, onde a geração é vendida pelo preço spot, ou Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).

“A gente vai modular o perfil de repagamento do financiamento olhando para o perfil de comercialização dos projetos. O contrato no mercado livre não vai precisar corresponder ao mesmo prazo do financiamento, e a gente trabalharia no fundo com expectativas também de PLD”, explicou a superintendente.

Ela afirmou que a nova estrutura de financiamentos leva em conta também uma previsão de que as distribuidoras de energia estão com uma demanda mais baixa devido à crise econômica enfrentada pelo país, o que tem aumentado a busca de investidores em geração por vendas no mercado livre.

A superintendente do BNDES citou como outra medida importante para melhorar os financiamentos ao setor de energia uma ampliação para 18 meses no prazo para que projetos viabilizados em leilões peçam o enquadramento no banco, visando futuros empréstimos, ante seis meses anteriormente.

Segundo ela, muitos empreendedores pediam o enquadramento com os projetos ainda em fase inicial, sem definições importantes, como fornecedores e licenciamento ambiental, o que atrasava a análise dos pleitos pelo banco.

“Nosso prazo, desde que passou a se implementar essa medida, vem se reduzindo, porque recebemos o projeto mais maduro e temos capacidade de interagir melhor com o empreendedor e entregar o (financiamento de) longo prazo em tempo menor”, disse.

Desembolsos
A área de energia elétrica do BNDES prevê 13 bilhões de reais em desembolsos em 2018, com leve recuo de 3 por cento ante os 13,43 bilhões de reais no ano anterior.

O número é bastante distante de um recorde de 21 bilhões de reais liberados pelo banco de fomento em 2015, mas também fica bem acima dos apenas 9,2 bilhões registrados em 2016, ano impactado pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e por uma recessão econômica no país.

Neste ano, segundo apresentação do banco vista pela Reuters, a área de energia já recebeu cerca de 1,6 bilhão de reais em desembolsos no primeiro trimestre, com predomínio de financiamentos a parques eólicos, que receberam quase 960 milhões, e distribuição de eletricidade, com 473 milhões.

Já projetos de transmissão receberam 110,7 milhões e hidrelétricas tiveram 49 milhões.

O BNDES soma aprovações de quase 193 bilhões de reais em financiamentos para a área de energia elétrica desde 2003, com destaque para hidrelétricas, com 68,4 bilhões; usinas eólicas com 36,2 bilhões; e aportes em distribuição, com 34 bilhões.

Leia mais em: https://exame.abril.com.br/economia/bndes-facilita-emprestimo-para-projetos-de-energia-no-mercado-livre/

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Energia renovável movimenta pesquisadores brasileiros

Da energia total gerada no Brasil, 6% vêm do Sol e dos ventos; e a previsão é de que, em 2040, essas fontes renováveis representem 43% da matriz energética. Nesse desafio de mexer nas estruturas reduzindo o uso de combustíveis fósseis — projeto traçado por outros países —, o trabalho de cientistas pode ocupar lugar estratégico. Espera-se das universidades e dos institutos, por exemplo, soluções para aproveitar os recursos com o máximo de eficiência e o mínimo de resíduos tóxicos.

Há iniciativas nesse sentido em universidades brasileiras. Entre os projetos estão a implantação de painéis fotovoltaicos flutuantes sobre lagos de hidrelétricas, o uso de uma usina solar para suprir até 8% do consumo de eletricidade em um câmpus universitário no semiárido nordestino e a construção de uma biorrefinaria que produzirá combustíveis ecológicos a partir de microalgas.

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“Nosso país vem apostando nas energias renováveis como solução estratégica para a diversificação da matriz elétrica nacional e a democratização do setor. Como resultado, particularmente nos casos de solar e eólica, os mercados vêm crescendo exponencialmente no Brasil”, afirma Alexandre Costa, diretor de Eólica do Centro de Energias Renováveis da Universidade Federal de Pernambuco (UPFE). O centro conduz estudos para a criação e o aprimoramento de painéis fotovoltaicos e turbinas eólicas, além de análises estatísticas para monitorar e prever a eficiência desses sistemas.

Um dos projetos mais recentes é a instalação de usinas solares flutuantes no lago de duas hidrelétricas: Balbina, no Amazonas, e Sobradinho, na Bahia. Balbina será a primeira a ter os equipamentos instalados. Segundo a Eletronorte, que também participa do projeto, o sistema deve entrar em operação em julho. Já em Sobradinho, sob a supervisão da Eletrobras Chesf, os equipamentos começarão a ser montados em junho e espera-se que o sistema esteja completo ainda neste ano.

Cada local receberá painéis com potência de 5MWp, e a intenção da iniciativa-piloto é estudar como esse sistema se comporta e como utilizá-lo em larga escala no país. “A tecnologia já vem sendo implementada em alguns locais da Europa, mas não em lagos de hidrelétricas. O projeto é inédito dentro desse enfoque e representa um grande desafio, com inúmeras possibilidades”, afirma Elielza Moutra, professora e pesquisadora em energias renováveis pela UFPE.

Segundo Elielza Moutra, os lagos são áreas livres e ensolaradas, o que favorece a instalação dos painéis. Além disso, o equipamento cobre parte da superfície do lago, diminuindo a perda de água do reservatório por evaporação. “Ao mesmo tempo, a cobertura evita que os módulos fotovoltaicos, cuja eficiência decai com o aumento de temperatura, aqueçam. Todas essas possibilidades estão sendo pesquisadas e testadas”, complementa.

Usina solar
No câmpus da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) em Mossoró, no Rio Grande do Norte, há quase um ano e meio, funciona uma usina solar que produz parte significativa da energia consumida pela instituição. A estrutura tem 580 painéis fotovoltaicos e gera aproximadamente 18 MWh por mês. A quantidade varia, mas representa entre 5% e 8% do consumo de energia elétrica do local e resulta em até R$ 8.000 de economia mensal, segundo a professora Diana Lunardi, presidente da Comissão Gestora do Plano de Gestão de Logística Sustentável da universidade.

A usina tem contribuído para estudos sobre a adaptação da tecnologia à região, um dos focos da Ufersa. Entre eles estão a criação de um dispositivo para monitorar o acúmulo de poeira nos painéis. Como o clima é muito seco, uma camada de poeira sobre as placas pode dificultar a absorção da luz solar, diminuindo sua eficiência.

Temperaturas altas também podem prejudicar a geração de energia, pois o silício, sendo um material semicondutor, perde a eficiência ao ser aquecido. Por isso, outros projetos da universidade incluem soluções para reduzir a temperatura de operação, aumentando a geração de energia dos módulos fotovoltaicos, e o desenvolvimento de um sensor para determinar a intensidade da radiação solar.

Diana Lunardi ressalta que a região é propícia para esse tipo de estudo. “O Brasil tem um grande potencial para a produção de energia solar, já que a irradiação média anual varia entre 1.200 e 2.400 kWh por metro quadrado a cada ano. Entre as regiões, a Nordeste apresenta os maiores valores de irradiação solar, com maior média e menor variabilidade anual”, explica.

A opinião é compartilhada por Tarcísio Bacelar, pesquisador da UFPE. “O sistema elétrico nacional já dispõe de elevado grau de flexibilidade em decorrência do grande uso da geração hidrelétrica, além da existência de um sistema de transmissão de dimensão continental. Dessa forma, o Brasil conta com uma posição privilegiada para acomodar uma expansão das energias renováveis intermitentes, como a solar e a eólica”, justifica.
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Eficácia máxima
O watt-pico é a unidade padrão para medir a potência de painéis fotovoltaicos. Representa a quantidade de energia gerada pelo dispositivo quando está trabalhando na capacidade máxima, pois a eficiência dos painéis varia de acordo com a temperatura e a luz do sol, por exemplo.


Fonte: Correio Braziliense



Leia mais em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/tecnologia/2018/04/09/interna_tecnologia,672088/pesquisas-de-energia-renovavel-no-brasil.shtml

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Governo agenda leilão de energia A-6 para 31 de agosto

O Ministério de Minas e Energia agendou para 31 de agosto um leilão de energia que contratará novos projetos de geração para início das operações a partir de janeiro de 2024, o chamado "A-6", segundo portaria da pasta no Diário Oficial da União desta sexta-feira.

O certame tem inscrições abertas para empreendimentos de geração hidrelétrica, usinas eólicas, termelétricas à biomassa e a gás natural-- inclusive em ciclo aberto, ciclo combinado e ampliação de usina existente a gás por meio de fechamento do ciclo térmico.

Os vencedores da licitação fecharão contratos para a venda da produção futura das usinas às distribuidoras de eletricidade por um período de 30 anos, no caso das hidrelétricas, 25 anos para as termelétricas e 20 anos para as usinas eólicas.

Os contratos para usinas hidrelétricas e eólicas serão na modalidade "por quantidade de energia elétrica", enquanto as termelétricas fecharão contratos "por disponibilidade de energia", segundo a portaria do ministério.

Acesse a íntegra da publicação do Ministério de Minas e Energia no Diário Oficial: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=06/04/2018&jornal=515&pagina=156&totalArquivos=278

Leia mais em:
https://extra.globo.com/noticias/economia/governo-agenda-leilao-de-energia-6-para-31-de-agosto-22563840.html

quinta-feira, 5 de abril de 2018

MME decide deixar a solar de fora do A-6 deste ano


A maior vencedora do leilão A-4 de 2018, a solar fotovoltaica, não participará do A-6 programado para ser realizado até o mês de agosto. A decisão foi tomada pelo Ministério de Minas e Energia diante da perspectiva de uma demanda menor do que a imaginada pelo governo para o certame que contratará novos projetos para 2024.
De acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Eduardo Azevedo, a decisão é pontual e não vale para os demais certames. Ele revelou que a exclusão da fonte deve-se ao fato de que a demanda declarada pelas distribuidoras com vistas ao A-6 frustrou as expectativas do governo e que por isso não haveria espaço para todas as fontes.
“Até por conta desse cenário procuramos privilegiar a contratação da fonte solar neste leilão já que não será aberta ao A-6 que apresentou uma demanda menor do que imaginamos, não estou dizendo que será baixa, mas menor do que previsto”, afirmou o representante do ministério após o leilão A-4.
Essa é uma das justificativas que levou o governo a um maior volume de contratação da solar fotovoltaica no certame realizado nesta quarta-feira, 4 de abril, em São Paulo. De um volume total de pouco mais de 1 GW de potência viabilizada, 806,6 MW são originados dessa modalidade de geração.
A solar só perdeu em termos de deságio para a eólica que teve apenas 4 parques de um mesmo empreendedor na Bahia. Segundo o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica, que esteve presente ao leilão, Tiago Correia, o patamar abaixo de R$ 70/MWh não pode ser considerado como o preço da fonte, um dos motivos é o baixo número de projetos. Contudo, afirmou que esse nível de preço pode ser o possível de ser alcançado. E que, ao considerar o leilão do ano passado, a faixa de preços normal pode ser considerada entre R$ 108 e R$ 70/MWh.
Mudanças
De acordo com Azevedo, do MME, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, deverá assinar ainda hoje uma portaria com a determinação de que a fonte eólica deverá passar a ser contratada em leilões na modalidade de quantidade e não mais por disponibilidade como vinha sendo feito desde o início de sua participação dos certames da Aneel. Essa determinação, uma das últimas da gestão do ministro deverá entrar em vigor já para o próximo leilão, o A-6.
Essa decisão poderá levar a um aumento de preços para a fonte, admitiu o executivo. Mas essa elevação, acrescentou ele, não deverá mudar expressivamente o cenário, pois a fonte continua a apresentar redução de custos e, por isso, não deverá ser notado impacto nas tarifas.
O mesmo formato de contratação, revelou ele, poderá ser estendido à fonte solar fotovoltaica, contudo, ainda não confirmou se essa portaria deverá incluir a fonte, até porque, a tomar como base o calendário de contratações de novos projetos, a fonte deverá ter novos CCEARs fechados somente no ano que vem.
Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53056907/mme-decide-deixar-a-solar-de-fora-do-a-6-deste-ano

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Começa leilão de energia nova A-4 operacionalizado pela CCEE

Na etapa inicial, com previsão de duração de dez minutos, os empreendedores cadastrados apresentarão seus lances iniciais e informarão a quantidade de energia ofertada. Neste momento, os empreendimentos também disputam a conexão com a rede de transmissão, em particular nas áreas onde há restrições de escoamento.

Em seguida terá início a etapa contínua, em que os proponentes irão apresentar novos lances, até o fechamento do leilão.

Tendo em vista o grande número de projetos cadastrados, a expectativa é de uma forte competição. Ao todo, foram cadastrados 1,672 mil projetos junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), totalizando 48.713 MW de capacidade instalada.

O certame negociará Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEARs) nas modalidades quantidade e disponibilidade. Na modalidade por quantidade, será contratada energia proveniente de empreendimentos hidrelétricos, com prazo de suprimento de 30 anos. Já na modalidade por disponibilidade, serão contratados empreendimentos eólicos, fotovoltaicos e termelétricos a biomassa, com prazo de 20 anos.

Serão aceitas propostas para quatro produtos distintos: um produto por quantidade, ao preço máximo de R$ 291/MWh, e três por disponibilidade: um para fonte eólica (R$ 255/MWh), outro para o qual disputarão as fontes termoelétrica a biomassa (R$ 329,00/MWh) e um terceiro produto para a fonte solar, com preços iniciais em R$ 312,00/MWh.


Os vencedores firmarão contratos de fornecimento com as concessionárias de distribuição de energia elétrica, que participam do certame, como compradoras, a fim de suprir a demanda de seus mercados.


Leia mais em: http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2018/04/comeca-leilao-de-energia-nova-a-4-operacionalizado-pela-ccee-10220394.html

terça-feira, 3 de abril de 2018

Fornecimento de energia elétrica no país melhora em 2017, segundo indicadores da Aneel

A qualidade dos serviços de distribuição de energia elétrica melhorou em 2017 conforme apontam os indicadores DEC* e FEC** apurados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Ao longo do ano passado, os consumidores ficaram 14,35 horas em média sem energia (DEC), o que representa uma redução de 9,23% do valor registrado em 2016 de 15,81 horas em média.

O valor do DEC no ano de 2017 é o menor valor histórico para esse indicador. A frequência (FEC) no número de interrupções se manteve em trajetória decrescente, com redução de 8,87 interrupções em média em 2016 para 8,20 interrupções em média por consumidor em 2017, o que significa uma melhora de 7,55% no período.

O avanço é resultado de ações da ANEEL como as novas regras de qualidade do fornecimento nos contratos de concessão das distribuidoras, a adoção de planos de resultados para as distribuidoras que apresentavam pior desempenho, compensação financeira ao consumidor, fiscalizações da Agência e definição de limites de interrupção decrescentes para as concessionárias.

Confira abaixo os gráficos com o histórico dos indicadores DEC e FEC:

* DEC – Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora – Tempo que, em média, no período de observação, cada unidade consumidora ficou sem energia elétrica.

** FEC – Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora – Número de interrupções ocorridas, em média, no período de observação.

O valor de compensações pagas ao consumidor, em consonância com a melhoria no serviço, caiu de R$ 571,12 milhões, em 2016, para R$ 477,16 milhões em 2017.

Desempenho por distribuidora

A ANEEL avaliou todas as concessionárias do país no período de janeiro a dezembro de 2017, divididas em dois grupos: 33 concessionárias de grande porte, com número de unidades consumidoras maior que 400 mil; e 25 concessionárias de menor porte, com o número de unidades consumidoras menor ou igual a 400 mil.

Das empresas com mais de 400 mil consumidores, as melhores colocadas foram Energisa Minas Gerais (EMG) em primeiro, seguida da Companhia Energética do Maranhão (Cemar).

As distribuidoras que mais evoluíram em 2017 foram a Energisa Minas Gerais e a Energisa Tocantins com um avanço de 8 posições em comparação ao ano de 2016.

As últimas posicionadas foram a Enel Goiás, em 33º, e a Eletrobras Alagoas, em 32º lugar. A concessionária que mais regrediu no ranking foi a Energisa Sergipe com recuo de 8 posições em comparação a 2016.

Das empresas com até 400 mil consumidores, as melhores foram: Energisa Borborema (EBO, PB) em primeiro, Empresa Força e Luz João Cesa (EFLJC, SC) em segundo. As últimas nesse grupo foram a Forcel em 25º, e a Eletrobras Roraima em 24º.

Abaixo as tabelas com os rankings:

Ranking Concessionárias de Energia 2017

A classificação é elaborada com base no Desempenho Global de Continuidade (DGC), formado a partir da comparação dos valores apurados de DEC e FEC das concessionárias em relação aos limites estabelecidos pela ANEEL para esses indicadores.

O ranking é um instrumento que incentiva as concessionárias a buscarem a melhoria contínua da qualidade do serviço. Desde 2013, o ranking é considerado na movimentação tarifária das distribuidoras de energia elétrica.

O ranking da continuidade do serviço é publicado anualmente pela ANEEL. Veja aqui o ranking dos anos anterior.


Leia mais em: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2018/04/fornecimento-de-energia-eletrica-pais-melhora-em-2017/33933

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Governo define cronograma de leilões de energia para 2018

O governo federal estabeleceu oficialmente nesta segunda-feira um cronograma de leilões para contratação de energia elétrica em 2018, de acordo com portaria do Ministério de Minas e Energia no Diário Oficial da União.
Para 4 de abril está previsto o Leilão de Energia Nova A-4, que contratará novas usinas para entrada em operação a partir de 2022. Para o "segundo quadrimestre" do ano está previsto o Leilão de Energia Nova A-6, para projetos com entrega em 2024.
Um leilão específico para a contratação de usinas de fontes alternativas, como parques eólicos e solares, que chegou a ser cogitado pelo governo, ficou de fora do planejamento oficial para este ano.
Fora esses certames, para viabilizar novos projetos de geração, o governo também planeja promover dois leilões de compra de energia proveniente de empreendimentos de geração existentes.
Os dois leilões de energia existente, o A-1, e o A-2, deverão acontecer no quarto trimestre.

Leia mais em: https://extra.globo.com/noticias/economia/governo-define-cronograma-de-leiloes-de-energia-para-2018-22546715.html