quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Eólica: Brasil comemora a marca de 10 GW em potência instalada

O setor eólico comemorou oficialmente nesta terça-feira, 30 de agosto, a marca de 10 GW em capacidade instalada no país. Esse volume foi obtido no dia 25 de agosto quando entrou em operação comercial o 400º parque em território nacional. São quase 5,3 mil aerogeradores no país. E a fonte se prepara para chegar aos 20 GW em menos tempo, pois já há contratados até 2020 quase 9 GW, elevando a potência total do país a 18,4 GW, montante este que deverá aumentar com a realização do Leilão de Energia de Reserva, agendado para dezembro.
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica, a fonte, que começou a ser inserida de forma mais incisiva a partir de 2009, já alcançou 7% da matriz elétrica. A presidente executiva da entidade, Élbia Gannoum, destacou durante a abertura da 7ª edição do Brasil Windpower, evento que é realizado no Rio de Janeiro até a próxima quinta-feira, 1º de setembro, os diversos números que a fonte atingiu neste período.
Entre esses está a geração de 41 mil postos de trabalho, investimentos acumulados de R$ 60 bilhões desde 1998, recordes de geração de energia como no dia 1º de agosto às 10 horas, quando a fonte representou 10% do SIN com 6.159 MW e fator de capacidade de 72%. E ainda que a perspectiva seja promissora já que é a fonte que mais tem participado da expansão o sistema e cujo potencial total do país ultrapassa os 500 GW.
“Muito em breve seremos a segunda fonte de energia da matriz elétrica nacional. Éramos chamados de fonte alternativa há pouco tempo, passamos a ser complementar e agora surgiu um novo termo que é de fonte renovável moderna. A fonte eólica traz a reposta à transformação energética pela qual o país passa e está trazendo um novo jeito de promover investimentos no setor energético nacional”, afirmou a executiva no principal evento de energia eólica da América Latina.
Os principais estados em termos de potencial instalado no Brasil são o Rio Grande do Norte com 115 parques e 3.164 MW, seguido da Bahia com 73 usinas e 1.897 MW, em terceiro está o Rio Grande do Sul com 66 parques e 1.568 MW e, bem próximo, aparece o Ceará com 50 usinas por onde se dividem 1.580 MW de potência instalada. Mas, a fonte ainda enfrenta desafios. Segundo Edgard Corrochano, diretor geral da Gamesa, em um vídeo apresentado na abertura, questões como financiabilidade de projetos, a existência de linhas de transmissão para o escoamento da energia e a previsibilidade e estabilidade na contratação de projetos nos leilões A-3, A-5 e LER são fundamentais para que o Brasil ganhe mais eficiência.
Com a marca dos 20 GW já garantidos mesmo pouco após ter alcançado os 10 GW, Élbia destacou que a terceira tranche de 10 GW é o desafio a ser enfrentado. De acordo com ela, fatores como a demanda de energia, as questões de financiamento e os critérios de margem de escoamento estarão no centro das discussões. Ainda segundo ela, no curto prazo é necessário que a demanda de energia volte com força. "Não estamos tendo crescimento que justifique a contratação. Tem que voltar a crescer para contratar", avisa.
O presidente do Global Wind Energy Council (GWEC) Steve Sawyer, por sua vez, ressaltou ainda que a América Latina será uma região onde a fonte eólica continuará sua curva de crescimento a despeito dos desafios que fazem frente ao setor. E ainda, que será o Brasil o a liderar esse desenvolvimento do mercado eólico. Tanto é assim que o país foi o quarto maior mercado de expansão eólica no mundo, atrás apenas da China, Estados Unidos e Alemanha, segundo a entidade, com 4,3% da demanda global da fonte.
Em sua participação no evento, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Azevedo, ressaltou que o governo tem se esforçado em conciliar as demandas do setor elétrico, sejam estruturais ou as conjunturais no sentido de atrair a retomada dos investimentos na expansão para o país voltar a crescer. E que no contexto das metas assumidas pelo país na COP-21, de ter 23% da matriz elétrica proveniente de fontes renováveis fora a hidroeletricidade, a eólica tem papel preponderante para que seja esse índice seja alcançado. “A geração eólica e a indústria é um caso de sucesso no Brasil. Sucesso que precisa ser ampliado e mantido. Há muito a se fazer e cabe ao governo transformar os desafios em oportunidades”, acrescentou ele.
Ainda na abertura do evento foi entregue a Bento Koike, fundador da Tecsis, a Odilon Camargo, presidente da Camargo Schubert, e Mário Araripe, presidente da Casa dos Ventos, a homenagem de Embaixador do Vento pela obra dessas personalidades e sua contribuição ao desenvolvimento do setor eólico. “Se tivéssemos a olimpíada do vento, teríamos a velocidade dos jamaicanos e a regularidade dos quenianos”, comparou Araripe ao receber a honraria. Ele citou ainda a crise econômica pelo qual o Brasil passa e suas dificuldades como a redução de carga, um fato novo em meio aos últimos anos. “O vento pede cuidado, pois a eólica continuar a ser o motor de retomada do crescimento do país”, discursou.
Já Odilon Camargo lembrou que percorreu o interior dos estados brasileiros e relatou que viu muita pobreza nessas regiões. E que a eólica promoveu uma transformação por onde passou. “Tenho a certeza, depois de 40 anos, que a gente sempre deve olhar é para o futuro. E a eólica ficará mais fácil, reduzirá custos e expandirá para outros estados. As máquinas tendem a crescer. O futuro é brilhante (...)há muita coisa para acontecer para as próximas gerações”, finalizou.
 

terça-feira, 30 de agosto de 2016

EPE: produção de energia eólica cresce 77,1% em 2015

A produção de eletricidade a partir da fonte eólica alcançou 21.626 GWh em 2015, equivalente a um aumento de 77,1% em relação ao ano anterior, quando atingiu 12.210 GWh, superando a geração nuclear. No ano passado, a potência instalada para geração eólica expandiu 56% e a solar, 40%. Os dados constam do Balanço Energético Nacional 2016, com base em dados de 2015, divulgado nesta segunda-feira, 29 de agosto, pela Empresa de Pesquisa Energética. Segundo o documento, a capacidade total instalada de geração no Brasil alcançou 140.858 MW no período, o que revela um aumento de 6.945 MW em relação a 2014.
Na expansão da capacidade instalada, as centrais hidrelétricas contribuíram com 35,4%, enquanto as centrais térmicas responderam por 25%. As usinas eólicas e solares foram responsáveis pelos 39,6% restantes, mostrando que o Brasil está cada dia com uma matriz mais limpa. De acordo com o BEN, a oferta interna de energia a partir das fontes não renováveis representou 58,8% em 2015, abaixo dos 60,6% registrados em 2014. Por outro lado, a oferta interna de energia renovável subiu de 39,4% para 41,2% no mesmo período.
A oferta interna de energia elétrica apresentou um recuo de 1,3% em relação a 2014. Pelo quarto ano consecutivo, devido às condições hidrológicas desfavoráveis, houve redução da energia hidráulica disponibilizada. Em 2015, segundo o BEN, o decréscimo foi de 3,2% comparado ao ano anterior. Apesar da menor oferta hídrica, ocorreu um avanço da participação de renováveis na matriz elétrica de 74,6% para 75,5%, explicado pela queda da geração térmica a base de derivados de petróleo e ao incremento da geração a base de biomassa e eólica.
O consumo final energético e não energético recuou 1,9% em relação ao ano anterior, destaque para a queda significativa de 3,1% e 2,6% nos consumos dos setores industrial e de transporte, respectivamente. Pelo relatório, o consumo final de eletricidade no país em 2015 registrou queda de 1,8%. Os setores que mais contribuíram para a redução foram o residencial, com decréscimo de 0,7%, e o industrial, com retração de 5%.
O BEN incorpora a partir do ano base 2015 as estatísticas referentes à micro e minigeração distribuída. O crescimento desse tipo de geração ganhou impulso a partir das recentes ações regulatórias, com destaque para a compensação da energia excedente produzida por sistemas de menor porte. Em 2015, a potência instalada desta modalidade de geração totalizou 16,5 MW, liderada pela fonte solar fotovoltaica, que atingiu 13,3 MW. Nas edições anteriores, a energia solar estava incorporada em Outras Renováveis.

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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Carlos Figueiredo, da Renova: momento é de reestruturação

A Renova Energia experimentou um ciclo virtuoso de crescimento a partir do ano de 2009, embalada pela expansão do mercado eólico no Brasil. A empresa só não contava com uma mudança drástica da conjuntura econômica do país e com o fracasso em uma operação ousada com a americana SunEdison, o que a colocou em grandes dificuldades financeiras. Em sua primeira entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia, concedida na última quinta-feira, 25 de agosto, na sede da Renova, em São Paulo, o executivo Carlos Figueiredo, que assumiu a presidência da empresa há menos de três meses, detalhou, em tom franco, qual é a sua estratégia para recuperar a liquidez e retomar o ciclo de desenvolvimento de uma das maiores companhias de energia renovável do Brasil.
 
“Empresas passam por ciclos. Geralmente ciclos de crescimento são precedidos por ciclos de ajuste. Como a Renova nos últimos anos experimentou altíssimas taxas de crescimento, o momento de ajuste que estamos passando é absolutamente natural, principalmente para uma empresa de apenas 15 anos de existência. Acho o projeto da Renova muito bacana. Quando a gente olha o crescimento da matriz energética brasileira, o setor de renováveis, mais especificamente o setor eólico, onde a Renova concentra seus investimentos, é realmente um campo muito fértil para a nossa companhia continuar sua trajetória de crescimento. Para isso ela precisa vivenciar momentos de ajuste, para se fortalecer novamente”, declarou o executivo. Confira a seguir os principais trechos da conversa.
 
Prioridade - Figueiredo disse que a prioridade é recuperar a liquidez da Renova. A primeira ação foi ajustar o portfólio de projetos. “Como já divulgado ao mercado anteriormente, cancelamos PPA Cemig de 676,2 MW e não exercemos a opção de participar de 50% do LER 2015 (solar) de 59,7 MW. Postergamos parte do contrato de mercado livre Light II, de 133,6 MW de capacidade instalada, para janeiro de 2020.” Esse movimento evitará investimentos da ordem de R$ 4 bilhões. Além disso, em função da sobrecontratação das distribuidoras, foi possível postergar a entrega de aproximadamente 70 MW médios. Essa energia será vendida no ACL e os benefícios financeiros já aparecerão no balanço do terceiro trimestre. Em dezembro 2015, a equipe era formada por 300 funcionários, reduziu para 190. Também estão sendo implementadas novas técnicas de gestão, com automatização de processos e novas ferramentas de controle.
 
Endividamento - O endividamento total da Renova está em R$ 2,7 bilhões, sendo que a dívida de curto prazo, vencendo em 12 meses, é de R$ 1 bilhão. Porém, 80% dessa dívida, explicou Figueiredo, é referente ao empréstimo-ponte para a construção do Complexo Eólico Alto Sertão III (BA-411MW), que hoje encontra-se com quase 90% de sua obra concluída. O investimento no projeto total está estimado em R$ 2,5 bilhões. Assim que o BNDES liberar o empréstimo de longo-prazo, essa dívida será alongada. A expectativa é que o banco libere esses recursos até o final deste ano, mesmo cronograma para entrada em operação da Fase A do Alto Sertão III. “A importância do alto Sertão III se dá também para haver um reequilíbrio entre o fluxo financeiro de necessidade de capital e o fluxo operacional da companhia.”
 
Comprometimento dos sócios - O bloco de controle da Renova é formado pela Cemig GT, a Light e a RR Participações (dos sócios fundadores, Renato Amaral e Ricardo Delneri). No primeiro trimestre deste ano, Cemig (R$ 240 milhões) e Light (R$ 40 milhões) fizeram novos aportes, mas a RR não achou oportuno fazê-lo “e não consigo especificar as razões”, disse Figueiredo. Apesar disso, ele garantiu que todos os sócios estão comprometidos com a companhia.
 
Novos aportes - O executivo reconheceu que a empresa precisará de novos aportes de equity, dado a dificuldade e o custo do acesso ao capital. “Estamos acessando todas as fontes de financiamentos possíveis: quer através de dívida, quer através de equity.”  Ele não descartou a venda de ativos, desde que seja por um preço atrativo. “Hoje somos uma empresa completa no setor de energia renovável, o que também é um atrativo para qualquer investidor, quer para uma aquisição, quer para uma joint venture, quer para a entrada de um novo sócio. ”
 
Recuperação judicial- Figueiredo descartou essa possibilidade. “Nós temos no nosso bloco de controle empresas comprometidas com o negócio e, além disso, dispomos de ativos operacionais extremamente atrativos. A Renova dispõe de ativos e de um fluxo de caixa no médio prazo que suportam todas essas operações. O que acontece hoje é que temos uma situação de liquidez de curto prazo que precisa ser equacionada. Mas quando você olha no médio e longo prazo, ela é economicamente viável.” Ele disse que a empresa tem entre 16 GW e 17 GW em prospecção, sendo que 4,5 GW estão com processos regulatórios avançados. A companhia dispõe de 1.979 MW contratados, sendo 683 MW operacionais.
 
O que deu errado - Em sua opinião, houve uma conjunção de fatores econômicos que colocaram a companhia nessa situação. O custo e o acesso ao crédito se tornou um desafio muito maior nos últimos anos. “A conjuntura macroeconômica mudou bastante, o que dificultou a implementação daquilo que havia sido planejado há 3 ou 5 anos quando se participou do leilão.” Para ele, a empresa também foi bastante ambiciosa. “Não sei se isso é uma falha, não quero julgar, mas naquele momento o mercado induzia a companhia a fazer esse movimento. Você tinha um cenário onde as energias renováveis cresciam, tinha uma cadeia de fornecimento nacionalizada, PPAs com demanda dessa energia, um mercado financeiro e de crédito favoráveis. Talvez eu teria tomado essa decisão.”
 
Pleito na Aneel – Atualmente a Renova tenta com outros geradores postergar a implantação dos projetos solares de LER de 2014. “Dificilmente qualquer uma dessas empresas que venceram o leilão terão condições de colocar os projetos operacionais na data prevista. Tem a questão da cadeia de suprimento solar que não se desenvolveu na mesma velocidade como se desenvolveu a eólica. O próprio ministério de Minas e Energia já se manifestou favorável a essa eventual descontratação. Acho que é uma decisão bem racional do MME e da Aneel.”
 
Ambiente de negócios do setor – Para o executivo, os indicadores mostram que, logo após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, houve uma mudança positiva no humor da economia brasileira como um todo. “Por outro lado, quando se olha para a ótica do investimento, é muito difícil que o investidor de longo prazo ponha recurso em um país que não se tem a certeza de qual é o governante ou de qual é o plano de governo para os próximos anos. A definição dessa questão política vai trazer consequências para o cenário econômico. Acredito que a permanência do [Michel] Temer... trará uma confiança maior para os investidores e isso é bom para o país como um todo e é bom para o setor elétrico.”  “Vejo no contexto elétrico bastante atratividade, investidores estrangeiros aportando recursos no setor, com a energia renovável sendo o grande vetor de crescimento e a Renova com um posicionamento muito bom nesse contexto.”
 
Composição do MME- Para ele, o governo acertou na nova equipe do Ministério de Minas e Energia. “Essas pessoas são quase unanimidade no setor, não só em relação ao equilíbrio e a racionalidade, mas a competência e conhecimento. Isso traz para as empresas um conforto, sabendo que essas instituições estão sendo lideradas e geridas por pessoas com competência e com essa intenção [de racionalidade]. A própria intensão de rever o LER Solar é uma medida racional e lógica.”
 
Expansão da matriz – Para Figueiredo, há uma certa esquizofrenia no setor: por um lado, há uma sobrecontratação nas distribuidoras, onde há uma eventual necessidade de rever as sobras de energia, com as próprias geradoras aderindo a esses mecanismos; por outro, as mesmas empresas querem novos leilões e as associações, de modo legítimo, pedem por novas contratações para atender a cadeia produtiva instalada.  “Do lado da Renova, o momento é de ajuste. Entender qual é a nossa capacidade operacional e de execução. Temos um portfólio bastante bom para desenvolver, de modo que precisamos ter consciência de onde estamos para gente estudar um próximo passo de participação em PPAs”.
 
Leilões - Perguntado se a empresa participaria dos leilões deste ano, o executivo respondeu: “Esse ano, seguramente, não. A gente está descontratando alguns projetos e vai participar? Acho isso incoerente. Ainda estou nessa fase de entender qual é o tamanho do negócio, onde a gente está e para onde a gente vai”.
 
Figueiredo tem mais de 25 anos de experiência no setor de operações, suprimentos, logística, supply chain, marketing e vendas, além de larga experiência em liderança e formação de equipes. Ele é graduado em Administração de Empresas pela UNIFACS, com MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC, MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Dom Cabral e pós MBA em Marketing e Liderança pela Kellogg School of Management. Durante sua carreira, Figueiredo foi responsável pela unidade de cargas do Grupo Gol (Gollog), diretor-presidente da empresa Solaris e atuou mais recentemente na Alcoa Alumínio como diretor para América Latina da unidade de extrusão da Alcoa Alumínio.
 
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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Geração de energia eólica no país cresce 55% no primeiro semestre

A geração de energia eólica aumentou 55% no primeiro semestre deste ano, em comparação com os mesmos meses de 2015, segundo a CCEE (câmara de comercialização de energia).
O resultado está ligado à ampliação da capacidade instalada da fonte energética no sistema nacional, que terminou o período com um crescimento de 50% em relação ao ano passado.
Atualmente, são 399 usinas geradoras, com capacidade de 9,98 GW —com a inclusão dos centros em construção, o número terá um incremento de 8,4 GW.
"Da energia contratada a partir de 2009, quando participamos do primeiro leilão, 45% veio da fonte eólica, o que representa cerca de 15 GW no total", afirma Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica, entidade do setor.
Em relação ao sistema energético como um todo, a participação da geração eólica média chegou a 4,6%, contra 3% do ano anterior.
"Ainda é uma capacidade pequena frente à energia térmica e hidrelétrica, mas é uma fonte que se consolidou, comprovou que é operacional e economicamente viável", avalia Rui Altieri, presidente da câmara.
O Piauí teve a maior taxa de aumento de geração: foi de 33,46 MW médios no ano passado para 252,77 MW médios em 2016.
O Rio Grande do Norte ainda lidera entre os Estados geradores, com 911 MW médios, seguido por Bahia (599 MW), Rio Grande do Sul (479 MW) e Ceará (456 MW).
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Chamado ao novo
A Embrapii (de pesquisa e desenvolvimento) deverá anunciar em setembro sua próxima convocatória para parcerias com laboratórios de pesquisa.
Do R$ 1,5 bilhão reservado a esse tipo de convênio, R$ 300 milhões foram destinados desde 2014.
"A próxima chamada foi aprovada pelo conselho, resta apenas definir quais setores serão mais contemplados", afirma o diretor-presidente, Jorge Almeida Guimarães.
Entre eles, devem estar a indústria química, a farmacêutica e de alimentos.
Nesta sexta-feira (26), a empresa assina uma parceria desse gênero, com a Escola Politécnica da USP, onde serão investidos R$ 30 milhões em projetos de construção civil, em um prazo de seis anos.
Os recursos serão divididos com companhias do setor privado, que participarão da pesquisa.
O foco vão ser projetos de maior risco, que dificilmente as empresas bancariam sozinhas.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Descontratação de energia de reserva vai contemplar todas as fontes, diz Aneel

O mecanismo de descontratação de energia de reserva, em estudo pelo governo, vai contemplar todas as fontes, explicou André Pepitone, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica. Neste momento a Empresa de Pesquisa Energética está calculando qual será o montante de energia que poderá ser descontratado.
Pepitone informou que a EPE levará em consideração o risco sistêmico de se abrir mão dessa energia versos o benefício econômico para o consumidor. Uma vez definido o volume de energia, será feita uma chamada pública para que os agentes manifestem interesse em desistir dos contratos. O MME então descontratará os contratos a partir do valor mais alto até que se atinja o limite pretendido pelo governo.
Como os projetos solares de 2014 estão entre os contratos mais caros por megawatt, espera-se que eles sejam os primeiros, disse Pepitone, o que explica a declaração dada pelo secretário de Planejamento e Políticas Energéticas, Eduardo Azevedo, na última terça-feira, 23 de agosto. Contudo, outras fontes poderão ser contempladas, dependo do preço de venda da energia.
A proposta, em fase final de elaboração, busca implementar uma regra para a energia de reserva análoga ao Mecanismos de Sobras e Déficits de Energia Nova (MCSD), onde os empreendedores que estão com dificuldade de implantar seus projetos possam ajustar seus contratos aproveitando o cenário de sobrecontratação das distribuidoras. Segundo Pepitone, as penalidades previstas em contrato serão mantidas, mas a dosimetria será mais branda. “Isso está em fase avançada de elaboração e, em breve, deve ser editada uma portaria pelo MME”, disse o diretor da Aneel, após participar de evento da indústria solar em São Paulo, nesta quarta-feira, 24 de agosto.
Realizado em 31 de outubro de 2014, o LER viabilizou 62 empreendimentos, sendo 31 usinas fotovoltaicas e 31 usinas eólicas. Em um leilão disputado, a energia solar sofreu um deságio de 17,9%. O preço da energia solar caiu de R$ 262/MWh para R$ 215/MWh. De acordo com Pepitone, 70% dos agentes que comercializaram energia no LER2014 já sinalizaram que não vão conseguir cumprir os prazos. Os pedidos partiram da Renova Energia, Canadian Solar, Lintran do Brasil, FRV Solar, Usina Fotovoltaica Inharé, Rio Alto Energia Empreendimento e Participações. Juntas essas empresas representam 64% da potência contratada naquele certame (570 MW de 890 MW).  A Enel Green Power, que conquistou 210 MW, segue desenvolvendo os seus projetos, porém a proposta a ser colocada pelo ministério também pode ser estendida à EGP.
O certame, considerado o mais disputado da história, com mais de oito horas de duração, marcou a entrada da energia solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira. Contratualmente, esses projetos precisam entregar energia em 2017.

As companhias alegam que houve alteração “imprevisível e extraordinária” das condições macroeconômicas então vigentes na época do leilão, como elevação da inflação, das taxas de juros e forte desvalorização do Real frente ao dólar. Esses fatores, somados a ausência de uma cadeia produtiva nacional voltada ao atendimento do setor fotovoltaico brasileiro, comprometeram as condições de financiamento para custear os vultuosos investimentos incorridos na implantação desses projetos.

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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Novo ciclo de investimento em infraestrutura demora pelo menos mais um ano

Um novo ciclo robusto de investimentos em infraestrutura no Brasil vai demorar para deslanchar no país, enquanto representantes do governo e do setor privado medem forças na tentativa de alinhavar a volta ao modelo de financiamento mais concentrado no investimento de mercado.

Dada a agenda extensa de ajustes que precisam ser feitos, há pouca expectativa no mercado de que um pacote robusto de infraestrutura chegue antes do final do ano que vem com chances reais de sucesso.

Até lá, o governo fará barulho para mostrar que está se mexendo. Na prática, porém, só haverá recursos para conclusão de obras consideradas mais prioritárias, disseram fontes do governo e de instituições financeiras que participam das discussões.

"Dificilmente algum programa mais consistente virá a público antes do segundo semestre do ano que vem", disse à Reuters um alto executivo de um grande banco estatal a par das discussões.

E o fracasso na tentativa de privatização da distribuidora de energia elétrica goiana Celg-D, controlada pela Eletrobras, na semana passada, foi um alerta para o governo interino de que o investimento em infraestrutura não é tão simples de ser retomado.

Segundo um alto executivo de um grande banco estatal, o episódio foi um sinal de que o interesse em vender vários ativos em pouco tempo com objetivo declarado de fazer caixa não foi bem recebido pelo mercado.

"A tática de colocar o Brasil em liquidação não está dando muito certo", disse a fonte, que pediu para não ser identificada. "Sob a ótica do investidor, é menos importante comprar um ativo barato do que ter confiança de que ele será rentável no longo prazo."

O fracasso da venda da Celg-D acabou respingando no leilão de linhas de transmissão de energia, previsto para 2 de setembro e que tinha como meta atrair 12,6 bilhões de reais em investimentos, afirmaram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto.



E mesmo dentro do Programa de Parceria e Investimentos (PPI), na qual serão definidas as primeiras concessões e privatizações do governo Temer, há dificuldade inclusive para se agendar uma primeira reunião. O primeiro encontro estava marcado para a próxima quinta-feira, mas uma fonte do governo disse que a reunião será adiada para 12 de setembro.

Pela frente, o governo Temer tem como trabalho de casa uma série de desafios que incluem editais de melhor qualidade, com versões em inglês e mais prazo para avaliação dos investidores, que deve passar de 30 a 45 dias para 100 dias.

Além disso, fazem parte dos preparativos proposta de taxas de retorno mais condizentes com o mercado e sinalização mais clara para obtenção de licenças ambientais.

"As novas concessões devem ser precedidas de editais bem feitos e aparato regulatório que dê confiança aos investidores privados", disse recentemente a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos.

Com exceção dos editais já em andamento envolvendo quatro aeroportos e terminais em portos no Nordeste, novos leilões de estradas, ferrovias, portos e do setor do elétrico terão já na gênese um desenho totalmente distinto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que teve o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como principal financiador, segundo fontes ouvidas pela Reuters.

MEIO SÉCULO

Em parte, a demora para a retomada dos investimentos em infraestrutura reflete a dificuldade de consenso sobre alguns pontos importantes para um novo modelo de leilões. Um deles é o pleito de agentes do mercado para extensão dos prazos de concessão, da média atual de 20 a 30 anos, para até 50 anos.

"Não dá pra elevar muito a taxa de retorno, porque fica muito caro, mas com os prazos atuais de concessão é muito difícil recuperar o investimento", disse um executivo de um grande banco privado brasileiro.



Mas esse é um ponto no qual não há consenso nem dentro do próprio governo.

Um dos exemplos da discussão sobre retorno dos investimentos foi o comentário do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr. Ao tomar posse no final de julho, o executivo disse que a empresa não deve mais ser confundida com órgão estatal e uma fonte do governo disse à Reuters que a empresa "vai resgatar seu papel empresarial e não vai mais assumir investimentos com baixas taxas de retorno".

Outra demanda do mercado é para que fundos de pensão tenham permissão para comprar papéis de empresas de capital fechado na área de infraestrutura, o que hoje é proibido. Mas os próprios fundos têm evitado comprar papéis mesmo de empresas de capital aberto, após perdas pesadas nos últimos anos, o que agravou o equilíbrio atuarial de diversos deles.

Na área de logística, auxiliares de Temer têm defendido que o anúncio de um novo lote de concessões seja enxuto, restrito a projetos efetivamente prontos, com editais claros e interesse efetivo de investidores.

A ideia é evitar situações como as ocorridas no governo da presidente afastada Dilma Rousseff, em que o governo anunciava planos ambiciosos com dezenas de concessões em diversas áreas da logística, mas só conseguia tirar algumas do papel.

"O Brasil precisa recuperar a credibilidade. Os leilões precisam passar credibilidade. Não adianta correr e fazer as coisas no atropelo", disse uma fonte do governo envolvida diretamente nas discussões para desenho de novos editais.

Em entrevista à Reuters no mês passado, o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, defendeu que o primeiro lote de concessões tenha apenas projetos prontos para serem oferecidos ao mercado, "para evitar falsas expectativas".


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terça-feira, 23 de agosto de 2016

China mira setor elétrico do Brasil com cheque em branco, mas cautela oriental - Reuters

Companhias chinesas continuam com imenso apetite pelo setor elétrico do Brasil, no qual já caminham para a liderança em alguns negócios, mas o cheque em branco dado por Pequim para aquisições no país não significa que as gigantes orientais farão qualquer negócio ou pagarão preços excessivos pelos ativos. Prova disso foi o desinteresse na privatização da distribuidora goiana Celg-D --às vésperas do cancelamento do leilão nesta semana, mercado e governo especulavam se o interesse da chinesa State Grid poderia salvar um fracasso que se desenhava conforme investidores brasileiros criticavam o preço da elétrica.
Segundo as empresas e especialistas próximos, equipes da State Grid e de sua compatriota China Three Gorges (CTG) têm analisado em detalhes cada tentativa de venda de ativos no setor de energia, mas na vantajosa posição de quem tem caixa e tempo para escolher os melhores negócios. "Os chineses estão com maior apetite pelo risco-Brasil, o que não quer dizer que não olhem os riscos com muita atenção... evidente que eles aceitam um retorno um pouco mais baixo que o investidor brasileiro, mas também não estão rasgando dinheiro", disse o sócio da consultoria Upside Finance, Humberto Gargiulo, que já apoiou a State Grid antes em leilões de transmissão.
Ele comentou que a companhia faz detalhadas análises financeiras e analisa todos os riscos, principalmente o cambial, dadas as receitas em reais das concessões em energia. O avanço rumo ao exterior tem como pano de fundo o interesse em criar mercados para fabricantes de equipamentos e empresas de engenharia chinesas, além de aumentar a influência global de Pequim. No Brasil, o interesse é maior ainda devido às características do sistema, que guarda semelhança com o chinês por recorrer a grandes hidrelétricas e imensas linhas de transmissão.
"Nós temos o objetivo de ser um player relevante, mas para crescer nós precisamos que isso faça sentido, depende das oportunidades no mercado... há muitas oportunidades e potenciais compras que estamos analisando", afirmou à Reuters o presidente da CTG Brasil, Li Yinsheng. De acordo com o executivo, a companhia tem uma equipe de seis pessoas no país e mais especialistas na China que analisam negócios o tempo todo, e que não há limites ou metas pré-definidas para os investimentos no Brasil. Ele ressaltou que a preferência é por energia renovável, e estão no foco tanto compras de ativos ainda em construção quanto em operação, além de novos projetos.
"Primeiro, tem que ser sustentável. E encaixar na nossa estratégia. Aí, então, olhamos para a avaliação econômica... não descartamos qualquer possibilidade, tudo depende da criação de valor", afirmou. Ele disse também que a companhia acredita fortemente no potencial para crescimento da demanda por energia do Brasil, onde o consumo por habitante ainda é baixo comparado a outros países. "Nós estamos no mercado para o longo prazo, esse é nosso racional de investir no Brasil. Você pode imaginar que se uma companhia toma 20 anos para tomar a decisão de vir, só podemos assumir que veio para ficar por um longo tempo no mercado."
Já a State Grid estreou no Brasil em 2010 com a aquisição de 1 bilhão de dólares em ativos de transmissão e desde então entrou em gigantescos projetos no país. A CTG, por sua vez, tem contato com o país há mais de 20 anos, mas decidiu entrar de vez em 2013, desde quando soma 16 bilhões de reais em aquisições locais. Procurada, a State Grid não quis fazer comentários sobre sua estratégia.

NEGÓCIOS NO RADAR
De acordo com uma fonte que acompanha as negociações, a CTG tem uma visão de liderar o mercado de geração no médio prazo, e no momento participa da análise da eventual compra de ativos da norte-americana Duke Energy no país, da geradora de energia limpa Renova e de parques eólicos da Queiroz Galvão Energia. Já a State Grid estuda a possível compra de ativos de transmissão de energia das espanholas Abengoa [ABG.MC] e Isolux. Também foi oferecida às orientais uma fatia na hidrelétrica de Santo Antônio, que está sendo construída em Rondônia por um grupo que inclui Cemig, Odebrecht e Andrade Gutierrez, além de Furnas, da Eletrobras. "Eles olham tudo... nunca vi tanto dinheiro", brincou a fonte.
Além disso, a State Grid tem uma due dilligence em andamento para a aquisição da fatia da Camargo Corrêa na CPFL Energia, em um negócio que pode passar os 25 bilhões de reais caso os demais acionistas da empresa também vendam suas participações. Em entrevista recente à Reuters, o presidente da CPFL, André Dorf, disse que se assumirem a companhia os chineses estarão em um veículo pronto para novos investimentos ou aquisições em todos segmentos da energia --geração, transmissão, distribuição e comercialização. "Eles vão fazer bastante coisa ali", afirmou à Reuters uma fonte próxima dos chineses que vê grande espaço para consolidação na indústria de energia do Brasil. O presidente da CTG disse que não comentaria o interesse em ativos específicos.

BONS NEGÓCIOS E POLÊMICAS
O crescimento rápido das companhias chinesas pelo mundo tem inclusive gerado polêmicas, como o recente bloqueio da Austrália à aquisição de uma elétrica local pela State Grid por questões de segurança nacional. Em 2012, algo semelhante aconteceu no Brasil --a State Grid chegou a ter uma investida para entrar no setor de distribuição de energia vetada pelo governo, que ameaçou colocar a Eletrobras para bloquear o negócio. Agora, a situação é marcantemente diferente --a primeira viagem oficial do presidente interino Michel Temer ao exterior será para a China, e o Ministério de Minas e Energia já disse que não tem preconceito quanto ao capital oriental.
Afinal, o Tesouro recebeu neste ano 13,8 bilhões de reais da CTG, que arrematou em dezembro passado a concessão de duas hidrelétricas em operação em São Paulo em leilão promovido pela União. A transação, inclusive, mostrou o que pode ser o maior trunfo dos orientais no país: uma grande capacidade financeira em um momento em que elétricas locais e governo lidam com dívidas elevadas e falta de recursos. Na ocasião, a CTG venceu sem concorrência, o que o sócio da consultoria LMDM, Diogo Mac Faria, definiu como um "negócio sensacional". "Ninguém mais conseguiu levantar tanto dinheiro em tão pouco tempo", afirmou. Ele estimou uma taxa interna de retorno "da ordem de 12,5 por cento" na compra das usinas.

Leia mais em: http://www.abradee.com.br/imprensa/noticias/3097-china-mira-setor-eletrico-do-brasil-com-cheque-em-branco-mas-cautela-oriental-reuters

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Lucro das elétricas alcança R$ 15,988 bilhões no segundo trimestre

As empresas de energia elétrica totalizaram um lucro de R$ 15,988 bilhões no segundo trimestre de 2016, ante um resultado de R$ 3,071 bilhões do mesmo período do ano passado. O levantamento foi realizado pela Economática e as empresas do setor tiveram seus resultados fortemente impactados pelo lucro da Eletrobras, de R$ 12,7 bilhões, maior para o período desde 1986. O segmento foi o que teve maior lucro consolidado, seguido pelo setor de bancos, com lucro de R$ 15,11 bilhões.
Quando consideradas todas as empresas de capital aberto, sem a Eletrobras, o lucro líquido caiu 24% no segundo trimestre, fechando em R$ 32,69 bilhões, contra R$ 43 bilhões do mesmo período de 2015. Com a Eletrobras, a amostra registra crescimento de R$ 3,77 bilhões no período, passando de R$ 41,64 bilhões para R$ 45,41 bilhões.

Leia mais em: http://canalenergia.com.br/zpublisher/materias/Noticiario.asp?id=113414

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Eletrobras sai de prejuízo para lucro de R$ 12,7 bi no 2º trimestre

A Eletrobras - Centrais Elétricas Brasileiras – saiu de um prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre de 2015 para um lucro líquido de R$ 12,7 bilhões no segundo trimestre de 2016, segundo demonstração de resultados divulgada pela companhia na noite desta segunda-feira. O resultado é o atribuído aos sócios da controladora, base para a distribuição de dividendos.
Segundo os dados divulgados no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a receita líquida da empresa no segundo trimestre de 2016 foi de R$ 33,0 bilhões, quatro vezes maior que o resultado do segundo trimestre de 2015, de R$ 8,2 bilhões.
O custo de vendas da companhia recuou 32,6% no segundo trimestre de 2016, para R$ 3,3 bilhões, ante os R$ 4,9 bilhões de um ano antes.
A companhia registrou lucro bruto de R$ 29,6 bilhões no segundo trimestre de 2016, mais de nove vezes acima dos R$ 3,2 bilhões no segundo trimestre de 2015.
A empresa teve despesa operacional no segundo trimestre de 2016 de R$ 6,7 bilhões, em alta de 63,4% ante despesa operacional de um ano antes, de R$ 4,1 bilhões.
A Eletrobras saiu de prejuízo operacional de R$ 927,0 milhões no segundo trimestre de 2015 para lucro operacional de R$ 22,9 bilhões no segundo trimestre de 2016.
A companhia teve despesa financeira líquida de R$ 1,2 bilhão no segundo trimestre de 2016, quase cinco vezes maior do que a despesa financeira líquida de R$ 263,6 milhões de um ano antes.
Possível revisão
Logo após a apresentação do balanço, a Eletrobras divulgou fato relevante em que informou que os números poderão passar por revisão.
Segundo o documento, o lucro líquido de R$ 12,7 bilhões no segundo trimestre deste ano foi impactado positivamente pelo “reconhecimento contábil das receitas financeiras relativas aos ativos de transmissão de energia elétrica existentes em 31 de maio de 2000, denominados instalações da Rede Básica Sistema Existente – RBSE, com impacto na receita de transmissão, na conta Atualização das Taxas de Retorno de Transmissão, de R$ 25,8 bilhões e pela provisão de IRPJ/CSLL referente à receita supracitada, no montante de R$ 8,7 bilhões”, segundo o fato relevante.
A empresa informou que optou por contabilizar esses valores “com base nas melhores estimativas” a partir “dos debates realizados e considerando a sua interpretação no que se refere à portaria MME 120/2016”.
Mas, de acordo com a Eletrobras, o “entendimento da Companhia acerca do assunto poderá ser revisado em decorrência de eventual regulamentação ou ato, em sentido diferente, que porventura venha a ser praticado pela Aneel, inclusive no âmbito do processo tarifário de 2017 - quando serão iniciados o pagamento dos referidos créditos – ou pela Receita Federal do Brasil.”

Leia mais em: http://www.valor.com.br/empresas/4673707/eletrobras-sai-de-prejuizo-para-lucro-de-r-127-bi-no-2-trimestre

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Por conta de luz menor, comércio descobre mercado livre de energia

Ele chega aos 21 anos pouco conhecido, mas robusto. O mercado livre de energia no Brasil — no qual o consumidor escolhe de quem compra e pode negociar preço e duração do contrato — vive um momento de forte expansão ao entrar na idade adulta. Com tarifas cerca de 20% mais baixas que no mercado cativo — em que se é obrigado a comprar da distribuidora local —, ele vem atraindo cada vez mais empresas, principalmente dos setores de comércio e serviços, que buscam cortar custos em plena recessão.

Nos primeiros sete meses do ano, foram 947 adesões, ante 37 em igual período em 2015. Dos novos clientes, 89% eram de varejo e serviços, como shoppings, supermercados e hotéis, além de indústrias de pequeno e médio portes. Há ainda 1.509 pedidos de migração em andamento na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), órgão que faz a liquidação financeira dos contratos de compra e de venda no mercado livre.

Esse mercado sempre foi uma opção para grandes indústrias de segmentos intensivos em energia, como metalurgia e mineração, para as quais qualquer economia com eletricidade significa uma poupança de milhares de reais. São os chamados grandes consumidores, com contratos de compra de energia acima de 3 mil quilowatts (kW), o que significa uma conta de luz de R$ 300 mil a R$ 500 mil mensais.

GOVERNO QUER AMPLIAR ACESSO

A nova onda de consumidores é caracterizada por um perfil de consumo de energia menor. São os chamados consumidores especiais, com contratos de 500 quilowatts (kW) a 3 mil kW, uma fatura de R$ 60 mil a R$ 300 mil mensais. Esses clientes representam 92% dos pedidos pendentes na CCEE. E, pela legislação, para migrar para o mercado livre, precisam comprar de fontes limpas de energia, como biomassa, solar, eólica e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).

— São empresários que buscam cortar custos em plena recessão e encontraram no mercado livre uma opção. Não é gente que saiu desse mercado, quando as tarifas bateram mais de R$ 800 por MWh (megawatt-hora) em 2014, e que está voltando agora. São novos entrantes — disse Reinaldo Ribas, gerente de gestão de clientes da Delta Energia, comercializadora que atua nesse mercado.

O movimento de migração para o mercado livre pode aumentar ainda mais. O governo federal planeja liberar todas as indústrias, inclusive as que consomem menos de 500 kW, para mudarem, se assim quiserem, para este segmento. O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira, propôs a criação de um grupo de trabalho, em conjunto com o Ministério de Minas e Energia, para analisar como ampliar o acesso da indústria.

Segundo o ministério, a medida pode permitir a maior inclusão de pequenas e médias indústrias nesse mercado. “Representaria a redução de custos na aquisição de energia, um dos fatores essenciais ao estímulo à recuperação da atividade industrial”, informou o ministério, em nota.
O presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Reginaldo Medeiros, destacou que a liberação do mercado livre para todas as indústrias contribuirá para a retomada da economia e geração de empregos:

— É a melhor forma de reativar a atividade industrial, gerando empregos, sem custos ao governo. O mercado livre é tendência mundial e, hoje, 60% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do país estão nesse mercado.

O maior motor do recente movimento de migração é o preço: enquanto as tarifas subiram, em média, 50% no mercado cativo em 2015, a recessão econômica resultou em sobra de energia no mercado livre, o que derrubou a cotação. Uma empresa que contratou energia no mercado livre em janeiro de 2015 para assegurar o fornecimento ao longo de 2016 pagou R$ 350 por megawatt-hora (MWh), segundo a Delta Energia. Se tivesse feito o contrato um ano depois, para o mesmo prazo de fornecimento, teria pago R$ 100 por MWh, queda de 70%.

Mudanças na legislação que entraram em vigor em fevereiro também são um fator que impulsiona a migração. As alterações baratearam a troca do medidor de energia, que atende a critérios diferentes nos mercados cativo e livre. A troca saía por cerca de R$ 50 mil. Após as mudanças legais, o investimento está na faixa de R$ 20 mil.

Inaugurado em dezembro de 2013, o Shopping Metropolitano, na Barra da Tijuca, é um dos que estão abandonando o mercado cativo para ingressar no livre. Com demanda contratada mensal de 2 mil MW médios, a decisão de migrar foi tomada em abril deste ano. O gerente de operações do shopping, Henrique Casagrande, espera ter economia de 21%:

— Desde que o shopping foi construído, contemplamos a possibilidade de migrarmos para o mercado livre, pois outros empreendimentos do grupo já atuam nesse mercado. Só não partimos de imediato porque queríamos avaliar o consumo efetivo de energia.

EMPRESAS PODERÃO FAZER ‘POOL’

No segundo semestre, será criada a figura da comercializadora varejista. Estas empresas poderão reunir pequenos clientes em um pool, de modo que, juntos, alcancem o patamar mínimo de consumo de 500 kW para ingressar no mercado livre.

Para que isso ocorra, os diversos clientes precisam ter o mesmo CNPJ, como filiais de uma empresa ou uma rede de agências bancárias, ou estarem localizados em uma mesma área, sem que esta seja cortada por vias públicas. Caso de um condomínio industrial, por exemplo.

— É uma oportunidade que se abre para mais empresas — diz Cristopher Vlavianos, presidente da comercializadora Comerc.

Professor de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador do Grupo de Economia de Energia, Luciano Losekann ressaltou que é preciso ter cuidado com os riscos do mercado livre, apesar de ser a favor de sua ampliação. O professor alerta que um dos riscos é que, sem contratos de longo prazo, haja um desestímulo a investimentos na expansão do sistema. Os consumidores também ficam sujeitos às variações de preços das tarifas no mercado livre, que oscilam conforme a oferta e demanda.

— No Reino Unido, onde o mercado é livre há muitos anos, tiveram problemas recentes for falta de investimentos na expansão do sistema. O mercado cativo dá mais segurança para os investimentos, assegurando a expansão do sistema. O consumidor fica mais protegido no mercado cativo. Se um contrato no mercado livre, mesmo que seja de cinco anos, vencer justamente numa época de preços elevados da energia, como foi na seca de 2014, ele pagará muito caro. Para o consumidor residencial é mais vantajoso ficar no mercado regulado — destacou o professor.

Leia mais em:  http://oglobo.globo.com/economia/por-conta-de-luz-menor-comercio-descobre-mercado-livre-de-energia-19918819

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Abel Holtz, consultor: Sabemos fazer e Sabemos o que é importante

A majestosa apresentação dos jogos olímpicos no Rio de Janeiro, já considerada por todo o mundo como sendo diferenciada e avaliado como empolgante espetáculo, é consequente ao trabalho de nossos competentes técnicos, protagonistas e administradores, a despeito de todas as desconfiadas expectativas quanto a este sucesso, demonstramos como somos capacitados e responsáveis, realizamos o evento com foco no desenvolvimento e no cuidado com o meio ambiente.
Mas, à medida que esta demonstração era feita, mais uma vez vimos ações ligadas à nossa economia levadas para o campo do espetáculo quando deveriam considerar sua importância para assegurar, disponibilidade, desenvolvimento industrial e geração de empregos com a continuidade do programa de construção de novas, baratas e eficientes usinas hidroelétricas para geração da energia elétrica renovável que precisamos.
Vimos mais um retrocesso midiático e influenciado pelo pessimismo que no exterior existe com relação a nossa responsabilidade com o meio ambiente e as pessoas, com o arquivamento do processo de licenciamento de mais uma hidroelétrica na bacia do rio Tapajós no Estado do Pará dado ao alegado impacto do futuro lago da usina sobre terras indígenas. Argumento falacioso que não representa a verdade.
O que ocorre é que entidades ambientalistas que não se entende porque, imputam ao Brasil o uso de alternativas renováveis mais caras e com pegadas ecológicas mais pesadas, pois em toda cadeia de construção até sua operação emitem mais CO2 que uma hidrelétrica. Relembre-se que se não tivermos hidroelétricas teremos que ter a geração das fontes complementares e em térmicas a gás natural, biomassa, ou a carvão como é feito na maioria dos países do mundo apesar da importância que as eólicas e solares têm estabelecido. Todas estas emitem muito mais CO2 que uma hidrelétrica, incluindo as solares.
Alias impedir que o Brasil venha ser uma nação desenvolvida, usando seu potencial hidrelétrico, e fornecendo energia barata para sua cadeia produtiva e para a criação de empregos para milhares de pessoas dentro dos 14 milhões de desempregados que hoje existem no Brasil, e, abrigados sobre a imputação impactos ambientais não controlados, o que também é questionável, e ainda, escudados com a real situação de alguns índios, que foram expulsos de suas tribos e não estavam em áreas constitucionalmente reconhecidas como TI por isso estão desprotegidos, por terem sido acusados de feitiçaria em suas aldeias de origem estavam pedindo que a FUNAI criasse uma nova reserva indígena.
Aproveitando-se deste quadro criam celeumas antecipadas para afirmar que não somos responsáveis suficientes para com o nosso futuro e incompetentes para lidar com situação do meio ambiente. Falam isto quando somos o País com a matriz de geração mais limpa do mundo construída ao longo de décadas, o que comprova que somos responsáveis e não precisamos que tenham a nos dizer o que fazer, pois somos consequentes.
A verdade é que as possíveis hidroelétricas a construir que asseguram a energia de base atendem a ponta e respondem a demanda de forma imediata, estão localizadas na região amazônica. E nossa sociedade vai construí-las com as lições aprendidas de processos anteriores, para garantir a adequada proteção do meio ambiente, respeito às comunidades no seu entorno e levando desenvolvimento social à região.
E aproveitando de ensinamentos quanto à estocagem de ventos ou de luz solar registre-se que isto só é possível se tivermos hidroelétricas com reservatórios. Explico: dado à intermitência dos ventos as eólicas não geram energia o tempo todo e as solares geram quando existe luz solar durante o dia. A vantagem da participação destas fontes é dada pelo fato de que ao estarem gerando energia podemos acumular água nos reservatórios das hidrelétricas para atender a demanda do sistema nacional gerando a energia nos momentos em que estas fontes não estejam produzindo. Cabe lembrar que o atendimento da energia de base e de ponta tem que ser dado por hidrelétricas com baixo custo e por dezenas de anos, ou, por térmicas a gás, carvão ou nucleares com custos para o consumidor bem maiores e com vida útil definida.
Hoje, Itaipu não seria construída se as razões que estão levantando para a não construção de nossas hidroelétricas venham a prevalecer. Itaipu está aí fornecendo a energia equivalente a quase 20% das nossas necessidades se esta hidroelétrica não existisse hoje teríamos que ter mais de 20 térmicas a carvão para atender à demanda com os consequentes impactos ambientais, ou nucleares, ou ainda importando combustível para as térmicas a gás natural.
Não construir as hidroelétricas onde poderemos gerar energia a preços competitivos soa como “não temos competência para fazer diferente”, o que obviamente é uma inverdade.  Ou talvez este lindo discurso queira desviar a atenção de todos e impedir algo muito maior e melhor para todos os brasileiros? Uma coisa é certa, não faz sentido do ponto de vista socioambiental trocar a produção de energia hídrica por térmica, principalmente se pensarmos no aquecimento global e as demais fontes são complementares.
Abel Holtz é consultor de energia

Leia mais em: http://canalenergia.com.br/zpublisher/materias/Noticiario.asp?id=113323

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Distribuidoras passarão por revisão tarifária antes da privatização

Além do reajuste tarifário anual previsto para o segundo semestre desse ano, as distribuidoras da Eletrobras e a CEA deverão passar pelo processo de revisão tarifária periódica antes da privatização em 2017. O resultado final das revisões deverá ser aplicado em 31 de agosto do ano que vem, o que na pratica adia a escolha de novos concessionários para o segundo semestre do ano.

“No caso da tarifa não muda a regra posta”, afirmou o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica em entrevista nesta quarta-feira, 10 de agosto. A tarifa definida pela Aneel para cada empresa na revisão poderá eventualmente ser corrigida, caso o concessionário escolhido consiga comprovar em um novo laudo de avaliação a necessidade de ajustes na base de remuneração.
A Aneel admite que outros ajustes poderão ser feitos após a privatização, como, por exemplo, a revisão do quadro de pessoal. Enquanto as empresas permanecerem em regime de administração temporária, elas estarão em processo de vigilância permanente para evitar problemas na prestação do serviço. “Eu diria que é uma administração tutelada pelo regulador”, explicou Rufino, que comparou a situação das sete distribuidoras ao regime de intervenção administrativa decretado nas oito empresas do grupo Rede que foram transferidas depois para o grupo Energisa.
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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Energia eólica já começou a mudar o Brasil

Os ventos fortes e constantes que sopram no Nordeste brasileiro fazem da região um polo importante de produção de energia eólica. Turbinas gigantes com mais de 100 metros de altura e rotores de 120 metros de diâmetro, o equivalente a um prédio de 40 andares, já fazem parte do cenário naturalmente formado por belas praias de mar esverdeado.
Os mais de 200 equipamentos de última geração instalados nos estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco e Ceará são operados remotamente e permanentemente controlados para extrair o máximo potencial das correntes de vento. A energia eólica gerada com alta eficiência tem ajudado a região a enfrentar os extensos períodos de seca e ainda coloca o Nordeste como a melhor área do país para a produção de energia com a força dos ventos.
“A fonte eólica tem atendido cerca de 30% da necessidade do Nordeste e contribui para aumentar a segurança do fornecimento de energia por esse sistema”, afirma Élbia Silva Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Sem a energia eólica, a região poderia estar em situação de racionamento.
A forte seca expandiu-se nos últimos anos pelo Brasil e colocou os principais reservatórios do país em estado de emergência. Veio à tona, com a escassez de água, o risco iminente de apagão, uma vez que o país depende predominantemente da geração de energia proveniente de hidrelétricas. A crise hídrica deixou uma mensagem clara: é preciso, mais do que nunca, diversificar a matriz elétrica para evitar problemas de abastecimento de energia no futuro.  
As hidrelétricas produzem 61% da energia do país hoje. Mas esse cenário já apresenta sinais de mudanças. “Até 2040, projetamos que a dependência da geração de eletricidade a partir de fontes hídricas acabará”, afirma Lilian Alves, diretora para a América Latina da Bloomberg New Energy Finance. Segundo a projeção, as fontes eólica e solar representarão 42% da matriz brasileira até 2040.
A energia eólica começou a se tornar representativa nos últimos cinco anos e já tem 7% da matriz elétrica brasileira. Se, no fim de 2014, a capacidade instalada de energia eólica era de 5,9 gigawatts, esse número está em 9,9 gigawatts hoje.
Segundo o Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês), o Brasil foi, nos dois últimos anos consecutivos, o quarto país onde a fonte mais cresceu. Ficou atrás de China, Estados Unidos e Alemanha.
Apesar do ambiente macroeconômico desfavorável, 111 usinas eólicas começaram a funcionar em 2015. Hoje, existem 392 usinas em operação em 70 municípios brasileiros. “Houve um crescimento de 46% da capacidade instalada no período de um ano e a geração de 40 000 postos de trabalho”, afirma Élbia.
A energia eólica gerada em 2015 também pode ser medida pela quantidade de lares abastecidos por essa fonte. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), cerca de 33 milhões de brasileiros usaram eletricidade proveniente de fonte eólica em todos os meses do ano. Isso equivale ao dobro da população do estado de Minas Gerais.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou, desde 2003, financiamentos superiores a 20 bilhões de reais para projetos eólicos no país. Além de ajudarem a diversificar a matriz brasileira, os investimentos contribuem para a diminuição da emissão de gases poluentes, uma vez que o vento é uma fonte limpa e inesgotável. O total de emissões evitadas em 2015 foi de 10,42 milhões de toneladas de CO2, o mesmo que a emissão anual de uma frota com cerca de 7 milhões de automóveis.
Os empreendimentos eólicos também mudam a realidade no entorno dos parques industriais. Considerando apenas cinco cidades do Nordeste, foram investidos 500 000 reais em projetos socioambientais no ano de 2015, que beneficiaram 5 000 pessoas com, por exemplo, tratamento odontológico e capacitação em habilidades como empreendedorismo e liderança.
Somam-se às vantagens a qualificação especializada de profissionais, a geração de emprego, o desenvolvimento das economias locais e a criação de tecnologia de última geração. Segundo Élbia, cerca de 80% da cadeia produtiva está nacionalizada. São mais de 50 geradores em funcionamento, sete fabricantes de turbinas, além de centenas de empresas especializadas na fabricação de peças e componentes.
O desenvolvimento exponencial da fonte eólica estará em discussão entre diversos empreendedores, especialistas e autoridades durante o Brazil Windpower, maior feira do setor da América Latina, que acontecerá entre 30 de agosto e 1º de setembro no Rio de Janeiro. O evento, que está em sua sétima edição, mostra que o país está empenhado em construir um futuro sustentável.

Leia mais em: http://exame.abril.com.br/publicidade/siemens/conteudo-patrocinado/energia-eolica-ja-comecou-a-mudar-o-brasil?utm_source=home&utm_medium=tvflash&utm_campaign=nativa-siemens

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Após Brexit, Londres já não é cidade mais cara para startups

A decisão do Reino Unido de sair da União Europeia nem foi concretizada e já está gerando consequências.
A incerteza disparou, as projeções de crescimento e emprego foram cortadas e o banco central do país reagiu com corte de juros para a mínima recorde de 0,25% e compras de títulos.
A boa notícia é que a perda de valor da libra esterlina em relação ao dólar desde o referendo tornou os custos de Londres bem mais competitivos.
A capital britânica perdeu o primeiro lugar e foi superada por Nova York e Hong Kong no ranking das cidades mais caras para viver e trabalhar em uma startup.
Os números divulgados recentemente pela consultoria imobiliária Savills mostram uma queda de 11% desde dezembro nos custos em dólar para acomodar um funcionário (em casa e no escritório) em Londres.
Além da depreciação cambial, também pesou o enfraquecimento do mercado imobiliário londrino, que há anos apresenta números chocantes de valorização.
Um exemplo: Londres tem uma vaga de estacionamento à venda por nada menos do que 350 mil libras, o equivalente a 1,8 milhão de reais.
O Rio de Janeiro aparece na 20ª posição com custo anual de 19 mil dólares, um quinto do registrado pelas cidades mais caras.
O valor teve alta de 14% sobre o final do ano passado, balanço de dois movimentos: para cima pelo recente fortalecimento do real e para baixo pela queda do preço dos aluguéis devido à recessão.

Leia mais em: http://exame.abril.com.br/economia/noticias/apos-brexit-londres-ja-nao-e-cidade-mais-cara-para-startups

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Mulheres CEOs são fascinantes, que o diga Marissa Mayer

Em 1985, ano em que me formei jornalista, fui convidada a entrar para um grupo de colegas do sexo feminino que se reunia regularmente para discutir como era ruim ser mulher no mercado de trabalho. Fui uma vez e nunca mais voltei. Fiquei irritada com as reclamações e não pude deixar de perceber que as pessoas que estavam tirando mais daquilo eram as que eram menos boas em seus trabalhos. Se você não é excelente naquilo que faz, pensei, não deveria colocar a culpa em seu sexo.
Em 30 anos, progredi um pouco em meus pontos de vista. Quer as pessoas sejam boas em suas ocupações, quer sofram com os preconceitos machistas, são questões diferentes. Onde há machismo, é importante fazer barulho - embora isso seja chato para a pessoa que reclama e para a pessoa que está ouvido. Se nada for dito, nada muda.
Ao que parece, os leitores do "Financial Times" não progrediram muito. Na semana passada, Marissa Mayer queixou-se ao "FT" que a imprensa pega no seu pé pelo fato de ela ser mulher - e os leitores do "FT" responderam como fiz aqueles anos todos atrás. Um deles escreveu: "Você é incompetente - é simples assim, Mayer. Pare de tentar se esconder atrás dessa coisa sem sentido que é a vitimização pelo 'gênero' sexual".
Duas centenas de outros leitores fizeram comentários parecidos. Ela fez um trabalho ruim como CEO do Yahoo, o machismo não teve nada a ver com aquilo.
A veemência dos leitores me fez suspeitar de algo. Marissa Mayer pode ter feito um trabalho fraco. Mas eles estão mesmo certos de que não houve machismo na denúncia? E como alguém mede isso?
Marissa Mayer reclamou da maneira como a imprensa é obcecada com as roupas das mulheres, citando Hillary Clinton e seus terninhos. Isso é verdade, mas as diferenças de gênero em relação ao vestuário estão diminuindo - recentemente, o "FT" publicou um artigo inteiro sobre a mochila de Boris Johnson. De qualquer forma, não sei se isso é grande coisa. Estou interessada no que as mulheres (e homens) vestem. Contanto que os terninhos não sejam uma alternativa às políticas, não vejo mal nenhum neles.
Em todo caso, Marissa Mayer não tem o direito de protestar contra a intromissão da imprensa em seu guarda-roupa, uma vez que teve uma foto sua publicada pela revista "Vogue" há dois anos, deitada de cabeça para baixo em um móvel de jardim pouco confortável, com uma roupa azul agarrada à pele e sandália "gladiador", segurando um iPad que refletia uma imagem dela mesma.
Se eu fosse uma CEO, não teria tirado uma foto como aquela nem em um milhão de anos, principalmente porque, de cabeça para baixo e vestida daquele jeito, a imagem não seria muito boa. Por outro lado, Marissa Mayer ficou muito bem e fez um favor ao mundo ao provar que você pode ser bonita, loira, adorar roupas e comandar uma grande companhia no mundo da tecnologia da informação, dominado pelos homens.
Do mesmo modo, as pessoas vêm alardeando machismo em incontáveis artigos sobre ela enquanto mãe. Desde a época em que ela foi nomeada esperando bebê, e nós a vimos grávida duas vezes, a criticamos por ter tirado uma licença maternidade muito curta, nos maravilhamos com a enfermaria que ela montou em casa, com suas babás e a vimos olhar com ternura, no escritório, para fotografias das lindas bebês.
Por outro lado, ninguém escreve sobre os filhos de David Filo e Jerry Yang, os fundadores do Yahoo - suas páginas na Wikipedia nem mesmo revelam que eles os têm. Isso parece um preconceito machista, mas mais uma vez é compreensível. Não temos muitas mulheres ocupando o cargo de CEO e ainda por cima com filhos. Assim, fico grata por Marissa Mayer ter me mostrado como ela faz.
As únicas coisas ruins são as opiniões sobre se ela é uma boa mãe ou não. Tal julgamento não se aplica mais apenas às mulheres. Mark Zuckerberg postou quase o mesmo número de fotografias de seu filho na internet quanto Marissa Mayer - só que ele é considerado um pai maravilhoso por ter sido visto levando os filhos para tomar vacina, enquanto ela é tida como uma mãe ruim porque trabalha demais.
E há um viés tendencioso ainda maior - o grande volume de artigos. No ano passado, 4.200 artigos foram publicanos em inglês sobre ela, mais de quatro vezes o número de artigos sobre seu colega da AOL, Tim Armstrong (A AOL também foi comprada pela Verizon no ano passado.) Isso é especialmente admirável porque ele tentou com muito afinco ser digno de notícia via uma série de gafes.
Nós simplesmente estamos mais interessados em mulheres CEOs e continuaremos assim enquanto não houver um número maior delas. Isso não é uma vantagem - a pressão é grande o suficiente mesmo sem alguém publicando cada passo que você dá. Isso seria suficiente para se tornar uma Marissa Mayer: gastar US$ 500.000 em dinheiro da companhia com seguranças particulares - e gerar mais um artigo desfavorável.
Lucy Kellaway é colunista do "Financial Times". Sua coluna é publicada às segundas-feiras na editoria de Carreira

Leia mais em: http://www.valor.com.br/carreira/4661867/mulheres-ceos-sao-fascinantes-que-o-diga-marissa-mayer

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Racha republicano aumenta com recusa de Trump em apoiar Ryan e McCain

O candidato presidencial republicano Donald Trump aumentou as tensões em seu partido na terça-feira ao negar seu apoio à reeleição de dois nomes de destaque da legenda, o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, e o senador John McCain.

Em entrevista ao jornal Washington Post, Trump disse que não poderia endossar nem Ryan, que ocupa o mais alto cargo eletivo entre os republicanos, nem McCain, que representa o Arizona e já concorreu à Presidência dos Estados Unidos, no momento em que ambos enfrentam desafios nas primárias de seus Estados antes da eleição geral de 8 de novembro.

Tanto Ryan quanto McCain criticaram o desentendimento de Trump com a família do capitão do Exército Humayun Khan, que morreu no Iraque em 2004 no exercício da função e recebeu a Estrela de Bronze por bravura postumamente.

A discórdia vem à tona meras duas semanas depois de a Convenção Nacional Republicana, realizada em Cleveland, oficializar Trump como postulante da legenda à Presidência.

Trata-se da fissura mais recente em um partido já afetado pela dissidência interna a respeito de seu candidato, como ficou claro na convenção, na qual McCain foi um dos integrantes do alto escalão republicano que essencialmente esnobaram Trump preferindo não comparecer. Mitt Romney, o candidato presidencial de 2012, e os ex-presidentes George H.W. Bush e George W. Bush tampouco estiveram presentes.

Trump trocou farpas com Khizr e Ghazala Khan, os pais do soldado morto, a partir do momento em que eles subiram ao palco da convenção democrata na semana passada para citar o sacrifício de seu filho e criticar a proposta do magnata de impedir a entrada de muçulmanos no país.

A comoção levou muitos republicanos a se distanciarem de Trump e expressarem apoio à família Khan.

Trump, reproduzindo a linguagem que Ryan usou ao falar sobre apoiar o indicado antes de eventualmente endossar seu nome, disse ao jornal norte-americano que "ainda não chegou ao ponto" de endossar Ryan na primária de Wisconsin na próxima terça-feira, e que "nunca chegou a esse ponto" com McCain, que estará na cédula nas eleições primárias do Arizona no final de agosto.

McCain teve uma conversa "muito amistosa" com o vice de chapa de Trump, Mike Pence, na terça-feira no Arizona, que Pence visitava, informou uma porta-voz de McCain.

Trump disse que Ryan tem buscado seu apoio, mas que até agora ele apenas estava "considerando seriamente" a questão.

Já a campanha de Ryan respondeu rapidamente afirmando que nem o presidente da Câmara nem ninguém de sua equipe tinham pedido o endosso de Trump.


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terça-feira, 2 de agosto de 2016

Preço da energia incentivada sobe e diminui liquidez no ACL

O preço da energia incentivada subiu nos últimos três meses e, por consequência, reduziu a liquidez desse produto no mercado livre. Segundo Sérgio Lopes, diretor de Gestão de Energia da Deal Comercializadora, houve momentos em que o preço subiu cerca de R$ 50/MWh em comparação com os R$ 160/MWh praticados antes do aumento da migração de novos consumidores especiais. Ele explica que, com a redução de tarifa de algumas distribuidoras do país e com o aumento do custo da energia incentivada causado pela alta demanda, os consumidores precisam avaliar a oportunidade com cuidado para conseguir capturar os benefícios do mercado livre. "É muito importante fazer esse comparativo do cativo versus livre para ver se ainda continua sendo vantajoso. Com o aumento do preço da energia incentivada e a queda na tarifa em algumas distribuidoras, o cliente precisa ver com bastante cuidado essa migração para o ACL", disse Lopes, que acaba de ingressar no quadro societário da Deal.

O "boom" de migrações se iniciou no ano passado. Com o “realismo tarifário”, expressão utilizada pelo governo para justificar o aumento de 50% na tarifa cativa em 2015, muitos consumidores viram no mercado livre uma oportunidade de redução de custos com energia elétrica. Para se ter uma ideia, no primeiro semestre deste ano, 1.151 novas unidades migraram para o ACL, segundo dados divulgados no início de julho pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.

Atuando há seis ano no mercado, a Deal Comercializadora acaba de estruturar seu departamento de gestão de energia com a finalidade de ampliar a sua atuação no setor. Além de trading de energia, a comercializadora agora passa a prestar serviços de assessoria para migração e gestão de consumidores no mercado livre, representação e gestão de usinas, inteligência de mercado e adequação do sistema de medição. "Nosso planejamento está muito mais voltado para o crescimento na prestação de serviço", afirma Lopes, que já trabalhou na AES Tietê e tem experiência nas áreas de distribuição, comercialização e geração de energia.

Atualmente, a Deal opera cerca de 500 MW médios mensais em contratos de curto, médio e longo prazo. “Pensamos na área de gestão de energia para atender uma antiga solicitação dos nossos clientes e a repercussão foi imediata com o fechamento de novos contratos para a empresa. O importante é que na tomada de decisão dos nossos clientes, possamos garantir um diferencial competitivo, aliando os nossos conhecimentos e experiências. Os nossos clientes poderão contar com um atendimento altamente profissional de acordo com as suas necessidades”, diz o diretor comercial e sócio Rodrigo Cosac Nacacio.

De acordo com a regulação do mercado, o consumidor especial - aquele com demanda entre 500 kW e 3MW - deve adquirir energia somente de fontes primárias incentivadas (usinas eólicas, solares, biomassa ou pequenas centrais hidrelétricas). Hoje, estas empresas representam mais de 40% do total de agentes da CCEE.

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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Estudo mostra necessidade de contratar 4 GW nos dois leilões de reserva deste ano

O Brasil tem uma sobra real de 3,4 GW médios e pode precisar de energia caso a retomada da economia seja expressiva para 2017 ou 2018 e seja mantida a política de segurança e suprimento. Essa é uma das conclusões de um estudo elaborado por três consultorias a pedido da Associação Brasileira de Energia Eólica. A solução para esse problema seria a contratação de cerca de 2 GW médios nos leilões de reserva deste ano o que levaria à necessidade de o governo acrescentar 4 GW em potência instalada na matriz ainda este ano.
Segundo a presidente executiva da Abeeólica, Élbia Gannoum, caso não ocorra essa contratação há o risco do Brasil precisar dispor novamente das usinas térmicas mais caras, como vistas nos últimos dois anos. O estudo foi apresentado pela entidade ao ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, em 19 de abril e aponta entre outros cenários a perspectiva de que a sobra real fique em 1,4 GW médio com a retomada da economia e, em caso mais extremo, a possibilidade de 15% a 20% de chances de o país registrar um risco de 38,1% da demanda superar a oferta de energia, o que significaria, na prática, falta de energia em 2018.
“Quando aplicamos as reações econômicas às séries sintéticas traz resultados importantes e em uma reação da economia, e tudo indica que está acontecendo, inclusive com o próprio FMI indicado esse crescimento, as sobras desaparecem”, comentou Élbia. “O primeiro cenário apontado pelo estudo que tem 70% de chances de ocorrer é resultado de um crescimento mais conservador da economia. Precisamos lembrar que há capacidade ociosa na indústria, por exemplo na automotiva, com 25% das máquinas paradas onde é só apertar o botão da máquina e a demanda é retomada”, apontou a representante do setor eólico.
A ABEEólica contratou estudos da PSR, LCA e da Excelência Energética para chegar ao resultado apontado. A sobra contratual é de 12,4 GW médios mas é o que se chama da sobra de papel. Nesse montante, argumenta, é preciso descontar 6,6 GW médios de sobras por conta da revisão do critério de suprimento, que inclui a atualização do CVU das termelétricas, restrições de transmissão do SIN, motorização das UHEs ao longo do ano e as revisões de garantias físicas. Além disso, o fator de fricção, que considera a revisão da produtividade das hidrelétricas levando em conta a capacidade real da turbina e assoreamento dos reservatórios, retira mais 2,4 GW médios dessa conta .Levando assim a uma sobra real de 3,4 GW médios.
Com esses dados em mãos no estudo da LCA foram analisados os cenários de sobreoferta. Para este ano o fornecimento estaria atendido. O problema, relatou Élbia, ficaria mesmo com o atendimento da demanda para 2017 e 2018. Adicionado a esse fator, está a incerteza da capacidade de atendimento à demanda que caracterizou os últimos anos quando o país vivenciou uma das suas piores hidrologias históricas. Daí, continua o estudo, a necessidade do Brasil ter uma espécie de seguro de suprimento capa de acomodar as variações de oferta e demanda sem o risco de quedas de energia ou elevar os custos do insumo.
Por fim, a ABEEólica indica no documento a importância do setor para o país e a manutenção da sua cadeia produtiva que foi criada há seis anos a partir de um programa de nacionalização e que soma investimentos de mais de R$ 48 bilhões nesse período. E citou dados como a economia de R$ 5,1 bilhões em 2014 e de mais R$ 645 milhões no ano passado por evitar que térmicas fossem utilizadas. E ainda, entre outras conclusões, que a manutenção da contratação da fonte ajudará na preservação de empregos bem como atender aos compromissos que o país assinou na COP 21 em termos de ampliação das fontes renováveis em sua matriz energética.
 
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