sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Consumo de energia elétrica sobe 1,3% em novembro, revela EPE

O consumo mensal de energia elétrica subiu 1,3% em novembro deste ano contra igual mês do ano anterior, para 40.318 gigawatts-hora (GWh), segundo a Resenha Mensal divulgada nesta quinta-feira, 27, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O setor industrial teve alta de 1,1%, refletindo alta de consumo em seis dos dez ramos pesquisados. O consumo de eletricidade no setor químico teve alta de 3,8%; no de papel e celulose de 3,5%; e no automotivo de 3,2%, informou a EPE.

Na contramão, reduziram o consumo de eletricidade os setores metalúrgico (-1,9%); têxtil (-1,2%); borracha e material plástico (-1,7%); entre outros.

“O consumo de energia elétrica das indústrias iniciou uma trajetória de queda no último trimestre de 2018, acompanhando a produção física industrial (segundo o IBGE). A ociosidade do parque produtivo continuou elevada em novembro, em torno de 25% (segundo a FGV), mantendo-se praticamente no mesmo nível de novembro de 2017, o que aparenta indiciar que a indústria permaneceu estagnada em 2018 em termos de utilização da sua capacidade instalada”, explicou a EPE em sua Resenha Mensal de novembro.


A classe residencial teve aumento de 1,5% no consumo de energia elétrica em novembro, o mesmo índice obtido na classe comercial. As regiões Nordeste e Sul puxaram o consumo dos dois segmentos, sendo que a região Norte também se destacou na alta do setor comercial.

A região Norte foi a única que reduziu o consumo em novembro (-8,1%), puxada pela queda da indústria local (-19,5%), que por sua vez foi impactada pelo recuo da demanda da metalurgia local. Já o Nordeste teve alta de 5,5% no consumo de eletricidade; e o Sul, de 3,1%.

Os subsistemas Sudeste e Centro-Oeste, maiores regiões consumidoras do País, registraram consumo 0,9% maior do que há um ano.

Leia mais em: https://istoe.com.br/consumo-de-energia-eletrica-sobe-13-em-novembro-revela-epe/

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Eletrobras projeta R$ 30,1 bilhões em investimentos até 2023, com Angra 3

A Eletrobras divulgou na última sexta-feira (21) o seu Plano Diretor de Negócios e Gestão – PDNG para o período de 2019 a 2023, com foco em pontos-chave como rentabilidade, sustentabilidade e excelência operacional, entre outros. A holding projeta um investimento total de R$ 30,1 bilhões para os próximos cinco anos, dos quais R$ 28,2 bilhões em projetos próprios de geração (R$ 16,9 bilhões), transmissão (R$ 9,5 bilhões) e infraestrutura (R$ 1,7 bilhão). Cerca de R$ 1,9 bilhão será alocado nas Sociedades de Propósito Específico onde há participação.

Apenas no projeto envolvendo a usina nuclear de Angra 3, cuja retomada da construção será uma das prioridades na gestão do Almirante Bento Albuquerque à frente do Ministério de Minas e Energia, a Eletrobras prevê gastos de R$ 12 bilhões no quinquênio, por meio da Eletronuclear. O PDNG fala em “viabilizar a conclusão do empreendimento por meio de realização de chamada pública internacional, visando selecionar investidor global com capacidade técnica, financeira e de gestão”. As conversas para retomada do projeto envolvem ainda BNDES e Caixa.

No caso dos investimentos orçados em SPEs, o PDNG já considera a incorporação de empresas nas quais as subsidiárias do Grupo Eletrobras detenham participações majoritárias. A Eletrobras quer concluir, até o final de 2019, o programa de desinvestimento iniciado em 2018, com a venda de ativos que não sejam considerados estratégicos. Estão previstas a aplicação de R$ 863 milhões em projetos de geração ligados a SPEs e pouco mais R$ 1 bilhão em empreendimentos de transmissão vinculados a essas Sociedades de Propósito Específico.

Entre os pontos alinhados à meta de crescimento sustentável nos próximos anos está o recebimento da indenização de geração das concessões renovadas pela Lei 12.783/2013, a revisão do custo médio ponderado de capital (WACC) em geração e transmissão e a revisão tarifária de transmissão. A holding espera ainda pelo recebimento de parcela controversa da Rede Básica do Sistema de Transmissão Existente – alvo de ação na Justiça – e pelo ressarcimento de valores não reconhecidos pela gestão das distribuidoras em processo de privatização ao longo deste ano.

Corte de pessoal e novo ACT

No tocante à descotização das usinas pertencente às suas subsidiárias, a Eletrobras avalia “estudar alternativas e ações no âmbito jurídico, regulatório e legislativo” para viabilizar a medida nos empreendimentos já prorrogados, além de “propor alternativas para as usinas e empreendimentos cujo encerramento da concessão esteja próximo”. Tanto no caso das concessões de usinas já prorrogadas quanto no caso das que ainda vão vencer, o objetivo da Eletrobras é aumentar a receita de geração e recuperar a capacidade de investimento.

O corte de pessoal é ponto importante na parte operacional do PDNG, com o desligamento de 2.187 empregados em cinco anos, por meio de um Plano de Demissão Consensual. A economia estimada no período é de R$ 574 milhões por ano, com um custo de cerca de R$ 731 milhões. A empresa quer negociar ainda um novo Acordo Coletivo Trabalhista – ACT. No que chama de “sinergia societária de controladas regionais”, o Plano de Negócios prevê a reestruturação societária da Eletrosul, CGTEE, Eletronorte e Amazonas GT, além da consolidação do Centro de Serviço Compartilhado.

Estão contempladas ainda, como iniciativas gerais do Plano, pontos como a finalização da estrutura do programa de integridade já implementado em todas as empresas do grupo, a revisão de políticas e processos de recursos humanos e a criação de programa destinado à prevenção de doenças ocupacionais. O PDNG 2019-2023 considera como base as diretrizes apontadas no Plano Estratégico 2015-2030, que pretende levar a empresa, ao final deste horizonte, a estar entre as três maiores empresas globais de energia limpa e entre as dez maiores do mundo em energia elétrica.


Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53085395/eletrobras-projeta-r-301-bilhoes-em-investimentos-ate-2023-com-angra-3

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Unindo sol e vento, parques híbridos devem ampliar oferta de energia renovável

De uma área associada à seca ao protagonismo em energia renovável. O Nordeste, que já representa 80% da capacidade de geração eólica no país e de 70% da energia solar, promete alcançar números ainda maiores nos próximos anos com a união das duas fontes em um mesmo local. O chamado “projeto híbrido”, que já é alvo de estudos e projetos de diversas empresas entre a Bahia e o Rio Grande do Norte, está prestes a ser colocado em consulta pública pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), permitindo, assim, que empresas consigam combinar os projetos e aproveitar a mesma infraestrutura de transmissão elétrica.

O objetivo é otimizar os investimentos e permitir uma redução no preço da energia para o consumidor final, como já ocorre no exterior.

Hoje, tecnicamente, já é possível unir as duas fontes, mas a regulamentação exige dois contratos distintos, fazendo com que as empresas tenham que pagar a mesma tarifa duas vezes, como a do uso das linhas de transmissão (Tust).

Essa será mais uma novidade envolvendo as energias renováveis. Recentemente, a Petrobras e a norueguesa Equinor (ex-Statoil) anunciaram planos para construir unidades eólicas em alto-mar associadas a plataformas de petróleo, no Rio Grande do Norte. Assim, as fontes têm ganhado papel de destaque na região. Com a seca que tem devastado o Nordeste nos últimos anos, as eólicas respondem, dependendo do dia, por até 74% da eletricidade.

Segundo Elbia Gannoum, presidente-executiva da ABEEólica, que reúne as empresas do setor, as novas regras vão permitir a criação de leilões apenas para projetos híbridos:

— Já identificamos potencial para os projetos híbridos, pois você aproveita o terreno e a linha de transmissão, gerando produtividade. O setor vem atraindo o investimento de empresas do setor e até fundos de pensão e de investimento.

Fontes complementares
O potencial de crescimento é grande ao combinar as duas fontes, dizem as empresas. No Nordeste, os projetos de 12 GW já instalados geraram investimentos na cadeia de cerca de R$ 76 bilhões, número que representa 80% dos projetos do país. Há uma expectativa de mais R$ 26,4 bilhões até 2022 com outros 4,4 GW a serem construídos na região. No caso da solar, o Nordeste deve receber investimentos de R$ 5,6 bilhões com os 2 GW que serão instalados até o fim deste ano. É 70% do total aplicado no país, diz a Absolar, que representa o setor de energia solar no país.

A Casa dos Ventos já desenvolve projetos com soluções que unem vento e sol. Lucas Araripe, diretor de novos negócios, lembra que já foram instalados medidores solares nos parques eólicos construídos no Nordeste para analisar o quanto pode ser gerado de sinergias. Araripe diz que o projeto híbrido permite reduzir o custo da energia, uma vez que as despesas são diluídas com uma maior quantidade de geração de eletricidade. Segundo ele, as duas fontes se complementam, pois a intensidade do vento é maior durante a madrugada, justamente quando não há sol:

— Os parques eólicos ficam ociosos ao longo do dia. Já mapeamos um potencial de 4 GW de sol no Nordeste onde estão as usinas eólicas. Juntar as fontes é o futuro, mas há o desafio regulatório, pois a Aneel precisa ver os dois como uma coisa só. Isso é mais eficiente, pois você aproveita a infraestrutura.

Com oito parques eólicos e seis solares em operação no país, nos estados de Piauí, Bahia e Rio Grande do Norte, a Enel Green Power conta com o primeiro parque híbrido do país, em Pernambuco, com 11 megawatts (MW) de geração a partir do sol e 80 MW do vento — capacidade que permite atender a 90 mil casas. A empresa acredita que a criação de uma regulamentação será fundamental para fomentar a expansão das fontes no país.

Segundo Nicola Cotugno, presidente da empresa, o Nordeste concentra alguns dos locais com os mais elevados fatores de capacidade solar e eólica, o que torna a região atrativa para o desenvolvimento de projetos de geração de energia renovável. Entre 2019 e 2021, a companhia planeja investir R$ 6,9 bilhões no desenvolvimento de novos projetos.

— Todos os projetos eólicos e solares da Enel estão no Nordeste, geralmente em áreas inóspitas, em terrenos não cultiváveis, em que a geração de energia renovável se tornou uma atividade fundamental para o desenvolvimento social e econômico das comunidades — disse Cotugno.

Ricardo Barros, vice-presidente de Geração Centralizada da Absolar, destaca que as empresas estão corretas em investir em projetos híbridos, o que permite a redução de custos de conexão e de transmissão. Mas pondera que ainda é preciso cuidado, por exemplo, ao fazer leilões dedicados a projetos híbridos:

— É preciso fazer leilões com energia competitiva. O governo tem que dar condições de investimento com um marco regulatório adequado, e o mercado tem que buscar o melhor projeto. As fontes solar e eólica se complementam de forma geral, com o vento do Ceará e o sol da Bahia.

Fim dos subsídios
Porém, apesar das novas soluções, o setor pode enfrentar novos desafios no governo de Jair Bolsonaro. Isso porque, em documento encaminhado à equipe do presidente eleito, o Ministério da Fazenda defende o fim dos incentivos para a construção de usinas de geração de energia solar, eólica e pequenas hidrelétricas. Hoje, essas fontes recebem desconto de 50% nos encargos de transmissão e distribuição. Para o especialista Renato Queiroz, professor da UFRJ e do Instituto Ilumina, o fim dos benefícios pode prejudicar o crescimento dos projetos no Brasil:

— Esse movimento terá que ser bem analisado. Mas acabar com os benefícios vai prejudicar o crescimento das fontes. Hoje, a solar ainda é cara. Não se pode tomar decisões rápidas sem planejamento e sem discutir o papel dessas energias para o desenvolvimento da economia.


Leia mais em: https://oglobo.globo.com/economia/unindo-sol-vento-parques-hibridos-devem-ampliar-oferta-de-energia-renovavel-23328007

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Projeto leva energia solar à Amazônia para impulsionar a economia local



Em muitos pontos da Amazônia, a energia não chega. A única alternativa são geradores à base de combustíveis que garantem energia por poucas horas à noite — depois, breu.

Um projeto, porém, pretende demonstrar que a energia solar é a melhor opção econômica para comunidades extrativistas isoladas na maior floresta tropical do mundo.

"Estamos no século 21, a gente falando no celular, com acesso a ultratecnologia e muitas pessoas vivendo com energia do século 19", diz Alessandra Mathyas, analista de conservação do programa clima e energia do WWF-Brasil. "Elas vivem com um barulho ensurdecedor do motor até as 10h, quando acaba a gasolina e apaga tudo."
Painéis solares instalados em casa de reserva extrativista na Amazônia
Painéis solares instalados em casa de reserva extrativista na Amazônia - Samara Souza/WWF-Brasil

A ONG, junto ao ICMBio, conseguiu doações de 300 antigos painéis solares, que estavam sem uso — eram parte do extinto Prodeem (Programa de Eletrificação de Estados e Municípios — ertencentes ao Ministério de Minas e Energia. Uma aquisição às cegas, segundo Mathyas, já que não havia como saber o estado dos instrumentos.

Os painéis foram destinados a algumas comunidades de duas reservas extrativistas (resex) — unidades de conservação nas quais populações tradicionais, como ribeirinhos, utilizam os recursos naturais de forma sustentável: a resex Ituxi, na qual vivem 17 comunidades, e a Médio Purus, com 97. Ambas ficam no município de Lábrea (AM).

Para essas comunidades, a disponibilidade de energia elétrica vai muito além de assistir à televisão e carregar o celular. Está relacionada à possibilidade de refrigerar e preservar melhor a comida.

Além disso, os geradores tradicionais exigem a compra e o armazenamento de combustíveis, o que gera mais gastos quando comparado a uma fonte de energia gratuita e abundante como a luz solar. Com mais energia disponível, também se torna possível intensificar produções locais, como de mandioca e açaí.

Os painéis instalados nas resex foram destinados a essas atividades e para o bombeamento de água de poços —as comunidades costumam usar água de rios para tomar banho, lavar roupa, fazer comida e beber. "Eles falaram que reduziu bastante o número de pessoas com casos de diarreia, que era provocada pela água do rio", diz Mathyas.

Outra preocupação da iniciativa foi capacitar a população e eletricistas locais para manutenção dos painéis.

O projeto Resex Solar, apresentado na sexta (14) na COP-24, agora pretende consolidar os dados que coletou desde a instalação dos painéis para mostrar a sustentabilidade econômica, social e financeira trazida pela energia solar nas comunidades. A ideia é conseguir influenciar políticas públicas relacionadas.

Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a energia solar representa cerca de 1% da geração brasileira.

Leia mais em: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2018/12/projeto-leva-energia-solar-a-amazonia-para-impulsionar-a-economia-local.shtml

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Energia no novo governo

Entre os muitos desafios e tarefas urgentes do novo governo federal está o equacionamento do setor de energia, principalmente o da energia elétrica, um dos que foram mais atingidos pela incompetência do governo de Dilma Rousseff. Além disso, temos agora um ativismo tardio do ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, que pode atrapalhar.

Esse setor foi objeto de poucos debates e propostas no período eleitoral, exceto pelo então candidato Jair Bolsonaro, que articulou algumas ideias e propostas. Eleito presidente da República, elas merecem melhor análise.

Os problemas mais urgentes da área de energia estão no setor elétrico, porque o preço da eletricidade é determinado pelo que fazemos aqui, no País. Esse não é o caso do petróleo, cujo preço é determinado pelos grandes produtores internacionais – principalmente a Opep – e há pouco que possamos fazer a esse respeito. No caso da eletricidade, porém, erros ou acertos do governo federal são fundamentais para a fixação do custo da eletricidade, que afeta diretamente todos os consumidores e é umas das principais causas da inflação.

O setor de petróleo vai relativamente bem no País depois da retomada dos leilões, no governo Michel Temer, para a exploração do pré-sal com a participação de empresas estrangeiras, que trazem capital e tecnologia e dividem os riscos com a Petrobrás. O País já é autossuficiente na produção de petróleo bruto e o gargalo está no refino, que é insuficiente e obriga a Petrobrás a importar gasolina e óleo diesel, com uma engenharia financeira complicada.

O que parece claro no caso da Petrobrás é que ela deveria desfazer-se de atividades que não dizem respeito à produção de petróleo e deixar atividades comerciais como postos de gasolina, petroquímica e outros nas mãos da iniciativa privada. A expansão da capacidade de refino poderia ser objeto de parcerias. Essa é a essência do que se pode chamar interesse estratégico na área de petróleo e foi a razão da criação da Petrobrás, há mais de 50 anos. Já no setor elétrico há problemas sérios.

Distribuidoras de energia elétrica basicamente compram das geradoras a eletricidade por atacado e a vendem no varejo. A distribuição não necessita da presença do Estado e a privatização que o governo Fernando Henrique Cardoso fez de diversas empresas na década dos 90 foi um sucesso e deveria completar-se com urgência, liberando a Eletrobrás da carga pesadíssima das distribuidoras do Norte e Nordeste, que são inviáveis. O problema é a geração de energia.

O papel do governo no passado foi fazer os grandes investimentos na produção de energia elétrica que o setor privado não tinha condições ou interesse em fazer. A Eletrobrás e as estatais estaduais, como Cesp, Cemig, Copel e outras, construíram as magníficas usinas hidrelétricas com tecnologia local e são hoje a espinha dorsal do sistema elétrico brasileiro.

Ao longo do tempo uma rede de transmissão interligou o Brasil todo e garantiu a segurança energética do País. Quem entendeu bem isso foi o presidente Ernesto Geisel e retornar à regionalização da produção para atender a interesses locais, como advoga Moreira Franco, é claramente um retrocesso.

O Chile, que não tem até hoje um sistema interligado, sofre duramente com interrupções no fornecimento de eletricidade, dependendo do regime de chuvas no norte ou no sul do país. Quanto ao futuro, existe ainda a possibilidade de expandir o sistema hidrelétrico durante 10 a 20 anos pelo menos, boa parte dele na Amazônia.

A contribuição das novas energias renováveis (eólica e solar) é mais do que bem-vinda, mas elas são intermitentes e reservatórios de energia são indispensáveis para garantir a estabilidade e segurança do sistema. Para isso nada melhor do que os reservatórios das usinas hidrelétricas. Acreditar que baterias elétricas o farão é quimera.

É por essa razão que os reservatórios das grandes usinas hidrelétricas não podem ser abandonados. O que cabe é uma análise do conjunto dos seus impactos, e não apenas os impactos daqueles que são afetados pelos reservatórios. A ênfase posta nos impactos locais negativos – que é real em muitos casos – precisa ser balanceada com os impactos positivos para a população que é servida pela energia produzida. Essencial é atender e apoiar as populações atingidas e a experiência do passado em muitos casos mostra que é possível.

Usinas térmicas a gás e nucleares podem ajudar, mas têm custos mais elevados e são acompanhadas de problemas ambientais, como as emissões de carbono, no caso das térmicas, e os problemas bem conhecidos no caso da energia nuclear. A recente análise do Ministério da Fazenda sobre os elevadíssimos custos necessários para concluir Angra 3 deveria ser ponderada com cuidado pelo novo governo, antes de decidir pelo prosseguimento das obras necessárias.

Reabrir a discussão sobre privatizações, agora, não faz sentido. O que faz sentido é manter nas mãos do governo federal a capacidade de planejamento e de tornar viáveis os projetos que a iniciativa privada não consegue realizar.

Energia elétrica não é como petróleo, que pode ser importado e exportado. Ela é produzida aqui, no País, e a presença de capitais privados nacionais ou estrangeiros não põe em risco a segurança energética. Empresas de petróleo podem decidir abandonar um país, como ocorre às vezes em outros países. Mas empresas de energia elétrica não podem levar embora suas usinas e linhas de transmissão.

No passado, empréstimos do Banco Mundial eram essenciais para a realização de grandes obras nessa área, mas hoje existe uma enorme disponibilidade de recursos no mundo que assumiram essa função, desde que o governo estabeleça um quadro jurídico claro e estável. É disso que precisamos.

*JOSÉ GOLDEMBERG É PROFESSOR EMÉRITO DA USP, FOI PRESIDENTE DAS EMPRESAS DE ENERGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO E MINISTRO DO MEIO AMBIENTE

Leia mais em: https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,energia-no-novo-governo,70002648725

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Consumo de energia em novembro sobe 2,5% na comparação anual, diz ONS

 A carga (consumo mais perdas) de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) atingiu 67.664 megawatts (MW) médios em novembro, com alta de 2,5% em relação a igual mês do ano passado e de 0,2%, na comparação com outubro deste ano, informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta quinta-feira. Nos últimos 12 meses, a carga cresceu 1,5% ante o observado em igual período anterior.

"No mês de novembro o comportamento da carga de energia foi afetado principalmente por duas variáveis importantes: a temperatura, superior à verificada no mesmo mês do ano anterior, principalmente nos subsistemas Norte e Sul, e a economia brasileira, que apesar de ainda estar sendo impactada diretamente pelo lento processo de recuperação, apresentou um aumento substancial dos indicadores de expectativas e confiança", informou o operador, no boletim da carga de novembro.

Considerando ainda a perspectiva econômica, o ONS enxergou influência do PIB referente ao terceiro trimestre sobre o desempenho da carga nos últimos meses. "Apesar das incertezas do período pré-eleitoral, os dados do PIB mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,8% no terceiro trimestre de 2018, na comparação com os três meses anteriores", destacou.

Com relação ao subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o maior do país, a carga em novembro, de 39.176 MW médios, cresceu 2,5% ante igual período de 2017 e recuou 0,4% na comparação com outubro. O operador não forneceu informações sobre a queda em relação ao mês exatamente anterior, mas explicou que o crescimento na comparação anual foi motivado pelo desempenho da carga industrial. Cerca de 60% do consumo de energia industrial do país estão localizados no subsistema.

No Sul, foram observados os crescimentos mais expressivos, de 4,6% na comparação anual e de 3,9% ante outubro, totalizando uma carga de 11.693 MW médios. Segundo o operador, a temperatura e o aumento dos indicadores de expectativas e confiança justificam o aumento do consumo de energia na região.

Com relação ao Nordeste, a carga em novembro, de 11.400 MW médios, superou em 4% o volume observado em igual mês de 2017 e leve recuo de 0,4% ante outubro deste ano. Segundo o ONS, o principal motivo para o crescimento do consumo, na comparação anual, foi o aumento da temperatura.

Já a carga de energia no Norte em novembro, de 5.395 MW médios, recuou 4%, em relação a igual mês de 2017 e 2,3%, na comparação com outubro deste ano. Segundo o operador, a retração se deve à redução da carga de um consumidor livre na região, que vem se mantendo desta forma desde abril deste ano. Os grandes consumidores industriais de energia tem forte participação no consumo de energia do Norte.


Leia mais em: https://www.valor.com.br/empresas/6024543/consumo-de-energia-em-novembro-sobe-25-na-comparacao-anual-diz-ons

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Mercado de energia ultrapassa marca de US$ 241 bilhões no mundo

O mundo vive hoje um momento de crescimento expressivo no setor de energias renováveis e de diversificação da matriz energética.

Até setembro, o valor das transações globais de energia atingiu um recorde de US$ 241,8 bilhões de acordo com o relatório da Ernst & Young Power Transactions and Trends.

Segundo a EY,  52 contratos de energia renovável foram fechados em todo o mundo no terceiro trimestre, o que representa 41% do volume global de negócios registrado no setor de energia e serviços públicos. Os outros 59% foram transações de serviços de gás.

O mercado atingiu a marca de US$28,8 bilhões nas Américas do Sul e do Norte, o que representa quase metade (46%) do valor de transações, que totalizou US$ 61,9 bilhões no período.


Nas duas regiões, as movimentações em energia renovável alcançaram US$ 4,5 bilhões nos meses de julho, agosto e setembro, sendo que 96% deles foram realizados nos EUA.

Para o quarto trimestre (out-dez), a consultoria estima que os investimentos serão reforçados com a conclusão das discussões entre os 28 países-membros da União Europeia sobre o futuro regulatório do mercado de eletricidade na região.

Leia mais em: https://exame.abril.com.br/economia/mercado-de-energia-ultrapassa-marca-de-us-241-bilhoes-no-mundo/

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Preço da energia elétrica eleva procura por sistemas fotovoltaicos - Jornal do Comércio (https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/economia/2018/12/660831-preco-da-energia-eletrica-eleva-procura-por-sistemas-fotovoltaicos.html)

A geração de energia fotovoltaica é um dos poucos setores brasileiros que pode se dar ao luxo de comemorar bons resultados no fechamento de 2018. Com os custos da luz elétrica pesando cada vez mais no bolso do consumidor, cresce a procura pelas instalações das placas solares em residências e estabelecimentos comerciais. Para além disso, as discussões sobre sustentabilidade e o esgotamento das fontes naturais ganham corpo ano a ano, angariando mais adeptos da energia limpa.  O aumento da demanda está refletindo, inclusive, na ampliação das operações. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSolar), o Rio Grande do Sul é o segundo estado com maior capacidade instalada (16%), atrás apenas de Minas Gerais (25%). A gaúcha EGP Energy, de São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, inaugurou, na semana passada, novas instalações na sede da empresa. A ampliação do espaço foi necessária para comportar o crescimento da demanda no último ano. De acordo com a diretora Adriane Menezes, a empresa aumentou em 380% o número de instalações de usinas em 2018. "Nossos maiores clientes são empresários e a rede supermercadista, mas vale ressaltar o aumento da demanda residencial, que cresceu mais de 90%", destaca Adriane.  A escolha pela energia fotovoltaica pode gerar economia de até 98% aos consumidores, de acordo com a EGP Energy. Por isso, cerca de 80% dos clientes procuram a empresa pela economia. Outros 15% são para investimentos e somente 5% pela sustentabilidade. Os módulos solares possuem 40 anos de vida útil e 25 anos de garantia. Os kits completos a partir de seis painéis, incluindo gastos com instalação, projeto e execução, podem custar em torno de R$ 14 mil. O número de painéis necessários depende do tamanho da residência e da quantidade de energia gasta - que variam de acordo com os eletrodomésticos que se tem em casa, por exemplo. "Com o custo da energia que temos hoje e os reajustes consideráveis, tu pagas o teu sistema em três anos", avalia Adriane.  A energia fotovoltaica está no Brasil há quatro anos. De lá para cá, o setor já responde por 480 megawatts de potência instalada no País, distribuídos em 47 mil unidades consumidoras, explica Bárbara Rubin, vice-presidente de Geração Distribuída da ABSolar. "O Rio Grande deu um salto bem grande de 2016 para cá, sobretudo este ano por causa do ICMS", diz. Alguns fatores contribuem para a alta da demanda, como a maior disponibilidade de linhas de financiamento para o consumidor e o aumento das tarifas de energia elétrica aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). "O cliente de pequeno porte não tem escolha de onde comprar sua energia. O serviço das distribuidoras, muitas vezes, é de baixíssima qualidade e entrega uma energia cara ao consumidor, em contas de luz que são difíceis de entender. A geração distribuída dá liberdade para o consumidor", diz Bárbara. Desde maio deste ano, está em pauta uma revisão que rediscute as normas de distribuição de energia no País a partir de 2019. O setor ainda aguarda a publicação de uma audiência pública para entender a proposta da Aneel.

Leia mais em: https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/economia/2018/12/660831-preco-da-energia-eletrica-eleva-procura-por-sistemas-fotovoltaicos.html

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Furnas inaugura túnel de vento para pesquisas de geração eólica

A Furnas Centrais Elétricas inaugurou hoje (11) o primeiro túnel de vento nacional voltado a estudos e pesquisas sobre geração de energia eólica. O túnel tem 27 metros de comprimento e está localizado dentro de um laboratório de aerodinâmica, no Centro Tecnológico de Engenharia Civil da subsidiária da Eletrobras, no município de Aparecida de Goiânia (GO). O projeto recebeu investimentos de R$ 5 milhões.

O túnel de vento demorou um ano para ser construído, após um período de quase dez anos de concepção, especificações técnicas e pesquisas. “Esse túnel é o primeiro do grupo Eletrobras e estará dedicado a fazer pesquisas e modelagens da parte de engenharia civil para os parques eólicos. Prioritariamente, ele fará estudos da parte de estrutura civil da torre, as solicitações, as cargas que os ventos colocam nessas estruturas de torre e de aerogerador, e estudos do suporte dessas estruturas”, explicou o chefe da Divisão de Tecnologia e Engenharia de Furnas, Alexandre de Castro.

tunel,vento, Furnas
O túnel de vento tem 27 metros de comprimento  Divulgação/Governo de SP
O túnel abre possibilidade de se fazer também estudos aerodinâmicos, ou seja, estudos do perfil das pás, para melhorar suas características. Alexandre de Castro disse que o laboratório pode ainda avaliar a questão aerodinâmica para torres de linhas de transmissão. O foco das investigações, entretanto, serão as estruturas civis e fundações desses empreendimentos.

Energia renovável
Segundo Castro, Furnas está caminhando para ampliar o parque gerador com outras fontes de energia renovável. Com forte histórico no setor hidrelétrico de mais de 60 anos, Furnas começou recentemente a mirar outras fontes de energia, com destaque para a eólica e a fotovoltaica, esta última dependendo ainda de prospecção.

Furnas tem projeto para construção, ainda este ano, de um complexo eólico em Fortim (CE). Por meio de parcerias com outros empreendedores, a empresa participa de três parques eólicos. “A gente está diversificando o parque gerador da empresa”, destacou Castro. Para ele, o túnel é uma ferramenta desse processo. Os estudos de laboratório darão a Furnas as principais respostas, amparados por um trabalho de computação e análise de modelos físicos e computacionais.

Dentro do projeto do túnel de vento, há expectativa de fazer modelos reduzidos de torre eólica que permitirão monitorar o comportamento da torre, e ainda de real grandeza, ou seja, de um protótipo em um parque de Furnas para fazer toda instrumentação. “Vou juntar a parte do túnel de vento, que é experimento de laboratório, à parte de modelagem computacional e programas de computador, e à parte de campo, em que é feito o monitoramento de uma estrutura para eu identificar quais são as cargas, os esforços que o vento causa nessas estruturas e o comportamento da fundação. Isso tudo objetiva melhorar a qualidade e a capacidade de carga dessa estrutura”, ressaltou Castro.

Pesquisa e Desenvolvimento
A carteira de Furnas soma investimentos da ordem de R$ 300 milhões nos próximos cinco anos, em 55 projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Desde o início da década de 2000, a empresa executou mais de 200 projetos de pesquisa e desenvolvimento, dentro do Fundo Setorial da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No âmbito do Centro Tecnológico de Engenharia Civil, Castro disse que já foram desenvolvidos projetos voltados para as áreas de materiais e hidrelétrica. De acordo com o chefe da Divisão de Tecnologia e Engenharia de Furnas, o túnel de vento já está 100% operacional.

Leia mais em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-12/furnas-inaugura-tunel-de-vento-para-pesquisas-de-geracao-eolica

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Leilão A-2 movimenta R$ 1 bilhão em contratos de energia

O leilão de energia existente A-2 movimentou R$ 1 bilhão em contratos de energia elétrica, cujo prazo de suprimento inicia em janeiro de 2020 e término em dezembro de 2021. O preço médio final foi R$ 161,35/MWh, um pouco abaixo do preço inicial de R$ 162/MWh. O certame foi promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em parceira com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Compram energia as distribuidoras Cemar (MA), Ceron (RO), Copel (PR), Elektro (SP), Energisa Sergipe, Energisa Tocantins, Light (RJ) e RGE (RS). Venderam energia as empresas Atmo, CDSA, Celesc G, Máxima Energia, Minerva Com, Tradener, Petrobras.

A petroleira vendeu energia das térmicas a gás natural Celso Furtado (BA) e Jesus Soares Pereira (RN), totalizando 282 MW médios. A Petrobras terá uma receita anual com esses contratos de R$ 166,5 milhões.

Hoje também foi realizado o A-1, cujo suprimento acontece entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020. O certame movimentou R$ 10 milhões em contratos de fornecimento de energia elétrica. O preço médio final de venda ficou em R$ 142,99/MWh, deságio de 15,88% em relação ao preço inicial de R$ 170/MWh. A CEA, distribuidora que atende ao estado do Amapá, foi a única compradora no leilão. A Desttra Energia foi a vendedora de 4 MW médios.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53083569/leilao-a-2-movimenta-r-1-bilhao-em-contratos-de-energia

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

ONS prevê bandeira verde na energia por “muito tempo”

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Eduardo Barata, disse hoje (6) que com o volume de chuva satisfatório abastecendo as principais bacias, a bandeira tarifária verde deve permanecer por "muito tempo".

De acordo com Barata, a expectativa para o início do próximo ano é positiva. "Estamos terminando este ano com condições muito melhores do que terminamos o ano passado. Então nossa expectativa é muito positiva mesmo. [Além das chuvas], está entrando [aumento] na [capacidade de] transmissão de energia, as coisas estão caminhando bem", disse.

O sistema de bandeiras foi criado para informar o custo da geração de energia produzida no país. O sistema é composto por bandeiras nas cores verde, amarela e vermelha (patamar 1 e 2). No patamar 1, o adicional nas contas de luz é de R$ 3,00 a cada 100 kWh; já no 2, o valor extra sobe para R$ 5,00.

Na última sexta-feira (30), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a bandeira tarifária que valerá em dezembro será a verde, em que não há custo adicional nas contas de luz. Neste ano, a bandeira permaneceu verde apenas nos quatro primeiros meses do ano. Em maio houve cobrança da bandeira amarela e de junho a outubro, começou a vigorar a bandeira vermelha nos dois patamares. Em novembro o adicional cobrado foi o da bandeira amarela.

Leia mais em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2018-12/ons-preve-bandeira-verde-na-energia-por-muito-tempo

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Governo deixará sugestão de produto híbrido para próximos leilões

O governo federal prepara sugestão de modelo de produtos para o próximo governo no sentido de recuperar capacidade de armazenamento de energia. Essa novidade poderia ser introduzida nos leilões de energia já existentes por meio de um produto específico composto por portfólio de geração de olho na segurança de fornecimento para ser negociado como um produto diferente dos demais.

De acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Eduardo Azevedo, a ideia é ter a participação das renováveis intermitentes participando de leilões de forma competitiva com a associação de fontes, seja por meio de armazenamento com usinas de pequeno e médio porte e isso, ressaltou, ainda sem pensar em usinas reversíveis. Ele lembrou que há um grande inventário de usinas disponível no país que poderiam compor esse novo produto como parte de armazenamento de energia e apontou que há investidores interessados nesse negócio. Ou ainda, um produto específico para a PCH e armazenamento.

“Entendemos que essas usinas não têm conseguido espaço no mercado livre por conta do risco e que o ambiente mais seguro é o regulado. Temos trabalhado para ter um produto específico no leilão regulado, mas ainda não está definido quais serão as fontes ainda”, destacou.

Um problema que ainda precisa ser abordado, disse Azevedo, após participar do Seminário Internacional de Comercialização de Energia Elétrica, promovido pela Aneel, em São Paulo, é a questão do procedimento de rede. Mas, diz que esse assunto já é alvo de um trabalho que está sendo desenvolvido em conjunto entre o ministério, Aneel, ONS e CCEE para permitir sistemas híbridos de armazenamento.

“Um portfólio de geração tem uma conexão com perfil diferente. Mas quem definirá isso é o próximo governo, deixaremo as oportunidades montadas para que ele possa definir e que englobará geração e armazenamento. No futuro é possível ter um leilão somente de armazenamento, enquanto isso, apresentamos essa opção”, defendeu.

O caso de Roraima e o leilão para atender àquele estado é citado como um exercício nesse sentido por conta de seu pequeno porte e configurou um teste e existe a possibilidade de ser adaptada a experiência.

Revisão de Garantia Física

Azevedo revelou ainda que até janeiro deverá ser publicada uma portaria que tratará da revisão de garantia física para a fonte solar. A meta, disse ele, é ter uma revisão específica para cada fonte e ver se, na perspectiva de modernização do setor elétrico faz sentido ter garantia física para as outra fontes que não são a hídrica. “Enquanto isso não acontece estamos para publicar em janeiro a portaria de revisão das solares, já fizemos isso para a eólica”, comentou.

O trabalho, continuou ele, vai ao encontro de cumprir o acórdão 1631 com o TCU dentro do processo de revisão das garantias físicas. Agora, lembrou, estão sendo feitas mudanças em parâmetros como a revisão de médias mensais atualizadas, perdas e outros itens que são utilizados para o cálculo da GF em uma lista de exigências. Esse plano de ação será desenvolvido até outubro de 2024.


Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53083367/governo-deixara-sugestao-de-produto-hibrido-para-proximos-leiloes

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Enel anuncia R$ 3,1 bi em distribuição de energia em São Paulo

A Enel, empresa italiana que adquiriu em junho o controle da Eletropaulo, anunciou que investirá R$ 3,1 bilhões na distribuição de energia para a Grande São Paulo no período de 2019 a 2021. A empresa é responsável por entregar eletricidade para 7,2 milhões de clientes em 24 cidades da região metropolitana, incluindo a capital paulista.

A marca Eletropaulo também será substituída a partir de agora pelo nome da nova controladora. A mudança será divulgada por comerciais de televisão, além da alteração de toda a identidade visual da empresa, com reforma dos pontos de atendimento.

Entre os investimentos que serão feitos em São Paulo, está a conclusão de sete novas subestações. “Esses investimentos vão fortalecer a rede, automatizá-la, digitalizá-la no sentido de buscar cada vez mais indicadores melhores para os nossos clientes”, destacou o presidente da distribuidora da Enel em São Paulo, Max Xavier.

Fornecimento
Segundo Max Xavier, as melhorias devem reduzir os problemas de interrupção no fornecimento de energia, que são recorrentes, especialmente no período de chuvas, na metrópole. “Sabemos o quão importante é o fornecimento do insumo energia elétrica para a sociedade, em particular para uma região com a importância socioeconômica tão grande quanto são os 24 municípios que compõem a região metropolitana de São Paulo”, disse.

A Eletropaulo recebeu sansões tanto dos órgãos de defesa do consumidor quanto das agências reguladoras pelas faltas de luz e demoras no reestabelecimento. Em agosto, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acatou um recurso da Eletropaulo e reduziu para R$ 21,9 milhões uma multa aplicada em 2014 pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) pelas quedas no fornecimento de eletricidade.

Em 2015, o Procon de São Paulo multou a concessionária em R$ 3,7 milhões pela demora em reestabelecer o fornecimento de energia no Hospital Municipal e Maternidade Amador Aguiar, em Osasco.

Medidores inteligentes
A instalação de medidores inteligentes de consumo também deve ajudar a diminuir a intensidade do problema. Segundo o chefe da Enel para América Latina, Maurizio Bezzeccheri, os aparelhos permitem, entre outras funções, identificar pontualmente os locais onde houve queda no fornecimento, facilitando os reparos. “A leitura inteligente diz imediatamente se você não tem energia. Isso te permite reduzir um dos parâmetros que mede a qualidade do serviço – número de horas sem luz por cliente no ano”, ressaltou.

A mudança no sistema de medidores é um dos focos dos investimentos da empresa para os próximos anos. Os equipamentos permitem diversos benefícios, como saber as variações de tarifa ao longo do dia, permitindo que os consumidores programem para usar a eletricidade em horários com preços mais favoráveis. Os equipamentos precisam ser certificados e também dependem da evolução da regulação pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

Investimentos no Brasil
O presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, disse que os investimentos estão inseridos em um planejamento total de 4 bilhões de euros (R$ 17,2 bilhões) no país. Desse montante, 2,2 bilhões de euros devem ir para o setor de distribuição e 1,6 bilhão de euros para a geração por fontes renováveis. Com a aquisição da Eletropaulo, a Enel se tornou líder na distribuição de energia no país, com um total de 17 milhões de clientes brasileiros. A empresa atua em mais de 30 países.

Leia mais em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2018-12/enel-anuncia-r-31-bi-em-distribuicao-de-energia-em-sao-paulo

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

'Duas Itaipus e meia': demanda por energia saltará 44% em dez anos no Brasil

A previsão de crescimento da economia brasileira nos próximos dez anos vai exigir um consumo adicional de energia elétrica de 38 gigawatts (GW). A projeção faz parte do novo Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), que será publicado este mês pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME). De acordo com o estudo, a demanda deve passar de estimados 86 GW este ano para 124 GW em 2027, um salto de 44%. O incremento no consumo equivale ao volume de energia gerado por duas usinas e meia de Itaipu, uma das maiores do mundo.

As previsões consideram crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,8% por ano no período. Mas há desafios para que o país consiga atender a demanda futura de energia, dizem especialistas do setor. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revelam que 54% dos projetos de geração em construção enfrentam problemas na concessão de licenças ambientais ou demandas judiciais. Dos 27,485 GW previstos para entrar em operação entre 2018 e 2025, 14,9 GW apresentam alguma restrição que pode atrasar o início da operação ou mesmo inviabilizar os empreendimentos.

O cenário é semelhante para os projetos de linhas de transmissão. Segundo a Aneel, dos 394 empreendimentos em construção, 39% estão atrasados. O tempo médio para se obter licenças ambientais, diz o órgão regulador do setor, é de cerca de 500 dias, maior patamar desde 2013, quando o prazo ficava em torno de 400 dias. Além dos atrasos, há incertezas no setor, como o futuro da Eletrobras e a recente crise hídrica, que evidenciou a dependência brasileira das chuvas para gerar energia.

Para o engenheiro e pesquisador Renato Queiroz, diretor do Instituto Ilumina, é preciso aperfeiçoar o modelo energético do país:

— Qual será o papel das hidrelétricas no futuro da geração? Com o avanço das energias renováveis e o maior uso das termelétricas, os reservatórios poderiam ganhar uma função de apoio à geração. Não podemos esquecer que a discussão precisa envolver segurança energética e sustentabilidade da matriz. Por isso, é preciso aumentar a fiscalização nas obras, já que temos um volume grande de atrasos.

Ainda que a relevância das hidrelétricas seja reduzida, sua participação continuará a ser bastante elevada. Por isso, Queiroz saliente a importância de se definir o papel da Eletrobras nos próximos anos. Hoje, a estatal representa sozinha 30% de toda a energia gerada no Brasil, segundo cálculos do Ilumina.

— Se privatizar a Eletrobras por inteiro, será que a iniciativa privada vai conseguir manter e fazer os projetos no futuro para gerar energia? Ou, então, uma Eletrobras mais enxuta consegue dar conta de novos empreendimentos? —questiona Queiroz.

Novos leilões
O presidente Michel Temer pretendia vender o controle da Eletrobras, mas o projeto não andou. Já o presidente eleito, Jair Bolsonaro, já disse que quer manter a geração de energia sob comando estatal e só privatizar as distribuidoras. Queiroz destaca, ainda, o futuro de Angra 3, com obras paradas desde 2015. A Eletronuclear, braço da Eletrobras para energia nuclear, discute a entrada de um parceiro privado para concluir as obras.

Apesar dos atrasos e dos impasses em relação à Eletrobras e à Angra 3, Reive Barros dos Santos, presidente da EPE, mantém o otimismo. Ele destaca que estão previstos no plano decenal investimentos da ordem de R$ 400 bilhões até 2027, dos quais R$ 230 bilhões em geração, R$ 110 bilhões em transmissão e R$ 60 bilhões em geração distribuída.

Para dar conta da maior demanda, a EPE se apoia no calendário dos leilões de energia. Em 2017, foram quatro, que vão adicionar ao sistema 2,9 GW em energia nova até o início de 2023. Em 2018, já foram dois, com entrada de mais 1,1 GW até janeiro de 2024. Para dezembro, estão previstas mais duas rodadas.

Na opinião de Juliana Hornink, analista de mercado da consultoria Safira, os leilões de geração deveriam prever o local onde os futuros projetos serão instalados. Segundo ela, a iniciativa poderia minimizar problemas no sistema de transmissão:

— Quando o projeto de geração fica mais perto do centro de consumo, a energia gerada pode atender a população de forma mais eficiente e não ficar tão dependente do sistema de transmissão, que sofre com os atrasos.

O Brasil atraiu vários investidores internacionais nos últimos leilões. Nivalde de Castro, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da UFRJ, acredita que o marco regulatório estável e a possibilidade de crescimento no futuro vão continuar a atrair investidores nas próximas rodadas.

Leia mais em: https://oglobo.globo.com/economia/duas-itaipus-meia-demanda-por-energia-saltara-44-em-dez-anos-no-brasil-23277941

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Itaipu tem melhor novembro da história em produção de energia

A hidrelétrica de Itaipu produziu 9,28 milhões de megawatts-hora (MWh) em novembro. Foi a melhor marca para novembro do histórico da usina, que iniciou a operação em 1984.

De acordo com Itaipu Binacional, empresa responsável pela operação da usina, o volume de energia produzido em novembro seria suficiente para atender a uma cidade como São Paulo por quatro meses.

No acumulado do ano até o fim de novembro, a usina produziu 88,47 milhões de MWh. O índice de disponibilidade das unidades geradoras da hidrelétrica foi de 97,97%. A produção parcial da usina este ano daria para atender o Brasil por dois meses e oito dias.

Segundo o diretor técnico executivo da parte brasileira de Itaipu Binacional, Mauro Corbellini, 2018 tem chance de ficar entre o quarto e o sexto melhores anos de produção da usina.

Em novembro, a usina chegou à marca de 2,6 bilhões de MWh de produção acumulada desde maio de 1984, energia suficiente para atender ao mundo inteiro por 42 dias.

Leia mais em: https://www.valor.com.br/empresas/6009833/itaipu-tem-melhor-novembro-da-historia-em-producao-de-energia

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Equipamentos de energia solar ficaram 30% mais baratos no último ano

Um levantamento do Portal Solar constatou redução significativa de preços nos projetos de geração distribuída no último ano. O valor dos equipamentos caiu 30%, enquanto o serviço de instalação teve redução de 40%. Além disso, o interesse do consumidor por sistemas fotovoltaicos dobrou nos últimos 12 meses, o número de instalações também aumentou, o que contribuiu para a queda dos preços.
Essa estimativa é do CEO do Portal Solar, Rodolfo Meyer. Um dos motivos dessa redução do custo passa pelo aumento da oferta dos painéis solares pelo mercado chinês, que hoje é responsável pela produção de 80% desses equipamentos. Além disso, as altas tarifas das distribuidoras e a possibilidade da venda direta ajudaram a despertar o interesse do consumidor em gerar a própria energia. A retração, apontou, teve como consequência um retorno financeiro na faixa de 20% a 30% ao ano, sendo mais rentável que o CDB ou poupança.
No modelo de venda direta da empresa, explicou, o cliente final paga o equipamento para o portal enquanto o serviço de engenharia e a instalação para a empresa que realizará o serviço. Segundo Meyer, a vantagem desse sistema de cobrança é que não ocorre tributação dupla do equipamento e permite que as empresas instaladoras possam operar sem estoque, no modelo just in time.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53082584/equipamentos-de-energia-solar-ficaram-30-mais-baratos-no-ultimo-ano

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

48% da energia do país virá de fontes limpas e renováveis até 2040, diz BP


Acompanhando o ritmo do crescimento econômico e do aumento de renda, o Brasil deve ter também uma alta no consumo de energia na ordem dos 60% até 2040. A boa notícia é que a boa parte deste crescimento deve vir de fontes alternativas de energia renovável, que inclui energia eólica, solar e biocombustíveis, como etanol, e que são menos poluentes. Em 2040, quase metade (48%) da energia usada no país deve vir de fontes limpas e renováveis.
As informações fazem parte de um relatório sobre o mercado de energia global da companhia de petróleo britânica BP, divulgado nesta quarta-feira (28). O BP Energy Outlook é feito anualmente pela companhia para traçar as tendências em consumo e produção de energia no mundo nas próximas duas décadas.

A conta considera todas as formas de consumo energético do país, o que vai desde a geração de energia elétrica até os combustíveis usados nos transportes.
Fontes de energia no Brasil em 2016: 
  • Petróleo: 40%
  • Hidrelétricas: 29%
  • Fontes alternativas: 13%
  • Gás: 11%
  • Carvão: 6%
  • Nuclear: 1%
Total de fontes limpas e renováveis: 42%
Fontes de energia no Brasil em 2040: 
  • Petróleo: 31%
  • Hidrelétricas: 24%
  • Fontes alternativas: 24%
  • Gás: 16%
  • Carvão: 3%
  • Nuclear: 2%
Total de fontes limpas e renováveis: 48%

Brasil entre os mais limpos do mundo

"O Brasil já tem uma matriz de energia que não se compara a quase nenhum outro lugar do mundo. Se os outros países conseguissem chegar a uma pequena parte do que é o Brasil, nosso caminho para cumprir as metas de redução das emissões já avançaria enormemente", disse o economista-chefe do grupo BP, Spencer Dale, em evento nesta quarta-feira (28).
No mundo, segundo o estudo, a energia hidrelétrica responde por apenas cerca de 5% do total consumido e deverá se manter neste patamar até 2040. As demais fontes renováveis, por sua vez, que garantem hoje 3% do consumo atual, podem chegar a 20% ou 30% neste horizonte.
"Conforme a tecnologia de energias renováveis, especialmente eólica e solar, avança, elas se tornam mais acessíveis, e será delas que virá a maior parte do crescimento na oferta de energia nos próximos 20 anos", disse Dale.
Globalmente, de acordo com as projeções da BP, o ritmo de crescimento das energias renováveis deve ser de 7% ao ano até 2040. Petróleo, por outro lado, que hoje fornece mais de 60% da energia global, deve crescer a uma taxa anual de 0,5% e ver sua participação cair para a faixa dos 40% até 2040.

Brasil: crescimento sem eficiência

Apesar do exemplo internacional na sustentabilidade de suas fontes energéticas, o Brasil vai na contramão de diversos países no quesito de eficiência energética. "O consumo de energia no Brasil deve crescer a uma média de 2% ao ano, o que basicamente acompanha seu crescimento econômico", disse Dale. Os cenários da BP trabalham com um avanço médio do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro de 1,8% ao ano até 2040.
"Em outros países, em especial os mais desenvolvidos, um crescimento de 2% da economia é acompanhado por um crescimento menor do que isso na demanda por energia, por causa dos ganhos com eficiência", disse Dale.
Nos últimos 40 anos, afirmou o economista, as bases de dados do Brasil mostram que, para cada alta de 1% do PIB, o consumo de energia cresceu também 1%, aproximadamente.
"Em outros países isso se descola", disse. Na China, segundo ele, com o ritmo de crescimento do PIB superior a 6% ao ano, a alta na demanda por energia fica na faixa dos 2%. Na Europa, afirmou Dale, o consumo de energia mantém o mesmo nível de 1975, mesmo com um PIB três vezes maior.

Crescimento global virá dos emergentes

Segundo o economista-chefe da BP, o consumo total de energia no mundo deve crescer na faixa de 20% a 30% até 2040, e toda essa demanda virá exclusivamente dos países emergentes, enquanto o aumento nos países desenvolvidos deverá ser virtualmente zero.
"Já são países consolidados e estáveis", disse. "O crescimento virá dos emergentes, principalmente da Ásia, não só pelo aumento da população, mas, principalmente, pelo enriquecimento. Conforme essas pessoas saem de um nível de renda baixa, em que se preocupam essencialmente em botar comida na mesa, para renda média, elas passam a ter acesso a energia elétrica, a comprar eletrodomésticos, a ter a primeira moto ou o primeiro carro, e é isso que puxa o crescimento."

Leia mais em: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/11/28/bp-energia-renovavel-brasil-dobrar.htm

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Itaipu atinge 2,6 bilhões de MWh de energia acumulada

A usina de Itaipu atinge, nesta quarta-feira, 28, por volta das 22h30 (horário brasileiro), um total de 2,6 bilhões de megawatts-hora (MWh) de energia acumulada desde o início da operação, em maio de 1984, batendo ainda um outro recorde: o novembro mais produtivo do histórico. É a maior produção acumulada já registrada por uma hidrelétrica em qualquer tempo.

Essa é mais uma marca que se soma a outras tantas da maior geradora de energia limpa e renovável do mundo.

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Os 2,6 bilhões de MWh poderiam iluminar o planeta por 42 dias; os Estados Unidos por 7,5 meses; o Brasil por 5 anos e meio; o Paraguai por 167 anos; o Estado de São Paulo por 20 anos; ou a região de Brasília por 420 anos.

Até essa terça-feira, 27, Itaipu produzia no mês 8.081.682 MWh, caminhando para o melhor novembro do histórico, superando o de 2017, melhor então do ranking, em 34 anos de operação. A expectativa é fechar o mês com 9,2 milhões de MWh. Se a previsão for confirmada, será a primeira vez que Itaipu superará num mês de 30 dias a marca de 9 milhões de MWh.

Geração no ano

Desde o início do ano até agora, Itaipu gerou 87.412.067 MWh ante 86.044.481 MWh, em 2017. Nesse mesmo período em 2016, ano do recorde mundial, a usina produzia 93.225.684 MWh. Com esse desempenho, 2018 deve ficar entre os quatro melhores da história.

Se a produção de novembro for confirmada, serão necessários 7.95 milhões MWh em dezembro para o total anual superar 2017. Estatisticamente, a geração nesse patamar em dezembro ocorreu em 10 dos últimos 18. Para ultrpassar o quinto melhor ano do histórico (2008), será necessária uma produção de 6,25 milhões de MWh, número sempre superado nos últimos 24 anos de operação da usina.

100 milhões a cada 14 meses

Em média, Itaipu produz 100 milhões de MWh a cada 12 a 14 meses. Os 2,5 bilhões, por exemplo, foram alcançados no dia 21 de novembro de 2017. Já em 2016, Itaipu bateu o recorde mundial de geração em um ano com 103 milhões de MWh. Hoje, a Itaipu atende em média 15% do consumo do Brasil e 85% do Paraguai.

Para o diretor-geral brasileiro, Marcos Stamm, a marca de 2,6 bilhões de MWh tem uma importância estratégica e simbólica. “A cada ano, Itaipu reforça sua missão gerando energia limpa e renovável a serviço do desenvolvimento do Brasil e do Paraguai, com práticas sustentáveis, geração de renda, desenvolvimento tecnológico e inclusão social em benefício das pessoas”.

Segundo ele, Itaipu é referência para empreendimentos hidrelétricos no mundo inteiro. “Uma usina que orgulha brasileiros e paraguaios”.

Para o diretor técnico executivo, Mauro Corbellini, essa marca mostra que Itaipu está em pleno vigor, atingindo altos índices de eficiência para levar energia com qualidade até a casa das pessoas, movimentar a economia e desenvolver os dois países-sócios do empreendimento. Ele acrescenta que nos últimos sete anos, Itaipu tem conseguido colocar mais 100 milhões de MWh nos sistemas interligados brasileiro e paraguaio a cada 380 dias. Essa média já foi maior que 400 dias no passado. “A dedicação técnica de nossas equipes e a experiência acumulada têm feito a diferença no melhor aproveitamento possível dos recursos hídricos disponíveis”.

Modernização

Os 2,6 bilhões de MWh são atingidos em meio ao início da implantação do projeto de modernização da usina para continuar gerando de forma sustentável nas próximas décadas.

Para essa atualização, uma equipe multidisciplinar, composta por engenheiros brasileiros e paraguaios da própria usina. vem coordenando com as demais áreas da empresa diversos estudos ao longo dos últimos anos. Uma etapa inicial, realizada entre os anos de 2003 e 2008, promoveu a avaliação dos ativos da hidrelétrica, ou seja, em que estado da vida útil se encontram todos os equipamentos.

O foco do projeto está nos sistemas de controle, proteção, supervisão, regulação, excitação e monitoramento das unidades geradoras e subestações, como placas de circuitos, sensores e medidores, entre outros, que estão espalhados por vários quilômetros ao longo da casa de força, barragem, subestações e vertedouro. A previsão é atualizar os sistemas de duas unidades geradoras por ano, fase que deve durar dez anos.
O projeto todo deve ser concluído em 14 anos.


Leia mais em: https://www.ultimoinstante.com.br/ultimas-noticias/economia/setores/energia-itaipu-atinge-26-bilhoes-de-mwh-de-energia-acumulada/268394/

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Setor de energia da UE pode cumprir meta de Paris 5 anos antes

A geração de eletricidade da Europa poderá praticamente se livrar das emissões de gases causadores do efeito estufa até 2045, cinco anos antes da meta estabelecida no acordo climático de Paris, segundo uma associação do setor de energia.
O cumprimento da meta exigirá mais investimentos em energias renováveis e redes, e serão necessários 111 bilhões de euros (US$ 126 bilhões) por ano do setor de energia e de outros para reduzir as emissões, segundo um estudo da Eurelectric, que representa mais de 3.000 empresas. Com a queda do custo da geração ecológica, a meta de Paris pode ser atingida antes e a um custo menor.
"As energias renováveis são um divisor de águas que modifica a equação do custo no sistema energético e tem papel fundamental na transição energética", disse Francesco Starace, presidente da Eurelectric e CEO da Enel. "Essa transformação exige uma ampliação do setor energético."
Para atingir a meta de Paris, será necessário que mais de 80 por cento de toda a geração seja proveniente de fontes renováveis. Ao mesmo tempo, são necessários sistemas para compensar as emissões de carbono das instalações remanescentes de geração convencional, que são mantidas como reserva para os dias de pouco vento ou sem sol.
Os preços da eletricidade para os consumidores ainda deverão aumentar, mas não tanto quanto se esperava. Até 2045, as tarifas médias de energia por atacado na Europa subirão cerca de 59 por cento, para de 70 a 75 euros por megawatt-hora. A faixa de valores contrasta com a perspectiva da Comissão Europeia, de cerca de 105 euros.
Leia mais em: https://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2018/11/26/setor-de-energia-da-ue-pode-cumprir-meta-de-paris-5-anos-antes.htm

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Geração solar dispara para aproveitar regras da energia elétrica

A possibilidade de mudanças regulatórias para remunerar o uso do fio da rede de distribuição de energia elétrica em 2019 está provocando corrida à geração distribuída, quando o consumidor produz a própria eletricidade e pode fornecer o excedente para a concessionária da sua região. Em junho de 2016, 4,4 mil unidades consumidoras do país recebiam créditos por injetar no sistema mais do que o consumido. Em agosto deste ano, o número saltou 1.168%, para 51,5 mil. Em 23 de novembro, eram 63,5 mil, alta de 23% em três meses. Do total, quase 90% dos créditos são relativos à geração solar de painéis fotovoltaicos.

O tema, alvo de amplo debate durante o Seminário Nacional dos Distribuidores de Energia Elétrica (Sendi 2018), realizado na semana passada, em Fortaleza, preocupa as distribuidoras de energia porque pode, no longo prazo, inviabilizar o modelo de negócios. Enquanto as concessionárias querem que a mudança regulatória ocorra o quanto antes, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) quer exatamente o contrário. No meio da disputa entre os agentes, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) promete abrir audiência pública ainda este ano para encontrar uma solução.

O diretor-geral do órgão regulador, André Pepitone, diz que é função da Aneel conciliar os interesses antagônicos e buscar o equilíbrio. “A inovação está transformando completamente a relação do consumidor com o setor elétrico. Nos próximos cinco anos, teremos mais mudanças do que as que ocorreram nos últimos 50”, afirma. O desafio, portanto, é fazer a regulação acompanhar a velocidade das transformações. “São 130 novos sistemas de geração distribuída por dia, mas dentro de um universo de 82 milhões de consumidores conectados às distribuidoras do país, os 60 mil que recebem créditos são uma gota no oceano”, pondera.

"É um tema delicado, em que a agência tem que se aprofundar bastante. É preciso remunerar o fio de maneira adequada, separado da energia"
André Pepitone, diretor-geral da Aneel

Para Pepitone, é natural que as inovações tenham regras diferenciadas para que evoluam. “Em 2015, a Aneel aprimorou a Resolução 482, para estimular a geração distribuída. Em 2019, vamos estudar o modelo de negócios. É um tema delicado, em que a agência tem que se aprofundar bastante. É preciso remunerar o fio de maneira adequada, separado da energia”, explica. “O fato é que não será possível conviver com 82 milhões de consumidores fazendo uso da geração distribuída com o atual modelo tarifário. Isso é impraticável”, afirma.

O secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Ildo Grudtner, diz que a pasta estabelece políticas públicas e trabalha em conjunto com a Aneel. “É necessário antecipar os ajustes, decorrentes de novas tecnologias. O modelo é baseado num fluxo unidirecional, de geração, transmissão e distribuição. Hoje, a carga deixou de ser passiva e é ativa. O fluxo é bidirecional”, destaca.

A correção do rumo, enumera Grudtner, passa pela separação da energia do fio de distribuição, pela revisão dos subsídios e pela melhoria de preços e tarifas. “O futuro exigirá tecnologia de medição avançada, com comunicação bidirecional. Como tudo está em transformação, também o negócio das concessionárias vai passar por mudanças acentuadas”, aposta. “Mas precisamos antecipar os ajustes regulatórios antes que os problemas ocorram”, completa.

O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, ressalta que a rede é essencial e mesmo a geração distribuída depende dela. “O processo é uma simbiose. Somos favoráveis à microgeração distribuída, porque é inexorável, mas precisa ser implementada com sustentabilidade”, pontua. Segundo ele, 18% do que o consumidor paga na tarifa é para remunerar a distribuição. “A solução tem que ser buscada enquanto o problema ainda é pequeno”, argumenta.
Leite alerta que o preço dos painéis fotovoltaicos caiu muito nos últimos anos e o prazo de payback (retorno do investimento) está diminuindo a tal ponto que permitirá ao regulador retirar o subsídio sem inviabilizar o negócio. “Tem que se buscar equilíbrio, porque senão quem não entrar na microgeração vai acabar pagando a conta. É como em uma mesa de bar, se os primeiros saírem sem pagar, ela aumenta para quem fica”, comparou.

RECEITAS AMEAÇADAS Para Ronaldo Koloszuk e Rodrigo Sauaia, presidente do Conselho e CEO da Absolar, respectivamente, a geração distribuída solar fotovoltaica está incomodando grandes grupos econômicos, tradicionais e conservadores no setor elétrico. “Um forte lobby, encampado por entidades que representam as distribuidoras, tem pressionado autoridades para alterar importantes regulamentações que recentemente dinamizaram o mercado. O motivo é financeiro: ao empoderar os consumidores, tornando-os produtores ativos de sua própria energia renovável e mais independentes, a geração distribuída solar fotovoltaica ameaça as receitas e lucros de distribuidoras que não se adaptarem à nova realidade do mercado e às demandas dos consumidores”, alegam.

Segundo eles, a intenção do lobby é mudar as regras, para que consumidores com geração distribuída paguem mais pelas redes de distribuição, sob a alegação de que o impacto tarifário de supostos subsídios cruzados seria de 0,1% para cada 50 mil unidades consumidoras. “Os números, no entanto, não se sustentam. Dados da Aneel indicam que a redução de receita média para as distribuidoras, com o crescimento da geração distribuída para 150 mil unidades consumidoras até 2020, seria inferior a 0,1%. Já o impacto médio nas tarifas dos consumidores seria de menos de 1%, considerando todo o acumulado no período de 2015 a 2020”, explicam.

A Absolar alerta que, em 2017, o reajuste médio anual das tarifas de energia elétrica foi superior a 10%, frente a uma inflação de 2,95%. Com isso, a receita bruta das distribuidoras saltou para nada menos que R$ 243 bilhões em 2017, dados da própria Abradee. Em 2018, o aumento médio tem sido de 15%. “Desse modo, mesmo em um cenário positivo de crescimento da geração distribuída solar fotovoltaica, como o projetado pela Aneel, pelo qual atingiríamos 880 mil sistemas em 2024, a geração distribuída solar fotovoltaica passará a representar menos de 1% das unidades consumidoras, que somariam mais de 95,1 milhões no período. Não se sustenta a suposição de que a geração distribuída teria qualquer impacto relevante nas receitas das distribuidoras”, defendem os executivos da Absolar.

Exemplos internacionais

Nelson Leite, presidente da Abradee, rechaça o argumento de que há um lobby. “Não existe lobby, porque não foram as distribuidoras que começaram o processo de discussão. A Aneel que colocou o prazo. Em 2015, quando revisou a resolução, disse que em 2019 o assunto seria retomado. Estamos contribuindo com o regulador, dentro do cronograma da Aneel”, sustenta. “Estamos com boa intenção na discussão deste negócio. A tarifa binômia resolve a situação, porque separa o uso do fio da energia, e a compensação fica só na energia. Quanto mais tempo demorar, mas difícil vai ficar a solução”, reitera.

No entender de Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), a discussão é fundamental para o futuro da micro e minigeração. “No caso do Brasil, ainda não temos regras que conciliem a atratividade financeira para quem quiser gerar sua energia com a imprescindível necessidade de sustentabilidade de negócio para as distribuidoras”, ressalta. “Todos queremos que a micro e minigeração continuem crescendo, mas isso apenas ocorrerá de maneira saudável se enfrentarmos esta importante questão: com menos consumidores pagando uso do fio, com quem ficaria essa conta, já que o sistema de distribuição tem que continuar existindo, sendo ampliado e modernizado?”, questiona.

O presidente da Abradee acentua que o negócio das distribuidoras não morre no curto prazo, porque o cronograma da Aneel prevê discutir as mudanças regulatórias no ano que vem e implantá-las em 2020. “A questão é que tem muita gente entrando para manter o benefício, por isso a pressa de resolver o impasse regulatório. É preciso saber até quando quem entra com as regras atuais terá subsídio. Até pagar o painel, até cumprir contratos, ou é vitalício?”, indaga.

Durante o Sendi 2018, foram apresentados dois modelos internacionais. Alberto Biancardi explica como foi a mudança de regulação na Itália. “O nosso sistema precisou passar por uma troca na medição. Depois de muitos estudos em universidades, decidimos usar a medição inteligente, mas ainda são de primeira geração. Já existe a segunda geração, que conversa com os operadores para fazer a conta do faturamento e validar os dados”, conta.

Nos próximos três anos, a Itália vai instalar os dispositivos mais modernos, que permitirão novo conjunto de parâmetros. “Os dispositivos precisam medir e interagir com distribuidores, além de dar informações aos reguladores. Esse é o caminho que vamos seguir”, revela.

O diretor da empresa Eletricista do Chile, Rodrigo Castillo, explica que o setor elétrico vai experimentar uma transformação tão impactante quanto ocorreu nas telecomunicações. “Hoje, se usa menos de 20% de um smartphone para falar, que foi o motivo da criação do telefone. Isso vai ocorrer na energia, com a bidirecionalidade. Temos que ter redes inteligentes, sistemas elétricos inteligentes e regulação diferente”, explica.

Como, atualmente, os custos fixos são rateados por todos, os mais ricos, que conseguem implantar geração distribuída, estão sendo subsidiados pelos mais pobres, alerta o chileno. “Precisamos de tarifas que reflitam melhor os custos reais”, destaca. Segundo ele, a exigência de modernizar o sistema no Chile acabou impactando em um aumento de 1,5% na tarifa de energia. “Tivemos que mudar a lei. Porém, o esforço tarifário foi pequeno para o desenvolvimento que as mudanças permitirão”, conclui.


Leia mais em: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2018/11/26/internas_economia,1008063/geracao-solar-dispara-para-aproveitar-regras-da-energia-eletrica.shtml

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Consumo de energia cresceu 3,8% em novembro, afirma CCEE

O consumo de energia elétrica no Brasil teve um aumento de 3,8% em novembro em relação ao mesmo período do ano passado. A informação deriva dos dados preliminares de medição coletados entre os dias 1º e 15 do mês pela CCEE e publicados através do boletim InfoMercado Semanal Dinâmico, que traz números prévios de geração e consumo de energia, além da posição contratual líquida atual dos consumidores livres e especiais.

Segundo o levantamento, nas duas primeiras semanas de novembro, o consumo no Sistema Interligado Nacional – SIN alcançou 62.814 MW médios, montante superior aos 60.536 MW médios consumidos no mesmo mês em 2017.

No Ambiente de Contratação Regulado – ACR (cativo) houve aumento de 4% no consumo, índice que considera a migração de consumidores para o mercado livre (ACL) na análise. Caso esse movimento dos agentes não fosse levado para a análise, o consumo seria 5,1% maior, impactado pela presença dos feriados e pelas altas temperaturas, especialmente na segunda semana do mês.

Já no Ambiente de Contratação Livre – ACL o consumo cresceu 3,3% quando a migração é considerada. O incremento no consumo também é registrado sem as novas cargas oriundas do ACR na análise, mas menos expressivo, em 0,7%.

Quanto aos ramos industriais avaliados pela CCEE, incluindo dados de autoprodutores, varejistas, consumidores livres e especiais, o setor de minerais não-metálicos, alimentício e de madeira, papel e celulose foram os segmentos com maior evolução no consumo, quando a migração não é considerada na análise, com 6,9%, 3,7%, e 2,3%, respectivamente.  Por outro lado, no mesmo cenário sem migração, os segmentos de metalurgia e produtos de metal, têxtil e de transportes apresentaram retração no consumo, com 3,1%, 1,7% e 0,6%.

O Boletim também apresenta estimativa da produção das usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE, em novembro, equivalente a 78,7% de suas garantias físicas, ou 47.480 MW médios em energia elétrica. Para fins de repactuação do risco hidrológico, o percentual é de 86,4%.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53081897/consumo-de-energia-cresceu-38-em-novembro-afirma-ccee

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Eólicas quebram novo recorde de geração no Nordeste

Depois de mais de dois meses, a geração eólica no Nordeste bateu novo recorde de geração instantânea. No último domingo, 18 de novembro, às 9h11, a produção através dos ventos chegou a 8.920 MW, com um fator de capacidade de 86%. Naquele momento, a geração eólica superou em 4% a carga total do subsistema, tornando o Nordeste exportador de energia, segundo informação divulgada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico nesta quarta-feira, 21.
O recorde anterior aconteceu no dia 13 de setembro, às 8h24, quando foram gerados 8.665 MW, com fator de capacidade também de 86%. Na ocasião, o montante foi suficiente para abastecer 83% da carga da região.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53081660/eolicas-quebram-novo-recorde-de-geracao-no-nordeste

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Brasil já tem uma Itaipu em energia eólica

A energia eólica ultrapassou a marca de 14,34 GW (gigawatts) de capacidade instalada no Brasil, patamar equivalente a uma usina de Itaipu —a segunda maior hidrelétrica do mundo.

Ao todo, são 568 parques eólicos, em 12 estados do país. A energia gerada nos últimos 12 meses é suficiente para abastecer 25 milhões de residências por mês, ou cerca de 75 milhões de brasileiros, segundo dados da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica).

A fonte tem vivido um crescimento exponencial no país desde 2009, estimulada por leilões promovidos pelo governo federal para contratar novos empreendimentos.

A expansão deve continuar. Contando os empreendimentos contratados nos últimos leilões promovidos pelo governo, a projeção é que até 2024 a energia eólica atinja ao menos 18,8 GW de capacidade instalada.

“No ano que vem, vamos atingir a segunda posição na matriz elétrica brasileira. Em janeiro, vamos alcançar uma participação maior do que a das usinas a biomassa, que hoje é a segunda maior fonte atrás das hidrelétricas”, afirma Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica.

“A expansão eólica no Brasil é um caso de sucesso. Há dez anos, havia poucos investidores, hoje todas as grandes empresas têm investimentos em usinas eólicas”, afirma Thais Prandini, diretora-executiva da consultoria Thymos.

No entanto, para além da comemoração, a marca também acende um alerta. O motivo é a característica variável das usinas eólicas, cuja geração depende do regime de ventos, que não são constantes.

Em setembro, nos dados mais recentes da ONS (Operadora Nacional do Sistema Elétrico), a geração das usinas eólicas chegou a responder por 13,98% de toda a energia gerada no sistema, um patamar recorde. No entanto, nesse mesmo mês, a fonte chegou a ocupar a parcela mínima de 1,1% na geração nacional.

“Chegou o momento de se discutir mais formas de garantir a segurança energética do país”, diz Gannoum.
O problema não é novo, aponta a consultoria PSR. A necessidade de um suprimento de energia que garanta o abastecimento tem sido um dos assuntos mais debatidos nos últimos anos, segundo o último relatório da empresa especializada em setor elétrico.

A questão se agravou a partir do momento em que o país deixou de construir hidrelétricas sem reservatório —obras com impacto socioambiental bem maior do que as chamadas usinas a fio d’água, que estão mais sujeitas à escassez de água.

O avanço de fontes como a eólica e a solar, cuja geração também sofre variações ao longo do dia ou do ano, é outro fator cada vez mais relevante para o problema.

As soluções possíveis para essa questão são diversas e, hoje, são alvo de discussões acaloradas entre representantes do setor elétrico.

Para Prandini, da Thymos, é importante diversificar a matriz elétrica para minimizar os riscos de cada fonte.

“Uma solução seriam fazer projetos híbridos, com usinas com mais de uma fonte de energia. Ou até mesmo pensar em baterias, que hoje ainda não são viáveis economicamente, mas que são uma tecnologia importante”, diz.

A PSR também aponta soluções possíveis, como alterar a operação das hidrelétricas para manter os reservatórios cheios, utilizar usinas térmicas para atender o consumo em horários de ponta, entre outras.

Hoje, a principal proposta na mesa de discussão é a realização de leilões regionais para contratar usinas térmicas movidas a gás natural. O Ministério de Minas e Energia abriu uma consulta pública, no fim de outubro, para debater a proposta, que é bastante controversa no setor.

Para a PSR, a proposta não resolve o problema por falhas na estruturação do leilão, que estaria gerando um custo adicional ao consumidor de energia sem necessidade.

O avanço da fonte eólica também levanta outro debate: o fim de subsídios dados pelo governo federal ao setor no passado, para ajudar na consolidação da fonte no país, e que hoje não seriam mais necessários.

Gannoum, da Abeeólica, concorda que chegou o momento de se rever esses benefícios, que incluem, por exemplo, isenções nas tarifas de transmissão e distribuição de energia, que acabam encarecendo a conta de luz dos consumidores.

No entanto, ela defende que o fim dos subsídios se aplique a todas as fontes, e não apenas à eólica. Hoje, além do eólico, outros setores de geração ganham benefícios, como as fontes solares e a carvão.

Leia mais em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/11/brasil-ja-tem-uma-itaipu-em-energia-eolica.shtml

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Aneel lança aplicativo para consumidor entender a conta de energia

O consumidor brasileiro finalmente terá meios para entender o emaranhado da conta de luz. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) lançou, nesta terça-feira (13), um aplicativo para celular. A plataforma funcionará como novo canal de acesso para aproximar os consumidores do órgão regulador, com simplificação do atendimento e mais transparência, sobretudo, em relação a questões como a composição da tarifa de energia.

O diretor geral da Aneel, Andre Pepitone, comentou, durante o lançamento do aplicativo, que, em 21 anos de agência, esta é a primeira vez que recebe um ministro de Minas e Energia na reunião pública da diretoria. “Hoje, vamos dar um salto qualitativo grande na busca de explicar ao consumidor a conta de energia. O ministro Moreira Franco sempre falou sobre essa necessidade”, destacou. “O novo canal de acesso, aderente às novas tecnologias, torna o consumidor empoderado. Hoje, são 82 milhões de consumidores no país”, disse.

O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, ressaltou que a agência reguladora não deve ser órgão de governo, mas de Estado. “Queremos aperfeiçoar isso. Ela existe com duas finalidades: definir de maneira clara qual a qualidade de serviço que deve ser prestado e exigir que os contratos sejam cumpridos”, elencou. “Nós tentamos melhorar a governança, com a possibilidade de usar arbitragem para evitar judicialização excessiva. No setor elétrico, isso é essencial. Conheci poucos setores que vivam um ambiente de judicialização tão voraz como o elétrico”, disse.

Moreira Franco criticou o atual modelo do setor. “Há uma governança soviética, de transparência questionável, por grupo reduzido. A cada setembro, apresenta um cartão vermelho no bolso das pessoas e aumenta a energia sem que isso passe pelo Congresso, pelo Tesouro”, afirmou, referindo-se à bandeira vermelha que, em geral, é acionada em setembro, ao fim do período seco, quando os reservatórios estão em níveis críticos.

O ministro disse que é necessário romper esse processo. “O que Aneel está fazendo é o início de uma ruptura, começando a colocar luz, exatamente onde as coisas tem que se dar, que é mostrando quanto as pessoas pagam pelo bem que consomem. No sistema elétrico, a conta é indecifrável”, assinalou.

“Ainda não está computado o que se paga de imposto, mas será o passo seguinte. É inconcebível que estados cobrem 35% de ICMS sobre um setor que é essencial. Energia precisa ser barata”, sentenciou. “Há uma quantidade de subsídio excessiva. O aplicativo vai permitir que as pessoas comecem a entender melhor seus direitos, para organizar sua vida financeira, e isso leve para a prática de um preço justo”, completou.

O superintendente de Mediação Administrativa, André Ruelli, afirmou que o aplicativo vai trazer o consumidor para o debate. “Vai além do módulo entenda sua conta, é um canal de comunicação da agência para auxiliar os consumidores na solução do seus conflitos, porque nosso papel é fazer o setor funcionar”, explicou.

Os principais assuntos demandados pelos consumidores (80%) estão na primeira tela do aplicativo. “Há orientações sobre como proceder em caso de falta de energia. Ressarcimento de danos elétricos. A plataforma trabalha de forma integrada com a da Aneel”, disse. Além de um gráfico pizza sobre componentes da tarifa e também um comparativo da evolução dos preços em relação a inflação. “Os próximos passos serão aprimorar o entenda sua conta, agregando os impostos, e integrá-lo com o sistema das distribuidoras”, afirmou o superintendente da Aneel.

Leia mais em: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/brasil/2018/11/13/interna_brasil,768213/aneel-lanca-aplicativo-para-consumidor-entender-a-conta-de-energia.shtml

terça-feira, 13 de novembro de 2018

AIE prevê que demanda global por energia vai crescer mais de 25% até 2040

A demanda global por energia vai crescer mais de 25% até 2040 e exigir investimentos anuais superiores a US$ 2 trilhões, segundo relatório divulgado hoje pela Agência Internacional de Energia (AIE).

"Nossa análise mostra que mais de 70% dos investimentos globais em energia serão conduzidos por governos e, sendo assim, a mensagem é clara - o destino energético do mundo depende de decisões governamentais", comentou no documento o diretor executivo da AIE, Fatih Birol.

Segundo Birol, elaborar políticas corretas e incentivos adequados será fundamental para atender "as metas em comum de garantir a oferta de energia, reduzir emissões de carbono, melhorar a qualidade do ar em centro urbanos e expandir o acesso básico à energia na África e em outras partes".

Leia mais em: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2018/11/13/internas_economia,1005302/aie-preve-que-demanda-global-por-energia-vai-crescer-mais-de-25-ate-2.shtml

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

ONS: chuvas melhoram e novembro pode terminar com volume na região de 20% no SE

A hidrologia neste fim de ano está com resultados melhores que o previsto. De acordo com o diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata, as previsões de setembro sinalizavam que os níveis no Sudeste terminariam novembro entre 14% a 15% e eles devem chegar a 19% ou 20%. “Continuou chovendo de forma abundante na região Sul e o fluxo de energia do Sudeste para o Sul a partir de outubro foi do Sul para a região Sudeste. Esse foi o grande diferencial”, explicou.

Ainda segundo ele, as condições climáticas até setembro eram muito ruins no Sudeste, Nordeste e Sul, mas a partir de outubro elas melhoraram. As chuvas foram intensas na cabeceira do rio Grande. O diretor do ONS se mostrou mais otimista pela melhora nas condições climáticas. O período chuvoso também já está caracterizado, o que era outra preocupação do operador. “O começo está bastante promissor”, avisa. Para novembro, as previsões são de chuva boa no rio Paranaíba e no rio Tocantins. Os rios Madeira e Xingu, no Norte, também deverão ter bons níveis.

Sem poder precisar se o período úmido vai ficar acima ou abaixo da média, Barata lembrou que este início é promissor e no ano que vem haverá mais máquinas da UHE Belo Monte (PA – 11.233 MW) no sistema, além de não ter mais a restrição do rio Madeira causada pelo eletrodo de terra da interligação, que será resolvida até o fim do ano. “As condições deverão ser bem melhores do que as que nós tivemos no verão do ano passado”, observa.

A previsão do período para a região Nordeste deverá ser de 25%, sem alterações. Não houve sinal de melhora no subsistema. Já no Sul, a previsão é de 80%.

Leilão de potência – Ressaltando que o Operador é favorável a todos os tipos de fontes, Barata disse que o leilão de térmicas para a região Nordeste deve ser melhor estudado. Ele alertou para o fato que o que motiva o certame é de potência e os critérios e metodologias para quantificação de potência ainda são insuficientes. Segundo ele, hidrelétricas também podem fornecer potência e todas as grandes UHEs no Sudeste podem instalar turbinas e geradores para isso, faltando quantificar.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53080541/ons-chuvas-melhoram-no-sudeste-e-novembro-pode-terminar-com-volume-na-regiao-de-20

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Consumo de energia subiu 1,1% em outubro, afirma CCEE

O consumo de energia elétrica no país durante outubro atingiu 62.915 MW médios no Sistema Interligado Nacional – SIN, crescimento de 1,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. As informações constam na última atualização do boletim InfoMercado Semanal Dinâmico, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, que traz dados prévios de geração e consumo de energia, além da posição contratual líquida atual dos consumidores livres e especiais.

De acordo com o levantamento, o Ambiente de Contratação Regulado – ACR, ficou praticamente estável ao apresentar queda de 0,1% no consumo, índice que leva em conta a migração de consumidores para o mercado livre (ACL) na análise. Caso esse movimento dos agentes fosse desconsiderado, o consumo registraria aumento de 1%.

No Ambiente de Contratação Livre – ACL, há registro de elevação no consumo em ambos os cenários. No que inclui as cargas oriundas do ACR na análise, o aumento seria de 4%, enquanto a análise sem a migração aponta índice 1,3% superior na comparação com 2017.

Dentre os ramos da indústria avaliados pela CCEE, incluindo dados de autoprodutores, varejistas, consumidores livres e especiais, o setor de extração de minerais metálicos, alimentício e de minerais não-metálicos foram os segmentos com maior aumento no consumo, quando a migração é desconsiderada, com respectivos 6,6%, 4,1% e 3,9%. Em contrapartida, os ramos de comércio metalurgia e têxtil apresentaram os maiores índices de retração no consumo dentro do mesmo cenário sem migração, registrando 2,4%, 2% e 1,9%, respectivamente

Quanto a estimativa da produção das usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE, em outubro, o InfoMercado Semanal Dinâmico apontou o equivalente a 67,46% de suas garantias físicas, ou 43.125 MWmédios em energia elétrica. Para fins de repactuação do risco hidrológico, o percentual é de 78,5%.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53080376/consumo-de-energia-subiu-11-em-outubro-afirma-ccee

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Leilões A-1 e A-2 terão preços iniciais de R$ 170 e de R$ 162/MWh

O Ministério de Minas e Energia estabeleceu preço inicial para  de R$ 170/MWh para a energia contratada no leilão A-1 e de R$ 162/MWh para os contratos do leilão A-2 de 2018. O edital com as regras e os preços dos certames foi aprovado pela Agência Nacional de  Energia nesta terça-feira, 6 de outubro. Os leilões estão marcados para o dia 7 de dezembro.

Os A-1 e o A-2 são destinados à contratação de energia de empreendimentos existentes na modalidade disponibilidade para usinas termelétricas a biomassa e agás natural; e por quantidade para empreendimentos de fonte hídrica e usinas eólicas. Pelas regras dos certames, os custos decorrentes do risco hidrológico serão integralmente assumidos pelos vendedores.

O período de suprimento do A-1 será de janeiro de 2019 a dezembro de 2020, e o do A-2 de janeiro de 2020 a dezembro de 2021. Poderão participar empreendimentos que estiverem em operação até a data de publicação do edital.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53080186/leiloes-a-1-e-a-2-terao-precos-iniciais-de-r-170-e-de-r-162mwh

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Após "safra dos ventos", energia eólica já responde por 14% da geração elétrica no país

Com 568 parques eólicos instalados de Norte a Sul, o Brasil acaba de bater a marca de 14,34 GW de capacidade instalada de energia gerada a partir dos ventos. É o mesmo tamanho de Itaipu, a maior usina hidrelétrica do Brasil. Rio Grande do Norte, Bahia e Ceará são os estados com a maior quantidade de usinas em funcionamento.

Em 2011, a capacidade instalada da energia eólica no país era de 1 GW. Hoje, diz a ABEEólica, a associação do setor, energia gerada pelo vento equivale ao consumo residencial médio de cerca de  80 milhões de pessoas. Com isso, a energia eólica já está atendendo a quase 14% do Sistema Interligado Nacional, de acordo com o Boletim Mensal de Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), referente ao mês de setembro.

- O setor eólico teve investimento no Brasil  de US$ 3,57 bilhões (R$ 11,4 bilhões) no passado, representando 58% dos investimentos realizados em renováveis no país (eólica, solar, biomassa, biocombustíveis e resíduos, PCH e outros). Considerando o período de 2010 a 2017, o investimento já passa dos US$ 30 bilhões. Estes são alguns dos dados que mostram a importância do setor eólico - explica Elbia Gannoum, Presidente Executiva da ABEEólica.

No  Nordeste, a energia eólica já responde por mais de 70% da geração de energia. Segundo o ONS, no último dia 13 de setembro, 74,12% da demanda foi atendida pela energia a partir dos ventos.

Leia mais em: https://oglobo.globo.com/economia/apos-safra-dos-ventos-energia-eolica-ja-responde-por-14-da-geracao-eletrica-no-pais-23211940

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Desembolsos do BNDES para energia chegam a R$ 7,2 bilhões até setembro

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social desembolsou R$ 7,2 bilhões para projetos de energia elétrica de janeiro a setembro deste ano. O resultado mostra um recuo de 22% na comparação com o ano passado. No período, o banco somou R$ 43,5 bilhões em desembolsos para as áreas de Agropecuária, Indústria, Infraestrutura e Comércio e Serviços. Nos últimos 12 meses, o desembolso para energia ficou em R$ 11,7 bilhões, número 6% menor que a marca anterior. Energia foi o setor que liderou nos desembolsos na área de infraestrutura, sendo seguida por transporte rodoviário, com R$ 5 bilhões.

Já as aprovações foram 31% menores até setembro, chegando a R$ 8,45 bilhões. O valor de aprovações é 16,9% do total consentido pelo banco. Em 12 meses, o recuo registrado foi de 36%, com R$ 11,2 bilhões aprovados para projetos do setor, que são 15,1% do total destinado pelo BNDES.

Na parte de consultas, foram R$ 15,8 bilhões de janeiro a setembro, com recuo de 7% em relação ao ano anterior. Em 12 meses, foram R$ 17,3 bilhões em consultas. O que mostra uma redução de 15% no valor das consultas do período de 2017. Assim como nos desembolsos, energia também liderou nas consultas e também foi seguida transporte rodoviário.

Foram R$ 15,6 bilhões em enquadramentos para a área de energia. Houve queda de 6% nos números. De janeiro a setembro, os enquadramentos chegaram a R$ 17,2 bilhões, também caindo 6%. A parte de energia foi responsável por 21% do total dos enquadramentos.


Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53079897/desembolsos-do-bndes-para-energia-chegam-a-r-72-bilhoes-ate-setembro

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

BNDES capta US$ 156 milhões com banco dos Brics para eólicas e solares

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social captou US$ 156 milhões junto ao New Development Bank – o banco dos Brics – para apoiar investimentos em geração de energia renovável no Brasil. A captação conclui o repasse de US$ 300 milhões previsto no acordo firmado entre as duas instituições em abril de 2017 com essa finalidade. As outras duas parcelas foram liberadas em abril e junho deste ano, nos valores de, respectivamente, US$ 67,3 milhões e US$ 75,8 milhões.  Esta última tranche, maior liberação já realizada pelo banco dos Brics, destina-se a dois projetos apoiados também com recursos do BNDES: o complexo eólico de Campo Largo I e o complexo solar de Pirapora I.

Para Campo Largo I, o BNDES e o NBD liberaram US$ 95 milhões cada, somando US$ 190 milhões. Com relação ao complexo solar de Pirapora I, o BNDES liberou US$ 102 milhões enquanto o NDB apoiou com US$ 61 milhões, totalizando US$ 163 milhões. Os 11 parques eólicos do complexo de Campo Largo I abrangidos por este financiamento localizam-se nos municípios de Sento Sé e Umburanas (BA). Já os investimentos do complexo solar de Pirapora que serão beneficiados pelo apoio do BNDES e do NDB estão localizados em Minas Gerais. O projeto do complexo eólico de Campo Largo I compreende a implementação de 11 parques eólicos, com capacidade total instalada de 326,7 MW e da respectiva linha de transmissão. As estimativas preveem a redução da emissão de 102.300 toneladas de CO2 por ano e a criação 2.400 empregos diretos e indiretos.

Já o desembolso de US$ 61 milhões feito pelo NDB para o Complexo de Pirapora I é destinado à instalação de quatro plantas solares, no município de mesmo nome em Minas Gerais. Os recursos também se destinam ao financiamento da respectiva linha de transmissão.  As quatro plantas são compostas por 475.800 painéis solares, com o total de 120 MW. A estimativa é que as plantas reduzam a emissão de CO2 em 21.172 toneladas por ano e criem 1.105 empregos diretos e indiretos. O Complexo é controlado pela Pirapora Holding S.A, cujos acionistas são EDF Renewables, com 80% do capital e a Canadian Solar, com 20% do capital. No Brasil, a EDF Renewables possui os complexos eólicos Ventos da Bahia Fase 1 e Fase 2, o Complexo Solar de Pirapora entre outros projetos considerados de baixa emissão de carbono. A outra sócia, Canadian Solar Inc é uma das três maiores companhias de energia solar do mundo, com experiência em desenvolvimento, projeto e construção. Em 2016, a empresa inaugurou a primeira fábrica de módulos fotovoltaicos do Brasil, em Sorocaba (SP), voltada para o fornecimento dos painéis do Complexo Solar de Pirapora.

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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Consumo de energia em setembro sobe, diz EPE

O consumo de energia elétrica no país atingiu 39.080 gigawatts-hora em setembro, uma alta de 0,3% ante os 38.982 GWh de setembro do ano passado. Os dados constam da Resenha Mensal, divulgada nesta terça-feira (30) pela Empresa e Pesquisa Energética (EPE).

No acumulado do ano, o consumo de energia atingiu 352.412 GWh, alta de 1,1% em relação aos nove primeiros meses do ano passado, enquanto no acumulado em 12 meses o consumo foi de 471.101 GWh, avanço de 1,5% ante os 12 meses imediatamente anteriores.


Na indústria, o consumo de energia foi de 14.419 GWh em setembro, 1,2% a mais que em setembro do ano anterior. No acumulado do ano, o consumo de eletricidade pelo setor industrial é de 124.731 GWh, 1,6% a mais que nos nove primeiros meses do ano passado. Nos 12 meses encerrados em setembro, o consumo de energia pela indústria foi de 169.407 GWh, 2% a mais que nos 12 meses imediatamente anteriores.

No comércio, o consumo de energia em setembro foi de 7.030 GWh, 1,2% a menos que em setembro de 2017. Nos nove meses encerrados em setembro, o consumo subiu 0,4% na comparação com os nove primeiros meses de 2017, para 66.123 GWh. Nos 12 meses encerrados em setembro, o consumo de energia no comércio subiu 0,9%, para 88.544 GWh.

Já o consumo residencial recuou 0,8% em setembro, para 11.007 GWh, enquanto no acumulado do ano até setembro subiu 1,2%, para 101.451 GWh. Nos 12 meses encerrados em setembro, houve alta de 1,4% na comparação com os 12 meses imediatamente anteriores, para 135.530 GWh.

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