quinta-feira, 29 de março de 2018

Custo menor da energia renovável desbanca combustíveis fósseis

A equação econômica da geração de eletricidade a partir de combustíveis fósseis está se deteriorando rapidamente diante da queda de custos das tecnologias de energia renovável.
É esta a conclusão de um relatório da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) sobre o nivelamento dos custos de energia, que contempla despesas com compras de equipamentos, pagamento de dívidas e operação de usinas com cada tecnologia. Na maioria dos lugares, sistemas de energia solar e eólica vão funcionar com menos recursos do que os sistemas a carvão até 2023, afirmou o grupo de pesquisa nesta quarta-feira.
"Algumas estações elétricas existentes movidas a carvão e gás, com custos de capital já amortizados, continuarão funcionando por muitos anos", disse Elena Giannakopoulou, chefe da área de economia energética da BNEF. "Mas a justificativa econômica para construção de mais capacidade com carvão e gás está ruindo."
O estudo de 104 páginas contextualizou os fatores que entram nos cálculos para definir a melhor forma de gerar eletricidade nos próximos anos. A BNEF examinou o setor em locais como China, EUA, Índia e Austrália e as principais tecnologias renováveis.
Um fator novo é que o custo das baterias de íon-lítio diminuiu 79 por cento desde 2010, de forma que a armazenagem de energia pode virar possibilidade nos próximos anos. O preço por megawatt-hora para geração de eletricidade em parques eólicos construídos em terra caiu 18 por cento neste início de 2018 para US$ 55, enquanto o custo com tecnologia fotovoltaica recuou 18 por cento para US$ 70.
Os sistemas solares e eólicos mais baratos agora se encontram na China e Índia, também campeãs em poluição. Os custos dessas duas fontes continuarão caindo no mundo todo pelo menos até 2040 e ficarão mais baratos do que carvão e gás em cinco anos, de acordo com o relatório.
Carvão e gás geram mais de um terço da eletricidade no planeta. Por ora, são as fontes mais baratas de eletricidade, mesmo após o recuo significativo dos custos de energia solar e eólica.
O custo das baterias também começa a mudar a forma de pensar das geradoras. No momento, sai caro armazenar eletricidade em grande escala. A armazenagem costuma ser usada por usinas hidrelétricas, que bombeiam água para a represa quando a eletricidade está barata e depois abrem as comportas para que a água movimente as turbinas quando aumenta a demanda por eletricidade.
Com baterias mais baratas, pode ser possível armazenar eletricidade gerada durante o dia por usinas solares para uso noturno ou por parques eólicos em dias de muito vento para uso quando o ar está parado.
A instalação de uma bateria em uma usina eólica ou solar pode dar acesso a horas de maior valor. Até 2025, o armazenamento de energia em bateria por quatro horas entrará em concorrência com usinas movidas a gás, mesmo em países onde o gás é barato, como os EUA, segundo a BNEF.
A geração a partir de carvão responde por quase 40 por cento da matriz energética global, de acordo com a Agência Internacional de Energia, que prevê redução dessa parcela para 33 por cento até 2040.
"Estamos vendo os menores preços históricos para projetos eólicos e solares", disse Seb Henbest, responsável por Europa, Oriente Médio e África da BNEF. "Isso está causando um efeito poderoso. Está mudando percepções."

Leia mais em: https://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2018/03/28/custo-menor-da-energia-renovavel-desbanca-combustiveis-fosseis.htm

quarta-feira, 28 de março de 2018

Energia limpa tem potencial para suprir alta da demanda

A demanda por eletricidade no país crescerá quase 200% em 30 anos, segundo estimativa do Ministério de Minas e Energia. E o Brasil, sobretudo o Nordeste, tem potencial para suprir parte do consumo com energia solar e eólica.

“É preciso, porém, haver interesse, investimento em pesquisas e legislação adequada”, afirma Alana Kelly Campos, coordenadora do curso de engenharia de energia da Ufersa (Universidade Federal Rural do Semi-Árido).

A produção de energia a partir do vento tem hoje maior capacidade instalada em comparação à solar, por ter entrado na matriz energética brasileira mais cedo (2009).

“Houve dias, no ano passado, em que a geração eólica chegou a abastecer 60% do consumo de energia do Nordeste”, afirma Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica).

A tendência é que continue a crescer e se afirme como uma energia limpa e de menor custo. “No último leilão, em dezembro de 2017, o preço da energia eólica ficou menor do que o da produzida pela usina de Belo Monte.”
Garoto brinca em vilarejo na zona rural de Araripina (PE), onde a terra é arrendada para implantação de aerogeradores
Garoto brinca em vilarejo na zona rural de Araripina (PE), onde a terra é arrendada para implantação de aerogeradores - Zanone Fraissat/Folhapress

Graças a usinas de rápida implantação, a previsão da Abeeólica para 2020 é que a energia eólica represente 12% da matriz brasileira e, até 2030, chegue até a 25%.

“Estamos entre os dez países com maior parque gerador eólico e entre os cinco que mais investem nessa fonte anualmente”, diz Gannoum.
ROYALTIES DOS VENTOS

Especialistas temem, no entanto, que uma possível cobrança de royalties dos ventos desacelere essa expansão. Essa é a proposta de emenda à Constituição (PEC97/2015), de autoria do deputado federal Heráclito Fortes (PSB-PI).

Heráclito argumenta que o vento é um recurso que pertence a todo o povo brasileiro e, assim, seria justo que os benefícios econômicos da atividade fossem compartilhados. Ele afirmou que defenderá também a cobrança de royalties da energia solar.

Para a Abeeólica, em vez de benefícios, a cobrança dos royalties representaria um custo adicional —que seria repassado para a tarifa nos leilões e, consequentemente, para o consumidor final. Isso diminuiria a competitividade da eólica e beneficiaria expansão por outras fontes.

“O Brasil estaria na contramão de mundo, que busca incentivar e até dar subsídios para fontes renováveis”, diz a presidente da associação.
ENERGIA SOLAR

O primeiro leilão do governo para contratação de energia de fonte solar foi feito somente em 2013. Fruto dessa oportunidade, o projeto Fontes Solar, da empresa italiana Enel no estado de Pernambuco, começou a produzir energia em agosto de 2015.

A empresa hoje é a líder na geração de energia solar, e tem também parques eólicos na Bahia, no Piauí, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte. Em dezembro de 2017, conquistou projetos para instalação de novas usinas solares e eólicas no Nordeste.

“O Nordeste e o Brasil como um todo têm condições de expandir a participação das fontes renováveis”, diz Luigi Parisi, responsável pela Enel Green Power Brasil, braço que cuida da geração de energias solar e eólica.
Além das condições naturais, o preço mais baixo das terras, em comparação com o restante do país, faz o Nordeste se destacar no setor.

“Pela quantidade de irradiação solar, o rendimento em produção de energia na região seria o dobro do de uma usina exatamente igual instalada na Alemanha”, afirma Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Os alemães são hoje líderes mundiais em geração de energia solar.

Para Sauaia, o Brasil só não se destaca mais no cenário mundial por causa do atraso na liderança governamental. “A fonte solar já mostrou também que tem preços competitivos. Houve redução de preço dos equipamentos —por volta de 75% em dez anos— e aumento da eficiência deles”, afirma.

Em nome do setor, ele pede que o governo dê continuidade à contratação de energia de fonte solar.

“Queremos a inclusão no leilão A-6, previsto para o segundo semestre. Recomendamos ainda uma atualização do Plano Decenal de Energia, para dar sinais ao mercado de que é seguro investir na energia solar em médio e longo prazo.”

A italiana Enel também pede aperfeiçoamento regulatório. “A extensão dos contratos de geração dos atuais 20 anos para 25 anos propiciaria uma maior competitividade”, afirma Parisi.
DESAFIOS E IMPACTOS

As usinas geradoras de energia solar e eólica no Nordeste ficam em regiões afastadas dos grandes centros. “Esses locais são de difícil acesso, exigindo uma logística maior da empresa, que muitas vezes precisa refazer os acessos, reforçar pontes e estradas para garantir o andamento das obras”, afirma o representante da Enel.

O sistema de transmissão atual também é visto como um gargalo. “Há grande número de projetos e poucas linhas de escoamento da energia. A Enel acredita que os leilões de transmissão que foram realizados contribuirão para que essa situação seja resolvida no médio prazo.”

Do ponto de vista ambiental, tanto a eólica como a solar são energias consideradas limpas, que não geram resíduos. “Mas toda interferência humana gera algum impacto ambiental. Mesmo as hidrelétricas provocam impacto”, diz Alana Campos, professora da Ufersa.


As torres das plantas eólicas, embora possam ser consideradas feias, não afetam atividades agropecuárias. “Elas ocupam 3% dos terrenos e podem conviver com a pecuária e a agricultura. A altura, de 150 metros, não atrapalha as rotas de pássaros, que voam mais baixo.”

Do ponto de vista econômico, o presidente da Abeeólica defende que os geradores instalados promovem desenvolvimento.

“Estimamos que mais de 4.000 famílias recebam valores pelo arrendamento da terra, que somam mais de R$ 10 milhões mensais. É um benefício para as famílias. Elas acabam consumindo mais, o que beneficia a região”, diz.

O Nordeste tem ainda condições privilegiadas para a sinergia entre as duas fontes. Enquanto a geração de energia solar ocorre durante o dia, a eólica acontece mais no fim da tarde e à noite. “Com cada uma produzindo em um momento, cria-se um sistema seguro e menos vezes será preciso acionar termelétricas, que poluem e são mais caras”, diz Sauaia, da Absolar.


Leia mais em: https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2018/03/energia-limpa-tem-potencial-para-suprir-alta-da-demanda.shtml

terça-feira, 27 de março de 2018

Fundos vão financiar uso de energia solar com R$ 3,2 bi

Às vésperas do prazo de desincompatilização dos ministros e do início da campanha eleitoral, o governo lançará na próxima semana a iniciativa mais abrangente até hoje para difundir a microgeração de energia solar no país.
Quase R$ 3,2 bilhões estarão disponíveis para financiar a instalação de placas fotovoltaicas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Os recursos proveem dos fundos constitucionais, têm juros muito abaixo das taxas de mercado e prazos mais longos de pagamento. A ideia é incentivar a geração própria em residências e estabelecimentos comerciais. Uma reunião dos conselhos deliberativos das agências regionais de financiamento - Sudam, Sudene e Sudeco - está agendada para o dia 4 de abril a fim de aprovar essa nova fonte de crédito. O anúncio deve ser feito pelo presidente Michel Temer.
As linhas serão oferecidas pelas instituições públicas que atuam como operadores financeiros dos fundos constitucionais. O Banco do Nordeste terá as condições mais atrativas, com juros anuais de 6,24% e 12 anos para o pagamento do empréstimo, incluindo quatro de carência.
O Banco da Amazônia (Basa), que atende à região Norte, trabalhará com a mesma taxa, mas 36 meses de prazo para a quitação do financiamento (e dois meses de carência). No caso do Banco do Brasil, agente financeiro do Centro-Oeste, a taxa será de 7,33% ao ano - com 24 meses de prazo e seis meses de carência.
O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, vê um esforço de popularizar o uso de placas fotovoltaicas. Até agora, o crescimento da energia solar tem sido impulsionado por usinas cuja produção é vendida nos leilões de suprimento organizados pelo governo. "Agora queremos levar ao cidadão uma iniciativa com impacto econômico e social gigantesco."
Barbalho, que deixa o cargo no dia 7 de abril e disputará as eleições para governador do Pará pelo MDB, prevê uma boa procura por recursos onde as tarifas são mais altas. "O custo da energia é brutal", diz o ministro, lembrando que ele mesmo vem de um Estado com grande superávit hidrelétrico, onde estão Tucuruí e Belo Monte. "E paga-se três vezes o valor da tarifa de outras capitais."
O Brasil tem hoje 24.565 sistemas de mini ou microgeração distribuída, segundo dados compilados pela Absolar, entidade que reúne a cadeia produtiva do setor. Mais de 99% dos sistemas são baseados em placas fotovoltaicas. "Quando analisamos o perfil dos consumidores, porém, os gargalos ficam evidentes", pondera o presidente-executivo da associação, Rodrigo Sauaia.
Cerca de 70% dos microgeradores estão no segmento de comércio, prestação de serviços ou residências de renda média e alta. "As pessoas jurídicas estão encontrando caminhos para se financiar", avalia Sauaia. Segundo ele, o investimento em placas para a autoprodução de energia se paga em até cinco anos e os sistemas têm vida útil de pelo menos 25 anos. "É melhor do que qualquer outro investimento, como poupança ou fundos. A pessoa física, que poderia ter os maiores ganhos do ponto de vista do custo-benefício, não é contemplada."
Quem gera energia própria e joga o excedente no sistema interligado, via distribuidora, deixa de pagar conta de luz e acumula créditos para usar no futuro.
Paralelamente, o ministério e a Absolar estão firmando um convênio para estudar juntos a possibilidade de troca do fornecimento de energia ao projeto de transposição do rio São Francisco. As nove bombas de elevação das águas - nos eixos leste (inaugurado em 2017) e norte (com entrega prevista para o segundo semestre) - vão consumir 746 mil megawatts-hora por ano e arcar com um gasto anual de energia em torno de R$ 300 milhões.
A ideia do governo - e a Absolar concluirá um estudo sobre o assunto daqui a 60 dias - é instalar placas fotovoltaicas nas margens dos canais. A faixa de 100 metros em cada margem já foi desapropriada e existe espaço suficiente para a instalação das placas, bem como 270 de linhas de transmissão de energia em alta tensão já construídas junto com o projeto de transposição.
Em uma terceira iniciativa do "pacote" de fomento à energia solar, o ministério vai propor a instalação das placas fotovoltaicas no perímetro de Itaparica (entre a Bahia e Pernambuco), que tem dez complexos de agricultura irrigada. Com cerca de 40 mil famílias, o complexo tem alto consumo de eletricidade e abastecimento subsidiado pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). A conta paga pela estatal é de cerca de R$ 42 milhões anuais.
Se esse projeto der certo e o fornecimento de energia for mais barato, pode-se pensar no fim dos subsídios, diz Gustavo Canuto, presidente do conselho de administração da Codevasf. "O objetivo é que os agricultores possam se emancipar", afirma.

Leia mais em: http://www.valor.com.br/brasil/5410515/fundos-vao-financiar-uso-de-energia-solar-com-r-32-bi

segunda-feira, 26 de março de 2018

Proposta que expande oferta de energia por fontes renováveis será debatida em audiência



Proposta que prevê a expansão da oferta de energia elétrica por fontes primárias renováveis e a exclusão, em leilões de energia nova, de usinas termelétricas que utilizem derivados de petróleo será discutida em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente (CMA) na próxima terça-feira (27), a partir das 10h30. A reunião ocorrerá na sala 9 da ala senador Alexandre Costa.

O relator da proposta (PLS 154/2016) na CMA, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), é autor do requerimento de audiência pública. Ele já havia oferecido relatório contrário ao texto, que dá prioridade à geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis e elimina, progressivamente, a geração a partir de derivados de petróleo nas termelétricas. Ela proíbe, a partir de 2025, a contratação de geração térmica de energia nos leilões de energia nova. Flexa argumenta que instituir proibições, sobretudo em leis, retira das autoridades a flexibilidade necessária para formular e implementar políticas eficazes.

— Normalmente, é mais recomendável estimular aquilo que se deseja em lugar de introduzir proibições — disse Flexa Ribeiro.

No entanto, o senador decidiu ouvir opiniões e sugestões antes de apresentar seu relatório.

Para o debate sobre o PLS 154/2016 foram convidados Lívio Teixeira de Andrade Filho, coordenador-geral de Fontes Alternativas do Ministério de Minas e Energia; Hélvio Neves Guerra, superintendente de Concessões e Autorização de Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); e um representante do Ministério do Meio Ambiente.
Leia mais em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/03/26/proposta-que-expande-oferta-de-energia-por-fontes-renovaveis-sera-debatida-em-audiencia

sexta-feira, 23 de março de 2018

Energia eólica é a de maior eficiência para o Nordeste

O apagão ocorrido em estados do Norte e Nordeste na quarta-feira (21) foi um incidente pontual e com poucos riscos, natural em um sistema complexo como o de transmissão de energia da região, de acordo com especialistas que debateram o tema de energias renováveis no Nordeste nesta quinta-feira (22), em Fortaleza.
Segundo eles, a energia foi restabelecida com rapidez e as causas da pane ainda deverão ser avaliadas pelas autoridades competentes.
Embora não vejam uma condição excepcional no ocorrido, os debatedores, porém, não enxergam mais nas hidrelétricas o futuro da produção energética do Nordeste —a instalação que falhou é parte do sistema de transmissão da energia gerada pela usina hidrelétrica de Belo Monte.
Alguns dos problemas enfrentados hoje, segundo eles, são a dificuldade para suprir a demanda crescente e também a gradual redução da vazão de rios do Nordeste, como o São Francisco.
A fonte de energia mais promissora para a região é a eólica, de acordo com o presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis da Adece (Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará), Jurandir Picanço. Isso porque, segundo ele, a tecnologia é barata, e a região é a mais privilegiada em ventos no Brasil.
Ele afirmou que, embora também haja grande potencial para outros modelos de geração, como a energia solar, a vantagem em relação a outras áreas do país em outros casos não é tão grande.
Picanço participou de debate durante o seminário Futuro do Nordeste, que aconteceu em Fortaleza (CE) nesta quinta-feira (22), com organização da Folha e patrocínio do Banco do Nordeste, Governo do Ceará e Prefeitura de Fortaleza.
“A energia eólica começou com valores elevadíssimos. Agora é a de menor custo no Brasil. As hidrelétricas com grandes reservatórios hoje são praticamente inviáveis, devido a problemas como o impacto para o ambiente e a destruição de reservas indígenas”, afirmou o especialista.

Produtores de energia

Para a diretora-presidente adjunta da Neoenergia, empresa privada de produção de energia elétrica, Solange Ribeiro, o desenvolvimento de novas hidrelétricas no Nordeste não é mais sequer uma opção, devido à falta de espaço e recursos naturais.
Ribeiro destacou também a velocidade do crescimento do uso de energia eólica no país, que classificou como um dos principais projetos para o futuro do Brasil. Mas lembrou que também há barreiras.
“Apesar de o Brasil já ser o oitavo país do mundo em energia eólica, é um recurso que nem sempre está disponível e precisa de complementos”, explicou. “Por isso, hoje, ela é complementada com outros modelos, como energia térmica, hidroelétrica.”
Ribeiro enfatizou também a importância de os consumidores passarem a se tornar produtores de energia, por meio da instalação de painéis fotovoltaicos, de captação de energia solar, em suas residências.

Conta de luz zerada

O diretor de engenharia e construção da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), Roberto Pordeus, citou um projeto da companhia, o programa Conta Zero, que vem testando formas de zerar a conta de luz a partir da produção de energia em quantidade igual à que é consumida.
Hoje há isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) em alguns estados brasileiros para pessoas que produzem energia elétrica em casa, mas a conta de luz ainda não é zerada para aqueles que geram a mesma quantidade de energia que consomem.
Pordeus também falou sobre a criação de um novo centro de tecnologia, desenvolvido pela Chesf, e que deverá ser instalado próximo a Petrolina (PE) ainda neste ano. O objetivo é testar diferentes tecnologias de origem eólica e fotovoltaica.
“Parte da planta produzirá energia com as tecnologias existentes, e outra, menor, com tecnologias que ainda estão em período de pesquisa. A ideia é poder comparar o grau de eficiência e desenvolver modelos ainda melhores do que os que já são utilizados”, afirmou.

Leia mais em: https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2018/03/energia-eolica-e-a-de-maior-eficiencia-para-o-nordeste.shtml

quinta-feira, 22 de março de 2018

Infraestrutura, agronegócio e energia manterão captações

Os setores de uso intenso de capital – como energia, infraestrutura e do agronegócio exportador – vão manter e provavelmente até aumentar as captações de recursos no mercado de dívida em 2018.
Na avaliação de especialistas na área de mercado de capitais consultados pelo DCI, a retomada da economia brasileira e queda da taxa básica de juros (Selic) devem incentivar a realização de novas ofertas de debêntures comuns, debêntures de infraestrutura e de certificados de recebíveis do agronegócio e imobiliários (CRAs, CRIs).
“As operações previstas para os próximos dois ou três meses vão encontrar o ponto de equilíbrio entre a motivação das empresas de captar com juros mais baixos, e a demanda dos investidores e gestores por projetos mais rentáveis”, afirmou o sócio da área de mercado de capitais do escritório Demarest Advogados, Thiago Giantomassi.
Na visão dele, atualmente há um “gap” [descompasso] nas taxas propostas por emissores e aceitas por investidores. “Depois de um primeiro trimestre fraco, o segundo trimestre e até julho será mais forte para emissões locais”, aponta.
Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a taxa Selic, de 6,75% para 6,50% ao ano. Com isso, os emissores vão pagar menos juros em dívidas atreladas a taxa de mercado (DI). Na média, as debêntures estão remunerando a 103,8% do DI, o equivalente a 6,63% ao ano (atualmente). Na mínima, a companhia que emitiu a 100,3% do DI irá pagar 6,41% ao ano, e na máxima encontrada no mercado, de 119% do DI, o custo será de 7,6% ao ano.
Na expectativa do sócio da área de mercado de capitais da TozziniFreire Advogados, Kenneth Ferreira, os juros mais baixos podem levar os investidores a procurarem por operações incentivadas, ou seja, sem a incidência do imposto de renda.
“A retomada da economia leva dinamismo para o setor imobiliário [CRIs], infraestrutura, energia elétrica e energia renovável como eólica (debêntures de infraestrutura), agronegócio, etanol, papel e celulose [CRAs]. As empresas vão buscar esses produtos mais estruturados com títulos incentivados para atrair os investidores”, argumenta Kenneth Ferreira.
Na ponta contrária, devido à redução de projetos públicos, Ferreira identifica uma menor movimentação de concessionárias de rodovias e de companhias de saneamento básico. “Esses segmentos são mais afetados pela incerteza política, mas devem voltar [ao mercado] mais para frente”, acredita.
Ambos os entrevistados apontam que o setor imobiliário deverá ser beneficiado com a redução dos juros no cenário doméstico. “Isso estimula o mercado imobiliário residencial e corporativo, e abre oportunidades para a captação via fundos imobiliários”, disse Thiago Giantomassi.
Ferreira lembrou, por exemplo, que a Caixa Econômica Federal também prometeu juros menores para o financiamento imobiliário. “Pode trazer novos lançamentos pelas construtoras”, completou o sócio da TozziniFreire sobre o ambiente para futuras emissões desse setor.
Segundo os números da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), até 28 de fevereiro, o volume em debêntures havia crescido 11,35% para o montante de R$ 8,5 bilhões, em relação ao mesmo período de 2017, com destaque para os setores de: energia; assistência médica; indústria e comércio; transporte e logística; locação de veículos e saneamento básico.
Quanto à destinação dos recursos, o investimento em infraestrutura aumentou para 21,6% do volume no primeiro bimestre de 2018, ante 7,6% nos mesmos dois meses iniciais do ano passado. As debêntures de infraestrutura movimentaram R$ 1,9 bilhão, superior aos R$ 423 milhões registrados em igual período de 2017.
Os juros mais baixos também proporcionaram o uso maior dos recursos para capital de giro. A participação desse item cresceu de 20,6% para 45,8% do volume na comparação entre idênticos bimestres. Na outra ponta, o refinanciamento de passivos perdeu força, caiu de 63,2% para 18,7%, e o resgate ou recompra de títulos de emissão anterior [que tinham taxas mais altas] diminuiu a participação no volume, de 7,7% no primeiro bimestre de 2017 para 6,4% nos meses iniciais de 2018.
Emissão externa mais cara
Como contraponto, a elevação dos juros nos Estados Unidos para a faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano – anunciada ontem pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) – pode tornar as captações de empresas no exterior mais custosas.
Os títulos de 10 anos do tesouro americano já prometem taxas de 2,9% ao ano. “O Fed vai seguir aumentando os juros até voltar à normalidade e enxugar a liquidez. Logo, logo também vamos ver o Banco Central Europeu (BCE), o BC inglês, e mais atrasado, o BC japonês a aumentarem os juros”, prevê o economista-chefe da Modalmais, Alvaro Bandeira.
Mesmo com as altas lá fora, Bandeira pondera que grandes empresas exportadoras vão continuar a buscar recursos no mercado internacional. “Quem tem capacidade vai buscar lá fora. É mais vantajoso, quando se possui um hedge natural”, diz.
Na opinião do professor de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Rochlin, o aumento de juros nos EUA já era esperado. “O movimento ainda é bem suave, mas é certo que o crédito [internacional] ficará mais caro”, argumenta. De acordo com dados da Anbima, o custo médio dos juros em bônus lançados no exterior estava em 6,1% ao ano, ou seja, abaixo das taxas de emissões locais.
Rochlin aponta que a taxa Selic pode cair mais. “Talvez para 6,25% ao ano, ou, no piso, 6% ao ano. Mas precisamos de fundamentos mais sólidos”, diz. “Vai depender do cenário político e de resolver a questão fiscal”, destacou o professor.

Leia mais em: https://www.dci.com.br/impresso/infraestrutura-agronegocio-e-energia-manter-o-captac-es-1.692645

quarta-feira, 21 de março de 2018

Estudo revela potencial solar em 6 microrregiões de Minas Gerais

Minas Gerais tem grande potencial para a geração de energia solar fotovoltaica, mais concentrado em seis microrregiões do estado. Três delas abrangem o Norte, onde o sol sempre foi considerado um castigo diante da seca histórica, e que agora vive a expectativa de receber grandes investimentos no aproveitamento da fonte limpa. O setor traz nova promessa de melhora do perfil da economia local.

As perspectivas nessa área em expansão no Brasil constam do Atlas solarimétrico de Minas Gerais, desenvolvido pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). O estudo inédito revela que o potencial da irradiação solar para geração de energia no território mineiro é praticamente o dobro do potencial da Alemanha, pais que há anos se destaca pela produção e aproveitamento da energia proveniente da luz do sol.



De acordo com o levantamento, a radiação média das regiões mineiras varia entre 5,5 e 6,5kWh/m2 (Kilowatts/hora por metro quadrado) enquanto a radição solar na Alemanha é de 3kWh/m2. O avanço das fontes renováveis de energia foi mostrado na série de reportagens “Energia sem fim”, do Estado de Minas.

Dados divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar) mostram que Minas tem liderança folgada na chegada geração distribuída de energia solar, daqueles sistemas em que o próprio consumidor produz a energia, instalados em telhados de residências, comércios, prédios, indústrias e propriedades rurais.

Minas Gerais é o estado com o maior número desses equipamentos, com o total de 3.540 sistemas, à frente de São Paulo (3.166 equipamentos). A capacidade instalada de geração distribuída do estado é de 37,9 megawatts, volume bem superior ao do segundo colocado, o Rio Grande do Sul, com 26 megawatts.

Segundo o estudo técnico da Cemig, as seis microrregiões com maiores potenciais de geração de energia solar no estado são: Janaúba; Januária; Pirapora e Unaí; Pirapora e Paracatu; Curvelo e Três Marias; Patrocínio e Araxá.

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O engenheiro de tecnologia Claudio Homero Ferreira da Silva, da Gerência de Gestão Tecnológica e Inovação da Cemig, explica que “o que determina a disponibilidade e o potencial de energia solar é a radiação solar que incide ou que chega em determinada região. Ou seja, radiação solar é a energia radiante emitida pelo Sol”.

Outros fatores foram ainda considerados pelos técnicos para estimar esse potencial. “As condições climáticas, meteorológicas e geográficas e a topografia também influenciam. A região Norte de Minas tem localização geográfica onde há maior insolação (horas de sol por dia), irradiação (radiação solar) devido às questões climáticas – menos nuvens e precipitações de chuvas”, observa.



Homero Silva ressalta que o mapa solarimétrico mostrou que no Norte do estado os equipamentos de aproveitamento e geração de energia solar têm muito mais rendimento do que aqueles de outras partes do estado, como a Zona da Mata, por exemplo. No Norte de Minas, um determinado sistema voltaico (de 1kWp) produz 1.489kWh de energia em um ano, enquanto na Zona da Mata o mesmo equipamento produz 1.258kWh de energia ao ano, ou seja, 16% a menos.



Futuro

O engenheiro de tecnologia da Cemig destaca que as empresas investidoras em megausinas de geração de energia solar conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) analisam vários aspectos antes de decidir pela instalação de suas plantas. Elas têm atuado no setor por meio de leilões promovidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

  Brasil a poucos passos da Aliança Solar Internacional
Esses empreendedores levam em consideração fatores como disponibilidade de área e topografia do terreno, uso e ocupação do solo, riscos de eventos naturais e disponibilidade de conexão com a rede elétrica.

“Do ponto de vista profissional, vejo a energia solar como uma forma de diversificar a fonte de energia e a matriz energética brasileira, aplicando os conceitos e diretrizes da sustentabilidade, das fontes renováveis e alternativas, da eficiência energética e da geração distribuída”, afirma Homero Silva. Ele chama atenção para a importância da fonte solar fotovoltaica.

“Percebo a energia solar como a energia do presente e do futuro, capaz de fomentar o desenvolvimento regional e industrial, possibilitando o acesso à eletricidade ou mudando a forma de o consumidor se relacionar com o sistema elétrico”, avalia o especialista.



Pasto cede lugar a usinas
As potencialidades para a geração de energia solar criam expectativa de mudança e de atração de negócios no interior de Minas Gerais. A boa expectativa é percebida em Janaúba, a microrregião do estado que, de acordo com o Atlas solarimétrico de Minas, oferece melhores condições de irradiação do calor do sol. Assim como outros municípios norte-mineiros, Janaúba sofre com a seca.

Agora, os agricultores têm a esperança de virar a página do sofrimento e dos prejuízos com a falta de chuvas, com o arrendamento de suas terras para futuros empreendimentos de geração de energia solar.

Com seus terrenos planos, situada a uma altitude de 516 metros, Janaúba se beneficia do brilho forte do Sol. A temperatura média da região está na faixa de 32 a 33 graus, com a sensação térmica passando de 40 graus na maior parte do ano.

“Já estamos cansados dos prejuízos de seis anos seguidos de seca. Acreditamos que essa realidade vai mudar com a geração de energia solar. Será mais uma opção de renda e vai diversificar as atividades econômicas da nossa região”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Janaúba, José Aparecido Mendes.

Segundo ele, vários agricultores da região já foram procurados por empresários interessados em arrendamento de áreas rurais para a instalação de painéis de energia solar fotovoltaica no futuro.

“Existem pecuaristas que perderam grande parte de suas pastagens com a seca e que agora vão arrendar a parte da fazenda onde acabou o pasto para usinas de energia solar e pretendem criar gado em outra área, sem ficar dependendo totalmente da chuva, que é pouca”, enfatiza Mendes.

Um fator que gera boas expectativas em Janaúba é que vão passar pelo município duas linhas de transmissão de energia licitadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As linhas de transmissão de energia partem da Bahia em direção a Minas e deverão contemplar também a conexão de fontes de energia eólica e solar fotovoltaica. Uma das linhas vai partir de Igaporã (BA) em direção a Presidente Juscelino, na região Central de Minas.

Segundo a Aneel, deverá entrar em operação em fevereiro de 2020 mas a entrega pode ser antecipada pela empresa vencedora da licitação. O empreendimento facilita a distribuição da energia produzida nos parques eólicos (aproveitamento da energia gerada pela força dos ventos) instalados nos municípios de Caetité, Guanambi e Igaporã, no Sudoeste da Bahia, com a conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Fonte: Estado de Minas

Leia mais em: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2018/03/estudo-revela-potencial-solar-em-6-microrregioes-de-minas-gerais/33852

terça-feira, 20 de março de 2018

Comercializadoras de energia têm fortes ganhos em 2017 e setor acelera expansão Comente

Empresas de comercialização de eletricidade, que atuam no chamado "mercado livre" de energia e fecham contratos de compra e venda junto a geradores e grandes clientes, como indústrias, tiveram no ano passado um dos melhores desempenhos da história, o que tem impulsionado o crescimento dos negócios no setor.
Em meio aos bons resultados, o número de comercializadoras no mercado pode ter em 2018 o maior salto em anos, com 36 processos para a abertura de novas empresas no ramo já em andamento, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Ao longo de 2017, o quadro de comercializadoras ganhou 28 companhias, uma expansão de 15 por cento, a maior registrada desde 2012. Atualmente, são 222 empresas em operação no segmento.
"Acho que, se a gente for classificar, foi o melhor ano para as comercializadoras... A grande maioria delas aproveitou essa tendência e acabou tendo um resultado muito bom", disse à Reuters o presidente da Comerc Energia, Cristopher Vlavianos.
A empresa viu uma alta de 32 por cento no faturamento em 2017, para 1,8 bilhão de reais.
Segundo o executivo, esse bom desempenho da Comerc e de outras comercializadoras foi ajudado por mudanças regulatórias que tornaram mais previsível a evolução dos preços no mercado livre de eletricidade ao longo de 2017.
Essas alterações, que entraram em vigor em maio passado, tinham como objetivo tornar mais realistas os preços no mercado, por meio de uma nova metodologia de cálculo que dá maior peso a cenários pessimistas de chuvas na região das hidrelétricas.
Mas essa nova metodologia teve na prática um impacto altista nos preços, que foi largamente antecipado pelos agentes de mercado de comercialização, os quais conseguiram realizar operações no mercado para ganhar com a aposta em uma alta das cotações.
"Foi realmente um ano muito bom para nós, em linha com o mercado em geral... Houve uma certa previsibilidade, e as casas que tem uma área de preço, de estudo, de inteligência, conseguiram (acertar a aposta)... De fato, os faturamentos estão bem expressivos", disse Danilo Marchesi, sócio da comercializadora Compass.
Ele não citou números de faturamento porque a Compass ainda não fechou o balanço financeiro de 2017.
Mas grandes elétricas que já divulgaram os resultados de 2017 também mostraram números amplamente favoráveis nas operações de comercialização.
A francesa Engie Brasil Energia viu uma alta de 88 por cento na receita de venda de energia a comercializadoras em 2017, para cerca de 600 milhões de reais.
A EDP Brasil teve uma expansão de 37 por cento no volume de energia transacionado por sua unidade de comercialização na comparação com 2016, enquanto o preço médio praticado subiu 34 por cento entre um ano e outro.
SETOR EM ALTA
O bom momento das comercializadoras no ano passado também foi impulsionado por um grande crescimento no número de clientes visto desde 2016, após uma alta de mais de 50 por cento nas tarifas cobradas pelas distribuidoras em 2015 aumentar a economia para as empresas que decidem comprar eletricidade no chamado mercado livre.
Esse movimento tem feito cada vez mais investidores olharem para negócios nesse mercado, disse à Reuters o presidente da consultoria Thymos Energia, João Carlos Mello.
"A gente vê grandes empresas focadas nisso, bancos entrando no jogo. É um mercado que vai amadurecer bastante", afirmou.
Ele apostou, no entanto, que novas mudanças previstas na regulamentação --como um cálculo realizado a cada hora para os preços a partir de 2019, ante a cada semana atualmente-- irão "afunilar" o setor, ao tornar as operações mais complexas, o que poderá favorecer um movimento de consolidação no segmento.
"Imagino que vai ter um pouco de fusões, e uma redução no número de comercializadoras... Provavelmente em 2019 e 2020", afirmou.
Enquanto isso, as comercializadoras também aproveitam para expandir a atuação para outras atividades, como consultoria e serviços, mercados que também estão bastante aquecidos, conforme a recessão força empresas e indústrias a buscar meios de economizar os custos com eletricidade.
"A perspectiva para este ano também é muito boa, até em termos de novos negócios. Estamos crescendo bastante na área de eficiência energética, de energia solar", disse Vlavianos, da Comerc.
As comercializadoras também apostam que o número de clientes no mercado livre de eletricidade terá um bom crescimento no próximo ano, uma vez que fortes reajustes nas tarifas de distribuidoras ao longo de 2018 deverão impulsionar clientes a buscar preços mais baixos.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou recentemente reajustes de mais de 10 por cento para as tarifas de diversas distribuidoras, como Light, Enel Rio e Cemig, entre outras.

Leia mais em: https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2018/03/19/comercializadoras-de-energia-tem-fortes-ganhos-em-2017-e-setor-acelera-expansao.htm

segunda-feira, 19 de março de 2018

Empresas do Rio trocam distribuidoras de energia pelo mercado livre

A alta no preço da energia tem feito as empresas se voltarem para o mercado livre e abandonarem as distribuidoras, como Light e Enel, que atendem aos consumidores fluminenses. Depois de alta de mais de 10% em 2017, este mês a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou reajustes para clientes industriais de 13,4%, no caso da Light, e de 19,9%, no da Enel. Com isso, nos últimos anos vem crescendo a migração de consumidores para o mercado livre, onde os contratos são feitos diretamente com os fornecedores de energia, sejam geradoras ou empresas comercializadoras, sem passar pelas distribuidoras. De acordo com dados da Enel, no ano passado eram 260 consumidores livres, contra 177 em 2016. Já na Light, o número de consumidores livres pulou de 202, em 2015, para 336 em 2016 — no ano passado, chegou a 601.

Segundo a Enel Rio, em 2017, a distribuidora teve uma queda de 1,1% em venda e transporte de energia, devido à redução de 6,1% no volume de venda de energia no mercado regulado como resultado da desaceleração econômica do estado. De acordo com especialistas do setor, como as indústrias grandes consumidoras de energia já estão no mercado livre, as mais afetadas com o reajuste atual são as empresas de médio porte.

Para empresas maiores, que utilizam a tarifa de alta tensão ou que têm um valor mensal de gastos com energia de R$ 80 mil a R$ 100 mil, no mínimo, o mercado livre de energia é uma solução.

— Até o fim de 2015, o Brasil tinha cerca de 1.800 empresas no mercado livre de energia. Agora, já são 5 mil. É um movimento de migração crescente. A vantagem da redução de custo imediato e a previsibilidade de ter um orçamento fechado, porque os contratos vão de três a cinco anos, são os fatores que levam essas empresas ao mercado livre — afirma o presidente da Comerc Energia, Cristopher Vlavianos.

Segundo o executivo, quando há um aumento da tarifa no mercado cativo, isso gera uma reação das empresas:

— O número de empresas no mercado livre deve aumentar este ano novamente.

Nas micro e pequenas empresas, há setores que são mais afetados com a alta na conta de luz, em razão do peso da energia nos custos. Estabelecimentos que usam mais energia, como padarias, têm uma parcela maior do insumo no custo. Para ajudar com a redução das despesas, há investimentos que podem ser feitos para otimizar o gasto com energia, além de adotar algumas medidas simples no dia a dia.

— Algumas empresas conseguem reduzir em até 5% o custo final da energia com medidas como observar se o ar-condicionado está ligado sem ninguém no ambiente, com capacitação do pessoal para operar melhor as máquinas, trocar luminárias por outras mais econômicas e fazer manutenção nos equipamentos regularmente. Quem pode fazer investimentos, trocar os fornos elétricos por aqueles a gás e adquirir tecnologia mais moderna e sustentável consegue reduzir os custos em até 40% — explica o gerente da área de soluções e inovações do Sebrae/RJ, Ricardo Vargas.

EMPRESA DE PESCADO REDUZ GASTO EM 32%

A tarifa de energia responde por cerca de 8% do custo mensal da Frescatto, de pescados — setor que usa tecnologias e refrigeradores potentes, que consomem muita eletricidade. A empresa comprou o insumo no mercado livre até 2022. Essa migração permitiu uma redução nos custos, além de um orçamento fechado e mais previsível.

— Tivemos uma redução de 32% do custo de energia depois que aderimos ao mercado livre — conta o gestor de meio ambiente da Frescatto, Cácio Rodrigues. — No mercado cativo, tínhamos de aceitar o custo da energia que havia sido negociada e comprada pela concessionária. Bem ou mal, esse custo nos era imposto. Já no mercado livre, negociamos diretamente com as geradoras a compra de energia para o longo prazo.

Segundo Rodrigues, essa migração derrubou o custo da energia, permitindo à empresa escapar das bandeiras tarifárias:

— Conseguimos gerir melhor a compra e o uso desse recurso.

Já a empresa de alimentos congelados Deep Freeze continua comprando energia da distribuidora. Os equipamentos de refrigeração são necessários para manter os produtos a cerca de 40°C negativos. Para diminuir a conta de luz, o diretor da marca, Luiz Eduardo Jardim, investiu em freezers e aparelhos de ar-condicionado mais econômicos uma semana antes do anúncio do reajuste das tarifas.

— Todo o dinheiro que eu economizaria por mês na conta de luz com os investimentos que fiz será engolido pelo aumento da tarifa — lamenta Jardim. — Dos meus custos mensais, pelo menos 10% vão para energia elétrica. O objetivo agora é tentar não repassar esse custo para os clientes, mas acho que vai ser impossível.

Leia mais em: https://oglobo.globo.com/economia/empresas-do-rio-trocam-distribuidoras-de-energia-pelo-mercado-livre-22502787

sexta-feira, 16 de março de 2018

Primeira usina solar fotovoltaica híbrida do país entrará em operação já no próximo ano

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) vai instalar a primeira usina híbrida de geração de energia do país, com a geração de energia solar fotovoltaica.

O projeto será implantado na localidade de Santa Marta, no município de Grão Mogol (Norte de Minas). O investimento é de R$ 24,4 milhões, envolvendo também os recursos aplicados em pesquisa e desenvolvimento.

A principal inovação é que serão instalados painéis fotovoltaicos flutuantes, em cima do espelho d’água do reservatório de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) já existente.

O projeto vai permitir o estudo da conexão de duas fontes de energia diferentes no Sistema Interligado Nacional (SIN), objetivando promover o desenvolvimento sustentável da região.

A usina híbrida será instalada em parceria com o Movimento dos Atingidos por Barragens (Mab), sendo o maior projeto desenvolvido pela estatal em conjunto com os movimentos sociais.

O prazo de implementação é de quatro anos, mas a geração deverá ser iniciada dentro de um ano, com a conexão com o SIN.

De acordo com a Cemig, o projeto visa “promover, de forma social, a região onde será inserido o desenvolvimento econômico, que vai permitir o estudo da conexão de duas fontes de energia diferentes no sistema.

O convênio com o Mab foi assinado pelo governador Fernando Pimentel na quinta-feira. A iniciativa também terá a participação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e das subsidiárias da Cemig, Axxiom Soluções Tecnológicas e Efficientia S.A, que ficarão responsáveis pela instalação das células fotovoltaicas e a supervisão, controle e automação da conexão das fontes de energia com o sistema nacional.

O projeto visa aproveitar as boas condições de luminosidade da região para a produção de energia elétrica. Conforme revelou reportagem publicada pelo Estado de Minas, o estudo Atlas Solarimétrico de Minas Gerais, realizado pela Cemig ao longo de cinco anos, mostrou que o Norte de Minas tem o melhor potencial para a geração de energia solar do estado.

O mesmo estudo revela que seis microrregiões mineiras têm potencial para geração solar em um patamar que é praticamente o dobro da capacidade da Alemanha, país que há anos recorre a esse tipo de energia.

EMPREGO E RENDA

Santa Marta tem uma Pequena Central Hidrelétrica, construída há mais de 60 anos e que tem 1MW de potência de geração hídrica.

Conforme a Cemig, serão instaladas células fotovoltaicas com potência total de 1,2 MWp (megawatt-pico) no espelho d’água do reservatório da pequena hidrelétrica, que abrange uma área de 27 hectares (27 campos de futebol).

Com a instalação da planta-piloto fotovoltaica flutuante, a usina híbrida passará a uma potência total de 2,2MW no momento de maior radiação solar do dia.

Essa energia será usada para abastecer 1,25 mil famílias de 21 municípios, localizados numa região semiárida, próxima do reservatório. Além disso, serão gerados emprego e renda, com o aproveitamento de mão de obra oriunda das cidades do entorno.

Fonte: EM

Leia mais em: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2018/03/primeira-usina-hibrida-pais-entrara-em-operacao-ja-proximo-ano/33904

quinta-feira, 15 de março de 2018

Siemens planeja investir 1 bi de euros no Brasil em 5 anos

A Siemens assinou um memorando de entendimento com a Agência Brasileira de Promoção de Investimentos e Comércio (Apex-Brasil), em São Paulo. De acordo com comunicado da empresa, as iniciativas descritas no acordo podem dar início a um novo ciclo de crescimento sustentável no Brasil nos próximos cinco anos. A multinacional planeja triplicar seus investimentos, chegando até 1 bilhão de euros, durante esse período em iniciativas relacionadas à eletrificação, automação e digitalização.
No escopo do acordo estão a atuação ante desafios em infraestrutura, especialmente nos setores de energia, transporte e saúde, além de promover maior competitividade das indústrias locais por meio do aumento da produtividade, com base principalmente na digitalização e eficiência energética. E ainda, a Siemens compartilhará conhecimentos, organizando workshops, treinamento, eventos, simpósios, disseminação de conceitos, parcerias tecnológicas e acadêmicas, licenciamento de software e estudos personalizados.
De acordo com estimativas da Siemens apresentados nesse comunicado, a iniciativa pode atrair mais de 50 bilhões de euros em recursos financeiros adicionais no Brasil vindo de várias fontes. Isso será feito promovendo investimentos e transferência de know-how em segmentos estratégicos identificados como deficiências da economia local. No geral, continuou, podem ser criados até 1,2 milhão de empregos no processo, promovidos por um ambiente de negócios mais dinâmico.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53054530/siemens-planeja-investir-1-bi-de-euros-no-brasil-em-5-anos

quarta-feira, 14 de março de 2018

O futuro da energia solar no Brasil

Rubens Menin
O debate sobre a matriz energética do nosso País tem omitido uma importante forma de geração: a energia solar. Com todas as características necessárias para ser um dos líderes mundiais no aproveitamento desta fonte, o Brasil não aparece sequer entre os 10 maiores. Se no passado, o custo de geração de energia obtida com a conversão direta dos raios solares em eletricidade a partir de células fotovoltaicas foi uma barreira para a sua expansão, nos últimos anos o processo teve uma queda expressiva. Com metade da radiação solar que o Brasil, a Alemanha é o país-referência, com potência instalada de quase 40.000 MWp.
Apenas para comparar, em 2016 o Brasil atingiu 83 MWp, ou seja, o equivalente a 0,2% do que os alemães utilizam. A expectativa atual é atingir em 2018 a potência instalada de 300 MW em geração distribuída, segundo projeção da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Muito pouco perto do potencial que temos. A MRV Engenharia está investindo R$ 800 milhões no maior projeto de energia fotovoltaica de uma empresa privada brasileira, com a expectativa de em até cinco anos entregar 220 mil unidades com sistemas de energia solar, contribuindo, assim, para reduzir a emissão de 26 mil toneladas de CO2 e preservando pelo menos 160 mil árvores.
Este movimento se justifica pela convicção de que a energia solar traz vários benefícios para o Brasil e para seus os consumidores. Além disso, a geração de energia solar a partir das unidades construídas pela MRV poderá chegar a 86.000 MWp por ano, o suficiente para abastecer uma cidade de 70 mil habitantes.
Esperamos que nosso exemplo sensibilize o poder público e outras construtoras e incorporadoras para que o Brasil esteja no lugar que merece estar, na liderança dos países que mais utilizam o Sol como fonte de energia! A meta é arrojada e estamos fazendo a nossa parte.
Presidente da MRV Engenharia

Leia mais em: http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2018/03/opiniao/616203-o-futuro-da-energia-solar-no-brasil.html

terça-feira, 13 de março de 2018

CCEE vê deficit de energia incentivada em 2019 para o mercado livre

A quarta edição do estudo sobre a disponibilidade de lastro de energia incentivada para atender a demanda dos consumidores especiais aponta um sobra de 1.134 MW médios para 2018. De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, o cenário atual indica que para 2019 há um déficit de 236 MW médios ao longo do ano em decorrência do retorno do comprometimento dos montantes liberados nos mecanismos de descontratação realizados para 2018.
Apesar desse contexto, a CCEE avalia que o cenário deverá mudar já que haverá novos produtos do MCSD de Energia para o próximo ano, o mesmo motivo que levou à sobra deste ano. Além disso, ressaltou que há potencial de liberação de lastro de 945 MW médios, caso os consumidores especiais enquadrados na Lei 13.360/2016 exerçam os direitos a eles concedidos, de opção de fornecedor de energia elétrica convencional.
Segundo o gerente Executivo de Monitoramento, Gestão de Penalidades & Informações da CCEE, Carlos Dornellas, há um cenário favorável à migração de consumidores para o mercado livre quando é analisada a oferta de lastro de energia incentivada. Com esta disponibilidade, continuou, os agentes poderão avaliar os outros fatores como valor do PLD e tarifa no regulado para tomar a decisão.
De acordo com a câmara, as cessões de MCSD de Energia Nova realizadas apresentam papel crucial na disponibilidade de lastro. O MCSD A4+ liberou de forma permanente 351 MW médios e o MCSD A-1 alcançou a marca de 1.134 MW médios. Além disso, os acordos bilaterais liberaram 264 MWmédios. A sobra para 2018 também é impactada pelo menor nível de migração dos consumidores para o mercado livre, 12% de redução ao mês durante o ano. As cargas de menor porte (até 0,4 MW médios) representaram a maior parcela das migrações (79%) com consumo médio de 0,14 MW médios.
A CCEE lembra que está em andamento na Aneel a Audiência Pública 70/2017, onde são discutidas alterações no MCSD de Energia Nova e a possível revogação da Resolução Normativa nº 711/2016. De acordo com a camará, a realização de novos processamentos do mecanismo e liberações bilaterais no ACR dependem do resultado desta discussão. “O equilíbrio entre oferta e demanda em 2019 poderia ser restabelecido por meio de negociação bilateral dos montantes de contratos atualmente comprometidos com consumidores livres, especiais e autoprodutores”, indicou.



Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53054263/ccee-ve-deficit-de-energia-incentivada-em-2019-para-o-mercado-livre

segunda-feira, 12 de março de 2018

Preço da energia no curto prazo sobe 6% no país; exceto no Norte



O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) para o período entre 10 e 16 de março subiu 6% nos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste ao passar de R$ 223,21/MWh para R$ 236,02/MWh. Já o preço no Norte segue em R$ 40,16/MWh, no valor mínimo estabelecido para 2018. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 9, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Segundo a CCEE, o desacoplamento entre os preços do Norte com os demais submercados permanece, uma vez que o limite de envio de energia por este submercado foi atingido em todos os patamares de carga.

A expectativa de afluências para o Sistema Interligado Nacional (SIN), em março, foi revista de 88% para 84% da média histórica com previsão de ENAs em 86% da MLT no Sudeste, 67% no Sul, 52% no Nordeste e acima da média apenas no Norte, em 104%.

Para a próxima semana, a carga esperada para o Sistema deve ficar em torno de 1.250 MW médios mais alta frente à previsão anterior com expectativa de elevação em todos os submercados, exceto no Nordeste, cuja previsão é a mesma da semana passada. A elevação da carga prevista é de 1.000 MWmédios no Sudeste, 175 MWmédios no Sul e de 75 MWmédios no Norte.

Já os níveis dos reservatórios estão cerca de 2.150 MW médios mais baixos quando comparados aos volumes de energia armazenados da semana anterior, com redução no Sudeste (-1.425 MW médios), Sul (-485 MW médios) e no Norte (-295 MW médios). No Nordeste, os níveis estão cerca de 50 MW médios mais altos.

O fator de ajuste do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) previsto para março passou a 115,7%. A previsão de Encargos de Serviços do Sistema (ESS) para o período é de R$ 481 milhões, sendo R$ 421 milhões referentes à segurança energética.

Leia mais em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53054058/preco-da-energia-no-curto-prazo-sobe-6-no-pais-exceto-no-norte

sexta-feira, 9 de março de 2018

Visa usará somente energia renovável até 2019

A Visa decidiu embarcar na "onda verde" e fez um grande anúncio para a imprensa. A empresa revelou que, até o fim de 2019, fará com que suas operações sejam realizadas apenas com energia renovável. Ou seja: 100% da eletricidade utilizada mundialmente pela companhia será renovável.

A ação faz parte da iniciativa global chamada RE100 (Renewable Energy 100% ou Energia Renovável 100%), criada pelo Climate Group em parceria com o CDP (previamente conhecido como Carbon Disclosure Project). Muitas empresas bastante conhecidas na indústria já participam dessa iniciativa. Dentre os membros do grupo, constam nomes como Apple, Microsoft, HSBC e Tetra Pak. Todos os participantes são compelidos a migrar o uso de energia para somente fontes renováveis.

O CEO da gigante do mercado financeiro — Al Kelly — comentou que "para a Visa, este anúncio é um exemplo de nosso comprometimento em longo prazo de operar como uma companhia responsável, ética e sustentável, enquanto procuramos crescer economicamente". Com o relato, Kelly deixa claro que a empresa vai realmente acatar pelo menos parte do que foi gerado pela pressão de muitos ambientalistas acerca das maiores empresas do planeta.

Esse comprometimento citado por Kelly é mais um indicativo de que a Visa realmente pretende elevar sua reputação como "companhia verde". A corporação já possui um forte programa de reciclagem, além de ter criado sistemas para economizar energia elétrica. A empresa também está atuando de forma mais ecológica no meio de transportes ao priorizar mais reuniões virtuais, shuttles para os funcionários (transportes em grupo) e subsídios de transporte público.

Segundo os dados revelados pela mídia, a Visa já usa fontes de energia renovável hoje em dia. Quase 35% do consumo de energia da companhia vem de um combinado de fontes renováveis, enquanto cerca de 75% das suas emissões de gás de estufas são originadas de prédios de escritórios e data centers (centros de banco de dados).

Ainda de acordo com as últimas informações, sabe-se que a Visa vai investir — de agora em diante — em fontes de energia renovável principalmente nos Estados Unidos e no Reino Unido. Nesses locais, as instalações da empresa formam 80% do uso global de eletricidade.

Leia mais em: https://www.tecmundo.com.br/mercado/127758-visa-usara-somente-energia-renovavel-2019.htm

quinta-feira, 8 de março de 2018

Consumo de energia cresceu 0,8% em 2017, aponta Comitê do Setor Elétrico

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) afirmou hoje (7) que o consumo total de energia elétrica no país voltou a crescer em 2017, fechando o ano com crescimento de 0,8%. Esta é a primeira vez que o consumo volta a crescer depois de dois anos de queda. Ainda assim, o CMSE destacou que o percentual de consumo está no mesmo patamar de 2014.

A maior alta, de 1,1%, foi registrada junto aos consumidores industriais, que atingiram crescimento igual ao de 2016. Já o consumo residencial expandiu 0,8% e o do setor de Comércio e Serviços 0,3%. Para o período de 2018-2022, a projeção de crescimento médio anual de consumo de energia é de 3,9%.

Situação dos reservatórios

Na reunião anterior, o comitê, que é responsável por analisar as condições de suprimento eletroenergético em todo o território nacional, destacou que, com exceção da Região Sul, as chuvas em janeiro foram inferiores à média na maior parte do Brasil.

Ao analisar o cenário de abastecimento dos reservatórios das usina hidrelétricas, o comitê disse que o mês de fevereiro fechou com chuvas superiores à média nas bacias dos rios Doce, São Francisco, Xingu, Madeira e Tocantins. Entretanto, as chuvas foram deficitárias nas bacias dos rios Grande, Paranaíba, Iguaçu, Uruguai e Jacuí.

Segundo o comitê, a energia armazenada nos reservatórios verificada ao final do mês foi de 37% no subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, 73,5% no subsistema Sul, 26,3% no Nordeste e 62,1% no Norte. A nota destaca que, para o fim do mês de março, os valores de armazenamento esperados são de 44,6% no Sudeste/Centro-Oeste, 64,1% no Sul, 36,9% no Nordeste e 66,5% no Norte.

Ainda durante a reunião desta quarta-feira, o CMSE disse que para os próximos sete dias esperam-se precipitações mais abundantes nas bacias dos rios São Francisco, Doce, Tocantins e Xingu. Nas bacias dos rios Grande, Paranaíba, Madeira, Itaipu, Iguaçu, Uruguai e Jacuí há previsão de chuvas predominantemente inferiores à média histórica.

“O cenário mais provável de previsão para a segunda semana é de continuidade de maiores acumulados pluviométricos nas bacias do São Francisco, Doce, Tocantins e Xingu. No rio Madeira, assim como nas bacias da Região Sul, as precipitações serão próximas ou levemente inferiores aos valores históricos. Deverá chover abaixo da média nas bacias dos rios Grande e Paranaíba”, disse o comitê em nota.

Rio São Francisco

O CMSE disse que a política de redução na vazão nos reservatórios das usinas de Xingó e Sobradinho, localizadas na bacia do Rio São Francisco, vai permanecer com vistas à preservação dos estoques armazenados. Em quase 90 anos de medição oficial, a armazenagem dos reservatórios chegou a ficar, no ano passado, abaixo dos 7%, na maior seca da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco já registrada.

Segundo o comitê, as ações desenvolvidas vão possibilitar manter todas as usinas hidrelétricas acima de seus armazenamentos mínimos operacionais até o final do período úmido em abril de 2018. “A expectativa de armazenamento ao final do mês de março de 2018 é de 38,9% na UHE [Usina Hidrelétrica] Três Marias e de 48,3% na UHE Sobradinho, o que indica nível de armazenamento melhor que no ano 2017”, disse o CMSE.

Leia mais em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2018-03/consumo-de-energia-cresceu-08-em-2017-aponta-comite-do-setor-eletrico

quarta-feira, 7 de março de 2018

Fundo das Nações Unidas aprova US$ 350 milhões para energias renováveis na América Latina

O diretor-executivo do Fundo Verde do Clima (GCF, na sigla em inglês), Howard Bamsey, anunciou nesta segunda-feira (5), em Bogotá, que aprovou cerca de US$ 350 milhões para “financiamento climático” em países latino-americanos. O GCF é uma entidade criada pela Convenção Marco das Nações Unidas para a Mudança Climática para apoiar os países na transição para investimentos limpos e resilientes nesta área. A informação é da EFE.

“Na semana passada, a junta tomou a decisão de aprovar quase US$ 350 milhões em financiamento climático para os países latino-americanos, e isso alavanca mais de US$ 1 bilhão em co-financiamiento de outros projetos”, disse Bamsey na capital da Colômbia, durante o Primeiro Diálogo Estrutural do Fundo Verde do Clima.

Segundo ele, os projetos que serão financiados impulsionarão os mercados para que haja uma maior eficiência energética “a nível de pequenas empresas e em escala industrial. Isto é muito importante para remover obstáculos e ter uma maior absorção comercial da forma mais econômica de energia”.

Além disso, ele disse que a junta do GCF “comprometeu” recursos, sem precisar a cifra, para melhorar “a resiliência dos casos vulneráveis no Paraguai, o que vai ser feito promovendo práticas sustentáveis de terras, para poder ter uma produção bioenergética”, apontou.

Bamsey acrescentou que após uma junta realizada na semana passada, o Fundo Verde do Clima se comprometeu a fortalecer projetos em nove países da América Latina: Peru, México, Guatemala, Equador, El Salvador, Argentina, Chile, Brasil e Paraguai.

Por sua vez, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, avaliou o GCF como um “aliado determinante” para que os países latino-americanos possam mobilizar recursos adicionais para financiar projetos.

“Não podemos negar que todo apoio de financiamento terá sempre maiores impactos se os países receptores contarem com um marco normativo que favoreça os investimentos, como ocorre na Colômbia. No caso do Fundo Verde do Clima, o valor agregado para ter acesso aos seus recursos reside no financiamento de projetos com padrões muito exigentes”, assegurou.

Santos falou que o Primeiro Diálogo Estrutural do GCF é “um sinal da vontade da América Latina” para defender o planeta perante os efeitos da mudança climática.

“Os nossos países se caracterizam, em grande medida, pela sua grande riqueza natural e por ser o lar de incontáveis espécies e ecossistemas (…) Semelhante riqueza nos exige uma responsabilidade frente a nossos compatriotas e também frente ao mundo, e nos impõe desafios comuns”, disse.

O encontro, que começou hoje em Bogotá e prossegue até o próximo dia 8 de março, tem 170 convidados de 19 países, entre eles altos funcionários da Costa Rica, Honduras, Nicarágua, República Dominicana e Colômbia.


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terça-feira, 6 de março de 2018

Investir em energia solar traz bons resultados financeiros



Depois de amargar três meses com bandeira vermelha na conta de luz e custo extra de 3,50 reais a cada 100 quilowatts-hora (kWh), o brasileiro respirou aliviado com a tarifa verde no início do ano, decretada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).­ A tranquilidade vai durar até o próximo período de estiagem, quando, com a redução das chuvas e, consequentemente, do volume de água nas hidrelétricas, o governo acionará as termelétricas para gerar eletricidade. Como essa operação recorre a combustíveis mais caros, como petróleo e carvão, o custo aumenta e pesa no bolso do consumidor.

Seria diferente se o Brasil tivesse um programa robusto de estímulo à geração de energia solar — aproveitando sua condição natural de país tropical e ensolarado. “Estamos uns 15 anos atrasados em relação a China, Japão e Alemanha — atualmente, os países que mais investem nesse tipo de energia renovável, mesmo sem a exposição solar que temos por aqui”, afirma Rodrigo Lopes Sauaia, presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Segundo o especialista, essa é a forma de produção de energia que mais cresce no mundo. Tanto que, nos Estados Unidos, a modalidade já cria mais empregos do que a indústria de óleo e gás. Naquele país, um de cada 50 novos postos de trabalho é no segmento de energia solar. No Brasil, o setor também vive um momento de expansão. “No ano passado, o número de instalações de sistemas fotovoltaicos cresceu mais de 100%”, diz Rodrigo. “Apesar disso, estamos abaixo do potencial energético que podemos produzir.”

Por aqui, os avanços são resultado tanto da inauguração de grandes usinas fotovoltaicas quanto da adesão de consumidores individuais ao novo sistema. As usinas, que formam a chamada geração centralizada, foram contratadas pelo governo federal em leilões de energia elétrica realizados em 2014 e 2015 e estão localizadas, em grande parte, no Nordeste. A geração distribuída, por sua vez, é a que engloba os consumidores individuais, empresas, comércio e indústrias. Atualmente, há 20 000 sistemas fotovoltaicos em operação no país.

Um deles está instalado na casa do engenheiro Frederico Papa, de 37 anos, morador de Curitiba. “Sempre me preocupei com a questão ambiental e, antes de aderir à energia solar fotovoltaica, pesquisei bastante”, afirma. Ele acompanhou os preços durante três anos e esperou o valor baixar para garantir um retorno mais rápido do investimento. Em maio do ano passado, pagou à vista 9 000 reais por quatro painéis com capacidade total de 1,25 kW — o suficiente para gerar energia na casa onde mora com a mulher.

Tão logo instalou o sistema, o engenheiro viu sua conta de energia de 190 reais cair pela metade. “Com o novo valor, praticamente estou dentro da tarifa mínima de minha cidade”, diz. Frederico considera, no futuro, quando a tecnologia for aprimorada e o Paraná tiver aderido à isenção de ICMS, ampliar seu sistema — principalmente depois da chegada de Otto, seu primeiro filho, cujo nascimento está previsto para abril. “Esse imposto encarece a energia. Eu gero, devolvo o excedente para a companhia e, quando vou usar, preciso pagar ICMS. Não é uma conta justa”, afirma.

Mesmo assim, ele se considera um entusiasta do sistema e o divulga para parentes e amigos. “Digo que é melhor postergar a troca do carro ou da TV e instalar os painéis, que vão durar 25 anos.”

De fato, a tendência é que cada vez mais gente siga os passos de Frederico. A estimativa da Absolar, feita com base numa projeção da Empresa de Pesquisa de Energia (EPE), ligada ao governo federal, é que o país terá em 2024 mais de 1 milhão de sistemas fotovoltaicos em funcionamento. Em 2030, o objetivo é alcançar 25 GW de capacidade instalada por meio de investimentos de mais de 125 bilhões de reais. “O Brasil conta com 81 milhões de potenciais clientes”, afirma o presidente da Absolar.

Ele cita a pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência no ano passado mostrando que 89% dos brasileiros desejam gerar energia renovável em casa. Mas, para isso, o setor precisa vencer uma série de obstáculos, como a falta de uma política industrial eficiente para estimular a fabricação dos componentes fotovoltaicos no país, a escassez de linhas de crédito para aumentar a adesão do consumidor e a elevada carga de impostos.

Eficiente e correta

Apesar de serem uma fonte de energia menos poluente que as termelétricas, as hidrelétricas têm enorme impacto social e ambiental. O principal deles é a inundação de grandes áreas para sua instalação, com prejuízo para a fauna e a flora, e a consequente remoção das populações ribeirinhas. Quanto mais distantes dos centros abastecidos pela eletricidade gerada, maior o gasto com linhas de transmissão. “Imagine o custo de transportar a energia de Belo Monte, no Pará, para outros lugares do Brasil. É um meio caro e pouco eficiente”, afirma Rodrigo Sauaia, da Absolar.

Portanto, a chance de produzir sua eletricidade localmente e de reduzir o valor da conta é um argumento que atrai os consumidores tanto pela responsabilidade ambiental quanto pela economia. Além disso, desde abril de 2012, todo cliente cadastrado
no Ministério da Fazenda com um CPF ou um CNPJ pode ter um sistema de energia elétrica próprio de fontes renováveis. Essa possibilidade foi regulamentada pela Resolução Normativa no 482, da Aneel.

O principal entrave continua sendo o preço da instalação, de 12 000 reais, em média, para uma casa com quatro pessoas. O chamado payback (prazo para retorno do investimento) costuma ser de até oito anos. “Esse tempo varia de acordo com a região — se ela é mais ou menos nublada, o que interfere na produção de eletricidade — e conforme o preço da tarifa cobrada pela distribuidora de cada estado”, afirma Cezar Luiz França Pires, mestre em engenharia civil com ênfase em meio ambiente e professor na Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro.

Para Cezar, o sistema solar fotovoltaico, além de eficiente e ecologicamente correto, valoriza o imóvel. “Na Califórnia, as residências com painéis custam, em média, 10% mais.” Isso porque, uma vez instalado, o modelo permite diminuir em até 90% o gasto mensal com eletricidade. Tendo em vista que o equipamento dura 25 anos e a manutenção é fácil e barata (basta limpar os painéis a cada três anos), o retorno pode vir em menos tempo — dependendo do custo da tarifa local e dos impostos cobrados.

Mas é preciso alertar que a conta de eletricidade nunca será zerada, por mais energia solar que sua casa produza. “É que as distribuidoras cobram um valor mínimo pelo serviço prestado e o consumidor fica à mercê delas”, afirma a arquiteta Isabella De Loys, que instalou os painéis em sua casa em 2014. Ela aconselha avaliar muito bem o local onde os painéis serão colocados. “Como o sistema funciona com a incidência de luz solar direta, um único ponto de sombra pode afetar a capacidade de geração de energia de todo o sistema.”
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segunda-feira, 5 de março de 2018

Brasil prepara entrada na Aliança Solar Internacional

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica informou que chegou ao Congresso Nacional a MSC nº 94/2018. Trata-se de um pedido de adesão do Brasil à Aliança Solar Internacional – ASI (International Solar Alliance – ISA, na sigla em inglês), coalizão intergovernamental que reúne 121 nações “ensolaradas”, localizadas entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio.

A ASI foi lançada durante a Conferência do Clima em Paris (COP 21), em 2015, e posteriormente formalizada em Nova Delhi, Índia, em 15 de novembro de 2016. Os objetivos essa aliança são reduzir o custo da energia solar,  mobilizar mais de US$ 1 trilhão em investimentos para a implementação maciça da fonte até 2030 e preparar o caminho para novas tecnologias usando o sol como recurso primário.

Segundo o presidente executivo Absolar, Rodrigo Lopes Sauaia, a adesão brasileira à ASI abrirá as portas para que o Brasil se beneficie de programas e ações multilaterais nas áreas de financiamento, políticas de incentivo, regulação, modelos de negócio, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, entre outras.

“O Brasil ainda está 15 anos atrasado frente aos demais países no uso da tecnologia solar fotovoltaica e nossa participação na ASI contribuirá para que possamos incorporar as melhores práticas internacionais, acelerar o desenvolvimento da energia solar fotovoltaica em nosso país e nos posicionar como um ator de peso neste setor, cada vez mais estratégico no cenário mundial”, ressaltou Sauaia.

O pedido de entrada na ASI foi encaminhado pela presidência da República ao Congresso Nacional no dia 26 de fevereiro de 2018, em regime de prioridade, e aguarda a apreciação do Plenário. O comunicado da Presidência esclarece que a adesão do Brasil à ASI não implicará em custos ou em aportes de recursos.

“A expectativa da Absolar e do setor  solar fotovoltaico brasileiro é de que, dado o amplo apoio da sociedade e dos parlamentares pelas fontes renováveis e dada a inexistência de custos ao país nesta adesão, o tema possa tramitar com grande agilidade junto ao Congresso Nacional. Não podemos ficar de fora deste movimento global em prol de um mundo cada vez mais sustentável e responsável, social e ambientalmente”, comentou o executivo.

GD SOLAR ATINGE 200 MW

Enquanto a adesão não é apreciada no Congresso Nacional, o setor continua a sua expansão local. A Absolar comemorou o fato do Brasil ter atingido a marca histórica de 200 MW de potência instalada em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica instalados em residências, comércios e serviços, indústrias, edifícios públicos e na zona rural.

Pela primeira vez desde 2012, quando foi estabelecida pela Aneel a regulamentação que rege o segmento, os consumidores dos setores de comércio e serviços passaram a liderar o uso da energia solar fotovoltaica, com 43,1% da potência instalada no país, seguidos de perto por consumidores residenciais (39%), que passaram da primeira para a segunda posição. Na sequência, estão as indústrias (7,8%), consumidores rurais (5,4%), poder
público (4,2%) e outros tipos, como serviços públicos (0,6%) e iluminação pública (0,04%).

Em números de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 78% do total. O alto volume é explicado pela potência reduzida dos sistemas, já que as residências consomem menos energia elétrica ao longo de um ano do que comércios, indústrias ou edifícios públicos. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (15,6%), consumidores rurais (2,9%), indústrias (2,3%), e outros tipos, como iluminação pública (0,2%) e serviços públicos (0,03%).

De acordo com a Absolar, o Brasil possui hoje 23.175 sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e engajamento ambiental a 27.610 unidades consumidoras, somando mais de R$ 1,6 bilhão em investimentos acumulados desde 2012, distribuídos ao redor de todas as regiões do País.



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sexta-feira, 2 de março de 2018

Reservatórios de hidrelétricas terão em 2018 situação melhor que em 2017, afirma a ONS

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Barata, disse no último dia 27 que os reservatórios das hidrelétricas brasileiras chegarão ao fim deste ano em situação mais confortável do que no ano passado, ficando 30% acima da capacidade no Sudeste e em melhores condições no Nordeste. Em 2017, os reservatórios registraram níveis inferiores a 18% no Sudeste e a 15% no Nordeste.

Além de estimar maior volume de chuvas este ano, Barata lembrou que a melhoria dos reservatórios depende também da entrada em operação de hidrelétricas como Belo Monte, no Rio Xingu, e das usinas do Rio Madeira, além da geração de fontes de energia renováveis. Para ele, “muito provavelmente”, os brasileiros terão um verão de bandeira verde.

A preocupação é com o abastecimento, acrescentou. “Hoje, o portfólio que a gente tem de hidro, térmica e renovável dá conforto para que a gente não fique com o fantasma do desabastecimento.”

Arcabouço

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Barroso, que também participou do evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro, disse que o processo de desenvolvimento hidrelétrico no Brasil hoje está muito fragmentado e necessita ser rediscutido, com participação da sociedade e das entidades do meio ambiente para ter um norte, isto é, uma direção. “Nós temos que rediscutir o processo como um todo, para tentar fazer as hidros certas, de forma certa.”

Chesf SOBRADINHO

Barroso ressaltou que a discussão hidrelétrica deve evoluir ao longo dos próximos governos: a questão não se resolve agora.

“Até pelo próprio prazo de maturação dos projetos, ela [a discussão] perpassa diversos anos”. Há, inclusive, espaço para construir usinas de todos os portes no país, afirmou. Neste sentido, Barroso considerou natural que as pequenas e médias usinas tenham menos dificuldades. Ele disse que é preciso “brigar” por reservatórios, o que envolve duas etapas. A primeira é onde ainda há espaço para isso e a segunda, a análise de custo-benefício para que os reservatórios sejam construídos. “Porque nem todo reservatório pode trazer benefício, dependendo do custo, inclusive socioambiental.”

Luiz Barroso informou que o Brasil deve fazer este ano somente dois leilões para contratação de energia nova: o A-4, marcado para abril, prevê a entrada em funcionamento de novas usinas em 2022, e o A-6, previsto para o segundo quadrimestre, com fornecimento de energia a partir de 2024.

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quinta-feira, 1 de março de 2018

EDP Brasil planeja investir R$ 1,4 bilhão em 2018

A EDP Brasil planeja investir neste ano R$ 1,4 bilhão nos setores de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, o que representará um aumento de 27,8% em relação aos recursos aplicados em 2017. Do montante total, R$ 630 milhões serão destinados a melhorias e ampliação das redes de distribuição nos estados de São Paulo e Espírito Santo.
“Vamos aumentar nosso investimento total de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,4 bilhão em 2018”, disse o CEO da companhia Miguel Setas, em coletiva de impensa em São Paulo, nesta quarta-feira, 28 de fevereiro.
O investimento de R$ 630 milhões previstos exclusivamente para o segmento de distribuição representará um aumento de 11% em relação a 2017. “Globalmente investimos R$ 1 bilhão em distribuição no ciclo 2013/2015. No ciclo seguinte, 2016/2018, temos um plano de investir R$ 1,7 bilhão, aumento de 70% no capex da distribuição”, detalhou Setas.
Os investimentos no segmento de distribuição tem refletido diretamente na melhora da qualidade do serviço prestado pelas distribuidoras do grupo. Neste ano, a empresa estará mais voltada para os projetos de transmissão de energia elétrica recentemente conquistados.
Henrique Freire, CFO da EDP, destacou que a empresa está com um nível de alavancagem baixo, de 2x a dívida líquida sobre Ebitda (resultado operacional). “Temos ainda muito espaço em termos de dívida, estamos muito confortáveis”, disse.


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