quarta-feira, 31 de maio de 2017

Chuvas vão dar alívio na conta de luz por meses, dizem analistas -

Um grande e inesperado volume de chuvas na região das hidrelétricas do Sudeste e do Sul nas últimas duas semanas mudou drasticamente o cenário de preços da eletricidade, que caíram fortemente e agora sinalizam para bandeira verde ou amarela nas contas de luz nos próximos meses, disseram especialistas à Reuters. A perspectiva deve representar alívio para consumidores e outros agentes do mercado de energia, uma vez que até o início deste mês havia projeções de que as contas de luz poderiam seguir até novembro em bandeira tarifária vermelha, que eleva os custos da energia para sinalizar uma oferta mais escassa.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou na sexta (26) que junho terá bandeira tarifária verde nas tarifas de eletricidade, ante bandeira vermelha em maio e abril e amarela em março. “A bandeira deve ficar entre verde e amarela [até o fim do ano]… não acredito que volte a vermelha a não ser que tenhamos estiagem em agosto,o que ainda não vemos”, disse o diretor da comercializadora Ecom Energia, Paulo Toledo.
Segundo os operadores de mercado, uma volta da bandeira vermelha só ocorreria se houvesse um período mais  prolongado de chuvas fracas, o que ainda não está no radar dos serviços meteorológicos. As regiões das hidrelétricas deverão atingir cerca de 111% da média histórica de junho no Sudeste e 147% no Sul, projetou o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) em relatório semanal na sexta-feira (26).

Fonte:  Folha de São Paulo (Reuters)

Leia mais em: http://www.abradee.com.br/imprensa/noticias/3437-chuvas-vao-dar-alivio-na-conta-de-luz-por-meses-dizem-analistas-folha-de-sao-paulo-reuters

terça-feira, 30 de maio de 2017

Empregos no setor renovável dobrou nos últimos cinco anos e energia solar tem destaque

As energias renováveis empregavam mais de 9,8 milhões de pessoas em 2016, segundo o mais recente relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA). Energia Renovável e Emprego – Revisão Anual 2017 acaba de ser divulgado na 13ª reunião do Conselho da IRENA e traz os dados mais recentes sobre empregos e análises sobre os fatores que afetam o mercado de trabalho em energias renováveis.
“A queda dos custos e políticas facilitadoras têm impulsionado o investimento e, por consequência, os empregos em energias renováveis ​​em todo o mundo desde a primeira avaliação anual da IRENA em 2012, quando pouco mais de cinco milhões de pessoas trabalhavam no setor”, destaca Adnan Z. Amin, Diretor Geral da IRENA. “Nos últimos quatro anos, por exemplo, o número de empregos nos setores solar e eólico mais do que dobrou. As energias renováveis ​​estão apoiando diretamente objetivos socioeconômicos mais amplos, com a geração de empregos cada vez mais reconhecida como um componente central da transição energética global. À medida que a balança continua a pender em favor das energias renováveis, esperamos que o número de pessoas trabalhando no setor de energias renováveis ​​possa chegar a 24 milhões até 2030, mais do que compensando as perdas de postos de trabalho com combustíveis fósseis e se tornando um grande motor de desenvolvimento econômico em todo o mundo”, acrescentou.
O relatório mostra que as energias renováveis empregavam 8,3 milhões de trabalhadores em todo o  mundo em 2016, excluindo-se grandes hidrelétricas.  Se contabilizarmos os empregos diretos gerados por estas, o número total de empregos em energias renováveis no mundo sobe para 9,8 milhões. A  maior parte dos empregos se concentra na China, no Brasil, nos Estados Unidos, na Índia, no Japão e na Alemanha. Na China, por exemplo, 3,64 milhões de pessoas trabalharam em energias renováveis ​​em 2016, um aumento de 3,4% em relação ao ano anterior.
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O relatório da IRENA mostra ainda que, nesse setor, a energia solar fotovoltaica (PV) foi a maior empregadora em 2016, com 3,1 milhões de empregos – 12% a mais em relação a 2015 – principalmente na China, Estados Unidos e Índia. Nos Estados Unidos, os empregos na indústria solar aumentaram 17 vezes mais rápido do que a economia como um todo, crescendo 24,5% em relação ao ano anterior para mais de 260 mil. As novas instalações eólicas contribuíram para um aumento de 7% no emprego eólico global, que alcançou a marca de 1,2 milhão de postos de trabalho. O Brasil, a China, os Estados Unidos e a Índia também se revelaram mercados-chave de bioenergia, com os biocombustíveis respondendo por 1,7 milhão de empregos, a biomassa por 700 mil e o biogás 300 mil.
“Ao incluir dados de grandes hidrelétricas, este ano a IRENA traçou um quadro mais completo sobre os empregos no setor das energias renováveis. É importante reconhecer esses 1,5 milhão de trabalhadores, pois eles representam a maior tecnologia de energia renovável por capacidade instalada “, disse a Dra. Rabia Ferroukhi, Chefe da Unidade de Política da IRENA e Diretora Adjunta de Conhecimento, Política e Finanças.
O relatório também informa que, globalmente, 62% dos postos de trabalho em renováveis estão localizados na Ásia. Empregos em instalação e manufatura continuam a migrar para aquela região, especialmente para Malásia e Tailândia, que se tornaram centro mundial de fabricação de energia solar fotovoltaica.

Leia mais em: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2017/05/empregos-setor-renovavel-dobrou-nos-ultimos-cinco-anos-e-energia-solar-tem-destaque/31818

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Aneel anuncia fim de taxa extra na conta de energia em junho



As contas de luz terão bandeira verde no mês de junho. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (26), pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com a bandeira verde, a tarifa de energia deixa de ter cobrança adicional no mês que vem.

O sistema de bandeiras é atualizado mensalmente pelo órgão regulador, que avalia a situação dos reservatórios em todo o País para tomar uma decisão. O aumento das chuvas em maio levou a uma recuperação dos reservatórios das hidrelétricas, contribuindo para a redução do custo da energia. A diminuição do consumo também contribuiu para a decisão.

De acordo com a Aneel, o custo da usina termelétrica mais cara a ser acionada no mês que vem será de R$ 155,85 por megawatt-hora (MWh). A bandeira verde é acionada quando a energia fica abaixo de R$ 211,28 por MWh.

Nos meses de abril e maio, vigorou a bandeira vermelha, em seu primeiro nível, o que adicionava uma taxa de R$ 3,00 a cada 100 quilowatt-hora consumidos.

Em março deste ano, foi acionada a bandeira amarela, com taxa de R$ 2,00 a cada 100 kWh. Em janeiro e fevereiro deste ano, vigorou a bandeira verde.



Leia mais em: http://www.folhavitoria.com.br/economia/noticia/2017/05/aneel-anuncia-fim-de-taxa-extra-na-conta-de-energia-em-junho.html

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Energia solar e eólica recebem duas vezes mais financiamento do que combustíveis fósseis



As energias eólica e solar estão prestes a se tornarem invencíveis, a produção de gás natural e petróleo está se aproximando do pico e os carros elétricos e baterias para as redes de eletricidade esperam o momento de assumir o controle. Este é o mundo que Donald Trump herdou como presidente dos EUA. E ainda assim o plano energético dele é eliminar restrições para ressuscitar um setor que nunca voltará: o de carvão.

As instalações de energia limpa quebraram novos recordes em todo o mundo em 2016 e as energias eólica e solar estão recebendo duas vezes mais financiamento que os combustíveis fósseis, segundo novas informações divulgadas pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF). Isso se deve em grande parte ao fato de os preços continuarem caindo. A energia solar está se tornando, pela primeira vez, a forma mais barata de gerar eletricidade nova no mundo.

Mas com os planos de desregulamentação de Trump, o que “vamos ver é a era da abundância — turbinada”, disse o fundador da BNEF, Michael Liebreich, durante apresentação em Nova York. “É uma boa notícia economicamente, mas há um pequeno senão: o clima.”

Queda nos custos

Os subsídios governamentais têm ajudado as energias eólica e solar a garantirem presença nos mercados globais de energia, mas as economias de escala são o verdadeiro motor por trás da queda dos preços. As energias eólica e solar não subsidiadas estão começando a ganhar a concorrência contra o carvão e o gás natural em um grupo cada vez maior de países.

Os EUA podem não liderar o mundo em energias renováveis enquanto porcentagem da produção de sua rede, mas vários estados estão superando as expectativas.

As energias eólica e solar decolaram — a tal ponto que as operadoras de rede da Califórnia estão enfrentando alguns dos mesmos desafios de regular as oscilações das energias renováveis de alta densidade que têm afetado a revolução energética da Alemanha. A expansão nos EUA não é a primeira, mas tem sido notável.

A demanda por eletricidade nos EUA vem caindo, em grande parte devido à eficiência energética maior em tudo, de lâmpadas e TVs à indústria pesada. Em um ambiente como esse, o combustível mais caro perde, e este perdedor, cada vez mais, tem sido o carvão.

Com a entrada das energias renováveis na matriz, até mesmo as usinas de combustíveis fósseis que ainda estão em operação estão sendo usadas com menor frequência. Quando o vento está soprando e o sol está brilhando, o custo marginal dessa eletricidade é essencialmente gratuito, e energia gratuita sempre ganha. Isso significa também lucros menores para usinas de energia baseadas na queima de combustível.

A má notícia para as produtoras de carvão fica ainda pior. Os equipamentos de mineração dos EUA se tornaram maiores, melhores e muito mais eficientes. Talvez o que mais afeta os empregos na indústria do carvão sejam os equipamentos de mineração melhores. O estado da Califórnia atualmente emprega mais gente na indústria de energia solar do que a indústria do carvão em todo o país.

Fonte: Bloomberg
Leia mais em: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2017/05/energia-solar-e-eolica-recebem-duas-vezes-mais-financiamento-que-combustiveis-fosseis/31792

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Na Suíça, referendo visa aumentar uso de energias renováveis e proibir novas usinas nucleares



Os suíços aprovaram em referendo, por 58,2% dos votos, a chamada Estratégia 2050, que visa a reduzir o consumo de energia, aumentar a eficiência energética, promover as energias renováveis e proibir a construção de novas usinas nucleares. A informação é da Agência EFE.

Apenas quatro regiões, Argóvia, Glarus, Obwalden e Schwyz, rejeitaram a nova lei, na qual o governo da Suíça começou a trabalhar após o acidente nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011, para deixar a era atômica para trás e estabelecer as bases de um ambicioso projeto de transformação energética na Europa.

A Suíça conta com cinco centrais nucleares, que serão desativadas assim que for cumprida sua vida útil, daqui a 20 ou 30 anos.

Um terço da energia produzida pelo país é de origem nuclear, 60% procedem de usinas hidrelétricas e o resto de usinas termelétricas e de várias fontes de energia renovável.

Considerando que, com a nova lei, a Suíça não poderá contar no futuro com um terço da energia que produz atualmente, a Estratégia 2050 estabelece uma redução do consumo de energia e eletricidade.

Em média, cada pessoa deve diminuir o consumo energético em 16% até 2020 e em 43% até 2035, em comparação com o ano 2000, e o de eletricidade em 3% e 13%, respectivamente.

Para compensar esaa redução, a Suíça pretende aumentar a produção de energia por meio de recursos renováveis como solar, eólica e geotérmica, biomassa e o biogás.

O financiamento do estímulo às energias renováveis será bancado por aumento na conta de luz de residências e empresas. A estimativa para uma família de quatro pessoas e com um consumo médio é de um aumento de 40 francos (cerca de R$ 130).

Os opositores da iniciativa, entre eles alguns partidos políticos, alegam que os custos serão muito maiores e que o governo “omite” as despesas reais. Eles afirmam que a lei custará, nos próximos 30 anos, 200 bilhões de francos (R$ 668 bilhões), o que representa anualmente para uma família com quatro pessoas aumento de 3.200 francos (R$ 10.690) em impostos e despesas.

Eles também argumentam que a exigência de reduzir quase à metade o consumo energético nos próximos 18 anos requer “medidas drásticas” aos suiços, com instalações novas nas residências e com mais burocracia e proibições. Destacam que a lei provocará perdas de postos de trabalho e de conforto, sobretudo no turismo, no comércio varejista e nos setores manufatureiros, e que as instalações eólicas e fotovoltaicas adicionais “desfigurariam” a paisagem.

Leia mais em: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2017/05/na-suica-referendo-visa-aumentar-uso-de-energias-renovaveis-e-proibir-novas-usinas-nucleares/31768

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Reformas no setor elétrico animam agentes do mercado livre de energia



Empresários do mercado livre de energia estão empolgados com a elaboração da medida provisória (MP) com reformas no setor elétrico. Isso porque a MP altera pontos importantes do setor elétrico.

Além da liberação do mercado livre para todos com demanda superior a 0,5 megawatts (MW), a medida deve autorizar a Eletrobras a vender a energia de Itaipu pelos preços que considerar conveniente depois do fim da atual concessão, em 2023.

O possível fim do sistema de cotas de garantia física e potência, também é um ponto aguardado com ansiedade pelos agentes do mercado livre de energia. Na “descotização”, as geradoras poderão vender a energia das cotas em contratos no mercado livre ou para comercializadoras, numa espécie de “mercado secundário” para essa energia.

Segundo Reginaldo Medeiros, presidente executivo da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel), “o único ‘porém’ é que entendemos que seria possível avançar mais no que diz respeito à abertura do mercado, com a adoção de um regime escalonado ao longo do tempo para que todos os consumidores, mesmo os de baixa tensão, pudessem optar pelo segmento livre”, afirmou.

Leia mais em: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2017/05/reformas-setor-eletrico-animam-agentes-mercado-livre-de-energia/31766

terça-feira, 23 de maio de 2017

Energias renováveis são responsáveis por 90% da expansão da capacidade instalada do Brasil



O Brasil atingiu o montante de 150,4 GW de capacidade instalada de geração em 2016, com uma expansão de 9,5 GW sobre o ano de 2015. Do total da expansão, 90% foram de energias renováveis, que continuam em destaque no País. Os dados são do Boletim de Capacidade Instalada de Geração Elétrica – Brasil e Mundo 2016, do Ministério de Minas e Energia.

Entre as fontes que mais se destacam no total da capacidade instalada, está a hidráulica, com proporção de 64,5%, seguida da biomassa, que deteve 9,3%. Considerando a importação, a oferta total de potência atingiu 156,3 GW em 2016.

Assim, 80,6% da capacidade instalada total do Brasil são de renováveis, enquanto que no mundo o indicador é de apenas 33%, num universo próximo de 6.450 GW.

Dados do boletim também mostram que a expansão prevista para os próximos três anos, no Brasil, soma 18,6 GW, com destaque para a participação das usinas solares e eólicas.

Fonte: Ministério de Minas e Energia



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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Consumo nacional de energia cai 0,3% em maio

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou neste quinta-feira, 18, um balanço sobre o consumo e a geração de energia do país considerando dados coletados entre os dias 1º e 16 de maio. O consumo no Sistema Interligado Nacional somou 58.407 MW médios, índice 0,3% abaixo do consumo registrado no mesmo período de 2016.
Segundo a CCEE, houve queda de 5,3% no Ambiente de Contratação Regulado (ACR), variação impactada pelo movimento de migração de consumidores para o mercado livre. Sem o efeito das migrações, o consumo seria 1% superior ao mesmo período do ano passado.
No Ambiente de Contratação Livre (ACL), o consumo cresceu 14,8%, índice que já considera a adesão de novas cargas oriundas do mercado cativo. Caso esse movimento fosse desconsiderado, haveria queda de 4% no consumo.
Dentre os ramos da indústria avaliados pela CCEE, incluindo dados de autoprodutores, varejistas, consumidores livres e especiais, os maiores índices de aumento no consumo de energia no período pertencem aos segmentos de comércio (96,7%), serviços (81%) e telecomunicações (75%), números também influenciados pela migração dos consumidores para o mercado livre.
A geração de energia, por sua vez, não sofreu variação em maio. As usinas produziram 61.183 MW médios em maio, montante praticamente idêntico aos 61.159 MW médios produzidos em 2016. O índice incorpora a queda (-4,1%) na geração de usinas hidráulicas, incluindo as Pequenas Centrais Hidrelétricas, além do aumento na produção de usinas térmicas (+13,6%) e eólicas (+16%).
A CCEE também apresentou estimativa de que as usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) gerem, em maio, o equivalente a 75,2% de suas garantias físicas, ou 40.569 MW médios em energia elétrica. Para fins de repactuação do risco hidrológico, este percentual foi praticamente o mesmo, ou seja, de 75,1%.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

ENASE – Autoprodutores estudam forma de ampliar investimentos com eólicas



A Abiape, associação que reúne grandes empresas autoprodutoras de energia, trabalha junto à ABEEólica no sentido de apresentar uma proposta às suas associadas para a retomada dos investimentos para seu consumo. A ideia é a de oferecer um pacote eólico onde os fabricantes concederiam vantagens para esse segmento como preços com desconto. A meta é reverter o momento de quase paralisia que afeta o setor.

Segundo o vice presidente da entidade, Cristiano Abijaode, de um plano para dez anos dos associados (2010 a 2020) cuja a meta de investimentos era o de aplicar R$ 21 bilhões para construir 6 GW em nova capacidade de geração, apenas cerca de 15% saíram do papel, ou 911 MW, e todo esse valor em decorrência da parcela dos autoprodutores na UHE Belo Monte (PA, 11.233 MW).

Segundo o executivo, que participou do painel Geração e Transmissão, no segundo dia do Enase 2017, a fonte hídrica sempre foi o objetivo dessas empresas por sua característica de ser a fonte que assegura energia firme. Mas, destacou, com o modelo instituído em 2004 houve o veto à participação dessas empresas nos certames, um fator que não foi revertido posteriormente.

“Não entramos mais com as térmicas a carvão porque não conseguimos obter licença ambiental, para as térmicas a gás natural o preço é mais caro do que o combustível que é viabilizado para os empreendimentos em leilão do mercado regulado, então isso inviabilizou qualquer projeto”, relatou ele. “Não vamos desistir de UHEs, há espaço para todas as fontes, mas o futuro deverá ser por meio de eólicas”, destacou ele.

Uma questão a ser resolvida nesse ponto é a energia firme. Segundo os estudos que estão em fase adiantada, segundo ele, a adoção dessa fonte poderia ser realidade uma vez que os associados da Abiape possuem um portfólio de usinas que atenuam o impacto da geração variável. Contudo, ainda não está claro como seria o arranjo societário que viabilize a construção desses parques. E ainda, obviamente, depende da disposição dos associados em investir em nova geração própria.

O segmento de autoprodução possui atualmente 7.400 MW em operação 753 MW em construção. Em 2010 eram responsáveis por 6,4% da capacidade instalada e hoje esse montante está em pouco mais de 5%.



leia mais em: https://novo.canalenergia.com.br/noticias/52991946/enase-autoprodutores-estudam-forma-de-ampliar-investimentos-com-eolicas

quinta-feira, 18 de maio de 2017

E agora, Brasil? Incentivo para gerar a sua própria energia

O governo planeja incentivar a criação de linhas de financiamento para estimular o desenvolvimento da geração de energia distribuída, a que é feita pelo próprio consumidor por meio de painéis solares. O comércio, um dos principais interessados no assunto, se queixa da falta de crédito disponível para investimentos nesta área. Integrante do Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Olga Côrtes Simbalista destacou o impacto que esta forma de gerar energia pode ter para o setor:

— No setor comercial, um dos grandes temas é a geração distribuída por painéis solares. A geração distribuída é a primeira grande revolução do setor elétrico em mais de cem anos.

A geração distribuída poderia aumentar ainda mais a fatia de energia limpa na matriz elétrica. Atualmente, o país conta com 75,5% de energia hidrelétrica e 2,74% de energia eólica.

Olga destacou durante o evento que a tecnologia está avançando de uma forma mais acelerada que a da energia eólica. E, segundo a executiva, o empresário tem vocação para entrar nesse segmento.

— Mas, nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, nós não temos a disponibilidade de linhas de crédito como as do Banco do Nordeste, que oferece condições completamente diferentes, com taxas de juros baixas. A garantia do financiamento é o próprio equipamento a ser comprado, e a amortização é feita com a produção de energia de três anos a quatro anos — destacou Olga.

De acordo com a executiva, o BNDES tem linhas de financiamentos, mas apenas para projetos com valor acima de R$ 5 milhões:

— O BNDES tem o dinheiro parado. Nós precisamos dar capilaridade a esse investimento para o pequeno empresário. O BNDES, através de agentes estaduais ou da própria Caixa Econômica Federal, pode fazer com que esse aproveitamento seja mais efetivo e venha a beneficiar em particular o segmento comercial.

NEGOCIAÇÃO COM A CAIXA

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse concordar com a representante da CNC e que essa “pressão” do setor do comércio ajuda desenvolver ainda mais o segmento de geração distribuída:

— A geração distribuída tem um potencial muito maior. Ainda não conseguimos as taxas que gostaríamos de ter com a Caixa. Estamos conversando ainda, mas acredito que a gente possa conseguir essa capilaridade e obter taxas melhores.

David Zylbersztajn, ex-diretor geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), disse que a cidade de Boston, nos Estados Unidos, está inventariando todos os telhados para avaliar o potencial de instalação de painéis solares para geração própria de energia.

— Em São Paulo, quase todos os prédios do Centro têm gerador a diesel. É uma poluição monumental que não é captada e que não precisa de autorização. De outro lado, tem cogeração a gás natural, que precisa de muita autorização. No solar você é cobrado ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) quando na realidade você precisava ser estimulado — destacou Zylbersztajn.

LONGO CAMINHO PARA ATRAIR INVESTIMENTOS

Na tentativa de atrair investimentos privados para o setor de petróleo e gás, o governo vem fazendo uma série de mudanças na legislação. Do poço ao posto, vem buscando alternativas para que o petróleo ajude no desenvolvimento da economia, que ainda dá poucos sinais de uma retomada vigorosa.

Primeiro, atendeu ao pleito da indústria e da Petrobras, e alterou o regime de partilha. Com as mudanças, liberou a Petrobras de ser a operadora única dos campos do pré-sal e desobrigou a companhia de ser acionista de todos as áreas com uma participação de ao menos 30%.

Depois foi a vez de alterar as regras do conteúdo local. De olho nas petroleiras internacionais, flexibilizou as regras e baixou pela metade os índices de obrigatoriedade de contratação nacional. Acabou ainda com uma lista de dezenas de itens que deveriam seguir os índices estipulados pelo governo e criou grupos que englobam essas atividades, como exploração e produção. Um dos objetivos é acabar com a fila de empresas que entram com pedido de waiver, uma licença concedida pela ANP que permite o descumprimento do percentual de conteúdo local previsto em contrato.

Além disso, o governo elaborou um cronograma de longo prazo dos leilões de petróleo para dar previsibilidade às empresas.

Já para a 14ª Rodada de leilões de áreas, que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) vai realizar em setembro, o governo decidiu reduzir o valor dos royalties tanto para novas fronteiras ainda inexploradas como para bacias terrestres já bem conhecidas. Já campos terrestres de áreas maduras poderão ficar em leilão permanente, ou seja, se houver algum interessado não precisará esperar pelo novo leilão no ano seguinte.

Leia mais em: https://oglobo.globo.com/economia/petroleo-e-energia/e-agora-brasil-incentivo-para-gerar-sua-propria-energia-21355438

quarta-feira, 17 de maio de 2017

solução depende de revisão do modelo

Com uma perspectiva diferente dos segmentos que consideram inevitável a adoção de medidas imediatas para solucionar os impasses que travam o funcionamento do mercado, os comercializadores de energia elétrica acreditam que “não há solução definitiva para os principais problemas de curto prazo sem uma revisão do modelo comercial do setor elétrico.” O desafio, na visão do presidente executivo da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia, Reginaldo Medeiros, é interno, pois significa “trazer para realidade quem ainda reluta em promover mudanças no setor e valoriza a micro agenda quase pessoal.”
A Abraceel defende o aprofundamento das discussões sobre o modelo, e pretende apresentar um estudo independente durante o Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico para servir como ponto de partida do debate. O Enase promovido anualmente pelo Grupo CanalEnergia, em parceria com 20 associações empresariais, acontece nesta quarta e quinta-feiras (17 e 18 de maio), no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro.
Na visão do executivo, é necessário promover gradualmente a abertura total do mercado, para permitir ao consumidor a livre escolha do fornecedor de energia; acabar com a obrigatoriedade da venda de energia de Itaipu em cotas para as distribuidoras a partir de 2023 e extinguir já o sistema de cotas prevista na Lei 12.783 para as usinas hidrelétricas com concessões renovadas. Outros pontos defendidos pela Abraceel são a separação entre tarifa de energia e tarifa-fio e entre energia e lastro; a reavaliação dos subsídios aplicados às fontes incentivadas de geração; o fim da obrigatoriedade de consumidores livres serem agentes da CCEE e a alteração do modelo de formação de preços.Uma questão urgente, na visão dos comercializadores, é o fim da regra que permite a republicação do Preço de Liquidação das Diferenças. Veja a entrevista de Medeiros à Agência CanalEnergia:
Agência CanalEnergia:  Havia expectativa entre os agentes de mercado quanto a uma discussão mais ampla sobre a revisão do atual modelo setorial. Essa discussão necessariamente vai ter que acontecer?
Reginaldo Medeiros: Nos últimos três encontros Enase, apresentei, de forma provocativa, exatamente esse alerta, ou seja: os agentes do setor precisavam sair urgentemente do blábláblá e do mimimi e partir para a ação, pressionando as autoridades para rever o modelo comercial do setor elétrico, em uma época em que o Governo alijava do acesso ao poder quem falasse em mudanças no setor. Hoje, como nunca, o Brasil precisa de um setor elétrico eficiente, com preços justos, credibilidade, robustez, não retroatividade, transparência das regras e que se coloque um fim à insana judicialização setorial. Entretanto, parte significativa dos segmentos do setor elétrico continua dizendo para o Brasil a mesma coisa de sempre: “tenho mais um custo urgente para repassar ao consumidor”, ou “precisamos de um leilão salvacionista e, por esta razão, não é prudente mudarmos o modelo comercial agora, pois as prioridades são outras”.  É este o desafio: trazer para realidade quem ainda reluta em promover mudanças no setor e valoriza a micro agenda quase pessoal.
Para nós, da Abraceel, o momento de transformação por que passa o País é a oportunidade de se alterar o marco legal e regulatório que disciplina o atual modelo comercial do setor, fruto de uma visão estatizante e direcionista, que sabidamente demanda uma revisão, no sentido de estimular a competição e promover a eficiência e inovação, de forma a reduzir os riscos, as incertezas e os custos operacionais e comerciais das empresas nele atuantes. Tudo isso resultará, sem dúvida, em benefício ao consumidor final.
Neste ano, não nos limitamos apenas em apresentar propostas, fruto do debate entre nossos associados. Com efeito, por entender que a reformulação do modelo comercial deva ocorrer de forma sustentável, de modo a atrair novos investimentos e não gerar efeitos indesejados sobre o equilíbrio dos diversos elos do setor, julgamos essencial o aprofundamento da discussão sobre o assunto, razão pela qual a Associação contratou estudo sobre a ampliação do mercado livre de energia elétrica, objeto, aliás, da Consulta Pública MME 21/2016, elaborado pela consultoria PSR. É este estudo independente que apresentaremos no Enase como ponto de partida para um debate indispensável e, claro, qualficado e de alto nível para mudarmos o setor elétrico.
Agência CanalEnergia: Quais são os temas mais urgentes para resolver os impasses que têm travado o pleno funcionamento do setor, na visão dos comercializadores?
Reginaldo Medeiros: Além da judicialização, que na nossa visão só será resolvida com a revisão do modelo comercial do setor e a aceitação por todos do novo contexto de mercado, é necessário por fim à regra da Aneel que permite a recorrente republicação do PLD, uma vez que tal possibilidade não se coaduna com a operação de um mercado maduro, pois afeta negócios já concluídos, provoca forte especulação dos agentes a cada troca de cartas entre o ONS, ANEEL e CCEE, e não resolve o problema da “descoberta” sucessiva de erros, que não resultam em outro efeito que não o comercial. Não custa repetir, a regra não tem feito com que os erros diminuam, apenas causa confusão, prejuízos, ganhos que não estavam precificados, embutindo a precificação de riscos desnecessários que só oneram o preço para o consumidor.
Agência CanalEnergia:  O que pode ser feito de imediato, e o que seriam medidas de longo prazo?
Reginaldo Medeiros: Temos uma visão distinta do sentido da pergunta: não há solução definitiva para os principais problemas de curto prazo sem uma revisão do modelo comercial do setor elétrico. Na nossa visão precisamos promover:
• Abertura total do mercado, mediante supressão dos limites constantes dos artigos 15 e 16 da Lei 9.074/1995, de forma que cada consumidor possa optar livremente de quem deseja contratar sua energia elétrica. Embora entendamos que tal abertura possa ser feita de imediato, via Decreto do Poder Concedente, e que essa medida, longe de causar um desequilíbrio significativo nos mercados de consumo das distribuidoras, poderia induzir o surgimento de soluções de repasse dos contratos chamados de “legados” e mesmo para viabilizar a comercialização varejista, reconhecemos que a adoção de uma estratégia mais conservadora, em que a abertura do mercado se dê na forma de um cronograma de liberalização progressivo.
Segundo tal proposição, o cronograma de abertura deverá observar os volumes de contratação do ACR para os próximos anos, as janelas de oportunidade para a ampliação do mercado e a realização de leilões de excedentes pelas distribuidoras. Observe-se que marco legal que permite o repasse de contratos da distribuidora já foi sancionado pela Lei 13.360/16. Assim, os montantes de energia elétrica contratados pelos agentes de distribuição que excederem a totalidade de seus mercados já podem ser negociados em leilões públicos, restando ao MME e/ou Aneel estabelecer disciplina para tanto, de forma a permitir a participação de todos os agentes.
Na mesma direção, entendemos que duas medidas adicionais são oportunas para adequar a carteira das distribuidoras ao cronograma de abertura do mercado, com destaque para: (a) Energia de Itaipu – propomos o fim da obrigatoriedade de comercialização da energia de Itaipu sob regime de cotas no ACR a partir de 2023, o que permitirá que tanto a parte brasileira quanto a paraguaia possa ser negociada livremente e (b) Cotas de garantia física e potência – propomos o fim do regime de cotas de garantia física e potência estabelecido pela Lei 12.783/13, fazendo que as cotas atuais possam ser liberadas ao mercado. No caso, o excedente financeiro desse repasse seja utilizado para minimizar ou eliminar uma eventual elevação de tarifas por meio do abatimento de encargos como a CDE. Tal providência, por certo, contribui para reduzir o atual cenário de sobrecontratação, e elimina a continuidade da assunção, pelos consumidores das distribuidoras, do chamado risco hidrológico, que, além de onerá-los, tem forte possibilidade de ser agravado, à medida que cresce a participação das outras renováveis na geração e reduz-se a reserva hídrica comparativamente ao aumento da carga. Na mesma direção, propomos que as concessões de geração de energia hidrelétrica com contrato de concessão vincendo e não prorrogável passem a ser objeto de licitação onerosa, nas modalidades leilão ou concorrência, com a energia podendo ser livremente negociada pelo concessionário.
• Separação das atividades de fio x energia das distribuidoras. Como consequência da possibilidade de os consumidores passarem a escolher o seu fornecedor de energia, presume-se que uma grande parte desses, hoje acertadamente alcunhados de “cativos”, opte por permanecer atendido pelo seu atual fornecedor – a distribuidora ao qual está conectado.
A Abraceel, coerentemente com sua bandeira de criação de um mercado totalmente livre, não defende a migração compulsória, mas sim a possibilidade de cada empresa e cidadão optar livremente pelo fornecedor da energia que consome. Assim, para suprir seu mercado consumidor, entende-se que a distribuidora deva, após o período de transição, possuir maior flexibilidade e responsabilidade na comercialização de energia, devendo haver separação integral dessa atividade da sua área operacional, a qual deve cuidar exclusivamente da expansão, operação e manutenção da rede de distribuição. Nessa condição, as concessionárias, as permissionárias e as autorizadas de serviço público de distribuição de energia elétrica do SIN garantiriam o atendimento ao seu mercado mediante contratação regulada, por meio de licitação, formalizada por meio dos contratos bilaterais com os vendedores, como se faz hoje, com os Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado – CCEAR. Observe-se que como consequência da abertura do mercado, não faz mais sentido a atual separação dos ambientes de contratação – regulado (ACR) e livre (ACL). Sugere-se, portanto, a alteração do marco legal (Lei 10.848/04 e Decretos regulamentares), de forma a eliminar tal distinção.
• Separação Lastro x Energia. Propõe-se a separação entre a contratação de lastro e energia, de forma a garantir o mecanismo indutor da expansão. Para tanto, deverá ser autorizada a realização de leilões específicos para contratação de capacidade de geração, com o objetivo de garantir que as necessidades de energia requeridas pelos consumidores sejam integralmente lastreadas por respaldo físico de geração. Os custos decorrentes da contratação de capacidade serão rateados entre todas as unidades consumidoras do SIN. A energia será comercializada ou consumida livremente pelos vencedores das licitações.
• Subsídios associados às fontes denominadas de incentivadas. A liberalização total do mercado elimina a distinção entre consumidor convencional e especial e separa claramente as atividades fio e energia. Nesse sentido, entende-se que devam ser reavaliados os atuais subsídios concedidos à geração e comercialização da chamada energia proveniente de fontes incentivadas, devendo a expansão ser direcionada via o mecanismo de contratação de capacidade, de forma competitiva.
• Consumidores como agentes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Propomos o fim da obrigatoriedade de os consumidores livres serem agentes da CCEE e manter apenas a opção de o consumidor, se assim o desejar, participar diretamente do mercado atacadista. Os demais ficariam modelados nas próprias distribuidoras ou em comercializadoras.
• Alteração do modelo de formação de preço do mercado de curto prazo. O modelo de despacho de usinas e a formação do preço da energia elétrica no mercado de curto prazo deverá permitir a introdução de sistemática de oferta de preços entre os agentes do mercado de energia elétrica, conforme regulamento, e obedecendo cronograma previamente estabelecido.
Agência CanalEnergia:  Teria que haver uma mudança de paradigma para que o modelo de negócios evolua e o setor possa, de fato, se modernizar?
Reginaldo Medeiros: O principal é obtermos pontos de consenso e apoiarmos o Ministério de Minas e Energia, que tem uma equipe liderada pelo ministro Fernando Coelho, extremamente capacitada e interessada em resolver os problemas do atual modelo comercial do setor elétrico. Tenho clareza que as circunstâncias políticas permitem alterações legais apenas em 2017, visto que no próximo ano, com as eleições, não teremos a oportunidade de promover as indispensáveis mudanças legais. Portanto, as diretrizes gerais devem constar na nova lei elétrica e a regulamentação pode ser debatida no próximo ano. Neste sentido, lembro que já há dois projetos de lei, na Câmara e no Senado, que promovem mudanças no modelo comercial do setor e estabelecem um cronograma de abertura de mercado para os próximos anos. Portanto, o quanto antes discutirmos as linhas gerais das mudanças necessárias no modelo comercial do setor, mais cedo poderemos aprovar as alterações legais para, na sequência, detalharmos as regulações.
Agência CanalEnergia:  Os avanços tecnológicos tenderão cada vez mais a influenciar a forma como o mercado de energia elétrica se organiza?
Reginaldo Medeiros: Historicamente, o arranjo comercial do setor e a regulação acompanharam o contexto tecnológico existente à sua época. Quando os sistemas eram isolados, as tarifas eram pelo custo do serviço e o Código de Águas era o marco regulatório maior do setor. Na época de ouro das estatais e com a interligação do sistema elétrico, a partir da inauguração da usina de Furnas e a decisão de construir Itaipu, criou-se uma gestão financeira e tarifária centralizada para o setor. Com o processo inconcluso de privatização, tomou-se a decisão de individualizar as tarifas novamente e a regulação por contratos passou a ser a tônica. Com a mudança do modelo setorial promovida no primeiro governo FHC, fruto das novas possibilidades de economia de escala e escopo no setor e redução dos custos de transação, criou-se a máxima: regulação quando necessário e competição onde possível. Agora, com os avanços tecnológicos que tem na geração distribuída e fontes renováveis o consumidor passa a ser o protagonista, sendo natural que haja um modelo comercial razoavelmente inteligente que descentralize as decisões de produção e consumo.
Agência CanalEnergia: Estamos muito atrás em relação à forma como os consumidores se relacionam com o mercado, comparados a outros países?  Como mudar isso?
Reginaldo Medeiros: Excetuando o caso chinês, que tem suas peculiaridades, a liberdade de escolha do consumidor é uma discussão do século passado nos mercados mais maduros. Dando o direito de escolha ao consumidor, promove-se a competição, a redução de preços, a criação de novos serviços, a eficiência na produção e no uso da eletricidade. Quanto mais tempo demorarmos nesse avanço, protelando a decisão, menor será a penetração das energias renováveis na nossa matriz elétrica com eficiência técnica e econômica, por exemplo.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Carlos Evangelista, da ABGD: É preciso fortalecer a capacitação da mão de obra no setor fotovoltaico

Feliz pelo crescente número de conexões de geração distribuída no Brasil, a Associação Brasileira de Geração Distribuída gostaria de números mais robustos pelo potencial que o país apresenta. Carlos Evangelista, presidente da associação, elege a capacitação da mão de obra com um dos maiores desafios no setor. "Atualmente há uma carência de profissionais no campo fotovoltaico", conta. Ele quer uma fiscalização mais efetiva da Aneel sobre os prazos para as distribuidoras efetuarem as conexões. A entrada de players tradicionais da distribuição nessa área é bem vista por Evangelista, mas ele alerta que informações privilegiadas que elas têm sobre o mercado podem acabar se transformando em uma espécie de concorrência desleal. "Temos que universalizar a Geração Distribuída e não a transformar em um privilégio para poucos", avisa.
Esses e outros temas estarão em debate na 14ª edição do Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico, que será realizado nos próximos dias 17 e 18 de maio no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro (RJ). O Enase é copromovido pelo Grupo CanalEnergia e 20 associações do setor.
Agência CanalEnergia: Como avalia a curva de crescimento das conexões de Geração Distribuída até o momento?
Carlos Evangelista: Apesar dessa curva refletir um mercado que está crescendo a taxas consideravelmente altas, ainda é pouco se compararmos ao potencial de 70 milhões de consumidores para geração distribuída no Brasil. Por exemplo, considerando que apenas no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, temos mais de 600 mil conexões e na Alemanha, próximo a 1,5 milhão conexões de GD, fica evidente que ainda temos um grande caminho pela frente.

Agência CanalEnergia: A GD ainda se ressente de mais divulgação para os consumidores?
Carlos Evangelista: Qualquer segmento de mercado sempre será catalisado com a divulgação de informações, em especial as que mostram as vantagens e as características positivas para os consumidores e sociedade como um todo. Com certeza, se houvessem mais investimentos em comunicação e marketing o mercado responderia com maior rapidez e haveria um número ainda maior de interessados querendo entrar em GD.

Agência CanalEnergia: O acesso ao financiamento ainda é o maior obstáculo para o desenvolvimento da GD no país?
Carlos Evangelista: Financiamento com fácil acesso e juros em patamares razoáveis - e não um dos mais altos do mundo, como é atualmente no Brasil - beneficiaria toda a economia do país e não apenas o setor de GD. Claro que seria excelente se contássemos com linhas de crédito especiais, com juros acessíveis, operacionalização rápida e pouca burocracia. Já ocorreram algumas iniciativas nesse sentido, no entanto, nenhuma que ainda tenha deslanchado e atingido todos os segmentos de GD. O ideal seria que pudéssemos financiar por pelo menos 10 anos, e que as prestações fossem menores que o valor monetário da energia economizada.

Agência CanalEnergia: O setor está conseguindo absorver a demanda por capacitação no segmento?
Carlos Evangelista: Esse é um dos principais pontos que a ABGD tem trabalhado: colaborar, fomentar e difundir a capacitação e treinamento para todos os profissionais do setor, assim como orientar os novos entrantes a procurarem cursos de formação especializados, e não cursinhos de informação, visando capacitar os profissionais para atenderem a demanda desse setor, com qualidade, segurança e rapidez. Atualmente há uma carência de profissionais no campo fotovoltaico.
 Isso nos levou a estabelecer acordos, parcerias e convênios, tanto com universidades e escolas técnicas privadas como também com entidades públicas, como IFE, CONIF, MEC, Senai, Centro Paula Souza, etc, para que criem ou ampliem seus cursos voltados para o profissional Fotovoltaico. Concomitantemente, lançamos o programa QualiFV visando certificar os profissionais do setor.

Agência CanalEnergia: Há algum aspecto da regulação que possa ser aprimorado para melhorar o panorama da GD?
Carlos Evangelista: Atualmente, uma das principais dificuldades nas conexões é a demora e burocracia por vezes exagerada nos procedimentos de conexão. As distribuidoras sempre têm um discurso positivo e colaborativo, mas na prática as solicitações quase sempre atrasam, ficam paradas ou acumulam atrasos totalmente desnecessários e por motivos alheios ao solicitante. Para chegarmos perto dos índices de eficiência e eficácia praticados em países da Europa e EUA teremos que simplificar, padronizar e “informatizar ” bastante esses processos, trabalhando sempre coordenados com projetistas e instaladores certificados.
Hoje, cada distribuidora tem sua própria cadência para efetivar a conexão em GD, de acordo com seus procedimentos internos, e nenhuma delas, salvo alguma rara exceção, já disponibiliza os procedimentos 100% eletrônicos, na internet, conforme manda a REN687/Aneel de 2015 em seu artigo 10º. Ela diz que a distribuidora deve disponibilizar, a partir de 1º/01/2017, sistema eletrônico que permita ao consumidor o envio da solicitação de acesso, de todos os documentos e o acompanhamento de cada etapa do processo. A data limite era primeiro de janeiro deste ano, nenhuma das 63 distribuidoras efetivou isso no prazo. E o que aconteceu com as que não cumpriram o determinado pela Aneel?  Absolutamente nada!

Agência CanalEnergia: Como vê a movimentação de grandes players do setor que começam a se voltar para área de serviços em energia, de olho no crescente número de conexões?
Carlos Evangelista: Acho excelente! As grandes empresas, com bom planejamento estratégico e com capacidade de investimento maior que a média do mercado, podem atender com qualidade o setor de GD nos seus mais diversos segmentos. Evidentemente que terão que se preparar! Não adianta apenas querer atuar no mercado no mercado sem conhecer as particularidades e especificidades do setor.
O que nos preocupa são empresas que por sua atividade “core”, tem fácil acesso a informações privilegiadas, como por exemplo, os fluxos de potência na rede, onde há carência de fornecimento de energia, quem são os clientes com tarifas diferenciadas, onde estão os melhores consumidores, etc, e utilizarem essas informações como vantagem competitiva. Isso seria uma prática predatória e desleal ao mercado. Temos que universalizar a Geração Distribuída e não a transformar em um privilégio para poucos.

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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Itaipu mantém 100% de fator de capacidade de operativa

Itaipu está sem abrir o vertedouro há seis meses, com isso, tem conseguido manter um fator de capacidade operativa de 100%. Ou seja, toda água que chega acima da barragem é usada para a geração de energia. Com isso, o índice total tem se mantido constante neste ano, sendo o melhor indicativo desde 2014, quando a capacidade operativa atingiu os 99,3%. Do início de 2017 até agora, foram gerados mais de 35 milhões MWh, uma das melhores marcas da história.
O diretor-geral brasileiro da usina, Luiz Fernando Vianna, enaltece que nem sempre as condições hidrológicas são favoráveis, por isso, em épocas como a atual, de poucas chuvas no Nordeste e no Sudeste brasileiro, é preciso estar atento e preparado para utilizar todo o potencial do Rio Paraná. "E isso Itaipu faz como poucos no mundo”, destaca o diretor. "Ao longo desses 33 anos de operação, a área técnica de Itaipu desenvolveu uma expertise sem precedentes para o melhor aproveitamento da água que chega ao reservatório", complementa.
 
Os 35 milhões de MWh gerados no ano seriam suficientes para atender ao consumo do Brasil por 26 dias e do Paraguai, por dois anos e meio. O Estado de São Paulo seria atendido por três meses e a cidade do Rio de Janeiro, por dois anos.
 
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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Fernando Zancan, da ABCM: Chegou o momento de definição do uso do carvão

Mesmo com a onda renovável da geração eólica e solar atraindo atenções e investimentos no setor elétrico brasileiro, o espaço para o carvão mineral ainda resiste e pode até crescer. É o que garante o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, Fernando Luiz Zancan, que defende a importância da fonte fóssil a partir de critérios técnicos, como a regularidade na operação; e econômicos, cuja competitividade do custo variável é vista como um ponto positivo. Nesta entrevista, ele lista ações implementadas no Brasil e no mundo visando a redução do impacto de emissão de gases poluentes e a melhoria das plantas existentes.
Zancan será um dos debatedores do 14º Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase), que acontece nos dias 17 e 18 de maio no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro. Organizado pelo Grupo CanalEnergia, o evento conta com a parceria de 20 associações do setor. Leia abaixo a entrevista concedida pelo executivo à Agência CanalEnergia.
Agência CanalEnergia: Quais os temas centrais que a ABCM levará para discussão no Enase 2017?
Fernando Luiz Zancan: O tema central que levaremos ao Enase é a necessidade da definição de uma política de uso do carvão para geração de energia elétrica no Brasil. Chegou o momento de definição. Os cenários de longo prazo mostram que haverá uma participação de termelétricas na garantia de segurança energética do Brasil. O sonho de ter 100% de usinas renováveis não é viável, visto a variabilidade das mesmas. Entre as térmicas, o carvão nacional tem o menor CVU e não sofre com a variabilidade de preço que o gás tem por ser baseado em preços internacionais. Enquanto as renováveis têm variabilidade na produção, o gás natural é variável, em especial o GNL importado, na questão preço. O outro ponto é a disponibilidade de combustível. O carvão está disponível no sul do Brasil a preços baixos e a cadeia de investimento do carvão tem menor custo que a cadeia do gás. O gás tem usos mais nobres que gerar energia elétrica, que se trata do uso industrial.
Agência CanalEnergia: Que espaço tem hoje o carvão mineral na expansão da capacidade de geração do setor elétrico?
Fernando Luiz Zancan: O carvão nacional hoje conta com 857 MW em Santa Catarina, 20 MW no Paraná, e 796 MW no Rio Grande do Sul. Está em construção para entrar em operação em janeiro de 2019 a Usina de Pampa, com 340 MW. Temos 1.440 MW de carvão importado no Ceará e Maranhão. Foi anunciado pela CGTEE que será desativado 446 MW na região de Candiota ainda nesse ano. Nesse momento não estamos falando de expansão, mas sim de substituição do parque existente, que está com 39 anos em média. Portanto, até 2027, teremos que substituir 1.300 MW, implantando um parque com tecnologias mais modernas. Quanto à expansão, com as reservas de carvão conhecidas, podemos implantar cerca de 10 GW no sul do Brasil. Esse projeto de substituição até 2027 permitirá a manutenção da indústria de fornecimento de combustível, deixando um parque de usinas moderno, competitivo e com menor impacto ambiental. A cadeia produtiva permitirá que a expansão possa ocorrer de forma competitiva.
Agência CanalEnergia: A questão ambiental ainda é o principal entrave para o carvão mineral na área de energia elétrica?
Fernando Luiz Zancan: A questão ambiental é entrave para todas as formas de energia. O carvão tem o estigma, desde a revolução industrial na Inglaterra, de ser poluidor. Contudo, com o desenvolvimento das tecnologias que reduziram seu impacto ambiental, ele permaneceu na base da geração de energia elétrica, sendo 41% da geração de energia elétrica mundial. A famosa chuva ácida foi resolvida. Nos EUA, as emissões de NOx, SOx e particulados foram reduzidas de 82% a 96%, enquanto o consumo de carvão cresceu 146% nos últimos 40 anos. Hoje temos plantas a carvão que têm emissões menores que plantas a gás natural. O ponto que está sendo mais citado hoje são as emissões de CO2. O carvão é estigmatizado pelos seus concorrentes por ter mais emissões por kWh na chaminé. Mas se olharmos a cadeia de produção toda, há situações em que a cadeia do gás natural (produção, vazamentos, etc) gera mais gases de efeito estufa do que o carvão.
Agência CanalEnergia: Quais as ações implementadas no mercado internacional para conter esse problema?
Fernando Luiz Zancan: A indústria do carvão não está parada no desenvolvimento de novas tecnologias de aumento de eficiência, visando a redução de CO2/KWH. Hoje, no Japão, país do Protocolo de Kyoto, estão em construção usinas com tecnologias ultra supercrítica, com eficiências de 45%. Isso reduzirá em cerca de 30% o CO2 em comparação com usinas subcríticas. Por outro lado, as tecnologias de segunda geração de gasificação, como a aplicada no Projeto Kemper, no Mississipi, inaugurada em fevereiro passado com 582 MWe, apresentando emissões de SOX, Nox e particulados quase nulas, tornando uma usina mais limpa que qualquer uma a gás natural. A Captura de CO2 – CCS, pós combustão, é uma realidade em projetos como Boundary Dam (Canadá) e Petra Nova (USA). Para enfrentar definitivamente as questões de mudanças climáticas ora presentes, os combustíveis fósseis como carvão, gás e óleo precisam incentivar e aplicar o CCS.
Agência CanalEnergia: E no Brasil?
Fernando Luiz Zancan: No Brasil, no Centro Tecnológico de Carvão Limpo, em Criciúma (SC), estamos implantando uma planta piloto de CCS com apoio do Departamento de Energia do USA. O projeto contará com recursos de R$ 10 milhões da Fapesp e do P&D da Aneel para desenvolver tecnologia que usa a cinza do carvão para capturar o CO2.  Esperamos cerca de oito anos de desenvolvimento para implantar uma planta de demonstração. Na medida em que novos projetos de CCS sejam implantados no mundo, a curva de aprendizagem deverá trazer os seus custos para baixo. Isso está ocorrendo com as tecnologias eólica e solar. A vantagem do CCS é a viabilização ambiental das tecnologias despacháveis com baixo carbono.   
Agência CanalEnergia: Como inverter a tendência de queda do uso do carvão para geração de eletricidade, especificamente no Brasil?
Fernando Luiz Zancan: Alguns estudos mostram a queda em percentual do uso global, mas isso depende de qual região no planeta. Em nível global, a Agência Internacional de Energia prevê, para 2040, que em TWh o carvão deverá crescer 11%, mas sua participação percentual irá cair dos 41% para 28% na matriz. Na Ásia, por exemplo, 69% da energia elétrica hoje vem do carvão, faixa que irá aumentar para 77% em 2040. Na China, o carvão decresce em percentual de 73% para 43%, mas aumenta 43% na geração. No sudeste asiático, onde a cadeia do gás natural tem um investimento seis vezes superior ao investimento da cadeia do carvão, a participação subirá de 32% para 50%. Como prova disso, o investimento em carvão foi de U$ 65 bilhões e U$ 11 bilhões para o gás natural em 2015. Já no Japão há um plano de construir 17 novas unidades visando manter 26% de carvão na sua matriz. Na Europa existem países que estão desativando as usinas a carvão, como o Reino Unido, mas outros, como a Polônia, manterão seu parque a carvão com um processo de modernização.
Agência CanalEnergia: Como o surgimento de novas tecnologias pode viabilizar a geração de eletricidade com carvão mineral?
Fernando Luiz Zancan: A melhor eficiência das plantas a carvão é viabilizada pelo aumento de temperatura e pressão nas caldeiras, via uso de ações especiais e novos desenhos. Em 2010 já estavam disponíveis as tecnologias ultra supercríticas com 45%, sendo 10 pontos percentuais em relação as plantas subcríticas – caso das usinas de Candiota III e Jorge Lacerda C. Para cada ponto de eficiência, temos uma redução de 2% a 3% de emissões de gases de efeito estufa. Hoje as tecnologias denominadas de Alta Eficiência e Baixas Emissões (HELE) estão disponíveis em usinas de 1.000 MW de forma competitiva e preconizam as tecnologias de Captura de CO2 – CCS, que incluem pós-combustão e pré-combustão (gasificação). Espera-se que, em 2020, tenhamos eficiências de 50%, alcançando uma emissão de 670g CO2/Kwh, número menor que as de plantas de ciclo aberto de gás natural. Caso haja apoio político internacional, havendo uma paridade de investimento em P&D+D a nível mundial, teremos a curva de aprendizado e a redução de custo do CCS. Hoje o investimento em energias limpas é 125% maior que o investimento em CCS.
Agência CanalEnergia: Como está o investimento na redução do impacto com emissões de gases poluentes das usinas brasileiras a carvão?
Fernando Luiz Zancan: As empresas geradoras de carvão no Brasil estão investindo em aumento eficiência. No Paraná, a Copel está trocando a caldeira e com isso aumentará em 78% a eficiência, reduzindo em cerca de 35% as emissões de GEE. A Usina Figueira passa por processo de modernização e que deverá voltar a operar em 2018. No Complexo Jorge Lacerda, em Santa Catarina, está previsto um investimento total de R$ 338 milhões até 2018, visando aumentar a eficiência de 30,5% para 33,7%. A aplicação desses recursos melhora a questão ambiental como um todo, mas, para um salto maior, será necessário viabilizar um programa de modernização, substituindo as usinas mais velhas por usinas novas. Aí teríamos um aumento de 29% para 35% de eficiência em 2027.

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