Apesar do cenário recessivo e de uma retração de 6% nas suas vendas
no Brasil no primeiro trimestre deste ano, a Coca-Cola Company e suas
engarrafadoras investirão R$ 3,2 bilhões no país ao longo de 2017, um
incremento de 9,3% em relação à média dos últimos cinco anos.
Diante da diminuição da renda e, consequentemente, do consumo, a
companhia adotou no país uma estratégia de privilegiar embalagens
retornáveis (que permitem ao consumidor obter desconto a partir da
segunda aquisição do produto) e versões menores (e mais acessíveis) de
suas bebidas. "Estamos tentando manter preços que façam sentido para o
consumidor", disse ao Valor o presidente do Grupo América Latina da The Coca-Cola Company, Brian Smith.
A estratégia da empresa passa por compensar possíveis reduções nas
margens de lucro com ganhos de produtividade na operação brasileira -
cortes de custo e aumento de eficiência em processos. O esforço inclui
melhora de rotas de distribuição e no processo fabril. A multinacional
trabalha para ampliar a disponibilidade de seus produtos em embalagens
de menos de 250 ml. A meta é ter as chamadas minilatas e miniPETs em 70%
dos seus pontos de venda no Brasil até o fim dos Jogos Paralímpicos, em
setembro. Atualmente, este percentual está em 63%.
"Ainda que num contexto difícil, vamos continuar investindo para
estar numa posição favorável quando a economia se recuperar", disse
Smith. A Coca-Cola também se valeu, em todo o mundo, a partir de 2014,
de ganhos de produtividade para gerar recursos que foram reinvestidos em
suas marcas, com destaque para a centenária Coca-Cola e todas as suas
variedades. A companhia tenta fazer frente a demandas da sociedade
relacionadas à saúde, como a redução de açúcar e o consumo de porções
menores de bebidas e alimentos. Assim, lançou no Brasil, neste mês, a
Coca-Cola adoçada com stevia (adoçante natural) e 50% menos açúcar em
relação à versão tradicional.
Os R$ 3,2 bilhões a serem investidos no próximo ano no país serão
direcionados ao desenvolvimento de novas linhas de produtos, à
infraestrutura de produção e à cadeia de suprimentos, entre outras
finalidades. Para este ano está prevista a aplicação de R$ 2,9 bilhões
pela multinacional e suas engarrafadoras, encerrando um ciclo de
investimentos de R$ 14 bilhões no período entre 2012 e 2016.
O afastamento da presidente Dilma Rousseff, aprovado na semana
passada pelo Senado, não alterou os planos da empresa para o país, disse
Smith. Ele destacou que analisa o Brasil - seu quarto maior mercado -
dentro de uma perspectiva de longo prazo. "O Brasil passa por um momento
muito difícil. Estamos vendo não só uma queda no PIB [Produto Interno
Bruto], mas também da renda disponível ao consumidor", disse o
executivo.
Leia mais em: http://www.valor.com.br/empresas/4564357/coca-cola-preve-investir-r-32-bi
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