quinta-feira, 31 de março de 2016

BC projeta inflação de 6,6% em 2016 e de 4,9% em 2017

A inflação anual medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2016 em 6,6%, recuar para 4,9% em 2017 e chegar a 4,5% no primeiro trimestre de 2018. Essa é a trajetória da inflação no cenário de referência do Banco Central (BC), que considera a taxa básica de juros em 14,25% ao ano e câmbio de R$ 3,70 ao longo do período analisado.

As projeções constam do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que tem data de corte em 18 de março. A taxa de 6,6% é 0,4 ponto percentual acima daquela prevista para o mesmo período observada no documento anterior, de dezembro de 2015.

Para 2017, a projeção de 4,9% está levemente acima dos 4,8% apontados no relatório de dezembro. A queda é gradual, com inflação marcando 5,6% no primeiro trimestre do ano que vem, 5,2% no segundo e 5,2% no terceiro. Em dezembro, as projeções eram de 5,5%, 5,4% e 5,3%, respectivamente.

Para o primeiro trimestre de 2018, é a primeira vez que o BC apresenta projeção, que está em 4,5%.

A trajetória de recuo da inflação projetada pelo BC para 2016 é de 9,5% no primeiro trimestre, 8,7% no segundo, 8% no terceiro e, finalmente, 6,6% no encerramento de 2016.

No cenário de mercado, a previsão é de uma alta de 6,9% no IPCA no fim de 2016, recuando para 5,4% no encerramento de 2017. Para o primeiro trimestre de 2018, a inflação estimada é de 5%.

Este cenário contempla câmbio de R$ 4,15 para o último trimestre de 2016 e de R$ 4,20 para o último trimestre de 2017 e juros de 14,25% no último trimestre de 2016, de 12,5% no último trimestre de 2017 e de 11,5% para o fim de 2018.

Em dezembro de 2015, as projeções eram de IPCA de 6,3% no fim de 2016, recuando para 4,9% no fim de 2017. O BC considerou, na ocasião, que as projeções dos agentes econômicos indicavam uma taxa de câmbio média de R$ 4,2 no fim de 2016 e 2017, com juro de médio de 15,08% em 2016 e de 12,25% para 2017.

Estouro da meta

Considerando o cenário de referência do BC, a probabilidade de a inflação estourar o teto da meta de 6,5% neste ano é de 55% e de 22% no próximo calendário. Já no cenário de mercado, a probabilidade de o IPCA estourar o teto da meta em 2016 é de 65% e de 33% um ano depois.

Pelo regime de metas para a inflação, o BC tem de perseguir uma inflação de 4,5%, mas conta um uma banda de tolerância. Em 2016, ela é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Em 2017, a banda é menor, de 1,5 ponto percentual. Quando há estouro da meta, o presidente do BC é obrigado a escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda, explicando os motivos que levaram ao não cumprimento da meta.

Impactos nas expectativas de inflação

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC voltou a apontar que um dos principais riscos para as expectativas de inflação reside nas “incertezas quanto ao processo de recuperação dos resultados fiscais e à sua composição”.

Outros fatores com impacto nas expectativas foram a dispersão dos aumentos de preços e efeitos residuais do processo de ajuste de preços relativos observado em 2015.

No texto do RTI, a autoridade monetária afirmou que as projeções para 2017 e 2018 também foram afetadas, ainda que em menor grau, por esses mesmos fatores.

“Esses fatos constituem claro e importante sinal sobre a deterioração recente do balanço de riscos da economia, e demandam monitoramento para definição dos próximos passos na estratégia de política monetária”, afirmou o Copom.


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