quarta-feira, 9 de março de 2016

Publicidade digital vai superar anúncio de TV nos EUA em 2017

Os gastos com publicidade no meio digital podem superar os anúncios em TV nos Estados Unidos pela primeira vez na história em 2017, segundo a empresa americana de pesquisa eMarketer. A estimativa é que os anúncios na TV cheguem a US$ 72 bilhões, ou 35,8% do mercado, enquanto as verbas para anúncios on-line atingirão a marca de US$ 77,37 bilhões, ou 38,4% do total.
Segundo a eMarketer, a publicidade em TV deve crescer 2,5% em 2016, abaixo da previsão anterior, de 4,5%. "Ainda esperamos crescimento puxado pela propaganda política e pela Olimpíada de verão", disse o analista Martín Utreras, da eMarketer, em relatório. "No entanto, vemos os dólares em anúncios fluindo para o digital como forma de otimizar os gastos em um ano que pode ser desafiador."
A projeção de investimentos em anúncios digitais nos EUA em 2016 é de US$ 68,82 bilhões, uma alta equivalente a 15,4%, impulsionada pelo aumento de uso de smartphones e tablets.
No Brasil, o Internet Advertising Bureau (IAB) estima que os gastos em publicidade digital tenham um avanço nominal (sem descontar a inflação) de 12%, para R$ 10,4 bilhões, neste ano. O percentual é o mesmo que o registrado pelo setor em 2015.
Ano passado, o mercado brasileiro movimentou R$ 9,3 bilhões, um pouco abaixo da projeção inicial do IAB, de R$ 9,5 bilhões. Na avaliação de André Izay, presidente do Yahoo e do IAB, o resultado foi positivo, uma vez que ficou acima do desempenho do mercado publicitário como um todo.
A comparação entre os dois mundos da publicidade no Brasil é difícil de ser feita por não existirem números amplamente aceitos pelo mercado. Até meados do ano passado, a pesquisa de referência era feita pelo Projeto Intermeios, do grupo Meio & Mensagem. Mas a iniciativa foi interrompida depois que algumas entidades deixaram de apoiá-lo. A justificativa foi a falta dos números do Google e do Facebook, o que distorcia os números da publicidade digital.
Atualmente, a Kantar Ibope Media é a principal referência. De acordo com a empresa, o mercado publicitário brasileiro movimentou R$ 132 bilhões em 2015, um crescimento nominal de 9%. Excluindo a inflação do período, houve um recuo de 0,9%. A crítica que se faz é que o número leva em consideração o preço cheio, praticado pelas empresas de mídia, sem considerar os descontos oferecidos nas compras - uma prática comum no mercado.
Pelos números de publicidade na internet do IAB - que incluem Google e Facebook -, a maior fatia do mercado em 2015 ficou com os anúncios exibidos em mecanismos de buscas e classificados: R$ 5,16 bilhões. Esse segmento é liderado pelo Google, que responde por mais de 80% das buscas na internet feitas pelos brasileiros. Na sequência, ficaram as redes sociais e os anúncios em "banners" (também conhecidos como "display ads"), com R$ 3,14 bilhões. Aqui, o principal nome é o Facebook, que também é dono do aplicativo de fotos Instagram. Já a publicidade em vídeo ficou com R$ 1,03 bilhão. Neste segmento, o Google também domina, com o YouTube.
De acordo com Izay, ao longo de 2016, tendências que impulsionaram o mercado em 2015 como a publicidade nos dispositivos móveis e no formato de vídeo continuarão fortes. Em sua avaliação, a Olimpíada não terá um impacto tão forte, por se tratar de um evento que não impacta tantos anunciantes quanto a Copa.

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