Os pré-candidatos democratas e republicanos às eleições presidenciais
nos EUA vão entrar em duas disputas distintas hoje, na Superterça, dia
em que serão realizadas prévias em 13 Estados no país. Enquanto a
ex-secretária de Estado Hillary Clinton e o senador Bernie Sanders vão
travar o que está sendo chamado de "a batalha do Sul", os republicanos
terão no Texas o confronto mais importante.
Entre os democratas são necessários 2.383 dos 4.765 delegados para
obter a indicação. Ao todo, a Superterça vai decidir o destino de 865
delegados democratas. Desses, 514 ficam em seis Estados no Sul (Alabama,
Arkansas, Geórgia, Tennessee, Oklahoma e Texas), onde Hillary é
favorita pelo apoio das comunidades negra e latina. Apenas no Texas,
onde serão definidos 222 delegados democratas à convenção de julho, 51%
dos eleitores do partido são negros ou hispânicos. Na Geórgia (102
delegados), esse percentual chega a 54%, e no Alabama (53 delegados) são
52%.
Sanders é senador do pequeno Estado de Vermont, no Nordeste do país.
Seus estrategistas concentraram a campanha no Colorado, Massachusetts e
Minnesota para tentar garantir chances de ele continuar na disputa. O
senador surpreendeu ao obter 65 delegados nas quatro primeiras prévias
contra os 91 de Hillary. Mas Sanders está muito atrás da ex-secretária
de Estado entre os superdelegados (deputados, senadores, governadores,
membros regulares e honorários do partido, que podem escolher o
candidato que preferirem).
A tendência é que Hillary se consolide como candidata democrata ainda
em março. Por isso, já está concentrando forças contra o empresário
Donald Trump, que lidera a corrida entre os republicanos. Ela está
atacando regularmente a proposta de Trump de construir um muro na
fronteira com o México.
"Não precisamos de muros, mas de pontes no nosso país", disse Hillary
em comício ontem, quando pesquisas mostraram Trump com 32 pontos de
vantagem em Massachusetts (47% contra 15% dos senadores Marco Rubio e
Ted Cruz), 23 pontos no Alabama (42% contra 19% de Rubio e 16% de Cruz) e
12 pontos em Oklahoma (35% contra 13% de Cruz e 12% de Rubio).
O desafio mais importante dos republicanos, no entanto, será no
Texas, Estado de Cruz, onde ele lidera, na média das pesquisas, com 39%,
contra 26% de Trump e 16% de Rubio, e onde há o maior número de
delegados republicanos em jogo hoje - 155 dos 595. "As chances de Cruz
ganhar são muito fortes no Texas", avaliou Tom Mechler, presidente do
Partido Republicano no Estado. "Eu apoio Cruz", disse Dan Patrick,
presidente do Comitê do Partido Republicano no Texas. "É o candidato
ideal."
Mesmo atrás nas pesquisas no Texas, Trump não desistiu do Estado.
"Como eu gostaria de vencer no Texas! Acho que o resultado será uma
surpresa no Estado", disse.
Na tentativa de conter o avanço de Trump, Cruz fez ontem um comício
em seu Estado em que acusou o empresário de contratar estrangeiros
ilegais em suas empresa porque são mais baratos. O senador tenta apontar
contradição no discurso do Trump de que ele defende o trabalhador
americano.
Rubio também atacou contradições de Trump, dizendo que o empresário
se recusa a criticar a Ku Klux Klan e movimentos que defendem a
supremacia branca. O senador respondeu ofensas. Trump declarou, na
Virgínia, que Rubio sua muito e, por isso, não seria capaz de negociar
com líderes estrangeiros, o senador acusou o empresário de ter mãos
pequenas, sugerindo que ele seria ladrão. "Vocês já viram que Trump tem
mãos pequenas?", perguntou Rubio num comício no Tennessee. "E vocês
sabem o que pessoas com mãos pequenas fazem?", continuou.
"Acabo de receber uma pesquisa onde apareço com 49%, enquanto o
pequeno Marco Rubio tem 16% e o mentiroso Cruz tem 15%", disse Trump.
"As pessoas ficarão surpresas, pois teremos resultado formidável com os
afro-americanos."
"Trump tem essa imagem de ser invencível e ambos [Cruz e Rubio] estão
tentando desconstruir isso", disse Brit Hume, analista político, à TV
Fox. Os resultados das prévias de hoje vão mostrar se essa estratégia
está dando certo ou não.
Leia mais em: http://www.valor.com.br/internacional/4459934/na-superterca-adversarios-tentam-desconstruir-trump
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