O mercado livre atual, que representa cerca de 25% da demanda de
energia no país, proporcionou uma economia de R$ 23 bilhões nos últimos
11 anos. Esse montante financeiro representa uma economia de 17% para os
consumidores de energia no ambiente livre de contratação em comparação
com o mesmo volume de energia se este estivesse sendo consumido no
mercado cativo com base na tarifa média das 20 maiores distribuidoras
que atuam no país nesse mesmo período de tempo.
Esse dado foi apresentado pela Associação Brasileira de
Comercializadores de Energia durante o 3º Encontro Nacional de
Consumidores Livres, realizado em São Paulo. Segundo o presidente
executivo da Abraceel, Reginaldo Medeiros, esse é custo Brasil que foi
evitado pela indústria nacional nesse período. E isso, destacou ele,
porque o Brasil ainda figura no 14º lugar do ranking mundial de
portabilidade da conta, e em penúltimo lugar quando a comparação é feita
apenas com 12 países da América Latina.
“Sem o mercado livre, a tarifa teria sido R$ 23 bilhões maior do que
realmente foi pago nesse período, esse foi o tamanho da competitividade
que o mercado livre entregou para a indústria brasileira”, ressaltou
Medeiros.
Se o mercado fosse totalmente livre hoje a diferença de preços
segundo dados da consultoria Dcide e a tarifa das mesmas 20 maiores
distribuidoras do país estaria em 40% mais baixo considerando apenas a
parcela da tarifa da energia, sem a parte do transporte do insumo. Esse
dado, relatou o executivo da Abraceel, é um retrato do atual momento
tomando como base o índice semanal de preços do mercado livre para os
próximos quatro anos. Esse patamar de valores para as fontes
convencional e incentivada está em R$ 190/MWh para o primeiro semestre
de 2016 e em cerca de R$ 160/MWh no período de quatro anos.
Medeiros lembrou que essa relação pode mudar de acordo com a
expectativa de preços para o mercado livre. Mas que a tendência para a
tarifa das distribuidoras deverá incorporar ainda itens como a conta
ACR, a taxa de inflação entre outros componentes que pressionam o valor
das tarifas no médio e longo prazo, além das incertezas acerca de outros
riscos. “Só tem uma forma de redução de preço para o consumidor final:
otimizar o portfólio de compra a menores custos e isso está no mercado
livre porque há competição entre as empresas. A única barreira à
liberalização do mercado é a vontade política. Não precisa de nada
apenas de um decreto”, concluiu ele.
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