quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Para Acciona, alta do dólar eleva o custo das eólicas

A recente disparada do dólar, que ultrapassou a barreira dos R$ 4,00 nesta semana, terá impacto na cadeia da indústria brasileira de energia eólica, na avaliação do diretor da fabricante espanhola de equipamentos do setor Acciona Windpower no país, Christiano Forman. Segundo ele, a variação cambial terá efeito já para o próximo leilão de energia de reserva, marcado para 11 de novembro e que ofertará contratos para usinas eólicas e solares.
"Por mais que a máquina seja cada vez mais nacionalizada, ainda existe um percentual de componentes importados, até porque a cadeia brasileira não faz hoje todos os componentes de todos os fabricantes", afirmou o executivo ao Valor. "E na parte localizada [dos componentes] tem efeito de dissídio, mão-de-obra, etc".
Forman disse esperar que o governo aumente o preço-teto para energia eólica no próximo leilão, para adequá-lo à nova realidade do setor, já que não há muita margem para investidores e fornecedores, fato comprovado pelos baixos deságios nos últimos leilões.
"Esperamos que, no leilão de reserva agora de novembro, o sinal de preço venha de acordo com a nova realidade do mercado, com a variação do dólar e as novas condições de financiamento. Se for assim, não faltará projeto", afirmou o executivo.
Uma das primeiras fornecedoras a atender o índice de nacionalização de equipamentos na linha Finame, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Acciona abriu no último mês um centro de serviços eólicos, em Mossoró (RN). No local, serão realizadas atividades de manutenção de equipamentos de parques situados no Nordeste, onde a companhia possui contratos para o fornecimento de 264 turbinas eólicas, com um total de 792 megawatts (MW) de potência. Com a iniciativa, o objetivo da empresa é manter o índice de produtividade dos parques eólicos, o que aumenta a competitividade e a rentabilidade dos empreendimentos.
"Quando há um volume grande em uma determinada região, é possível, com um centro [de serviços], otimizar questões como peças de reposição, treinamento de mão-de-obra, mantendo o tempo de resposta, a disponibilidade e a performance de cada projeto", explicou Forman, sem revelar o valor do investimento na unidade.
No Brasil, a companhia espanhola possui 1,2 mil MW de potência de turbinas já entregues e em operação ou contratadas para serem fornecidas às geradoras eólicas nos próximos meses.

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