quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Moody’s coloca rating do Brasil em observação para possível corte

A agência de classificação de risco Moody’s colocou o rating soberano do Brasil em revisão para possível rebaixamento, citando a piora na governabilidade e o aumento do risco de uma paralisação política. A agência agora irá se focar em analisar a trajetória da dívida pública, levando em consideração a evolução do processo de impeachment.

A Moody’s também citou a rápida e significativa deterioração econômica e fiscal e a pequena probabilidade de uma reversão nos próximos dois ou três anos. A nota do país é “Baa3” e estava em perspectiva estável.

“Durante a revisão a Moody’s irá avaliar a probabilidade de deterioração adicional na posição fiscal do governo em relação às premissas básicas da agência que suportam o rating atual Baa3, e a perspectiva de uma alta mais rápida e significativa na trajetória da dívida do governo, no contexto de maior incerteza política, queda na confiança do investidor e recessão mais profunda que a esperada”, diz a agência em comunicado.

Na avaliação da agência, uma reviravolta no desempenho econômico e fiscal do Brasil em 2016 parece improvável e as projeções da Moody’s para a economia agora parecem estar sob risco.

“A iniciação do processo de impeachment contra a presidente no início de dezembro coloca dúvidas adicionais sobre a perspectiva de cooperação entre o Congresso e a presidente para aprovar medidas significativas de consolidação fiscal em 2016.”

Processo

Pela metodologia da Moody’s, quando um determinado rating é colocado em revisão para possível rebaixamento, o processo é “tipicamente” concluído entre 30 e 90 dias. A informação consta no documento “Rating Symbols and Definitions”, que apresenta a metodologia da agência.

Há, porém, um outro cenário em que a conclusão da revisão depende se determinados “eventos específicos vão ou não ocorrer”, de acordo com a agência. Nesses casos, a revisão pode levar entre 90 e 180 dias ou até mais. O exemplo, no mundo corporativo, é uma fusão de empresas, afirma a agência.

Durante o processo de revisão do rating do Brasil, a Moody’s espera que o Congresso aprove o Orçamento de 2016 e algumas medidas do lado da receita para conter o déficit fiscal.

“Tomando o Orçamento de 2016 como ponto de partida, nossa análise irá se focar nas análises dos cenários macroeconômicos e fiscais para avaliar a trajetória da dívida pública sob diferentes cenários, levando em consideração a evolução do processo de impeachment”, afirma a agência em nota.

A Moody’s também “buscará formar uma fotografia mais acurada da extensão do déficit fiscal para 2016 para averiguar o ponto de partida para a trajetória fiscal e da dívida”.

A classificação de um rating em “revisão para possível rebaixamento” é diferente da “perspectiva negativa” porque a última considera o médio prazo e, nesses casos, em geral uma ação sobre o rating é tomada dentro de aproximadamente um ano.

Leia mais em: http://www.valor.com.br/financas/4350210/moody%3Fs-coloca-rating-do-brasil-em-observacao-para-possivel-corte

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