A Empresa de Pesquisa Energética quer preparar um estudo para medir o
impacto da penetração das fontes renováveis na matriz elétrica
brasileira. O estudo que começaria a ser feito em 2017 vai responder
quanto desse tipo de energia está no sistema hoje e qual seria o
investimento necessário para acomodar maiores percentuais de energias
renováveis. A intenção do estudo não é de agir como fator limitador de
inserção das renováveis. "É um estudo para preparar a avenida para
facilitação das renováveis", explicou o presidente da EPE, Luiz Augusto
Barroso, que participou nesta quarta-feira, 26 de outubro, de painel na
Rio Oil & Gas, que está sendo realizada no Rio de Janeiro (RJ).
Segundo Barroso, uma das conclusões do estudo pode ser a necessidade
de mais recursos flexíveis, como usinas termelétricas. A geração de
energia por UTEs entrou em evidência após serem acionadas devido o
difícil regime hidrológico dos últimos anos, em especial no Nordeste.
Porém ela enfrenta dificuldades na viabilização em leilões, dentre
outros motivos por entraves no suprimento e nas condições de
financiamento do projeto. Esse estudo é um desejo da EPE e já havia sido
solicitado há dois anos pelo Banco Mundial através do projeto Meta.
Confiante no "Gás para crescer", consulta para diretrizes de gás
natural que está sendo feita pelo Ministério de Minas e Energia, ele
acredita que haverá uma consolidação de visão estratégica do governo
sobre o insumo, discutindo com o mercado se conceitos e prazos estão
adequados. Ele está abrindo discussões com os governos estaduais. "A
palavra chave é conversar", observa.
Algumas das últimas termelétricas viabilizadas em leilões A-5 estão
enfrentando dificuldades na sua implantação. A Bolognesi comercializou
em 2014 as UTEs Rio Grande (RS - 1.200 MW) e Novo Tempo (PE - 1.200 MW),
movidas a Gás GNL. A empresa tenta postergar o início da operação dos
projetos. A Agência Nacional de Energia Elétrica já pediu explicações
sobre o atraso das obras das usinas e o operador Nacional do Sistema
Elétrico já retirou as usinas do planejamento da operação. Barroso quer
aperfeiçoar os processos de habilitação nos certames e o monitoramento
das obras, de modo que caso haja algum problema na implantação dos
projetos, como está acontecendo com a Bolognesi, ele seja rapidamente
identificado.
O presidente da EPE ressalta que não há risco na inserção das fontes
renováveis, mas que elas estão localizadas em lugares de difícil
escoamento da energia produzida. O estudo serviria para dimensionar de
modo adequado os investimentos necessários para essa inserção.
Recentemente, nota técnica excluiu os projetos eólicos e solares da
Bahia, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul do leilão de reserva por
falta da margem de escoamento.
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