A canadense Brookfield Energia Renovável quer duplicar sua capacidade
instalada no Brasil nos próximos cinco anos, estratégia que passa tanto
pela viabilização de novos projetos nos leilões de 2017 quando pela
aquisição de ativos que estão disponíveis no mercado. Hoje a companhia
conta com 1,5 GW em empreendimentos operando ou em desenvolvimento no
país.
"A nossa ambição é duplicar a capacidade que a gente tem, num
horizonte de até cinco anos no máximo", disse o vice-presidente da
Brookfield Energia Renovável, André Flores, em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia após
participação no 4º Encontro Nacional de Consumidores Livres em São
Paulo. "A gente adquiriu recentemente na Colômbia uma empresa que foi
privatizada que tem 3 GW de capacidade instalada. Então na América
Latina a gente é maior na Colômbia do que no Brasil, o que não faz
sentido dado ao tamanho do mercado", justificou.
Tradicionalmente, o grupo canadense aposta na aquisição de ativos
operacionais para ganhar mercado. Dois terços dos ativos da companhia
foram comprados de terceiros. Flores afirmou que a Brookfield tem
buscado oportunidades no mercado de energia brasileiro. "Temos uma
ambição de crescimento muito grande e a aquisição sempre é uma maneira
mais rápida de crescer", disse. "Temos olhado com bastante atenção todas
as empresas disponíveis no mercado. Não temos nada para ser anunciado
nos próximos meses, mas temos alguns processos em andamento", completou.
No Brasil, a empresa está construindo três pequenas centrais
hidrelétricas e uma usina a biomassa. Uma das PCH vai entrar em operação
ainda este ano e os demais projetos ao longo de 2017 e 2018. O
executivo disse que outros projetos estão sendo preparados para ser
inscritos nos leilões de 2017, principalmente de fontes eólica e
hídrica.
A Brookfield também está estudando oportunidades no segmento solar
fotovoltaico. "É um mercado que a empresa está entrando de uma forma
internacional. Criamos uma área de energia solar no exterior que tem
inclusive trabalhado junto com a gente no Brasil para analisar as
oportunidades", disse Flores.
Contudo, ele esclarece que ainda não é o momento de a companhia
entrar nesse mercado. "No Brasil, é uma indústria bastante incipiente. A
gente viu o governo fazer alguns leilões, mas a gente tem dúvida sobre
que empresas vão fabricar painéis aqui e como será a financiabilidade
disso. A gente está acompanhando com bastante atenção, não num ponto de
fazer investimento nesse momento, mas num investimento futuro no médio
prazo."
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