segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

LER: contratação será feita para atender a necessidade da indústria

O governo federal sinalizou com o atendimento de demanda da fonte eólica no leilão de energia de reserva. O Ministério de Minas e Energia afirmou que está sensível ao problema que vem se apresentando para a manutenção da indústria deste segmento no país, o baixo nível de contratação ante o volume de empresas que o país atraiu nos últimos anos. Apesar de não revelar números de qual será a demanda contratada no próximo dia 19 de dezembro, o secretário de Desenvolvimento e Planejamento Energético do MME, Eduardo Azevedo, disse que o governo já sabe qual é o volume em MW que serão necessários para manter a cadeia industrial no país.
“Se pensássemos na necessidade de energia apenas, não teríamos o leilão por conta da sobra de energia e o crescimento da demanda abaixo do esperado. Nesta semana conversamos com a indústria para saber o break even e não queremos quebrar ninguém. Todos nós sabemos que o país todo vive um momento de vacas magras, inclusive a eólica, mas estamos avaliando isso com cuidado para colocar uma quantidade que viabilize a indústria”, revelou Azevedo, após o evento de inauguração da fábrica de painéis da Canadian Solar.
Com essa decisão o governo quer mostrar boa vontade com a demanda setorial, uma vez que neste ano não houve contratação de fontes eólicas por meio de leilões. Mas, a demanda poderá ficar abaixo do que a indústria vem apregoando como a ideal para atender a todos os players. Desde meados desse ano é que o volume de 3 GW de capacidade ao ano é apontado como o que o setor precisa para manter a capacidade instalada ocupada.
Contudo, o MME admite que nem toda a demanda que será contratada reverterá em novos pedidos para a indústria, até porque já havia a perspectiva de participação de empreendimentos que já estavam em construção e não entraram em operação comercial. Segundo a avaliação de Azevedo, essa possibilidade existe sim, é real e pode ser que parques que já compraram máquinas saiam vitoriosos. “Isso pode acontecer sim, mas ocorre que quando chegamos o processo estava montado e refazer essa medida significaria não realizar leilão este ano. E nós ouvimos da indústria que é melhor ter leilão menor este ano do que não ter”, destacou o secretário.
Na avaliação de Azevedo, a perspectiva é de que haja uma disputa interessante no leilão deste ano. Mas relativizou a participação dos empreendimentos em construção que podem entrar no LER. Dos cerca de 800 parques que poderiam entrar apenas 300 apresentaram as garantias financeiras exigidas. Ou seja, isso reduz o risco dos projetos novos e da indústria, pois são cerca de 150 MW caso todos consigam vender energia. “É provável que parte desses projetos nem entre, pois é um ambiente de competição e vende que tiver o menor preço”, acrescentou.
O discurso parece estar alinhado com o da entidade que representa o setor, a ABEEólica. Segundo o presidente do Conselho de Administração da entidade, Lauro Fiúza, o importante para a indústria é que o governo mantenha a realização dos leilões para a fonte. Ele disse que um nível mais reduzido de demanda por um determinado período de tempo não se constitui em um grande problema. Pelo contrário, é uma oportunidade para que as empresas realizem ajustes internos para adequar seus custos.
Outra questão que o governo federal deverá atender por meio do LER é quanto à outra fonte que está habilitada a disputar os contratos de energia de reserva, a solar. Segundo Azevedo, enquanto a eólica tem que ser mantida a energia solar fotovoltaica tem um desafio de se consolidar no país. E isso leva à necessidade de se atrair novos players e isso não se faz com pequenos volumes. “Mesmo num cenário apertado teremos folga para trazer um sinal positivo para novos investimentos, precisamos ter pelo menos de 800 MW a 900 MW de capacidade de produção anual de módulos no país, ou seja, mais umas duas ou três fábricas para atrair competição no país”, acrescentou.
Essa folga, disse, deverá ser mais clara quando o governo concluir o estudo de revisão de garantia física das usinas do setor elétrico e saber qual é o real volume de energia de papel e a física realmente que o Brasil dispõe. Essa informação é esperada para janeiro do ano que vem.

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