Segundo a presidente executiva da
Abeeólica, Élbia Gannoum, caso não ocorra essa contratação há o risco do
Brasil precisar dispor novamente das usinas térmicas mais caras, como
vistas nos últimos dois anos. O estudo foi apresentado pela entidade ao
ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, em 19 de abril e
aponta entre outros cenários a perspectiva de que a sobra real fique em
1,4 GW médio com a retomada da economia e, em caso mais extremo, a
possibilidade de 15% a 20% de chances de o país registrar um risco de
38,1% da demanda superar a oferta de energia, o que significaria, na
prática, falta de energia em 2018.
“Quando aplicamos as reações
econômicas às séries sintéticas traz resultados importantes e em uma
reação da economia, e tudo indica que está acontecendo, inclusive com o
próprio FMI indicado esse crescimento, as sobras desaparecem”, comentou
Élbia. “O primeiro cenário apontado pelo estudo que tem 70% de chances
de ocorrer é resultado de um crescimento mais conservador da economia.
Precisamos lembrar que há capacidade ociosa na indústria, por exemplo na
automotiva, com 25% das máquinas paradas onde é só apertar o botão da
máquina e a demanda é retomada”, apontou a representante do setor
eólico.
A ABEEólica contratou estudos da PSR,
LCA e da Excelência Energética para chegar ao resultado apontado. A
sobra contratual é de 12,4 GW médios mas é o que se chama da sobra de
papel. Nesse montante, argumenta, é preciso descontar 6,6 GW médios de
sobras por conta da revisão do critério de suprimento, que inclui a
atualização do CVU das termelétricas, restrições de transmissão do SIN,
motorização das UHEs ao longo do ano e as revisões de garantias físicas.
Além disso, o fator de fricção, que considera a revisão da
produtividade das hidrelétricas levando em conta a capacidade real da
turbina e assoreamento dos reservatórios, retira mais 2,4 GW médios
dessa conta .Levando assim a uma sobra real de 3,4 GW médios.
Com esses dados em mãos no estudo da
LCA foram analisados os cenários de sobreoferta. Para este ano o
fornecimento estaria atendido. O problema, relatou Élbia, ficaria mesmo
com o atendimento da demanda para 2017 e 2018. Adicionado a esse fator,
está a incerteza da capacidade de atendimento à demanda que caracterizou
os últimos anos quando o país vivenciou uma das suas piores hidrologias
históricas. Daí, continua o estudo, a necessidade do Brasil ter uma
espécie de seguro de suprimento capa de acomodar as variações de oferta e
demanda sem o risco de quedas de energia ou elevar os custos do insumo.
Por fim, a ABEEólica indica no
documento a importância do setor para o país e a manutenção da sua
cadeia produtiva que foi criada há seis anos a partir de um programa de
nacionalização e que soma investimentos de mais de R$ 48 bilhões nesse
período. E citou dados como a economia de R$ 5,1 bilhões em 2014 e de
mais R$ 645 milhões no ano passado por evitar que térmicas fossem
utilizadas. E ainda, entre outras conclusões, que a manutenção da
contratação da fonte ajudará na preservação de empregos bem como atender
aos compromissos que o país assinou na COP 21 em termos de ampliação
das fontes renováveis em sua matriz energética.
Leia mais em: http://canalenergia.com.br/zpublisher/materias/Negocios_e_Empresas.asp?id=113139
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