sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Abel Holtz, consultor: Sabemos fazer e Sabemos o que é importante

A majestosa apresentação dos jogos olímpicos no Rio de Janeiro, já considerada por todo o mundo como sendo diferenciada e avaliado como empolgante espetáculo, é consequente ao trabalho de nossos competentes técnicos, protagonistas e administradores, a despeito de todas as desconfiadas expectativas quanto a este sucesso, demonstramos como somos capacitados e responsáveis, realizamos o evento com foco no desenvolvimento e no cuidado com o meio ambiente.
Mas, à medida que esta demonstração era feita, mais uma vez vimos ações ligadas à nossa economia levadas para o campo do espetáculo quando deveriam considerar sua importância para assegurar, disponibilidade, desenvolvimento industrial e geração de empregos com a continuidade do programa de construção de novas, baratas e eficientes usinas hidroelétricas para geração da energia elétrica renovável que precisamos.
Vimos mais um retrocesso midiático e influenciado pelo pessimismo que no exterior existe com relação a nossa responsabilidade com o meio ambiente e as pessoas, com o arquivamento do processo de licenciamento de mais uma hidroelétrica na bacia do rio Tapajós no Estado do Pará dado ao alegado impacto do futuro lago da usina sobre terras indígenas. Argumento falacioso que não representa a verdade.
O que ocorre é que entidades ambientalistas que não se entende porque, imputam ao Brasil o uso de alternativas renováveis mais caras e com pegadas ecológicas mais pesadas, pois em toda cadeia de construção até sua operação emitem mais CO2 que uma hidrelétrica. Relembre-se que se não tivermos hidroelétricas teremos que ter a geração das fontes complementares e em térmicas a gás natural, biomassa, ou a carvão como é feito na maioria dos países do mundo apesar da importância que as eólicas e solares têm estabelecido. Todas estas emitem muito mais CO2 que uma hidrelétrica, incluindo as solares.
Alias impedir que o Brasil venha ser uma nação desenvolvida, usando seu potencial hidrelétrico, e fornecendo energia barata para sua cadeia produtiva e para a criação de empregos para milhares de pessoas dentro dos 14 milhões de desempregados que hoje existem no Brasil, e, abrigados sobre a imputação impactos ambientais não controlados, o que também é questionável, e ainda, escudados com a real situação de alguns índios, que foram expulsos de suas tribos e não estavam em áreas constitucionalmente reconhecidas como TI por isso estão desprotegidos, por terem sido acusados de feitiçaria em suas aldeias de origem estavam pedindo que a FUNAI criasse uma nova reserva indígena.
Aproveitando-se deste quadro criam celeumas antecipadas para afirmar que não somos responsáveis suficientes para com o nosso futuro e incompetentes para lidar com situação do meio ambiente. Falam isto quando somos o País com a matriz de geração mais limpa do mundo construída ao longo de décadas, o que comprova que somos responsáveis e não precisamos que tenham a nos dizer o que fazer, pois somos consequentes.
A verdade é que as possíveis hidroelétricas a construir que asseguram a energia de base atendem a ponta e respondem a demanda de forma imediata, estão localizadas na região amazônica. E nossa sociedade vai construí-las com as lições aprendidas de processos anteriores, para garantir a adequada proteção do meio ambiente, respeito às comunidades no seu entorno e levando desenvolvimento social à região.
E aproveitando de ensinamentos quanto à estocagem de ventos ou de luz solar registre-se que isto só é possível se tivermos hidroelétricas com reservatórios. Explico: dado à intermitência dos ventos as eólicas não geram energia o tempo todo e as solares geram quando existe luz solar durante o dia. A vantagem da participação destas fontes é dada pelo fato de que ao estarem gerando energia podemos acumular água nos reservatórios das hidrelétricas para atender a demanda do sistema nacional gerando a energia nos momentos em que estas fontes não estejam produzindo. Cabe lembrar que o atendimento da energia de base e de ponta tem que ser dado por hidrelétricas com baixo custo e por dezenas de anos, ou, por térmicas a gás, carvão ou nucleares com custos para o consumidor bem maiores e com vida útil definida.
Hoje, Itaipu não seria construída se as razões que estão levantando para a não construção de nossas hidroelétricas venham a prevalecer. Itaipu está aí fornecendo a energia equivalente a quase 20% das nossas necessidades se esta hidroelétrica não existisse hoje teríamos que ter mais de 20 térmicas a carvão para atender à demanda com os consequentes impactos ambientais, ou nucleares, ou ainda importando combustível para as térmicas a gás natural.
Não construir as hidroelétricas onde poderemos gerar energia a preços competitivos soa como “não temos competência para fazer diferente”, o que obviamente é uma inverdade.  Ou talvez este lindo discurso queira desviar a atenção de todos e impedir algo muito maior e melhor para todos os brasileiros? Uma coisa é certa, não faz sentido do ponto de vista socioambiental trocar a produção de energia hídrica por térmica, principalmente se pensarmos no aquecimento global e as demais fontes são complementares.
Abel Holtz é consultor de energia

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