Elas estão em minoria, representam apenas 14 ações de um grupo de 63
que compõem o Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira. Mas
fazem a diferença. Em um ano de juros básicos no patamar de 14,25%, o
maior em nove anos, não tem sido nada fácil atrair o interesse de
investidores para a renda variável.
Esses 14 papéis têm se destacado, contudo, ao apresentar um
desempenho superior à variação de 10,77% do Certificado de Depósito
Interfinanceiro (CDI), referencial das aplicações conservadoras, neste
ano. O risco, nesses casos, foi compensado pelo retorno. E quatro das 14
ações foram recomendadas para a Carteira Valor de
novembro. São elas: Raia Drogasil ON, novidade deste mês, com
valorização anual de 59,5%; Klabin Unit (53,4%); Suzano Papel e Celulose
PNA (48,5%); e Ambev ON (20,1%).
"O investidor procura quem tem geração de caixa futuro previsível,
principalmente empresas de serviços financeiros e de alimentos e
bebidas, ou receita dolarizada com custo em real", diz Leonardo Milane,
estrategista da Santander Corretora.
Roberto Indech, analista da área de estratégia da Rico Corretora,
endossa. "Quais são os setores que se beneficiam neste ano na bolsa? São
os das exportadoras." Nessa lista, além das companhias de papel e
celulose, destacam-se em 2015 nomes como Braskem e JBS, com alta da
ordem de 30%, e Embraer, com avanço de 16,3%.
Apesar da perda de 0,16% no mês passado, a Carteira Valor segue com ganho de 1,79% em 2015, portanto acima do Ibovespa, que cai 8,28% no ano, embora tenha subido 1,8% em outubro.
Além de Raia Drogasil, entraram no portfólio deste mês as ações
ordinárias da Cetip e da Hypermarcas. Com quatro votos cada, lideram as
recomendações de novembro, ao lado de Cetip, Itaú Unibanco PN, Ambev ON,
BB Seguridade ON e Valid ON. Cielo ON e Suzano Papel e Celulose PNA
foram as apostas de três corretoras cada, enquanto as units da Klabin
receberam dois votos, mesmo número de Raia Drogasil e Hypermarcas.
Ainda que defenda uma das melhores opções de investimento em 2015, as
ações da Suzano pesaram em outubro, com queda de nada menos que 14,2%.
Ao fim de outubro, a empresa, segunda maior produtora mundial de
celulose de eucalipto, informou que a escassez de chuvas no sul da Bahia
a levou a antecipar em uma semana a parada programada para manutenção
da linha 1 da fábrica de Mucuri.
Apesar da baixa no mês passado, a Guide Investimentos incluiu os
papéis em seu portfólio. O analista Rafael Ohmachi diz enxergar uma
forte demanda por papel e celulose vinda do mercado externo, com
destaque para Europa, e vê no processo de desalavancagem um fator
positivo para a Suzano. Para ele, a queda das ações foi exagerada e o
cenário segue favorável.
Já a equipe da Citi Corretora preferiu continuar com as units da
Klabin na carteira. Dentre os aspectos positivos, a casa menciona a
aceleração no crescimento da receita nos últimos três trimestres e a
expectativa de forte crescimento para o Ebitda nos próximos três anos,
por conta do início das operações de sua nova planta de celulose em
2016.
Leia mais em: http://www.valor.com.br/financas/4299348/poucas-e-boas
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