quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Poucas e boas

Elas estão em minoria, representam apenas 14 ações de um grupo de 63 que compõem o Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira. Mas fazem a diferença. Em um ano de juros básicos no patamar de 14,25%, o maior em nove anos, não tem sido nada fácil atrair o interesse de investidores para a renda variável.
Esses 14 papéis têm se destacado, contudo, ao apresentar um desempenho superior à variação de 10,77% do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), referencial das aplicações conservadoras, neste ano. O risco, nesses casos, foi compensado pelo retorno. E quatro das 14 ações foram recomendadas para a Carteira Valor de novembro. São elas: Raia Drogasil ON, novidade deste mês, com valorização anual de 59,5%; Klabin Unit (53,4%); Suzano Papel e Celulose PNA (48,5%); e Ambev ON (20,1%).

"O investidor procura quem tem geração de caixa futuro previsível, principalmente empresas de serviços financeiros e de alimentos e bebidas, ou receita dolarizada com custo em real", diz Leonardo Milane, estrategista da Santander Corretora.
Roberto Indech, analista da área de estratégia da Rico Corretora, endossa. "Quais são os setores que se beneficiam neste ano na bolsa? São os das exportadoras." Nessa lista, além das companhias de papel e celulose, destacam-se em 2015 nomes como Braskem e JBS, com alta da ordem de 30%, e Embraer, com avanço de 16,3%.
Apesar da perda de 0,16% no mês passado, a Carteira Valor segue com ganho de 1,79% em 2015, portanto acima do Ibovespa, que cai 8,28% no ano, embora tenha subido 1,8% em outubro.
Além de Raia Drogasil, entraram no portfólio deste mês as ações ordinárias da Cetip e da Hypermarcas. Com quatro votos cada, lideram as recomendações de novembro, ao lado de Cetip, Itaú Unibanco PN, Ambev ON, BB Seguridade ON e Valid ON. Cielo ON e Suzano Papel e Celulose PNA foram as apostas de três corretoras cada, enquanto as units da Klabin receberam dois votos, mesmo número de Raia Drogasil e Hypermarcas.

Ainda que defenda uma das melhores opções de investimento em 2015, as ações da Suzano pesaram em outubro, com queda de nada menos que 14,2%. Ao fim de outubro, a empresa, segunda maior produtora mundial de celulose de eucalipto, informou que a escassez de chuvas no sul da Bahia a levou a antecipar em uma semana a parada programada para manutenção da linha 1 da fábrica de Mucuri.
Apesar da baixa no mês passado, a Guide Investimentos incluiu os papéis em seu portfólio. O analista Rafael Ohmachi diz enxergar uma forte demanda por papel e celulose vinda do mercado externo, com destaque para Europa, e vê no processo de desalavancagem um fator positivo para a Suzano. Para ele, a queda das ações foi exagerada e o cenário segue favorável.
Já a equipe da Citi Corretora preferiu continuar com as units da Klabin na carteira. Dentre os aspectos positivos, a casa menciona a aceleração no crescimento da receita nos últimos três trimestres e a expectativa de forte crescimento para o Ebitda nos próximos três anos, por conta do início das operações de sua nova planta de celulose em 2016.

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