segunda-feira, 16 de novembro de 2015

G-20 vê conflito global contra Estado Islâmico

O G-20, que reúne as 20 maiores economias do planeta, passou de diretório econômico a uma espécie de conselho de guerra durante a cúpula da Turquia iniciada ontem. Os líderes prometeram combate sem trégua ao terrorismo, no rastro dos atentados que, na sexta-feira, mataram 132 pessoas em Paris, ferindo outras 350, das quais, 99 estão em estado crítico.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi um dos primeiros a se manifestar. Ele prometeu "redobrar esforços" para "eliminar" o Estado Islâmico (Isis). Para Obama, os atentados do grupo em Paris "foram um ataque ao mundo civilizado". O presidente da Rússia, Vladimir Putin, também foi enfático.
As declarações se sucederam no jantar de ontem entre os líderes, com todos afirmando que é preciso ter uma reação porque não foram ataques somente contra a França, mas, sim, contra o mundo ocidental. Na prática, os líderes do G-20 reconheceram que o conflito com o Isis deixou de ser regional e passou a ser global.
Para o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o ataque a Paris mostra uma fase "inquietante e problemática" do terrorismo global. Somente nos últimos dias, o Isis assumiu os atentados da capital francesa, de Beirute (43 mortos) e de Bagdad (18), além da derrubada de avião russo no Egito (224).
O Valor apurou que Putin chegou a revelar aos colegas no G-20 fotografias que mostram longas filas de tanques de guerra do Isis na Síria, evidenciando a facilidade com que o grupo consegue se armar. A questão mais difícil no G-20 é como os países vão conseguir se unir para coordenar uma resposta também militar contra a organização terrorista. Entre negociadores habituados a discutir temas econômicos, o que está na mesa são medidas para impedir o financiamento do terrorismo, um tema que vem sendo tratado desde 2001. O Isis controla fatias de territórios na Síria e no Iraque, de onde obtém, com a venda de petróleo, renda mensal estimada em US$ 50 milhões.
Obama e Putin se reuniram por 35 minutos para discutir uma solução para o conflito na Síria. Um porta-voz informou que os dois concordaram sobre a necessidade de discussões de paz mediadas pelas Nações Unidas, entre o regime do ditador Bashar al-Assad e seus opositores, além de um cessar-fogo e uma transição política a ser conduzida pelos sírios.
Ontem, a França voltou a guerrear alvos do Isis na Síria. O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, disse que a conferência do clima das Nações Unidas, a CoP-21, que começa dia 30, está mantida. O presidente François Hollande quer ampliar por até três meses o estado de emergência.

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