O G-20, que reúne as 20 maiores economias do planeta, passou de
diretório econômico a uma espécie de conselho de guerra durante a cúpula
da Turquia iniciada ontem. Os líderes prometeram combate sem trégua ao
terrorismo, no rastro dos atentados que, na sexta-feira, mataram 132
pessoas em Paris, ferindo outras 350, das quais, 99 estão em estado
crítico.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi um dos primeiros a
se manifestar. Ele prometeu "redobrar esforços" para "eliminar" o
Estado Islâmico (Isis). Para Obama, os atentados do grupo em Paris
"foram um ataque ao mundo civilizado". O presidente da Rússia, Vladimir
Putin, também foi enfático.
As declarações se sucederam no jantar de ontem entre os líderes, com
todos afirmando que é preciso ter uma reação porque não foram ataques
somente contra a França, mas, sim, contra o mundo ocidental. Na prática,
os líderes do G-20 reconheceram que o conflito com o Isis deixou de ser
regional e passou a ser global.
Para o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o ataque a
Paris mostra uma fase "inquietante e problemática" do terrorismo global.
Somente nos últimos dias, o Isis assumiu os atentados da capital
francesa, de Beirute (43 mortos) e de Bagdad (18), além da derrubada de
avião russo no Egito (224).
O Valor apurou que Putin chegou a revelar aos
colegas no G-20 fotografias que mostram longas filas de tanques de
guerra do Isis na Síria, evidenciando a facilidade com que o grupo
consegue se armar. A questão mais difícil no G-20 é como os países vão
conseguir se unir para coordenar uma resposta também militar contra a
organização terrorista. Entre negociadores habituados a discutir temas
econômicos, o que está na mesa são medidas para impedir o financiamento
do terrorismo, um tema que vem sendo tratado desde 2001. O Isis controla
fatias de territórios na Síria e no Iraque, de onde obtém, com a venda
de petróleo, renda mensal estimada em US$ 50 milhões.
Obama e Putin se reuniram por 35 minutos para discutir uma solução
para o conflito na Síria. Um porta-voz informou que os dois concordaram
sobre a necessidade de discussões de paz mediadas pelas Nações Unidas,
entre o regime do ditador Bashar al-Assad e seus opositores, além de um
cessar-fogo e uma transição política a ser conduzida pelos sírios.
Ontem, a França voltou a guerrear alvos do Isis na Síria. O ministro
francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, disse que a conferência
do clima das Nações Unidas, a CoP-21, que começa dia 30, está mantida. O
presidente François Hollande quer ampliar por até três meses o estado
de emergência.
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