Ainda
que já existam algumas iniciativas voltadas ao uso de energias
renováveis no País, o Brasil - ao priorizar a visão monoenergética,
baseada nas hidrelétricas - está bastante atrasado para virar a chave e
adentrar de vez neste universo.
A avaliação é da doutora em Energia
Solar Fotovoltaica, Aline Cristiane Pan, coordenadora do Seminário de
Energias Renováveis na Feira de Negócios, Tecnologia e Conhecimento em
Meio Ambiente (Fiema Brasil). A feira irá acontecer de 10 a 12 de abril
no Parque de Eventos de Bento Gonçalves. "O Brasil não pode depender de
uma única fonte de energia, é preciso diversificar a matriz energética
para podermos continuar crescendo como sociedade", adverte Aline.
Segundo a coordenadora do seminário, que
será realizado no dia 11 de abril, das 8h às 16h30min, questões
políticas e falta de incentivos governamentais têm emperrado o avanço do
País na utilização de energia a partir de fontes renováveis. Embora com
certo atraso, o Brasil tem registrado índices crescentes no uso de
energias renováveis. Em 2013, possuía apenas nove empreendimentos que
utilizavam energia fotovoltaica como suporte, número que saltou para
4.517 nos três anos seguintes. "Nada cresce tanto em energias limpas no
País como a fotovoltaica", destaca Aline, reforçando que o número de
conexões dessa geração cresceu 98% desde 2014. "A energia eólica também
pode melhorar o desempenho, e já representa 7% de toda a eletricidade
produzida no Brasil", observa. Segundo Aline, o Rio Grande do Sul é um
dos estados que mais geram este tipo de energia, somando 68 parques
eólicos, que produzem 1, 7 mil megawatts.
Aline destaca que o debate terá como
tema Oportunidade e Aplicabilidade para as Energias Renováveis,
abordando cenários, licenciamento, aplicabilidade e políticas de
incentivo e energias hídrica, biogás e biometamo, solar e eólica. O
seminário terá 50 palestrantes nacionais e internacionais, vindos de
países como Finlândia, Alemanha, México e Uruguai. Os debates estão
programados para ocorrer em quatro auditórios distintos e a expectativa é
de reunir 3,6 mil pessoas durante os três dias do evento.
"A ideia é reunir a cadeia produtiva do
meio ambiente, com foco no fortalecimento da legislação e em busca de
oportunidades de negócios no Estado, principalmente envolvendo resíduos
de saúde (gerados em hospitais, farmácias e laboratórios) e os urbanos",
explica a diretora executiva da Fundação Proamb, responsável pela
realização da Fiema Brasil, Marisa Cislaghi. "Além de exigirem soluções
urgentes em termos ambientais, muitos destes resíduos podem ser
reciclados e utilizados para produção de energia, no entanto é
necessário enfrentar as barreiras burocráticas, que geram muitas
incertezas", comenta.
Expectativa é receber 10 mil visitantes em três dias do evento
A oitava edição da Fiema Brasil terá
outros cinco eventos paralelos, voltados para discussões sobre recursos
hídricos, resíduos sólidos, e tecnologias ambientais. Um deles, o 6º
Congresso Internacional de Tecnologias para Meio Ambiente, reunirá
acadêmicos e pesquisadores que irão apresentar pesquisas e estudos
científicos, destinados ao desenvolvimento de soluções em gestão
ambiental. Organizado em parceria entre a Universidade de Caxias do Sul
(UCS) e a Fundação Proamb, o congresso terá como tema central Inovação
com Sustentabilidade em Tempos de Mudança. Durante o evento, estudantes
irão apresentar trabalhos técnicos com foco em química ambiental,
recuperação de áreas degradadas e recursos hídricos.
Outro
momento importante, segundo Marisa Cislaghi, será o 6º Seminário
Brasileiro de Gestão Ambiental na Agropecuária - "um dos grandes
desafios do País, já que está entre os gigantes do setor no mundo",
destaca Marisa. "O encontro é uma oportunidade de avançar nas discussões
acerca de problemas como contaminantes e resíduos e debater os
antídotos para detê-los, como maior utilização de biocombustível,
produção orgânica e depósito de agrotóxicos." A gestora da Fundação
Proamb destaca que o encontro - que ocorre dias 11 e 12 - conta com
parceria da Embrapa, IFRS-BG e Sindicato Rural, e apoio da Emater.
Com
previsão de reunir 200 expositores e receber 10 mil visitantes, a Fiema
Brasil ainda contará com o 1º Seminário Internacional de Resíduos
Industriais e Urbano, o 5º Seminário de Segurança do Trabalho, o 4º
Meeting Empresarial e o 2º Seminário de Energias Renováveis, este último
com foco na diversificação da matriz energética brasileira. Além de
tratar sobre licenciamento e políticas de incentivo, serão abordadas as
energias hídrica, biogás e biometano, solar e eólica. A programação será
no dia 11 de abril, entre 9h e 16h30min.
Leia mais em: http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2018/02/economia/611891-energia-renovavel-esbarra-na-falta-de-incentivos.html
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