terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Nacionais e estrangeiras se interessam por Celg-D

Um grupo de empresas brasileiras e internacionais já manifestou o interesse em participar do leilão de privatização da Celg Distribuidora (Celg D), afirmou ontem Elie Chidiac, vice-presidente da Celgpar, braço do Estado de Goiás que detém 49% da distribuidora, em parceria com a Eletrobras (51%). Segundo ele, algumas companhias já se habilitaram para acessar o "data room" (sala virtual de informações) do processo de desestatização da Celg D e outras já comunicaram informalmente que pretendem adquirir o pacote de dados.

O executivo disse não poder revelar o nome dos interessados, mas afirmou que são "os que têm saído na imprensa", com destaque para companhias internacionais. Entre essas, a chinesa State Grid e a italiana Enel já admitiram publicamente o interesse na Celg-D. A primeira está no Brasil desde 2010, com ativos na área de transmissão de energia. A segunda, porém, já possui duas distribuidoras no país: Ampla, que atende parte da região metropolitana do Rio de Janeiro, e Coelce, responsável pelo fornecimento de energia no Ceará.

Segundo Chidiac, a atratividade da Celg D para investidores internacionais tem aumentado devido à desvalorização do real. Ele, no entanto, aposta em uma participação de empresas nacionais, que poderão contar com financiamento do BNDES para projetos de infraestrutura no futuro.

Laudos que assessoram o processo de privatização, coordenado pelo BNDES e o Ministério de Minas e Energia, indicam que o valor da Celg-D é de R$ 2,8 bilhões, sem considerar as dívidas.

Na próxima semana, o banco de fomento realizará audiência pública sobre o tema, em Goiânia. Depois, estão programados pelo menos dois road shows, sendo um no Brasil e outro no exterior.

Nesses encontros, serão apresentados dados do setor elétrico brasileiro e do Estado de Goiás. A ideia é apresentar em detalhes a área de concessão da Celg-D, que atende 2,61 milhões de clientes e cujo mercado cresceu cerca de 2,5%, em 2015, enquanto a média do país recuou. A expectativa da Celg-D para este ano é de um crescimento de mercado de 2,7%.

"Isso mostra que o mercado da Celg-D é pujante e que há uma demanda reprimida", completou Chidiac, ao Valor.

Os interessados em acessar o data room do negócio poderão fazê-lo cinco dias após o pagamento de todas as taxas necessárias. A plataforma estará disponível até cinco dias antes da realização do leilão, ainda sem data marcada.

A expectativa é de que o leilão ocorra em março, mas pessoas envolvidas no processo já acreditam que esse prazo não será cumprido. Isso porque, o Tribunal de Contas da União (TCU) ainda está analisando as informações para que seja liberada a publicação do edital de privatização da empresa.

Além da Celg-D, a Eletrobras tem planos de se desfazer de suas outras seis distribuidoras integrais, que atuam nos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Alagoas e Piauí. Antes, porém, a estatal estuda realizar uma capitalização para fortalecer essas empresas e obter a renovação da concessão delas até o meio deste ano, para viabilizar a venda. (ver a reportagem Eletrobras deve receber R$ 7 bi em capitalização)

Segundo uma fonte a par do assunto, a ideia inicial era realizar a capitalização diretamente das distribuidoras. Agora a capitalização deve ser da holding.

Leia mais em:  http://www.valor.com.br/empresas/4409626/nacionais-e-estrangeiras-se-interessam-por-celg-d

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