terça-feira, 12 de junho de 2018

Com R$ 850 milhões, BNDES incentiva energia solar


O BNDES prevê desembolsos de R$ 850 milhões para projetos de geração de energia solar em 2018. O montante representa mais de 60% do total que o banco financiou para o segmento entre 2003 e 2017: R$ 529 milhões. O banco, que definiu a energia solar como uma das prioritárias em sua política de financiamentos para o mercado elétrico, enxerga a fonte como uma área promissora e que pode seguir o caminho trilhado pela geração eólica no Brasil.

"Está começando a ter uma importância grande da solar na nossa política de financiamento, muito pelas condições que nós oferecemos e também muito pela demanda que está surgindo no mercado", afirmou o diretor de governos e infraestrutura do BNDES, Marcos Ferrari, ao Valor. "Temos condições muito boas para atender esse segmento", completou ele.

A atenção do BNDES é voltada não só a usinas solares de grande porte, que totalizam sete projetos na carteira, mas também para o desenvolvimento de projetos de micro e minigeração distribuída, a serem instalados nos tetos de residências, prédios, estacionamentos, etc. Nesse caso, a diretoria do banco aprovou a utilização de recursos do Fundo Clima para o financiamento para investimentos de pessoas físicas em energia solar.
PUBLICIDADE
inRead invented by Teads

Os recursos poderão ser contratados em operações indiretas apenas por meio de bancos públicos. Os limites do Fundo Clima alcançam 80% dos itens financiáveis, podendo chegar a R$ 30 milhões a cada 12 meses por beneficiário, que pode ser pessoa física ou jurídica (empresas, governos municipais e estaduais e produtores rurais).

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a fonte solar deverá responder por 10% do parque gerador do país até 2030. Hoje, essa fatia é de menos de 1%, equivalente a 1,1 gigawatts (GW) instalados. As projeções serão detalhadas no Brasil Solar Power, evento do setor solar, nesta terça-feira, no Rio.

A geração de energia eólica continuará com destaque no portfólio do banco. A estimativa de desembolsos da instituição para empreendimentos do setor este ano alcança R$ 4,5 bilhões.

As fontes eólica e solar lideram a previsão de desembolsos do banco na área de geração para este ano. Em terceiro lugar está a hidrelétrica (R$ 740 milhões), seguida pela termelétrica (R$ 590 milhões) e as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs, com R$ 445 milhões). O BNDES também prevê desembolsos de R$ 3,3 bilhões para transmissão de energia e de R$ 2,5 bilhões para distribuição.

Ao todo, o setor de energia deve totalizar desembolsos de R$ 12,9 bilhões em 2018. O montante é 8,6% inferior ao do ano passado, de R$ 14,112 bilhões, mas 27,4% superior aos 10,127 bilhões de 2016.

A área de energia elétrica teve relevância no relatório de efetividade do banco de 2017, referente aos anos de 2015 e 2016. De acordo com o documento, divulgado esta semana, o BNDES teve participação de 97% nos 7.550 megawatts (MW) de capacidade instalada de energia hidrelétrica adicionada no sistema brasileiro em 2015 e 2016. No mesmo período, foram adicionados 5.171 MW de energia eólica, que contou com 89% de participação do BNDES.

Em transmissão de energia, o banco esteve presente em 63% dos projetos que entraram em operação em 2015 e 2016, considerando a extensão das linhas. Ou seja os projetos que tiveram participação do banco foram responsáveis por 5,781 mil dos 9,117 mil km adicionados à rede básica de transmissão do país no mesmo período.

"[O relatório de efetividade] é uma coisa boa porque, como somos um banco público, obviamente saber se nossa ação está sendo efetiva, ou não, é importante. Entende-se como efetiva atender justamente ao objetivo ao qual foi dado o financiamento", explicou.
Leia mais em: http://www.valor.com.br/brasil/5587715/com-r-850-milhoes-bndes-incentiva-energia-solar

Nenhum comentário:

Postar um comentário