quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Brasil fica pela primeira vez entre os dez maiores cotistas do FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que as condições para a implementação da reforma de cotas foram satisfeitas e, com isso, o Brasil estará pela primeira vez entre os dez maiores membros da instituição.

O país estará ao lado dos Estados Unidos, da Alemanha, do Reino Unido, da França, do Japão, da Itália e de mais três emergentes – China, Índia e Rússia – entre os maiores financiadores do Fundo.

Atualmente, o Brasil contribui com 1,78% das cotas do FMI e detém 1,72% dos votos. O país está atrás de nações menores economicamente, como a Bélgica, que possui 1,93% das cotas, mas essa situação vai mudar com a implementação da reforma. O Brasil deverá ficar com 2,32% das cotas, na décima posição.

Os líderes são os Estados Unidos, os maiores contribuintes do Fundo, com 17,6% das cotas (aproximadamente US$ 58 bilhões) e 16,7% do poder de voto na instituição. O país manterá essa posição.

Ao todo, o FMI terá um capital de US$ 659 bilhões, o que irá dobrar os recursos da instituição – atualmente avaliados em US$ 329 bilhões.

“A reforma irá garantir que o Fundo esteja preparado para representar melhor as necessidades de seus membros num ambiente de rápidas mudanças globais”, disse a diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde. “Hoje, demos um passo crucial adiante e isso não foi o fim das mudanças, pois os nossos esforços para fortalecer a governança do FMI vão continuar”, completou.

A reforma começou a ser discutida em 2008 e foi aprovada internamente em 2010, com forte apoio do Brasil que lutou para que os emergentes tivessem mais representatividade no FMI. Naquele ano, o país cresceu 7,5% e era destaque nos fóruns econômicos internacionais. Atualmente, a economia do país está com uma das maiores previsões de queda entre os emergentes foi visto como destaque negativo no último relatório do FMI, com previsão de recessão de 3,5% para este ano.

A reforma demorou para entrar em vigor por causa da oposição republicana no Congresso ao presidente democrata Barack Obama. As mudanças nas cotas do FMI devem ser aprovadas por três quintos dos membros, representando 85% do poder de voto na instituição e os Estados Unidos detém mais de 15%, razão pela qual qualquer mudança tem que ter o aval do Congresso americano.

Lagarde fez intensos pedidos durante as últimas reuniões do FMI para que os parlamentares americanos aprovassem a reforma e o aval pode ser considerado como uma vitória da diretora-gerente que anunciou, na semana passada, que concorrerá a um novo mandato de cinco anos no comando da instituição.

Com a entrada em vigor das novas cotas, o Fundo deverá discutir uma nova rodada de reforma, a 15ª, e os debates deverão ter início ainda neste ano.

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